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Por isso, todas as proposições que dizem respeito ao fortalecimento da Advocacia da União têm que contar com o nosso apoio. Quando nós estabelecermos a autonomia, vamos consolidar que esta é uma advocacia do Estado, que está a serviço do Estado e, portanto, a serviço do povo brasileiro. Tem razão o Clóvis quando diz que é um trabalho de fazer pulsar o povo brasileiro, que é um trabalho de defesa deste País chamado Brasil, tão açoitado pelas casas grandes e senzalas, literais e metafóricas.
Portanto, a AGU ou os advogados da União representam a construção da democracia, que é princípio básico para que nós tenhamos o Estado que exerça a sua função e que dialogue com a própria população. Por isso, trata-se de um exercício de defesa permanente, cotidiana de um país que respeita a justiça, que respeita a democracia e a defesa cotidiana do próprio conceito de República.
Esta sessão solene, feita pela iniciativa do Deputado Lafayette, brilhantemente presidida pelo Deputado Crivella, é uma sessão, eu diria, de gratidão. Aqui nós estamos expressando a nossa gratidão e a coragem que carregam os advogados e as advogadas — carregam muita coragem! Eles carregam a convicção de que a sua ação transforma a realidade e fortalece o Estado democrático, o Estado justo, o Estado que, como disse, enfrenta os problemas nacionais, que perpassam uma profunda desigualdade.
Por isso, neste dia de hoje, eu quero encerrar a minha fala lembrando Guimarães Rosa: "O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem". E lembro, com muita emoção, como os trabalhadores que estavam sendo oprimidos, em função do retirada do seu direito àquele território, conseguiram chorar de alegria pela ação de um advogado ou de uma advogada talvez da UNIÃO.
O SR. PRESIDENTE (Marcelo Crivella. Bloco/REPUBLICANOS - RJ) - Parabéns à Deputada Erika Kokay por este lindo discurso.
A carreira de vocês, pela defesa do interesse público, tem um caráter divino. Se a gente observar na natureza, não existe preconceito e discriminação. O passarinho não muda o canto, quando ele canta para o homem mais nobre, mais rico ou quando ele canta para um irmão nosso que cometeu tantos erros e talvez esteja preso numa penitenciária. Quando a mulher mais linda do mundo, mais culta, mais talentosa chupa uma manga, a manga é igualzinha para aquela mulher humilde que poucas oportunidades obteve na vida.
A nossa natureza é assim. Ela não discrimina ninguém.
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E nisso há a percepção do interesse sagrado, público, que representa Deus entre nós. Também há um fator de renúncia, de não permitir que as injustiças circunstanciais ou de prerrogativas que às vezes demoram a chegar, e que são justas, maculem esse sentimento que a Deputada Erika Kokay traduziu, de defender o Estado e o povo brasileiro com galhardia, com altivez, colocando isso acima de tudo, dentro dessa natureza divina da função.
E vou dar um testemunho a vocês. Eu era Prefeito da cidade do Rio de Janeiro em 2019 e senti no coração a necessidade de equipar os hospitais, mas nós tínhamos poucos recursos, e eu precisava fazer uma licitação internacional para comprar equipamentos para os nossos hospitais. E foram os advogados públicos do Rio de Janeiro que conseguiram, mesmo contrariando interesses — porque, quando você está no Executivo e contraria interesses estabelecidos, é um dilúvio de ódios e paixões —, fazer uma licitação internacional. Aprovamos aquilo no Tribunal de Contas, no Tribunal de Justiça. E vocês sabem que, quando chegou a COVID-19 em 2020, nós éramos a única cidade do Brasil que tinha 850 respiradores, 150 carrinhos de anestesia, 2 mil monitores e 27 tomógrafos. O Estado inteiro foi buscar leitos de UTI na cidade do Rio de Janeiro. E eu agradeci muito, muito a Deus a defesa dos nossos procuradores.
No Executivo, enfrentamos problemas graves. E são os nossos advogados e procuradores que nos defendem, sempre sob a inspiração do sagrado interesse público.
Que Deus abençoe cada um de vocês! Que Deus abençoe a advocacia! Que Deus abençoe Jorge Messias, com quem estive esta semana. Há uma Bíblia ao lado da sua mesa de reunião. E que juntos possamos rasgar os horizontes sem fim desta terra tão linda que Deus nos deu! Dentro desse espírito, que vocês também hoje procurem soluções pacíficas para as controvérsias.
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Lembrem-se aqui de Brasília, da nossa arquitetura. Quando Niemeyer, Ceschiatti, Santa Rosa, Lúcio Costa, Portinari inventaram essa cidade, fizeram dela um plano-piloto, cuja cabine do piloto é aqui onde estamos: Asa Norte, Asa Sul, o Eixo. Mas esse avião está voltado para o pôr-do-sol? Não, ele está voltado para o nascer do sol, para que a gente, quando chegue aqui, olhe para frente e não para trás.
Temos que olhar para os nossos pósteros, os nossos vindouros, os nossos herdeiros e ter a honra de, na nossa geração, construir um Brasil mais honrado, mais digno, mais justo.
ENCERRAMENTO
O SR. PRESIDENTE (Marcelo Crivella. Bloco/REPUBLICANOS - RJ) - Está encerrada a nossa sessão.
(Encerra-se a sessão às 16 horas e 29 minutos.)
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