2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 57 ª LEGISLATURA
Comissão do Esporte
(Audiência Pública Extraordinária (semipresencial))
Em 11 de Dezembro de 2024 (Quarta-Feira)
às 17 horas
Horário (Transcrição preliminar para consulta, anterior às Notas Taquigráficas.)
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O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Boa tarde a todos.
Sejam muito bem-vindos.
Em primeiro lugar, que Deus abençoe todos.
Conforme acordado na reunião anterior, informo que foram aproveitadas as presenças no painel eletrônico.
Declaro aberta a presente reunião de audiência pública, que está sendo realizada em atendimento ao Requerimento nº 78, de 2024, de autoria do Deputado Douglas Viegas, sobre a criação do Dia Nacional do Espírito Esportivo.
Convidados. Tenho a honra de anunciar os convidados desta audiência pública: o Sr. Wlamir Motta Campos, Presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAT), por videoconferência; o Sr. Claudio Castilho, Diretor-Executivo da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAT), por videoconferência; o nobre Sr. Ricardo Vidal de Oliveira, assessor de relações institucionais na Confederação Brasileira de Atletismo (CBAT), presencialmente; o Sr. Ricardo Santos, diretor da Empresa Milk, por videoconferência; e o Sr. Pedro Damasio, diretor de cinema, roteirista e estrategista, por videoconferência.
Antes de passar às exposições dos nossos convidados, esclareço os procedimentos que serão adotados na condução desta audiência pública: Os convidados deverão limitar-se ao tema do debate e disporão de 10 minutos, cada um, para suas apresentações, não podendo ser interrompidos. Após as exposições, serão abertos os debates. Os Deputados interessados em fazer perguntas ou considerações sobre o tema deverão inscrever-se previamente pelo aplicativo Infoleg. A palavra será concedida – respeitada a ordem de inscrição – pelo prazo de três minutos.
Comunico que esta audiência pública está sendo transmitida pelo portal da Câmara dos Deputados, e que todos podem participar por meio de perguntas dirigidas a esta Mesa. As apresentações e multimídia serão disponibilizadas para consulta na página eletrônica da Comissão após a reunião.
Hoje é o dia da audiência pública para a criação do Dia Nacional do Espírito Esportivo. É um dia muito importante para nós, que somos atletas, mas, muito mais do que isso, é uma homenagem ao grande atleta Vanderlei Cordeiro de Lima, que representa exatamente o espírito esportivo.
O que o Vanderlei foi capaz de fazer durante a maratona nas Olimpíadas da Grécia é algo que precisa ficar – e já está – marcado na história do mundo. Precisa ficar evidente para todos os brasileiros, porque o que ele fez é o resumo da vida, verdadeiramente.
Ele estava competindo – estava em primeiro lugar –, em busca do ouro olímpico da maratona, que é a maior glória, a maior honra para um atleta – o ouro olímpico. Aconteceu, então, um imprevisto tremendo, e ele não se deixou abalar. Continuou fazendo a sua prova de maneira maravilhosa, vendo os adversários passar por ele, tirando dele o ouro olímpico, por causa do incidente em que um rapaz invadiu a pista, o agarrou e atrapalhou todo o fluxo da sua competição.
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E, mesmo assim, ele chegou numa vibração extraordinária, concluindo a sua missão, fazendo o melhor que ele podia. Ele não se deixou abalar por nenhum fato externo, principalmente quando o assunto era o ouro olímpico que estava em jogo. Ele entendia que fatos externos fogem do seu controle. Ele só controla a preparação e a execução da sua tarefa, e ele executou isso com uma maestria tremenda, deixando um legado eterno para todo atleta ou qualquer ser humano da face da Terra, mas principalmente para o povo brasileiro.
Eu tenho o privilégio de estar presidindo esta audiência pública, para também deixar aqui registrado toda a minha reverência a você, Vanderlei Cordeiro de Lima, nossa inspiração máxima para a criação do Dia do Espírito Olímpico.
Sendo assim, eu agora passo a palavra para o nobre senhor Wlamir Leandro Motta Campos, Presidente da Confederação Brasileira de Atletismo.
Com a palavra, Sr. Wlamir.
O SR. WLAMIR LEANDRO MOTTA CAMPOS - Boa tarde a todas e todos.
Boa tarde, Deputado Douglas Viegas.
Agradeço imensamente pela iniciativa, uma iniciativa extremamente importante, em que nós falamos de cultura esportiva, em que nós falamos do que deve mover o esporte: o espírito esportivo, o espírito olímpico.
Saúdo todos os convidados desta audiência pública. E, claro, antes de tecer minhas primeiras palavras, todos temos que agradecer ao Vanderlei Cordeiro de Lima. Eu sou suspeito para falar do Vanderlei, porque o ele é um amigo. Eu tenho 55 anos de idade; e conheci o Vanderlei quando tinha 16. Nós estivemos juntos na nossa primeira seleção brasileira Sub-20, nós dois vindos do Paraná. Ali começava uma jornada fantástica do Vanderlei. Eu estou falando nos idos de 1987, 1988.
O feito do Vanderlei, que o Deputado Douglas Viegas bem apresentou, foi feito com extrema naturalidade num momento em que o mundo inteiro acompanhava, estarrecido, aquele episódio. Já no final, quase no final da maratona de Atenas, ele teve a sua prova interrompida, mas não desistiu. Chegou vibrando, chegou comemorando, chegou celebrando a conclusão com extrema alegria. E aí vem a essência do espírito olímpico: fazer o seu melhor.
É importante, Deputado Douglas Viegas, que isso seja levado para as escolas, através da criação desse Dia Nacional do Espírito Olímpico. Que isso conste em todos os calendários, que se discutam os valores olímpicos, que se ensine o que é o esporte. Os valores olímpicos – que são leis não escritas – são principalmente o respeito, a igualdade, a lealdade, o fair play – tão difícil hoje, em tempos de bets. É extremamente importante que nós tenhamos atenção aos valores olímpicos... e que os fins não justificam os meios.
