2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 57 ª LEGISLATURA
Comissão do Esporte
(Audiência Pública Extraordinária (semipresencial))
Em 13 de Novembro de 2024 (Quarta-Feira)
às 15 horas
Horário (Texto com redação final.)
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O SR. PRESIDENTE (Augusto Puppio. Bloco/MDB - AP) - Boa tarde a todos. Sejam muito bem-vindos.
Vou começar com a minha audiodescrição. Eu sou um homem de 1 metro e 82,5 centímetros; com topete, chego, às vezes, a 1 metro e 90 centímetros. Uso um bigode mexicano, mas eu sou do Norte do Brasil; então, sou uma mistura de indígena com mexicano. Estou usando um terno azul escuro, uma camisa branca e uma gravata cor-de-rosa.
Conforme acordado na reunião anterior, informo que foram aproveitadas as presenças no painel eletrônico.
Declaro aberta a presente reunião de audiência pública, que está sendo realizada em atendimento aos Requerimentos nºs 2, 8 e 59, de 2024, de autoria dos Deputados Delegado da Cunha, Julio Cesar Ribeiro e Augusto Puppio, para tratar sobre o balanço da gestão do Comitê Paralímpico Brasileiro e dos Jogos Paralímpicos de 2024.
Tenho a honra de anunciar os convidados desta audiência pública: o Sr. Mizael Conrado, Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro; o Sr. Yohansson Nascimento, Vice-Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro; o Sr. José Antônio Freire, Presidente eleito do Comitê Paralímpico Brasileiro; e a Sra. Wanna Brito, atleta paralímpica, medalhista de prata em Paris e minha conterrânea.
Wanna, é uma satisfação muito grande estar ao seu lado.
Esclareço os procedimentos que serão adotados na condução desta audiência pública.
Os convidados deverão limitar-se ao tema do debate, conforme o combinado.
O Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro disporá de 30 minutos para a sua apresentação, e os demais convidados disporão de 10 minutos, não podendo ser interrompidos. Após as exposições, serão abertos os debates. Os Deputados interessados em fazer perguntas ou considerações sobre o tema deverão inscrever-se previamente pelo aplicativo Infoleg. A palavra será concedida, respeitada a ordem de inscrição, pelo prazo de 3 minutos.
Comunico que esta audiência pública está sendo transmitida pelo portal da Câmara dos Deputados e que todos podem participar por meio de perguntas dirigidas a esta Mesa. As apresentações em multimídia serão disponibilizadas para consulta na página eletrônica da Comissão após a reunião.
Antes de passar à exposição dos nossos convidados, aproveito a presença do Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, além dos outros ilustres representantes deste comitê, para entregar moções de aplauso e louvor de autoria dos Deputados Julio Cesar Ribeiro, Márcio Marinho e de minha autoria, aprovadas por esta Comissão como merecido reconhecimento e homenagem a toda a delegação brasileira de atletas paralímpicos pela participação nos Jogos Paralímpicos de Paris de 2024.
(Procede-se à condecoração.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Augusto Puppio. Bloco/MDB - AP) - Passo a palavra ao Sr. Mizael Conrado, Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.
O SR. MIZAEL CONRADO - Boa tarde, Exmo. Deputado Augusto Puppio, Presidente desta reunião; ilustríssimo amigo José Antônio Freire, Presidente eleito do Comitê Paralímpico Brasileiro; ilustríssimo amigo Yohansson do Nascimento Ferreira, Vice-Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, ex-atleta paralímpico, campeão paralímpico, campeão mundial; ilustríssima atleta Wanna Brito, que brilhou em Paris com toda a delegação brasileira, foi recordista mundial, conquistou medalha de ouro no campeonato mundial e vai conquistar uma medalha de ouro lá em Los Angeles para o Brasil, eu tenho certeza disso; ilustríssima Deputada Rosinha da Adefal, representando aqui o Comitê Brasileiro de Clubes Paraolímpicos, CBCP; ilustríssimo Fábio Araujo, grande amigo e Secretário Nacional de Paradesporto; Lindberg — é sempre um prazer, Lindberg, estar com você; Daniel Brito, responsável pela comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro.
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Estou vendo aqui o Felipe Dias, que fez e faz parte do projeto paralímpico, que é muito importante também no desenvolvimento dos nossos esportes, sobretudo do halterofilismo, que agora conquistou duas medalhas de ouro. Tenho certeza da felicidade do Felipe por ter contribuído para o desenvolvimento e para a evolução do esporte.
Boa tarde, senhoras e senhores.
Deputado, primeiro eu quero agradecer pelo convite. É sempre uma honra e uma alegria estar na Casa do Povo, a Câmara dos Deputados.
Na Câmara nós temos a criação das leis fundamentais para a nossa sociedade. Então, é sempre uma grande alegria estar aqui, sobretudo na Comissão do Esporte, onde são realizadas grandes discussões que contribuem para o desenvolvimento e para evolução do esporte brasileiro.
Com relação ao Comitê Paralímpico Brasileiro, nós finalizamos esse ciclo, na realidade um ciclo mais curto, de 3 anos, uma vez que o mundo esteve parado por 2 anos, ao longo da pandemia, na maior tragédia da nossa história contemporânea. Então, encerramos esse ciclo mais curto, mas particularmente esse projeto...
Aliás, quero cumprimentar também o meu amigo Weber Magalhães. Tive a felicidade de revê-lo depois de algum tempo.
Weber, é um prazer também te encontrar.
Como eu dizia, tivemos um ciclo mais curto. Nós encerramos um projeto, um ciclo de um projeto. Na realidade, foi um projeto de 7 anos, mas, no final das contas, foi de 5 anos por conta exatamente da pandemia.
É importante trazer, Lindberg, como relato, exatamente a história desse projeto desde a sua concepção, que na realidade foi em 2017. O Brasil teve realmente uma evolução significativa ao longo desse período. O ciclo anterior se iniciou no dia 14 de fevereiro de 2019. Depois, houve a escolha do Rio de Janeiro, no dia 2 de outubro de 2019, para sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio. Então, o Brasil atuou nesses dois ciclos anteriores com o objetivo de fazer uma grande campanha nos jogos em casa. Certamente, a nossa geração terá bastante dificuldade de acompanhar outros jogos aqui. Então, o grande objetivo era realmente realizar uma grande participação no Rio.
Naquela época, identificamos os talentos existentes e realizamos vários projetos para que o Brasil pudesse realmente ter grandes atuações ao longo do ciclo. E assim foi feito. O Brasil conquistou os Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara e de Toronto, conquistou o sétimo lugar nos Jogos de Londres e conquistou a oitava colocação no Rio, com número recorde de medalhas: 72 medalhas, sendo 14 medalhas de ouro. O Felipe inclusive, a que eu fiz referência, esteve presente na construção de todo esse projeto, nessas campanhas vitoriosas.