Enfim, para contribuir com o debate, a minha sugestão é esta: primeiramente, claro, que seja aprovada essa lei criando o Dia do Espírito Olímpico; que isso seja levado para as escolas; e que o Ministério da Educação aborde e coloque na grade, inclusive da educação física, o ensino dos valores olímpicos. Porque nem todos os atletas serão campeões, nem todos os atletas serão olímpicos, mas, quando você aprende os valores do esporte, você certamente prepara uma sociedade melhor. Quando você ensina uma criança, ainda nos primeiros passos, que ela tem que ser melhor que ela mesma todos os dias, que o importante é fazer o seu melhor... Isso você aprende numa atividade esportiva e leva para a vida: que você deve trabalhar em equipe, respeitar regras, fazer sempre o seu melhor e estar satisfeito com isso, buscando a sua superação. E sempre inspirado num ídolo.
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Aí vem uma outra grande diferença, Deputado Douglas Viegas e todos os que nos acompanham: A partir do momento que você tem... Se alguém tem dificuldade de entender ou de explicar o que é espírito olímpico, basta mostrar o vídeo da maratona de Atenas nos Jogos Olímpicos. Fica muito claro o que aconteceu com o Vanderlei naquele momento em que ele foi empurrado para fora da prova, agarrado por um padre, e depois se desvencilhou, concluiu a prova, chegou em terceiro lugar, fazendo aviãozinho e celebrando.
Não por acaso, o Comitê Olímpico Internacional concedeu ao Vanderlei Cordeiro a maior honraria do Comitê Olímpico, que é a medalha Barão de Coubertin. Medalha essa que, salvo engano, foi concedida a apenas 21 contemplados em toda a história do olimpismo. Muito nos orgulha saber que o Vanderlei foi digno dessa honraria e representa muito isso todos os dias.
Isto é o mais importante também: Não foi um momento pontual, não foi algo pensado, não foi algo planejado. O Vanderlei vive e enaltece os valores olímpicos e o espírito olímpico todos os dias.
Referência que é, ele se tornou um cidadão do mundo e é respeitado em todos os lugares.
Eu tive o prazer e o privilégio, agora nos Jogos Olímpicos de Paris, de assistir à cerimônia de encerramento dos Jogos, sentado ao lado do Vanderlei Cordeiro de Lima. Eu e minha esposa estávamos com ele no Stade de France. Imaginem que privilégio: eu estando numa pista, no encerramento dos Jogos Olímpicos, com uma lenda que representa, com gigantismo, os valores olímpicos.
Então, saúdo-o a iniciativa.
Tenho absoluta certeza da aprovação dessa matéria.
Parabéns, Deputado Douglas Viegas, pela genialidade de V.Exa. em propor algo que parece tão simples, mas que tem um impacto tão fantástico, destacando o esporte – a maior ferramenta de transformação social que nós temos.
Tomara que todas as nossas crianças conheçam o que é o espírito olímpico, convivam com o espírito olímpico e levem isso para suas vidas. Tenho certeza de que isso tem um poder transformador para uma sociedade melhor, mais saudável, mais justa, uma sociedade que entenda que a vitória depende de todo um processo.
Nem todos subirão ao lugar mais alto do pódio, mas, fazendo o seu melhor, certamente você vai contribuir para uma sociedade melhor; Isso, seja no esporte, seja na vida.
Então, saúdo pela iniciativa. Agradeço, em nome da Confederação Brasileira de Atletismo, por essa, que é, também, uma homenagem a esse gigante Vanderlei Cordeiro de Lima.
Muitíssimo obrigado a todos e todas.
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Muito obrigado, grande Presidente Wlamir.
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Faço uma correção: é a criação do Dia do Espírito Esportivo. Como Vanderlei Cordeiro de Lima é a nossa referência olímpica e inspiração máxima para criação do dia do espírito esportivo, nada mais justo do que a gente ter esses nomes associados: o espírito esportivo com o espírito olímpico, que o Vanderlei Cordeiro de Lima representa com maestria.
Quero agradecer ao Presidente Wlamir e a Confederação Brasileira de Atletismo.
Neste momento, passo a palavra para o Sr. Claudio Roberto de Castilho, Diretor-Executivo da Confederação Brasileira de Atletismo.
O SR. CLAUDIO ROBERTO DE CASTILHO - Boa tarde a todos.
Boa tarde, Deputado Douglas Viegas, em nome de quem eu saúdo todas as autoridades.
É um enorme prazer e privilégio estar aqui com V.Exas. e falar um pouco sobre a figura do Vanderlei Cordeiro de Lima, um ídolo — um ídolo máximo. Eu, que vivi a minha vida esportiva praticamente inteira com grandes atletas, tive o privilégio de conviver com Vanderlei antes e depois da medalha olímpica.
Como as palavras do Presidente, que eu reforço: Fica muito claro o que é, de fato, o espírito esportivo. Ele está resumido na figura do Vanderlei, que é um ídolo olímpico máximo. Ele não mudou absolutamente nada; o título do Vanderlei não o tornou uma pessoa inacessível, não fez com que ele fosse uma pessoa arrogante, uma pessoa que ostentasse algo que. Na verdade, fugiria da essência dele.
Muito pelo contrário: o Vanderlei, após a conquista, se tornou uma figura ainda mais acessível, muito cuidadosa, sempre pronta para falar sobre a importância dos valores olímpicos e da importância da formação do cidadão através do esporte. Então, nada mais justo do que essa iniciativa... e linkar o nome do Vanderlei Cordeiro a essa iniciativa.
Ele é um daqueles nomes que temos o dever — nós, que vivemos o esporte com muita paixão desde sempre — de nunca deixar que esse momento do Vanderlei se apague. Ele é um exemplo vivo; ele é um exemplo que tem que ser utilizado para inspirar as gerações que estão iniciando no esporte e para os atletas que estão muito próximos do momento olímpico, aquele momento que todo atleta um dia sonha em alcançar.
Acabei de voltar de uma missão em Paris. Estou aqui no Rio de Janeiro. Acabamos de finalizar um ciclo, fechando uma reunião importantíssima com todos os chefes de equipe do movimento olímpico, e já falando sobre os Jogos de Los Angeles de 2028.
Não há como não nos preocuparmos, inclusive, com esses valores que são ditos aqui, que o olimpismo traz, que a carta olímpica prega, mas que, na prática, um atleta como o Vanderlei carrega e exerce no dia a dia.
Eu queria, então, resumir, parabenizando por essa iniciativa.
É um dia em que temos o compromisso de fazer reverberar o exemplo do Vanderlei através de todos os canais possíveis. Que eles sejam utilizados pelas entidades de prática do esporte, pelas entidades de administração do esporte, enfim, por todos que vivem intensamente o esporte.
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Então, mais uma vez, eu agradeço a oportunidade.
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Muito obrigado, Sr. Claudio.
Obrigado pela contribuição.
Nós vamos dar sequência.
Com a palavra, o grande Sr. Ricardo Vidal de Oliveira, assessor de relações institucionais da Confederação Brasileira de Atletismo.
Sr. Ricardo, com a palavra.
Seja muito bem-vindo.
O SR. RICARDO VIDAL DE OLIVEIRA - Boa tarde, Deputado.
Eu sou Ricardo Vidal, tenho 1,87m, sou moreno, magro, estou usando um terno, sem gravata, camisa branca, usando óculos, e meu cabelo é grisalho.
Primeiramente, quero parabenizar o Deputado pela sensibilidade de propor isso.
Quem faz esporte fica mais perto da percepção desse valor, de sentir o espírito esportivo. A gente busca medalha, a gente busca ser o primeiro. Quando a gente tem de lidar com uma situação como essa do Vanderlei e outras – tem alguns outros que também apareceram aqui –, a gente percebe que é muito mais: a busca da medalha é fundamental; entretanto, o espírito esportivo está acima da busca da medalha; está na relação do ser humano.
Queria parabenizar o Deputado pela iniciativa, agradecer o convite e dizer que essa medalha – e a gente aproveita e faz uma pesquisa antecipada para entender um pouquinho melhor – começa... A primeira vez que ela foi laureada foi em 1964, a um italiano, Eugenio Monti, porque ele emprestou um parafuso do bobsled dele para a equipe adversária. Então, a partir deste momento, eles passaram à criação da medalha do espírito olímpico, dos valores olímpicos, a medalha Pierre de Coubertin, que começa a ser agraciada.
E aí, me lembrei do Guilherme Paraense, nosso primeiro medalhista olímpico, que, junto com os outros atletas do tiro esportivo, foi para os Jogos Olímpicos. Por inúmeras razões, eles chegaram lá numa condição material que não era muito boa, com as suas pistolas e as suas munições que não estavam numa situação muito legal. E aí, os atletas norte-americanos emprestaram, cederam, balas, munição e a pistola, que propiciou o Brasil trazer três medalhas, dentre elas, a nossa primeira medalha de ouro.
Então, esse espírito, antes de começar esse agraciamento com as medalhas em 1964, já estava acontecendo desde antigamente. Vanderlei Cordeiro de Lima é o único sul-americano agraciado com essa comenda. Como o Presidente Wlamir colocou, são 21 em toda a história, e uma delas é a do Vanderlei Cordeiro, o único da América do Sul.
Nós tivemos outras. Podemos citá-las aqui, para enriquecer um pouquinho o debate. Uma delas foi a do Carl Ludwig Luz Lung. Ele foi agraciado em 1964, mas por conta de um acontecimento na Olimpíada de 1936, na Alemanha. Ele, alemão – naquela época, a Alemanha vivia um regime muito desagradável – acabou aconselhando um outro atleta, Jesse Owens, norte-americano, negro – ele, branco, alemão, na época da Alemanha de Hitler. Ele aconselha o atleta, o norte-americano Jesse Owens, e o Jesse Owens acaba vencendo a prova, e eles saem conversando. Então, esse atleta foi agraciado post mortem, porque ele acabou falecendo durante a guerra, também em 1964.
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Temos mais um, para entender a grandeza da conquista do Vanderlei Cordeiro: Emil Zátopek, da República Tcheca, antiga Checoslováquia, a locomotiva humana. Na Olimpíada de 1952, Emil Zátopek venceu a prova dos dez quilômetros. Alguns dias depois, venceu os cinco quilômetros. Depois, pela primeira vez, na primeira maratona, ele vence a maratona.
Ele disse o seguinte: como ele nunca tinha corrido, ele seguiu quem corria. Tinha um inglês que era o favorito. Ele foi junto com o pessoal. Num determinado momento, ele saiu e venceu a prova. Então, nunca tinha acontecido, e também ainda não aconteceu novamente. Ele recebeu, no ano de 2000, essa comenda. Ele foi agraciado com essa comenda.
Nesses Jogos Olímpicos de 1952, nós tivemos... no atletismo, tivemos a nossa primeira medalha: José Telles da Conceição, no salto em altura, e Adhemar Ferreira da Silva, que bateu o recorde olímpico e mundial – se não me engano, quatro vezes –, nosso primeiro medalhista do atletismo, que depois veio a ser nosso primeiro bicampeão olímpico.
E Emil Zátopek esteve na Corrida de São Silvestre, em 1953, e foi campeão da Corrida de São Silvestre.
Encerrando os agraciados, eu separei três: dois atletas e um que não foi atleta, que foi o Richard Garneau, um canadense. Ele cobriu 23 Jogos Olímpicos de inverno e de verão – o primeiro em 1960 – nos mais de 50 anos de carreira. Ele era um jornalista e escritor, e dedicou mais de 50 anos ao esporte olímpico. Então, essa comenda também não ficou restrita aos atletas.