Em 2017, iniciamos esse novo projeto. Quando chegamos a 2017, identificamos que realmente o Brasil tinha feito uma grande campanha ao longo desses dois ciclos anteriores, mas que basicamente chegamos ao limite. Com a estrutura que nós tínhamos, com exceção das Paralimpíadas Escolares, cujo evento era de fomento para a base, basicamente o CPB atuava no esporte de alto rendimento e realizava algumas competições, como o nosso Circuito Caixa e os circuitos de tiro e de halterofilismo, que eram os nossos esportes. Também repassávamos os recursos para as confederações. Depois identificávamos esses atletas nas competições e conformávamos as delegações brasileiras, ou seja, selecionávamos os melhores, e, a partir daí, trabalhávamos esses atletas em vários programas, como o Projeto Ouro, com o objetivo exatamente de potencializar ao máximo o material humano existente. Em 2017, chegamos à conclusão de que essa lógica de desenvolvimento esportivo tinha se exaurido e que, com a mesma lógica, dificilmente seguiríamos avançando.
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Juntamente com essa percepção, houve também o advento da inauguração, no dia 23 de maio de 2016, do nosso Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, que hoje é o maior centro paralímpico das Américas, uma das maiores estruturas esportivas eminentemente paralímpicas do mundo, que certamente está entre as três ou quatro maiores e melhores estruturas do mundo para a prática do esporte paralímpico, treinamentos e competições. Lá temos capacidade de atender até vinte esportes.
Então, considerando tudo isso, fizemos o primeiro contrato do CT no dia 23 de maio de 2016. Depois renovamos por mais 6 anos, ao final de maio de 2017. E, no dia 20 de outubro, celebramos o vínculo que estava vigente até o mês passado, que garantia ao CPB a gestão do CT por 5 anos, renováveis por mais 5 anos. Agora assinamos a renovação com o Governo do Estado de São Paulo por mais 35 anos. E, até 2059, o CPB será responsável pela gestão daquelas instalações.
Uma vez tendo firmado esse contrato com o Governo do Estado, nós tomamos a decisão de levar a sede do Comitê Paralímpico, que até então era em Brasília, para São Paulo. A partir dali, construímos o nosso planejamento estratégico, que, na realidade, será encerrado agora, ao final de 2024. Inclusive, o Zé Antônio, que foi recentemente eleito para conduzir o CPB no próximo ciclo, juntamente com o Yohansson e com o Marcelo, que será o nosso CEO, o nosso Diretor Geral, já estão coordenando o novo plano estratégico, e esperamos que em janeiro esteja concluído. Esse plano será a bússola que vai conduzir o CPB até os jogos de 2032, na Austrália, como foi o caso desse plano que formulamos em 2017, que nos conduziu, até agora, aos jogos de Paris.
Esse plano estratégico ressignificou a atuação do CPB. Primeiro nós trouxemos a inclusão para o centro da missão do CPB. E a nossa missão passou a ser promover o esporte paralímpico da iniciação ao alto rendimento e a inclusão da pessoa com deficiência na sociedade.
Com isso, desenvolvemos vários projetos com o objetivo obviamente de detectar talentos, mas também de incluir a pessoa com deficiência na sociedade.
Criamos programas educacionais, como o programa Educação Paralímpica na escola, que já foi responsável pela capacitação de mais de 62 mil professores de educação física ao longo desses 7 anos no País inteiro.
Criamos o Festival Paralímpico. Este ano, na primeira edição, reunimos 25.561 crianças. Na segunda edição, agora em dezembro, deveremos passar de 50 mil crianças atendidas. É um evento em que atendemos crianças com deficiência, mas até 20% das crianças podem ser crianças sem deficiência, exatamente para cumprir o objetivo da inclusão.
Criamos o Programa Atleta Cidadão, que hoje oferece cursos de idiomas e várias outras atividades de capacitação. Oferecemos hoje bolsas de universidades para o ensino superior. São 300 bolsas por ano.
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Agora começamos também a oferecer bolsa de pós-graduação, com o objetivo de fazer com que o atleta esteja preparado para competir no mercado. Às vezes, essa competição é maior até que a competição das canchas esportivas.
Então, avançamos muito nesse tema da inclusão, com programas que obviamente, ao final, podem contribuir para a formação de atletas, mas o seu objetivo primeiro, o seu objetivo precípuo é exatamente oferecer cidadania e inclusão.
Além de incorporar a inclusão no centro do propósito do CPB, nós definimos mudar a lógica do desenvolvimento do esporte paralímpico. Então, como eu disse a vocês, nós realizávamos as competições, selecionávamos os atletas e conformávamos as grandes missões. Mudamos essa lógica e detectamos ali, como eu disse, que esse modelo tinha nos levado aonde ele podia nos levar, e, em vez de esperar esses atletas virem até o CPB, virem para as nossas competições, nós entendemos que deveríamos ir até os atletas. E aí começamos esse programa, e o festival também fez parte disso. Este ano, foram 119 cidades na primeira edição, em setembro, e serão 120 cidades em dezembro.
Nós criamos também centros de referência. Hoje são 74 no Brasil inteiro, e mais 28 serão implementados no ano que vem. Então, nós atingiremos o número de 102 centros de referência. Nós criamos, em cada centro de referência, uma escolinha de esportes, que tem por objetivo atender às crianças, especialmente aquelas da rede pública que não têm atendimento na educação.
E agora, ao final desses dois ciclos, concretizamos essa estratégia, levando competição para as 27 capitais do País. Essas competições abrangem crianças de 7 anos, nos intercentros; a seletiva dos escolares, crianças com 11 anos; a seletiva dos nossos eventos nacionais adultos, a partir de 14 anos; o universitário; o Camping Militar. Desse modo, levamos o esporte desde a crianças de 7 anos até aquele com mais de 60 anos, que faz parte do Camping Militar, nas 27 capitais, ao longo de 4 meses. Foi um grande desafio, mas que fez muito sentido.
Aqui eu faço um parêntese. Eu sei que desta Comissão saem muitas ações relevantes para o futuro do esporte nacional. Ao longo dessa ida pelas capitais brasileiras levando a atividade esportiva, detectamos carência de infraestrutura esportiva. Há Estados, como Rondônia, que não têm pista de atletismo; Estados em que a capital não tem uma piscina oficial, a exemplo de Maceió, em Alagoas, e Florianópolis. Enfim, há vários Estados com estruturas esportivas construídas para os Jogos de 2016 que já estão deterioradas.
É um ponto de atenção para esta Casa pensar na infraestrutura esportiva, porque não é possível um país ter uma cultura esportiva sem que haja infraestrutura esportiva. Não dá para formar um atleta de atletismo se não temos pista no Brasil. Então, entendo que essa é uma grande preocupação do CPB. E eu sei que esta Casa pode ser a estimuladora da criação dessa infraestrutura, de modo que possamos atender todos esses atletas, sobretudo esses jovens que podem se tornar grandes atletas.
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Nós concretizamos essa estratégia levando as competições para as 27 capitais.
Os centros de referência são o projeto mais importante para a mudança da lógica do desenvolvimento do esporte que decidimos fazer a partir de 2017. Temos a meta de implementar pelo menos 560 centros de referência, em aproximadamente 10% dos Municípios brasileiros. Cada centro tem capacidade de atender, com a sua estrutura, quatro ou cinco Municípios, e esse número é até maior em Estados com mais Municípios, como é o caso de Minas Gerais, com mais de 800, ou de São Paulo, com 645. Acreditamos que, em 8 anos, podemos chegar a 560 centros e, dessa forma, ter metade do Brasil conectado a uma estratégia de desenvolvimento do esporte paralímpico.