E algumas curiosidades: são 21 agraciados, e nós temos, na América do Sul, apenas um. O país que mais teve pessoas agraciadas é a Croácia, com três pessoas.
Nós estamos aqui, nesta... mais uma vez, parabenizando o Deputado pela iniciativa.
Como disse o Sr. Claudio Castilho, e como disse o Presidente Wlamir: Se a gente mantiver acesa... apreciar a cultura dos nossos heróis... Vanderlei é um herói nacional.
Eu fico imaginando... Eu fiz provas de velocidade. Eu corria 100, 200, até 400 metros com barreira, que foi a minha prova final. Quando eu imagino correr 42 quilômetros, é algo... Particularmente, eu acho que quem faz a inscrição para correr uma maratona deveria receber uma medalha, porque 42 quilômetros é uma coisa bastante interessante, não é?
Nós temos aqui na Comissão, inclusive, duas pessoas que, juntas, têm 14 maratonas: o Dr. Luiz Ovando e o Sr. Lindberg – nosso Secretário-Executivo da Comissão.
Aliás, queria agradecer: Sra. Socorro, muito obrigado; Sra. Alessandra, muito obrigado; Sra. Fabiana, muito obrigado. Vocês fazem um trabalho maravilhoso. Sr. Lindberg, na condução da Comissão em que hoje nós estamos encerrando os trabalhos. Salvo engano, Deputado Douglas, a Comissão encerra hoje. A condução é muito bem feita, e a equipe aqui é maravilhosa.
Então, queria agradecer, Sr. Lindberg, em seu nome, a equipe.
17:50
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Então é isso.
Resumidamente, Deputado, mais uma vez, parabéns pela iniciativa.
Esperamos que, na próxima vez, a gente venha comemorar a implementação desse projeto.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Muito obrigado, grande Sr. Ricardo Vidal, nosso corredor de 400 metros com barreira. Obrigado pelas suas palavras do coração. O senhor representa muito bem o atletismo, e o espírito esportivo caminha brilhantemente no seu peito, mestre. Parabéns.
Agora eu passo a palavra ao Sr. Ricardo Santos, o diretor da empresa Milk, empresa que lida com comunidades praticantes de atividade física, principalmente a corrida.
Seja muito bem-vindo, Sr. Ricardo.
O SR. RICARDO SANTOS - Obrigado, Deputado.
Esta é minha primeira audiência pública. Eu não acho que eu vou ter a mesma eloquência do Presidente Wlamir, a simpatia do Sr. Claudio Castilho, e a eloquência do Sr. Ricardo Vidal.
Eu conheci o Vanderlei em 2013. Por acaso, a gente conversou, e eu percebi que ele era uma pessoa diferente, uma pessoa interessante, uma pessoa um pouco mais simpática do que o normal que a gente está acostumado a conhecer.
Reencontrei o Vanderlei em 2016, logo depois de ele ter vivido a experiência de acender a pira olímpica. Ali, eu fiquei bastante impressionado com a tranquilidade e a humildade que ele falou sobre o assunto, que é uma coisa que... Eu não sei se alguém conseguiria ter essa tranquilidade e essa humildade, depois de ter vivido uma experiência como essa.
Mas foi a partir de 2023 que eu conheci melhor o Vanderlei e que eu passei a conviver com ele nesse último um ano e meio. Eu tive diversas experiências ao lado dele, vendo o quanto ele é acessível a todos, e o quanto as pessoas o admiram e o idolatram. Tive a oportunidade de conviver com ele dentro do IVCL, que é o Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima, desenhado por ele e pelo Ricardo D'Angelo. Tive uma oportunidade recente de conversar com ele sobre o Instituto, e ele me explicou o motivo principal do Instituto, que era que... onde ele atende centenas de crianças e famílias, e ele entende que essas crianças, através do esporte, podem ter oportunidades que ele mesmo não teve, mesmo atingindo o que ele conseguiu.
Então, eu vejo que a criação do Dia do Espírito Esportivo, com base no dia 29 de agosto, que teve esse fato histórico que transformou o Vanderlei nessa — nem se transformou, simplesmente apresentou essa pessoa maravilhosa para o mundo —... Eu acho bastante assertivo e bastante importante, não só como um reconhecimento pelo ser humano excepcional que ele é.
Eu entendo que essa honraria, em função desse dia, é muito mais do que merecida para uma pessoa fantástica como o Vanderlei, mas também para servir como exemplo e demonstração para todos de que uma pessoa com as características dele, com o espírito esportivo dele e com o tamanho do coração que ele tem, sirva de exemplo para todo mundo.
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Então eu encerro aqui.
Agradeço a oportunidade.
Uma excelente tarde para todos nós.
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Muito obrigado. Sr. Ricardo Santos, pela sua participação.
Agora, passo a palavra para o Sr. Pedro Damasio, diretor de cinema, roteirista e estrategista, que está desenvolvendo um documentário sobre a vida do nosso herói Vanderlei Cordeiro de Lima.
Com a palavra, Sr. Pedro.
O SR. PEDRO DAMASIO - Obrigado, Deputado.
Boa tarde a todos.
Acho que, assim como o Sr. Ricardo falou, essa também é a minha primeira audiência pública. Então, eu espero desempenhar tão bem como os colegas.
Também acho que não preciso repetir tudo o que já foi falado super bem por todo mundo aqui, sobre todos os motivos que levam o Vanderlei a merecer essa grande honraria e essa data que possa fazer eternizar – digamos assim – esse legado dele, do que aconteceu em Atenas e do que ele representa.
Mas acho que, também... Nesses últimos dois anos, eu tive a oportunidade de estar muito próximo do Vanderlei, desenvolvendo esse documentário que estamos fazendo, sobre a celebração dos 20 anos do acontecimento em Atenas. E aí, a gente começa a conhecer um pouco mais da história dele também. Acho que a história do Vanderlei já é gigante, independentemente do que aconteceu em 2004. Ele é uma pessoa de origem super-humilde, que viu no atletismo, quando era pequeno, uma oportunidade – segundo ele – de viajar, de conhecer o mundo.