Eu quero mostrar para vocês um pouquinho do que é esse projeto, com um vídeo de um dos nossos centros de referência.
(Exibição de vídeo.)
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O SR. MIZAEL CONRADO - Esse é um dos centros de referência, um dos 74 instalados por todo o Brasil. E, nessa lógica do trabalho, tanto de inclusão quanto de iniciação esportiva, vamos agora iniciar uma nova jornada. Acabamos de assinar um convênio com o Estado de São Paulo para que o CPB atenda às crianças com deficiência nas aulas de educação física da rede pública estadual.
Vamos começar um piloto com 75 escolas. A ideia é que, depois do piloto, obviamente ajudando e alinhando toda a estratégia dos processos, atendamos às crianças das quase mil escolas estaduais. A ideia é levar também essa atividade para as crianças da rede municipal e estadual no contraturno escolar. Com isso, podemos chegar a mais de 40 mil crianças só no Estado de São Paulo. Esse é o nosso desejo.
Esse é um projeto muito importante porque hoje, em boa parte do Brasil, a criança com deficiência ainda é dispensada da educação física, exatamente pela falta de capacitação dos professores para atender a essas crianças. Então, em relação a este projeto que iniciamos temos bastante expectativa, é um projeto transformador e até mais relevante do que os que já executamos e já desenvolvemos.
No plano estratégico, outro pilar fundamental foi exatamente o tema da gestão e da governança. Em 2017, identificamos a necessidade de avançar em ESG, de avançar na governança, para além do que já determina o art. 18-A. Aí ressignificamos o nosso Conselho de Administração, que hoje tem maioria independente, todos certificados pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Criamos um departamento de compliance, com compliance officer, com canal de denúncia externo e independente. Agora obtivemos a ISO 37001, que é de anticorrupção, e a ISO 37301, que é de conformidade.
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O Comitê Paralímpico Brasileiro é a única organização esportiva do mundo que tem essas duas ISOs, e, para nós, isso é muito importante, porque atesta a transparência dos processos e a própria eficiência daquilo que fazemos.
No plano ambiental, na gestão do CT, há 4 quatro anos, nós temos a ISO 14001. Recentemente passamos a fazer a medição de carbono e, no ano que vem, vamos passar a fazer a compensação, de modo a zerar a nossa emissão de carbono. A compostagem é 100% feita nas instalações do CT, e, para tratar do que não pode ser compostado, temos parceria, ou seja, 100% dos resíduos são reciclados.
Realmente, nós temos muito cuidado com essa questão da sustentabilidade, porque entendemos a sua importância. E nós entendemos que, por mais que sejamos uma entidade esportiva, precisamos atuar em convergência com aquilo em que acreditamos: com as boas práticas de governança; com a lógica da sustentabilidade; com a inclusão, que é o que nós fazemos com o próprio esporte, que é um dos principais elementos para a inclusão e para a cidadania da pessoa com deficiência. Mas nós estamos indo além do esporte; estamos criando, por exemplo, o Inspiração Paralímpica, que é uma plataforma que tem por objetivo conectar pessoas, programas e projetos. Enfim, é algo que também fez que nós pudéssemos avançar do ponto de vista da maturidade institucional ao longo desses 7 anos, até para dar suporte aos projetos que nós desenvolvemos ao longo desse tempo.
Para que tenham uma ideia, nós tínhamos 60 colaboradores em 2016, e agora, com esse projeto Escola Mais Inclusão, esse último convênio que assinamos, vamos deixar o CPB com 900 colaboradores, ou seja, teremos um crescimento de 15 vezes em 7 anos — aliás, 5, porque por 2 anos o CT ficou fechado e, basicamente, sem atividade esportiva. Foi um crescimento substancial, e, naturalmente, se nós não tivéssemos avançado nos processos e amadurecido a governança, certamente não teríamos condições de suportar todas essas ações e todo esse calendário.
Alguém pode perguntar: “Mas o CPB, então, virou uma entidade de formação esportiva?” Não. Nós passamos a atuar muito na formação, na iniciação e na inclusão, mas sem perder de vista o alto rendimento. Acho que o resultado em Paris demonstra cabalmente isso. Primeiro, Tóquio já foi uma grande campanha, onde nós conquistamos 72 medalhas, sendo 22 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze. Foi uma campanha histórica, a melhor até então do Brasil em todas as edições de Jogos Paralímpicos. Foi realmente uma participação muito importante, muito relevante a do Brasil, em um momento difícil em que os atletas ficaram impedidos de treinar, de desempenhar suas atividades.
Eu me lembro de que, no início da pandemia, os jogos ainda não haviam sido cancelados, e, no dia 13 de março de 2020, nós fechamos o CT, por causa do risco da pandemia — nós atendemos pessoas com deficiência severa, que têm um risco ainda maior do que a população convencional. Então, nós fechamos o CT, e, dali a pouco, veio uma matéria do Presidente do COI encorajando os atletas a treinarem. No dia seguinte, o CT estava fechado, e os atletas treinavam na rua, do lado de fora. Foi um desafio imenso, mas os nossos atletas são resilientes, são guerreiros, e, realmente, em Tóquio, deram uma grande demonstração dessa resiliência.
Nós iniciamos esse ciclo de 3 anos, também desafiador, como eu disse no início, que foi abreviado, porque, por exemplo, o atletismo teve mundiais em anos consecutivos, 2023 e 2024, e o Brasil, durante todo o ciclo, teve uma regularidade muito grande. Na natação, nós ficamos na quarta posição, com 46 medalhas, uma participação importante; no atletismo, ficamos em segundo lugar, perdendo apenas para a China no Mundial de 2023 — aliás, em número de medalhas, conquistamos mais medalhas que a China: conquistamos 47 contra 45 medalhas dos chineses. Então, foi muito relevante e significativo esse resultado. Nos demais esportes também tivemos ótimo desempenho. É o caso do goalball, da canoagem, do triathlon, do futebol de cinco, do vôlei sentado, em que o Brasil, pela primeira vez, foi campeão do mundo em 2022. Então, foi um ciclo muito especial para todos nós.
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Após isso, nós chegamos aos Jogos de Paris, que, realmente, foram muito desafiadores também, como toda edição de Jogos Paralímpicos, porque o Brasil havia conquistado a melhor campanha em Tóquio, tendo ficado em sétimo lugar, e, quando vamos formular as metas — agora estamos neste momento, inclusive, do plano estratégico —, muita gente que faz parte da gestão, muitas vezes, imagina o seguinte: se nós ficamos em quinto lugar, a meta agora tem de ser ficar em quarto, em terceiro. Mas todo o mundo tem esse mesmo pensamento. Então, chegar entre os dez é um desafio; permanecer é um desafio maior ainda. E, obviamente, quanto mais avançamos, mais difícil fica de avançar.