Começou a correr, teve os primeiros passos ali, alcançou marcas e vitórias que praticamente não se repetiram no atletismo brasileiro. Conquistou a Maratona de Reims, conquistou a Maratona de Tóquio... venceu a Maratona de Tóquio. É recordista até hoje da Maratona de São Paulo, um recorde que ele quebrou em 2002 e que não foi batido até hoje. Tem essa única medalha olímpica do Brasil em maratonas, até hoje. Além de tudo isso, ele é um exemplo como esportista, também: Um cara que nunca desistiu, um cara que enfrentou muitas dificuldades ao longo da vida e superou todas elas através do esporte.
Uma coisa que eu pude viver intensamente no ano passado foi o retorno do Vanderlei a Atenas. Ele foi desafiado a correr novamente a Maratona de Atenas, o mesmo percurso da Maratona de 2004. E o Vanderlei não corria uma maratona há 15 anos. Então, ele estava destreinado, e ele comprou essa briga, e foi lá. Ele se dedicou durante 3 meses, treinou intensamente, repetiu os passos da Maratona de 2004. Fez uma preparação em Paipa, na Colômbia, na altitude. Voltou a Atenas, correu essa prova, finalizou a prova abaixo de três horas – quem conhece um pouco de maratona sabe que isso é uma marca incrível. Na classificação da idade dele, ele ficou super bem colocado.
Então, ele, no ano passado, teve mais essa demonstração de superação, o que mostra realmente como ele carrega esse espírito esportivo dentro dele.
Também tivemos a oportunidade de presenciar o quanto ele é respeitado em Atenas – e na Grécia – pela história dele. Após a prova, a gente foi recebido no Museu da Corrida de Maratona (Marathon Run Museum), que é o museu que conta a história das Olimpíadas, onde o Vanderlei tem um espaço só dele, que conta a história da Olimpíada de 2004. A gente levou fotos e objetos desse retorno dele à Maratona de Atenas no ano passado, e isso foi colocado dentro daquele espaço que ele tem ali, junto com outros grandes atletas da história das Olimpíadas.
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A gente viu, por parte das pessoas na rua, das pessoas da organização da prova, de todo mundo, o respeito com que ele é tratado lá e como ele é visto realmente como um herói do esporte mundial.
Então, acho que nada mais justo do que a gente, do nosso País, conceder essa honra a ele e garantir que essa história dele não seja apagada, não seja esquecida.
Eu queria até pedir licença, Deputado, se for possível, para apresentar um vídeo que mostra como foi essa experiência do ano passado. Não sei se vai ser possível de ele ser visto aqui, mas, se desse para mostrar, seria legal.
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Por favor.
O SR. PEDRO DAMASIO - Só preciso ser autorizado por quem está cuidando da...
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Já está autorizado agora, aqui. Sr. Pedro. Só um minuto.
Sr. Pedro, agora está autorizado. Veja se o senhor consegue compartilhar, por favor.
O SR. PEDRO DAMASIO - A minha janela do Zoom sumiu aqui. Não sei o que aconteceu. Na hora que eu pedi autorização, ele... Ah, voltou. O.k. Vocês conseguem ver aí?
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Conseguimos. Agora, sim.
O SR. PEDRO DAMASIO - O.k., eu vou rodar aqui. Eu espero que rode, não sei se vai ficar um pouco travado, mas acho que talvez já dê para ter um pouco da ideia.
(Exibição de vídeo.)
O SR. PEDRO DAMASIO - Está rodando com áudio, ou não?
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Ainda não.
Só o som que está passando, Sr. Pedro; o vídeo não está rodando.
Nós estamos com um problema na Internet aqui hoje. Também não sei se é daqui, se é de onde o senhor está...
O SR. PEDRO DAMASIO - Então, depois eu faço. E vou ver se consigo passar esse link para vocês, e vocês dão uma olhada. Acho que vai ser melhor, vai ser mais fácil.
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Por favor.
Agradeço desde já a participação do Sr. Pedro.
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Agora, eu passo a palavra para o Sr. Filipe Cardoso Carielo, Prefeito de Carmo do Rio Claro, em Minas Gerais.
Seja muito bem-vindo, Sr. Filipe.
O SR. FILIPE CARDOSO CARIELO - Boa tarde, Deputado.
Quero cumprimentá-lo pela iniciativa da audiência.
Conheço V.Exa. das redes sociais, e agora estou o conhecendo pessoalmente. É a mesma figura com firmeza e, pelo que eu vi aqui, defendendo o esporte, que é muito importante.
Queria deixar registrado aqui que eu sou um esportista quase que frustrado. Já disputei campeonatos – sempre amadores – de quase todas as competições que vemos aí de forma comum: basquete, handball, vôlei, vôlei de areia, peteca, beach tennis, corrida, bicicleta, muay thai e jiu-jitsu. Só não disputei futsal e futebol de campo. Mas sempre ali, disputando de forma amadora. Sempre fico ali na reserva, entro um pouquinho, jogo, e isso que é importante.
Eu queria deixar registrado que o Dia Nacional do Espírito Esportivo é muito importante. Destaca a importância dessa matéria, inclusive nas escolas, de a gente ensinar através do esporte. É extremamente importante.
Eu aprendi muita coisa através do esporte. O nosso Município não investia. Quando a gente entrou, passamos a fazer inúmeras competições esportivas. Tivemos a maior premiação da história no campeonato municipal de futebol de campo. Colocamos essas competições todas. A gente tem uma competição todos os anos, que acontece antes do Carnaval, e se chama Interblocos. E há todas essas competições de que eu mencionei aqui: campeonatos Sub-13, Sub-11, Sub-17, enfim...