Nós conquistamos, em Atlanta, em 1996, o 37º lugar e avançamos muito rapidamente, de modo que em 2008, em Pequim, já passamos a integrar o seleto grupo das dez principais potências. Então, em 12 anos, nós avançamos 28 posições, porque fomos para o nono lugar em Pequim. Foi um avanço muito rápido e muito significativo. Só que, quando se chega perto das grandes potências, que têm uma cultura esportiva, fica mais difícil. As pessoas perguntam: “Qual é a diferença? Não há investimento no Brasil?” Obviamente há, e jamais nós poderíamos reclamar de investimento, nem mesmo do respaldo desta Casa para que houvesse esse investimento. A questão é que os países como Grã-Bretanha, Austrália, Estados Unidos, Holanda, Alemanha, França já possuem uma cultura esportiva; as crianças começam o esporte na escola.
Nós fomos, agora, visitar a França para definirmos a cidade em que o Brasil faria aclimatação e vimos que em cada bairro da França, praticamente, há uma piscina e uma pista oficiais. É impressionante a quantidade de instalações esportivas que nós encontramos no entorno de Paris quando fomos selecionar a cidade em que o Brasil faria a sua última fase de treinamento.
Aqui no Brasil, por outro lado, como vocês viram, há o centro de referência e o trabalho dos clubes. Hoje, há mais de 500 clubes que são conectados ao Comitê Paralímpico Brasileiro por conta das modalidades que nós administramos diretamente, além de tantos outros que estão ligados às nossas confederações. Deve haver no Brasil cerca de mil clubes, organizações de pessoas com deficiência, organizações que fazem esporte, além dos programas do Comitê e de alguns Estados e Municípios. Enfim, há muita coisa boa também acontecendo no Brasil, mas nós dependemos de programas específicos, porque, lamentavelmente, isso ainda não acontece onde deveria acontecer, que é na escola, que é no âmbito da educação.
No caso do esporte paralímpico, um dos pleitos que nós temos para o Conselho Nacional de Educação é a alteração da grade curricular do curso de Educação Física, porque o professor sai da universidade preparado para atuar na escola, mas essa atuação não contempla o indivíduo com deficiência, porque nós temos, no curso, apenas uma disciplina de educação física adaptada, que pode ser de 30 horas. Em 30 horas, o professor não consegue nem entender as deficiências, quanto mais criar condição para atender essas crianças nas escolas.
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Então, o nosso desejo, ou nosso sonho — vou até dizer isso para vocês — é que as universidade de Educação Física, ao formarem profissionais que vão atender crianças e jovens nas escolas, ofereçam uma grade curricular diferente, uma grade curricular paralímpica transversal, em que a disciplina de vôlei contemple o vôlei sentado, a disciplina de futebol contemple o futebol para pessoa a com deficiência, a disciplina de basquetebol contemple o basquetebol em cadeira de rodas, enfim todas as modalidades do esporte, de modo que esses profissionais saiam das universidades preparados para atender todas as pessoas.
Os Jogos de Paris eram um grande desafio, e havia com relação a eles uma grande expectativa, porque nós realizamos uma grande campanha ao longo do ciclo. Foi uma campanha especial para todos nós, e a nossa expectativa era realmente fazermos a melhor campanha da história. Quando chegamos a Paris, de fato isso aconteceu. A campanha foi extraordinária. O Brasil conquistou a histórica quinta colocação, e tínhamos potencial para conquistar a quarta colocação, porque ficamos muito próximos da Holanda. A Wanna quebrou o recorde mundial. Aí veio a ucraniana, a última a fazer o lançamento, quebrou o recorde também e levou a medalha de ouro. O Aser estava liderando a prova de salto, mas, no último salto, o russo o ultrapassou. O Ricardo fez o tempo de 27seg10. Aí o russo fez o tempo de 26seg9. Não dá nem para nós imaginarmos o que representa esse tempo em termos de distância. Trata-se basicamente de uma inclinação do tronco para a frente. A Rayane, aqui de Brasília, que foi campeã e recordista mundial dos 400 metros, nos 100 metros fez o melhor tempo da história dessa prova entre as mulheres com deficiência visual, incluindo as classes B1, B2 e B3, com o tempo de 11seg78. Aí a atleta do Azerbaijão, excepcional também, fez o tempo de 11seg76 — 2 centésimos de diferença —, e nós perdemos a prova.
Houve várias situações dessas, que fazem parte do esporte. Nós não podemos reclamar, porque isso também aconteceu a nosso favor. Eu só estou citando isso para dizer que nós poderíamos ter ido além da quinta posição, que já foi extraordinária: 25 medalhas de ouro, 26 medalhas de prata, 38 medalhas de bronze. Essa foi realmente uma campanha espetacular. Eu tenho certeza de que o meu amigo José Antônio vai trabalhar para não só manter, mas melhorar essa campanha.
Eu quero, agora, trazer um pouquinho do que foi essa emoção que vivemos lá em Paris.
(Exibição de vídeo.)
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(Exibição de vídeo.) (Palmas.)
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O SR. MIZAEL CONRADO - Esse vídeo retrata muito do que foram os Jogos de Paris, um momento épico para o movimento paralímpico brasileiro. Todos nós ficamos muito felizes com tudo que aconteceu, com o resultado, mas, mais do que com o resultado, com a estratégia.
Os Jogos de Paris foram extraordinários. Os Jogos de Tóquio foram muito bons. Mas nós acreditamos demais, com todos esses projetos de base, esses projetos estruturantes, como o Centro de Referência, o Camping Escolar, o Camping Militar, que o futuro é ainda mais promissor do que foi bem sucedido o passado.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Augusto Puppio. Bloco/MDB - AP) - Obrigado, Presidente Mizael.
Agora, passo a palavra para a Sra. Wanna Brito, atleta paralímpica, medalhista de prata nos Jogos de Paris 2024, um grande orgulho para o Estado do Amapá.
A SRA. WANNA HELENA BRITO OLIVEIRA - Boa tarde, senhores.
É com imenso orgulho que eu me dirijo a vocês não apenas como uma atleta paralímpica que trouxe para o Brasil, entre vários títulos, a medalha de ouro no lançamento de club; a medalha de ouro no arremesso de peso do Mundial de Atletismo Paralímpico de Kobe, no Japão; a medalha de prata nos Jogos de Paris de 2024; a medalha de ouro no arremesso de peso em 2023, no Chile, nos Jogos Parapan-Americanos; mas também como uma amapaense que, com muita luta e dedicação, conquistou seu espaço no esporte. Cada medalha que conquistei, cada recorde que quebrei representa a força do esporte paralímpico do nosso País; representa a superação, a garra e a determinação de cada atleta que, assim como eu, busca vencer desafios e inspirar a todos.
Eu vou resumir um pouquinho da minha história no esporte para vocês. É uma história muito maravilhosa.
Minha experiência com o esporte começou com a natação em 2018. Fiquei um ano na natação. Iniciei no atletismo em 2019. Treinei 6 meses. Com isso, fui participar da minha primeira competição, que foi em março, antes da pandemia, no Nordeste. Eu consegui ir e já cheguei chegando, graças a Deus: consegui um ouro e duas pratas. Isso já começou a despertar em mim um sentimento muito maravilhoso pelo esporte.
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Quando eu cheguei ali, eu senti que já não precisava brigar para ser ouvida e vista; eu já estava inclusa na sociedade. O esporte me incluiu na sociedade de uma forma que eu nunca imaginei que fosse ser incluída e aceita na sociedade. Desde então, o esporte fez parte da minha história. O esporte tem sido maravilhoso na minha vida. A partir do momento em que não se precisa mais brigar para ser aceita, brigar para ser inclusa, para ser vista, eu acho que já é uma inclusão. Só que a pessoa que não tem medalha, que não é atleta, tem que brigar para ser incluída, e isso é um pouco complicado.