Acho que a iniciativa da audiência é muito importante.
Só queria deixar registrado aqui – o tempo é curto, mas vou ser breve – a minha preocupação com o que aconteceu nas Olimpíadas de Paris, agora. E eu não sei se poderia aqui destoar do o espírito da audiência, mas acho que é importante destacar.
O espírito esportivo envolve o equilíbrio de forças. Ele envolve a legitimidade daqueles que disputam. E isso envolve a ausência de doping. E isso envolve também que mulheres disputem com mulheres e homens disputem com homens. Esse é o meu pensamento. Ainda que um homem se sinta mulher.
O que eu acho – e deixo registrado aqui para a Comissão do Esporte – é que, eventualmente, se crie no País uma terceira via, uma terceira... Como existe o esporte paraolímpico, que exista uma figura do esporte para aquelas pessoas trans. Mas colocarmos, como aconteceu – com todo o respeito a quem pense diferente –, nas Olimpíadas de Paris, um homem biológico disputando boxe com uma mulher biológica, mesmo aquele homem se identificando como mulher, foi uma disparidade de armas.
E eu já vi — não sou técnico, não sou cientista — muitos estudos no sentido de que, ainda que o homem passe a usar o hormônio feminino, ele ainda continua com densidade óssea diferente, ele ainda continua com capacidade pulmonar diferente. Então, há um desequilíbrio de força. E o espírito esportivo é justamente isso. É um equilíbrio de forças.
Então, que possamos ter... E lá em Carmo do Rio Claro há uma pessoa trans mulher – homem biológico que se sente mulher –, mas que disputa na competição masculina. Inclusive, joga muito melhor que eu. E que, se fosse jogar no campeonato feminino, só ele daria conta de ganhar do time inteiro, porque a diferença seria muito grande.
Portanto, eu deixo registrado aqui e agradeço pela oportunidade de manifestar.
E o Vanderlei... Eu assisti ao vídeo dele, assisti à competição ao vivo. Fiquei muito emocionado com a homenagem que o Deputado Douglas Viegas está fazendo. Parabéns pela iniciativa.
Deixo registrado esse meu posicionamento.
Finalizo dizendo que vamos respeitar o espírito esportivo, respeitando a oportunidade de mulher jogar com mulher, homem jogar com homem e, talvez, criar uma terceira via.
Esse é o registro que eu faço.
Obrigado.
Parabéns a todos.
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Muito obrigado, Filipe Carielo.
Um abraço para a cidade de Carmo do Rio Claro, em Minas Gerais.
Dando sequência à nossa homenagem, à audiência pública da criação do Dia Nacional do Espírito Esportivo, nós vamos passar novamente a palavra para os convidados, para que todos possam ter dois minutos para poderem deixar suas considerações finais, perfeito?
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Um detalhe: o Dia do Espírito Esportivo foi escolhido para ser celebrado no dia 29 de agosto, que é exatamente o dia da prova que o nosso herói, o nosso ídolo máximo, Vanderlei Cordeiro de Lima, se consagrou... a coroação dessa carreira maravilhosa... e foi o dia que ele concluiu, com maestria, a exemplificação viva do que é o espírito esportivo, em Atenas, 2004. O dia 29 de agosto será o Dia do Espírito Esportivo no Brasil.
Por favor, com a palavra, Sr. Wlamir Leandro Motta Campos, o nosso Presidente da Confederação Brasileira de Atletismo.
Sr. Wlamir, por favor.
O SR. WLAMIR LEANDRO MOTTA CAMPOS - Muitíssimo obrigado, Deputado Douglas Viegas.
Quero saudar, também, meu amigo, competentíssimo Secretário-Executivo dessa Comissão, Lindberg Aziz Cury Junior, e todos os presentes.
Queria parabenizar o vídeo e o trabalho do Sr. Pedro. Eu tive o prazer de acompanhar e de me emocionar. Interessante quando ele coloca...
É importantíssimo, Sr. Pedro, que o senhor compartilhe com todos.
Para mim, um episódio fantástico é aquele em que o Vanderlei chega ao museu, e está acontecendo uma visita espontânea de jovens atletas. E todo mundo o enaltece, vibra. Eles estão no museu vendo a história entrar no museu. É uma coisa tão fantástica, aquilo, porque se vê que é algo supernatural. E o Vanderlei, sendo o Vanderlei – todo tímido, todo recolhido –, falando ali poucas palavras do inglês, mas dando atenção para todo mundo. Tenho certeza que foi um momento mágico para aquelas crianças, e isso me impactou bastante. A história entrando no museu. Foi fantástico.
E, falando dos relatos, a questão da emoção... é isso.
Parabéns pela sensibilidade, Sr. Pedro. É um trabalho fantástico. Eu acompanhei essa preparação do Vanderlei, e confesso a você que várias vezes eu falei: Será, Vanderlei? Cara, você vai mesmo? E ele falou: Pô, Walmir, está difícil...
O treinamento pesado...
O Sr. Claudio Castilho – para quem não sabe, também é um registro –, treinador olímpico, treinador de maratonas, esteve em três Jogos Olímpicos como treinador, esteve nos últimos dois Jogos Olímpicos como o chefe de missão do atletismo brasileiro.
Mas você falar – o Vanderlei estava com 54 anos de idade, e falou–: Eu vou correr uma maratona depois de 15 anos... É uma maratona, mesmo. E ele se preparou, ele fez a aclimatação da mesma forma. Sr. Pedro, o senhor falou de Paipa. Para Atenas, foi a mesma coisa: Ele foi para Paipa, também. Foram os mesmos passos.
Então, queria registrar mais uma vez, Deputado: Parabéns pela iniciativa.
Eu sempre vou defender a pedagogia do exemplo. Nós precisamos enaltecer nossos ídolos e, principalmente, fazer com que as nossas crianças – a sociedade brasileira, mas principalmente as nossas crianças – entendam a importância do ídolo e sigam seus exemplos. E, nesse caso, nós estamos falando muito mais do que esporte. Quando nós falamos de valores olímpicos, valores esportivos, nós estamos falando de uma sociedade justa.
Parabéns pela iniciativa.
Estou torcendo muito. Não vejo a hora de nós estarmos celebrando essa data, ainda mais num dia tão especial, homenageando o nosso grande ídolo Vanderlei Cordeiro de Lima, mas, principalmente, dando luz para gerações futuras através do que existe de mais importante, que são os valores não escritos: respeito, ética, fair play, resiliência, superação.
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Enfim, parabéns pela iniciativa.
Muitíssimo obrigado a todos os participantes. Foi um prazer compartilhar com vocês aqui e aprender bastante também.
Obrigado, Deputado.
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Muito obrigado, Presidente Wlamir.
Agora, com a palavra, o Sr. Claudio Roberto de Castilho.
O SR. CLAUDIO ROBERTO DE CASTILHO - Obrigado, Deputado.
As palavras do Presidente, agora, me fizeram voltar um pouco no tempo.
Eu, nessas preparações, tive o prazer de, em algumas delas, conviver com o Vanderlei em Paipa. É uma cidade simples – para quem não conhece –, cravada no alto das montanhas da Colômbia, num lugar onde existe pouca diversão, mas existe muito treino. E os atletas deixam lá, sempre, o melhor deles, muito suor.
Eu tive o prazer de conviver com o Vanderlei em alguns desses momentos, não especificamente na preparação dos Jogos de Atenas. Eu sei como ele levava e como sempre levou – e continuará, certamente, levando – a sério tudo que ele se propõe a fazer.
Então, que esse dia seja um dia, de fato, a ser lembrado para sempre. Que, através da figura do Vanderlei, do exemplo do Vanderlei, a gente possa inspirar novos atletas e conseguir, com essa inspiração, com essa motivação, quem sabe, encontrar novos Vanderleis. O que a gente quer é multiplicar através do exemplo. Que esse dia possa proporcionar isso para o mundo do esporte e para as pessoas, de uma maneira geral.
Também quero agradecer o convite para a minha participação. Estarei sempre à disposição para ajudar na pauta.
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Muito obrigado, Sr. Claudio Castilho.
Com a palavra, o grande Sr. Ricardo Vidal.
O SR. RICARDO VIDAL DE OLIVEIRA - Deputado, mais uma vez, queria o agradecer pelo convite, parabenizá-lo pela iniciativa, e queria cumprimentar os palestrantes: o Presidente Wlamir, o Sr. Claudio, Sr. Ricardo – o meu xará –, e o Sr. Pedro – permita-me falar somente o primeiro nome.
Queria fazer uma correção: o Deputado Dr. Luiz Ovando e o Sr. Lindberg correram, juntos, 16 maratonas, não foram 14.
Encerro dizendo que eu não tive a oportunidade e o privilégio de conhecer o Vanderlei Cordeiro antes de 2004. Tive a oportunidade depois. Então, o Presidente Wlamir talvez possa clarear um pouco mais, mas a impressão que eu tenho, Deputado Douglas, é que o Vanderlei... ele é o espírito esportivo. Ele não "estava"; ele "é" o espírito esportivo, ele "é" o espírito olímpico.
E assim eu encerro a minha participação.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Muito obrigado, Sr. Ricardo Vidal.
Agora, com a palavra, o Sr. Ricardo Santos.
O SR. RICARDO SANTOS - Queria começar agradecendo a oportunidade de participar de um momento importante como este.
Coloco-me à disposição para o que eu puder contribuir para que isso aconteça. Eu estou à disposição de todos.
Muito obrigado, gente.
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Muito obrigado, Sr. Ricardo.
Com palavra, o Sr. Pedro Damasio.
O SR. PEDRO DAMASIO - Queria primeiramente agradecer ao Presidente Wlamir pelas palavras. Obrigado pelos elogios, ao ouvir os materiais. Sim, esse momento foi muito emocionante lá, assim como são vários momentos quando a gente está junto com o Vanderlei. A qualquer lugar que a gente vai, a gente vê, a gente percebe a emoção que ele causa nas pessoas.
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Eu estive recentemente no IVCL, há umas duas semanas. Eu cheguei lá junto com ele. E aí. A gente vê, nas crianças que treinam lá – e que estão acostumadas a conviver com ele –, o impacto que a presença dele causa. Então, ele realmente é um cara muito inspirador.
Eu acho que todo esse esforço que a gente fez nesses últimos dois anos, para resgatar essa história das Olimpíadas de 2004... A gente viu como isso deu vida para essa história novamente, fez as pessoas se emocionarem novamente com ela.
Eu acho que a criação dessa data é uma oportunidade para que, todo ano, essa história seja recontada. E aí, a gente garante que as próximas gerações – principalmente os jovens, a molecada que está começando – tenham, para sempre, o privilégio de entrar em contato com essa história.
Eu acho que, a meu ver, esse é o grande objetivo: as pessoas entenderem que um brasileiro, com a origem dele e toda a história dele, conseguiu materializar tão bem o espírito esportivo, com uma história tão bonita e tão impactante. Não é uma história convencional; é uma história muito rara. Eu acho que ela merece ser lembrada sempre.
Então, eu acho que essa data é essa oportunidade que temos de lembrar, todos os anos, dessa história.
Obrigado pelo convite.
Estou à disposição, também, para qualquer ajuda, para que isso possa acontecer.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Muito obrigado, Sr. Pedro.
Eu quero aproveitar este momento para agradecer todos os convidados e a dedicação de todos vocês, para poder manter cada vez mais vivo o ídolo, o herói, a referência que todos nós precisamos dentro do esporte.
Obrigado, Presidente Wlamir, pela sua dedicação com o esporte, com o atletismo brasileiro e pelo seu respeito e carinho com o Vanderlei Cordeiro de Lima. É sempre um privilégio poder ouvi-lo e estar na sua presença. Aqui, aplaudimos de pé o seu trabalho à frente da Confederação Brasileira de Atletismo.