Voltando para a minha história, na primeira competição eu conquistei um ouro e duas pratas. Fui ouro no arremesso de peso — o peso já fazia parte da minha história. Aí também vieram o lançamento de club, o lançamento de disco e o lançamento de dardo — foi prata.
Depois que eu voltei de Recife, onde foi a primeira competição, em março de 2020, veio a pandemia, e ficamos 1 ano parados, 1 ano sem competição. Ficamos 1 ano parados, literalmente. Em 2021, nós retornamos às competições, retornamos aos treinos e tudo mais. Quando foi 2022, eu passei em uma reclassificação, em São Paulo. A partir dali, a minha história começou a mudar ainda mais.
Quando eu reclassifico para uma classe mais justa, considerando a minha deficiência, eu consigo me destacar, voar mais alto, vamos dizer assim. Eu consegui bater recordes na América, bater recordes brasileiros. Tudo estava acontecendo, mas ainda não estava definida a minha classificação. Isso foi em março ou maio de 2022. Em agosto de 2022, aconteceu o Meeting Paralímpico Loterias Caixa de Macapá, uma competição muito importante que ocorre nas capitais do Brasil. Ali eu defini a minha classe.
Com a definição da minha classe, a minha carreira já alavancou de uma forma tremenda. Eu tive a oportunidade de me classificar, de definir a minha classe e tudo mais. Quando foi em outubro de 2022, o CPB começou a me ver com outros olhos: como uma atleta de alto rendimento. Começou a me convocar para os treinamentos da Seleção e tudo mais. Quando foi em 2023, ano passado, eu fui para São Paulo e fiz um treinamento prolongado lá. Passei 3 meses em São Paulo. Aquela era a possibilidade da minha vida. Eu não podia derrapar, não podia dar errado.
Eu fui para São Paulo para tentar uma minha classificação internacional. Classificação internacional é quando nós nos classificamos internacionalmente, e o mundo já vê a nossa marca, já vê quem nós somos, já vê quem é a Wanna Brito, quem é a atleta.
Quando recebi, no meu celular, a convocação para Marraquexe, eu estava chorando. Eu estava bem triste nesse dia, porque estava cansada.
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Aí, chega a convocação no meu celular. Eu só faço assim: "Obrigada, meu Deus!" Eu grito no quarto, sozinha: "Obrigada, meu Deus! Obrigada, meu Deus!" Eu grito e choro, enfim, porque eu sabia que ali era a possibilidade da minha vida. Eu sabia que ali eu iria mudar a minha vida. E, graças a Deus, mudou.
Eu fui para Marraquexe. Consegui um ouro e uma prata em Marraquexe: um ouro no arremesso de peso e uma prata no lançamento de club. Isso foi no Marrocos, em março de 2023.
Em julho do ano passado, no Mundial de Paris, eu consegui uma prata no arremesso de peso.
Já no Parapan-Americanos no Chile, em novembro de 2023, eu consegui um ouro, com recorde das Américas. As coisas já começaram a alavancar.
Neste ano, no Mundial em Kobe, no Japão, eu me tornei campeã mundial (ininteligível). Campeã mundial, quem diria? Que honra, que maravilha poder representar a Nação, poder apresentar o nosso Estado, poder apresentar o Brasil.
Em julho de 2024, veio a convocação para os Jogos Paralímpicos de Paris, que são o auge do atleta, é o carro-chefe do atleta. Todo mundo quer estar ali, todo mundo quer ganhar. Ali, eu bati dois recordes mundiais na minha prova do arremesso de peso, mas a Ucrânia foi lá e me passou; e está tudo bem. É o esporte. Nós perdemos, nós ganhamos, somos ouro, somos bronze, enfim, está tudo bem.
Agora, eu estou treinando para conseguir subir no ranking de novo (risos), conseguir superar, botar (ininteligível) de novo, porque nós somos assim, nós somos muitos competitivos.
Isso é um pouquinho da minha história. Eu resumi a minha história no esporte para vocês. Agora eu vou continuar o meu discurso, está bem?
O esporte paralímpico brasileiro vem crescendo a cada dia. Isso deve-se, em grande parte, ao apoio fundamental de empresas, do Governo Federal, que acreditam em nosso potencial.
Nesse ponto, eu gostaria de fazer um agradecimento especial à Caixa Econômica Federal, que acredita no nosso potencial, pelo apoio incondicional ao esporte paralímpico brasileiro.
A Caixa tem sido uma parceira fundamental para o nosso desenvolvimento. Seus investimentos têm nos permitido alcançar resultados cada vez mais expressivos. É graças a esses investimentos que podemos nos dedicar aos treinos, aprimorar nossas técnicas e alcançar resultados cada vez mais expressivos, levando o nosso Brasil e nossos Estados aos pódios de competições internacionais.
Agradeço também ao Mizael, Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, que exerce com maestria o papel de Presidente, no seu último ano de delegado, à frente da Presidência do Comitê Paralímpico Brasileiro. Sua dedicação e competências têm sido essenciais para o crescimento do esporte paralímpico no País.
Para que nós continuemos nessa trajetória vitoriosa, precisamos de mais apoio, precisamos que as empresas nos abracem, abracem o esporte paralímpico, que acreditem na força transformadora do esporte e invistam em nosso sonho. Afinal, investir no esporte paralímpico é investir num futuro mais inclusivo, onde todos têm a possibilidade de mostrar seu talento e potencial.
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Convido vocês a se juntarem a nós nessa jornada. Vamos fortalecer o esporte paralímpico brasileiro e mostrar ao mundo a força e a capacidade do nosso povo. Acreditamos que, com o apoio de todos, o Brasil continuará a brilhar nos pódios e a inspirar gerações futuras.
Obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Augusto Puppio. Bloco/MDB - AP) - Obrigado pelo depoimento, Wanna.
É muito emocionante a sua história, como é a história de qualquer atleta do Brasil, do esporte ou do paradesporto.
Agora, eu passo a palavra ao Sr. Yohansson Nascimento, Vice-Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.
O SR. YOHANSSON NASCIMENTO - Uma boa tarde a todos, ao Deputado Augusto Puppio, ao Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Mizael Conrado — eu deixo os meus, para sempre, agradecimentos pelos ensinamentos desses quatro anos ao teu lado, Mizael, na vice-Presidência do Comitê Paralímpico Brasileiro —, e ao José Antônio Freire, futuro Presidente do CPB.
Estou extremamente feliz em saber que eu terei essa continuidade junto com você, que brilhantemente comandou a CBDV nesses Jogos Paralímpicos de Paris, conquistando dez medalhas para o nosso Brasil.
Saúdo o Fábio Araujo, Secretário Nacional do Paradesporto — meu amigo, um abraço enorme e parabéns por tudo que você vem fazendo para o nosso Brasil.
Deixo também os meus cumprimentos ao Lindberg e à Roseane Estrela, que representa o Presidente do CBCP, o Sr. João Batista.
Wanna Brito, parabéns por toda a história, por todo o seu comprometimento! Eu tenho certeza de que essa medalha douradinha de jogos paralímpicos virá em Los Angeles em 2028.
Em nome do meu amigo Daniel Brito, eu saúdo todos os nossos amigos, funcionários e colaboradores do CPB e todas as autoridades aqui presentes.
Como é bom saber que o esporte transforma. Vendo aqui o discurso da Wanna Brito, eu fico imaginando como seria a vida da Wanna sem o esporte paralímpico, como seria também a minha vida sem o esporte paralímpico, saindo lá de Maceió, Alagoas, sem as duas mãos, e como seria a vida de Mizael Conrado e de José Antônio Freire, ambos do futebol de cegos. Como o esporte transforma tanto a vida de jovens, crianças, adultos de todo o nosso Brasil!
O CPB tem a missão de estar em todo o território nacional. Deixa-me muito feliz saber que o CPB hoje, com todos os programas, vem abrindo portas, abrindo caminhos para toda essa juventude, para todas essas pessoas que vão enxergar não apenas a sua deficiência, a ausência de mãos, a ausência de visão, o uso de cadeira de rodas, mas, sim, as suas potencialidades como indivíduos.
Wanna, quando você chega ao Amapá, você não chega como mais uma pessoa com deficiência. Você chega como uma estrela amapaense, uma vitoriosa, uma atleta que orgulha tanto o seu povo.
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Eu tenho certeza, Wanna, de que você será uma inspiração muito grande para novos atletas que iniciarão o esporte paralímpico no Amapá.
O Comitê Paralímpico Brasileiro, como o Mizael falou, tem muito a avançar. Imaginem no Brasil, com mais de 200 milhões de pessoas, um país gigantesco, quantas e quantas crianças ainda sequer sabem que serão medalhistas em Brisbane, em 2032.
Eu tenho certeza de que, junto com o José Antônio, faremos com que o esporte paralímpico avance cada vez mais em todo o nosso território. Sei que os desafios são grandes. Quando o Mizael começou a falar em 1.500 centros de referência, eu pensei: "Opa, Mizael". Ainda bem que ele corrigiu antes que eu me assustasse. Mas é um número bem plausível esses 500 centros de referências espalhados por todo o nosso Brasil. E merece, pois há mais de 5 mil Municípios no nosso País. Temos certeza de que isso é extremamente possível.
Saibam que os tantos projetos que o CPB vem fazendo é pensando nas crianças. Está na nossa missão ser referência na iniciação ao esporte de alto rendimento e fazer a inclusão da pessoa com deficiência na sociedade através do esporte paralímpico.
Minha fala será curta, senhores. O nosso futuro Presidente, José Antônio, ainda vai falar com vocês, mas certamente eu já deixo aqui meu comprometimento de que vocês continuarão tendo orgulho do esporte paralímpico. Eu tenho certeza absoluta de que, em 2028, o Brasil continuará avançando ainda mais, conquistando medalhas e colocando o Hino do Brasil no lugar mais alto do pódio.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Augusto Puppio. Bloco/MDB - AP) - Muito obrigado, Yohansson Nascimento.
Agora eu passo a palavra ao Sr. José Antônio Freire, Presidente eleito do Comitê Paralímpico Brasileiro.
O SR. JOSÉ ANTÔNIO FREIRE - Boa tarde a todos.
Quero saudar o Exmo. Deputado Augusto Puppio, que está hoje presidindo esta sessão.
Quero saudar o Mizael Conrado, atual Presidente do CPB, pelo grande relato desses 16 anos. Os primeiros 8 anos foram como Vice-Presidente e depois mais 8 anos como Presidente, terminando agora em 31 de dezembro.
Quero saudar o Yohansson Nascimento Ferreira, que irá continuar como Vice-Presidente, a Wanna Brito, grande atleta, medalhista de prata. Ela orgulha muito o Amapá, com todo esse relato, esse trabalho, mostrando toda a dedicação de uma grande atleta. Certamente, em Los Angeles, vai ganhar a tão sonhada medalha de ouro.
Quero saudar a Roseane Estrela, minha colega. Participamos do CONAD, ela como Secretária Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Hoje representa o grande João Batista, pelo CBCP — Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos.
Quero saudar o meu querido Fábio Araujo, Secretário Nacional de Paradesporto; Daniel Brito, Assessor de Comunicação, um amigo; todos que fazem parte do CPB; e todos e todas que estão aqui hoje participando desta sessão.
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Quero dizer que, para mim, é uma honra estar aqui e poder falar um pouco do futuro do CPB, da minha trajetória, para que todos e todas possam tomar conhecimento.
Eu fui Presidente do Instituto dos Cegos da Paraíba Adalgisa Cunha, depois, Presidente da CBDV — 12 mandatos —, de 2017 a 2024, período em que conseguimos bons resultados, ampliamos o desporto de cegos no Brasil, trabalhando, principalmente, em parceria com o CPB, nas bases, levando novos atletas. Nós tivemos a percepção de que os nossos atletas, nas três modalidades que a CBDV administra — golbol, feminino e masculino, judô, feminino e masculino, e o futebol de cegos —, precisam de reposição de peças.
Penso que um dos legados foi trabalhar fortemente na base, buscando desenvolvimento, fomento, e, como bem falou o meu amigo Yohansson, nessas últimas Paraolimpíadas conseguimos dez medalhas, sendo que as quatro de ouro ajudaram o Comitê Paralímpico Brasileiro — CPB a alcançar o 5º lugar.
Ao escutar o relato do Mizael percebemos que há muito trabalho pela frente. Para chegar, no ano que vem, a 102 centros de referência e, em 8 anos, a 560 centros de referência, será necessário um trabalho duro e de muita dedicação. Com isso, poderemos chegar mais perto das pessoas com deficiência e levar esses centros de referência a Municípios distantes de Brasília, ao Centro-Oeste, ao Norte, ao Nordeste, que são as regiões mais pobres e que precisam de política voltada para o esporte a fim de dar oportunidade às pessoas com deficiência.
Com esse projeto, junto ao Governo de São Paulo, iremos atender, inicialmente, 70 escolas, depois, mil escolas. Faremos do esporte da pessoa com deficiência o maior instrumento de inclusão. Prepararemos os professores de educação física para atenderem as crianças com deficiência conjuntamente com as outras e não separadamente, como ocorre hoje, e elas sequer têm acesso à educação física.
Portanto, trata-se de diversos projetos. O velódromo é um dos grandes projetos que está sendo construído, junto ao Governo de São Paulo, para que possamos ter um dos melhores velódromos do mundo. O ciclismo é uma modalidade que consegue entregar 51 medalhas de ouro, e se conseguirmos um ciclismo forte, certamente manteremos o 5º lugar ou avançaremos. Esse é um grande objetivo que poderemos buscar dentro do CPB.
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Outro grande projeto é o Programa Transição de Carreira, que trata de atletas com idade não tão boa para alguns esportes e para os quais mudamos a modalidade de esportes a fim de viabilizar a esses atletas sucesso em outro esporte.