Ao senhor Claudio Castilho também, o nosso verdadeiro agradecimento, mestre. É mágica, a maneira como vocês conseguem expressar a grandeza que o Vanderlei Cordeiro de Lima tem e representa. Agradecemos porque – como foi muito bem citado – precisa ser ensinada, para todas as nossas crianças e todos os nossos jovens, a importância desse ídolo nacional, e o que realmente representa o espírito esportivo.
Eu não posso deixar de agradecer o grande Sr. Ricardo Vidal, que foi muito feliz agora, nas suas palavras finais, dizendo que o espírito esportivo que aconteceu com o Vanderlei Cordeiro de Lima não foi um ato daquele momento. Ele realmente é o espírito esportivo; não é uma chave que você liga e desliga quando você quer. Ele é a representação máxima do espírito esportivo e do que acreditamos para este mundo, para o nosso País, para o nosso planeta em geral, para a humanidade, que é realmente fazer o seu melhor. O Presidente Wlamir foi muito feliz nas suas palavras.
Eu quero agradecer o Sr. Ricardo Santos. É a sua primeira audiência pública, Sr. Ricardo, mas, como tudo na vida, falando com o coração, fazendo o seu melhor, representando o espírito esportivo como ele realmente é. Eu quero agradecê-lo e parabenizá-lo pelo trabalho feito frente às comunidades, promovendo a atividade física e enaltecendo o nosso ídolo Vanderlei Cordeiro de Lima.
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E, ao grande Sr. Pedro Damasio, fica a nossa gratidão por documentar e dedicar a sua vida para passar a história verdadeira sobre a grandeza desse ídolo.
Pessoalmente, eu sou filho do atletismo veterano. Eu cresci com meu pai fazendo atletismo. E a representação do Vanderlei Cordeiro de Lima... Ele é exatamente o segredo da vida: você fazer o seu melhor, independentemente das circunstâncias externas. Que isso seja cada vez mais enraizado na educação dos nossos jovens, do povo brasileiro, para fazer o melhor.
O que o Vanderlei representa é tão gigante... Porque, naquele momento, ele perdeu o ouro olímpico em uma maratona. Ele teria todos os motivos do mundo para estar, naquele momento, devastado, bravo, revoltado, e ele fez a melhor escolha. Ele fez o seu melhor, e chegou celebrando aquele momento, não deixando que nada tirasse o mérito de toda a sua preparação e execução.
Que o dia 29 de agosto seja marcado para sempre como o Dia Nacional do Espírito Esportivo, e que isso seja ensinado para todos os brasileiros, mostrando o verdadeiro valor e a grandeza que é o esporte, totalmente representado pelo nosso herói Vanderlei Cordeiro de Lima.
Neste momento, eu suspendo a reunião para a elaboração da ata, tendo em vista a necessidade da sua aprovação ainda nesta reunião.
Enquanto isso, eu passo a palavra ao nosso mestre, o Presidente Wlamir.
Com a palavra, Sr. Wlamir.
O SR. WLAMIR LEANDRO MOTTA CAMPOS - Deputado e todos, eu só queria fazer uma consideração, de que eu esqueci, mas que é extremamente importante.
Vanderlei Cordeiro de Lima foi um menino que começou a correr por acaso, levando a comida para os pais, que eram boias-frias, na roça. É importante que isso seja registrado.
E mais, Deputado, V.Exa. vai entender o que eu vou falar agora – eu falo e me emociono: O Vanderlei começou, se inspirou no atletismo, ao ver o nosso amigo Joaquim Carvalho Cruz. Pela porta entreaberta do seu vizinho – porque na casa do Vanderlei não tinha televisão –, ele viu o Joaquim dando a volta no Estádio Olímpico de Los Angeles. No ano seguinte do título, um jornal estava mostrando aquele episódio do um ano do ouro do Joaquim Cruz, e o Vanderlei, do lado de fora da casa, assistindo, falou: Eu quero fazer isso, eu quero viver isso.
Destaco que o Vanderlei ganhou o primeiro tênis com 14 anos de idade.
Então, isso é uma inspiração, isso é o exemplo maior, de uma criança, filho de boias-frias, que poderia estar, como muitos, invisíveis para o mundo. Mas se fez gigante através da realização de um sonho inspirado em outro grande líder, Joaquim Carvalho Cruz.
E assim, encerro.
Obrigado por quebrar o roteiro, mas são considerações que eu sempre gosto de fazer, porque essa história é fantástica e deve ser muito enaltecida.
Para quem acha que não tem condições, e que, no esporte, você tem que ter toda a estrutura para começar... não. O Vanderlei corria descalço, de chinelo, de botina, para levar a comida para os pais, que eram boias-frias, na roça. Sem saber, ele estava fazendo atletismo. E foi colocar um tênis nos pés aos 14 anos, inspirado em Joaquim Carvalho Cruz, que é o ídolo dos ídolos, ídolo de todos nós.
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Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Douglas Viegas. Bloco/UNIÃO - SP) - Muito obrigado. Presidente.
É muito importante acrescentar também... deixar aqui o nosso abraço e a nossa reverência ao nosso medalhista olímpico, nosso ídolo máximo, Joaquim Cruz.
Declaro reabertos os trabalhos.
Fica dispensada a leitura da ata, nos termos do parágrafo único do art. 5º do Ato da Mesa nº 123, de 2020.
Informo que os trabalhos foram gravados, e seus registros constarão dos anais da Comissão.
Em votação a Ata da 31ª Reunião de Audiência Pública desta Comissão.
Aqueles que a aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)
Aprovada a ata.
Nada mais havendo a tratar, agradeço a presença de todos.
Que Deus abençoe todos.
Muito obrigado.
Está encerrada esta audiência pública. (Palmas.)
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