Precisamos trabalhar fortemente na ciência e estratégias para que possamos desenvolver e levar o esporte para muito mais distante. Nós temos o legado deixado por Mizael, para que possamos, juntamente com Yohansson, levar esse esporte para muito mais pessoas com deficiência que sequer sabem que existem esportes para pessoas com deficiência.
Temos o compromisso de aumentar o número de pessoas com deficiência nos festivais, nos meetings, para que o CPB se torne esse espaço como um grande instrumento de trabalhar muito fortemente a inclusão. Não há meio maior de inclusão do que o esporte. Nós temos uma diretoria de inclusão e vamos fazer com que ela avance muito nesse tema, que é rico, para as pessoas com deficiência.
Na governança, dita por Mizael, temos feito com que o CPB seja um instrumento para que possamos usar melhor os nossos recursos. Aliás, 95% dos recursos são públicos e precisam ser melhor utilizados. É preciso haver instrumentos que garantam o uso desses recursos.
Temos muitos projetos para elevarmos o nível do nosso paradesporto. O meu compromisso aqui com os senhores, a partir de 2 de janeiro, é dar prosseguimento a todos esses projetos ditos pelo nosso Mizael Conrado. Eu fui escolhido pelo movimento das pessoas com deficiência para exercer esse mandato, com toda a capacidade e competência que o CPB merece.
Quero agradecer a todos e a todas e me colocar sempre à disposição desta Casa ou do Senado para que possamos dar todas as informações necessárias a fim de que as pessoas tomem conhecimento sobre o que está acontecendo no paradesporto no Brasil.
Um abraço e até a próxima oportunidade! (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Augusto Puppio. Bloco/MDB - AP) - Muito obrigado, José Antônio Freire.
Imagina a responsabilidade de pegar um mandato logo depois do Mizael Conrado. É muita responsabilidade, mas tenho certeza de que você vai continuar e multiplicar esse trabalho. Do que você precisar aqui da Câmara, especialmente do nosso mandato, pode contar em 100% conosco.
Neste momento, eu passo a palavra para o Fábio Araujo, um amigo que a política me deu, Secretário Nacional de Paradesporto do Ministério do Esporte.
O SR. FÁBIO AUGUSTO LIMA DE ARAUJO - Boa tarde a todos e a todas aqui presentes.
Sr. Deputado Augusto Puppio, o Deputado amigo do Paradesporto, é uma honra estar de volta aqui nesta Comissão e poder falar um pouco sobre a pauta do paradesporto.
Meu amigo Mizael Conrado, Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, e também meu querido amigo Yohansson Nascimento, que tanto nos deu alegria nas pistas e agora como gestor esportivo também traz muitas coisas boas para o esporte brasileiro, é uma honra estar aqui com vocês.
José Antônio Freire, Presidente eleito do Comitê Paralímpico Brasileiro, também um amigo, deixou agora o comando da Confederação Brasileira do Desporto para Deficientes Visuais, onde fez um trabalho magnífico. Tenho certeza de que você vai fazer um trabalho magnífico também à frente do CPB.
Wanna Brito, obrigado por engrandecer o esporte brasileiro. (O orador se emociona.) (Palmas.)
Eu sou um privilegiado, pois tenho a honra de comandar a Secretaria Nacional de Paradesporto. No momento em que o Mizael Conrado mudou o esporte paralímpico brasileiro, mudou a vida de muitas pessoas. É claro que ninguém faz nada sozinho: o Yohansson faz parte dessa Diretoria, e aqui o Daniel Brito representa toda a equipe do CPB. Eu, durante todo esse tempo na Secretaria de Paradesporto, tive o prazer de acompanhar de perto o trabalho. Que honra e que privilégio participar desse momento!
Sabemos que, no Brasil, existe sempre um histórico de eternização no poder dentro do esporte, e isso nunca foi algo bom. Precisamos sempre de renovação, precisamos sempre de exemplos como você, Mizael, para que possamos desenvolver o esporte brasileiro, para que não fiquemos só no top 5 das Paralimpíadas, mas também no top 5 das Olimpíadas.
Meu amigo, o esporte paralímpico deve muito a você. As pessoas com deficiência devem muito a você. A Wanna, eu acho, incorpora muito bem o trabalho que você fez durante esses 8 anos. Ela foi descoberta num meeting em Macapá. Se você não tivesse dado essa oportunidade, a Wanna Brito seria vice-campeã paralímpica, recordista mundial, campeã mundial? Não sei. Mas se você der oportunidade para a pessoa com deficiência por meio do esporte, você vai mudar a vida dela. Ela pode não conquistar uma medalha paralímpica, mas você muda a vida das pessoas dando acesso ao esporte.
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Porém, você muda a vida das pessoas dando-lhes acesso ao esporte. Parabéns a você, meu amigo.
Zé, eu não queria estar na sua pele, mas eu tenho certeza de que o trabalho que você fez na CBDV durante todo esse tempo vai refletir também no seu trabalho, no seu legado próprio dentro do CPB.
Meus amigos, obrigado.
Vamos em frente! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Augusto Puppio. Bloco/MDB - AP) - Fábio, sempre carregado de muita emoção. Desta vez eu não chorei, só você, ainda.
Agora eu passo a palavra à Deputada Rosinha, que é minha inspiração aqui, pessoa cujo caminho e trajetória política eu tento seguir, representando aqui o Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos, CBCP.
A SRA. ROSEANE CAVALCANTE DE FREITAS ESTRELA - Boa tarde a todos, Deputado, todos que compõem o CPB.
Primeiro, eu trago aqui um abraço fraterno do nosso Presidente do Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos, o João, amigo do Mizael e, posso dizer também, agora do Deputado e de muitos aqui.
Quero também dizer que trago um abraço de toda a equipe do CBCP para o CPB, porque nós damos um passo e olhamos para vocês, porque, como bem disse o Mizael, são excelência, por quem nós temos um orgulho enorme.
Eu estou nervosa aqui mesmo, porque estou emocionada. Eu fico olhando para o Yohansson, mas não posso olhar muito, senão eu choro também. Lembro dos momentos em que ficávamos juntando os trocadinhos para que o Yohansson pudesse participar de uma competição. O Yohansson foi atleta da Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas — ADEFAL, instituição que eu dirigi por alguns anos. Fui diretora de esportes. Então, a responsabilidade maior para que os atletas participassem era minha.
Que bom que o Yohansson conseguiu novas oportunidades e está aí. Não só ganhou medalha como um atleta de excelência no alto rendimento, mas a medalha da vida, da inclusão, de chegar à Vice-Presidência do CBCP e ser uma fonte de inspiração, assim como é o Mizael e o Zé Antônio, e essa maravilhosa e linda que está aí.
Mulher, ponha a medalha, para que os telespectadores possam ver você.
Vejam que coisa mais linda. (Palmas.)
Deputado, eu fui atleta de natação. Eu vou ter que dizer o período e, com isso, me entregar aqui, mas não riam.
Mizael, não ria de mim, pois você é meu contemporâneo.
Quando o Yohansson começou, eu já tinha parado. Eu parei no fim da década de 1980, início da década de 1990, quando ainda nem existia o CPB. Então, eu peguei toda essa organização do paradesporto. Acompanhei de perto muitas vezes, às vezes de longe, o crescimento de toda essa organização no Brasil inteiro e, principalmente, do CPB, pelo qual tenho um orgulho enorme.
Mizael, eu assisti à palestra sobre compliance que Paulo ministrou na COB EXPO. Eu fiquei maravilhada, porque eu já conhecia muitas coisas, já sei que é tudo isso. Mas pude ver os detalhes das certificações, dos resultados, de toda essa construção, que parecem ter ocorrido em muito tempo, mas, na verdade, ocorreu em pouco tempo, pouquíssimo tempo.
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E o mais importante de todo esse trabalho é saber exatamente quanto todo esse esforço mudou a vida das pessoas lá na ponta. O Fábio foi muito feliz na sua fala. Eu sou uma resgatada para a sociedade, maravilhosa assim como você, por conta do esporte. Em toda a minha trajetória, cheguei aonde cheguei porque o esporte me trouxe. Foi o esporte que me fez cidadã. Então, tenho um orgulho enorme de poder falar isto aqui para vocês.
Agora, nós estamos em outra missão, lá no Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos, que é um primo do CPB, bem novinho, tem apenas 3 anos de atividade. Porém, com certeza, tem dado a sua grande contribuição na formação de atletas.
Com certeza, nós precisamos estar cada vez mais de mãos dadas — não é, Deputado? — para que possamos ajustar na legislação aquilo que ainda não está ajustado. Inclusive, eu quero deixar aqui um dever de casa para nós: a questão da isenção da importação dos equipamentos, não é, Mizael? Nós precisamos fazer um grande trabalho. A legislação está parada, e nós precisamos retomar isso, Deputado. Depois, eu vou levar essa pauta a V.Exa. Digo isso, porque tudo o que eu levo para o Deputado ele leva para frente. Eu tenho o maior orgulho desse trabalho, porque é assim que ele faz. Eu digo uma coisa, e ele vai lá.
Ele não chorou hoje, Fábio, porque ele não conseguiu ir às Paraolimpíadas. Se tivesse ido, ele estaria sem lenços para enxugar as lágrimas.
Então, é isso.
Zé Antônio, desejo-lhe muito sucesso na sua trajetória. Realmente, como disse o Deputado, a missão do CPB já não é fácil por si só. E depois de toda a atuação do Mizael e sua equipe nesses últimos anos, houve um crescimento.
E agradeço e dou meus parabéns para o Yohansson na Vice-Presidência. Que Deus lhe dê sabedoria neste novo momento. Eu tenho certeza de que você também vai deixar muito de você, assim como deixaram o Mizael e tantos outros.
Eu sou da época em que o Presidente do CPB ainda era o João Batista e tenho lembranças maravilhosas dessa medalha da vida, medalha da inclusão a que todo esse trabalho se refere. Esse trabalho é tão importante ou mais importante para a nossa sociedade do que as medalhas. Isso vale para quem não é atleta. O atleta só quer a medalha; só quer a conquista; só quer a vitória.
Parabéns! Desejo-lhe sucesso. Daqui a pouco um outro ciclo começa. Aliás, já começou. O pessoal não parou de treinar.
Você já está treinando, não é, mulher? Já.
Mais uma vez, sucesso para vocês.
Como eu disse logo no início, antes de começar a sessão, Mizael, eu tenho certeza de que esse time só está reforçado com a vinda de Zé Antônio. Porque você não pode sair desse contexto, principalmente porque nós não vamos deixar.
Então, é isso.
Vamos em frente, Deputado. Parabéns pela sua atuação, que tem sido realmente mais do que sensível à causa, porque sensíveis nesta Casa muitos são. Mas V.Exa. está envolvido e comprometido com o paradesporto, com o crescimento do paradesporto em todas as suas nuances, inclusive com relação a investimentos.
Vamos fazer aquele evento bem grande no Amapá, viu? Será no início do próximo ano.
Obrigada e parabéns. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Augusto Puppio. Bloco/MDB - AP) - Obrigado, Deputada Rosinha.
Eu não fui por dois motivos. Um dos motivos é que eu não tive índice olímpico. O segundo é que tentei de todas as maneiras aqui, mas a Casa não me liberou. E eu ia tomar algumas faltas bem pesadas aqui. Mas acompanhei bastante aqui pela televisão.
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Muito obrigado pela presença de todos.
Nós tivemos uma pergunta, e eu vou direcioná-la ao Presidente Mizael. A seguinte pergunta foi de Miguel Horacio Delafiori: "Como foi feita a eleição de Presidente do comitê para o próximo ciclo e por que os atletas não puderam votar?"
O SR. MIZAEL CONRADO - Primeiro, muito obrigado, meu amigo Fábio, pela generosidade de sempre. Ele foi um grande amigo que sofreu conosco lá nos jogos. Houve um momento ali em que a medalha ficou por 2 centésimos, para o último lançamento. O Fábio estava conosco lá e vimos que ele tem alma paraolímpica porque sofreu conosco o tempo todo e depois celebrou. Nós realmente nos emocionamos muito.
Rosinha, muito obrigado também pelo carinho de sempre. Você foi uma pessoa... Foi não. Eu ia dizer "foi", mas você está longe de chegar a este tempo verbal. Você é uma pessoa que contribui demais. Aliás, ontem houve uma importantíssima conquista legislativa, consignando de fato o Sistema Nacional do Esporte, incluindo diversos comitês e confederações. Você foi uma peça fundamental, como vem sendo nessas conquistas que vimos conseguindo para o esporte, aliás, não só para o paralímpico, porque as ações são em prol do esporte nacional. Então, realmente, parabéns e muito obrigado pelo que você vem fazendo!
Parabéns também para o Johnny Boy, que está lá trabalhando bastante, com todo o entusiasmo que sempre teve.
Quero dizer que acompanho também não só o trabalho do Deputado Augusto — como temos dito aqui, ninguém faz nada sozinho —, mas da equipe inteira. O Sérgio é um obstinado pelo trabalho também. Acho que ele está aqui presente — não é, Sérgio? —, trabalhando sempre bastante, apoiando a causa paraolímpica, com um entusiasmo incrível. Eu tive a oportunidade de falar poucas vezes com o Sérgio, mas já deu para perceber que ele realmente, Deputado, é uma pessoa que representa demais as boas causas e o trabalho.
Com relação ao Miguel, gostaria de dizer que a eleição aconteceu com o processo regular, previsto pelo Estatuto, e naturalmente com a presença dos atletas.
Miguel, nós temos um terço da nossa assembleia composta por atletas que votaram unanimemente no Zé Antônio. Então, o Zé foi eleito por aclamação, contando essa assembleia que elegeu o Zé Antônio com um terço de atletas. Então, os atletas votaram, sim. Eu não sei de onde saiu essa informação, mas os atletas, sim, votaram. Os canais do CPB estão à sua disposição lá. Se você tiver alguma dúvida, qualquer questão de esclarecimento, estaremos sempre à disposição. Mas não houve, nos últimos tempos, Miguel, e todos que nos acompanham, e não haverá tampouco no futuro, qualquer assembleia dessa instituição sem, pelo menos, um terço dos delegados serem representantes. No nosso caso, não são nem representantes. Todos os membros da assembleia, delegados dos atletas, são atletas necessariamente que disputaram pelo menos uma das últimas duas edições de Jogos Paralímpicos. Então, no nosso caso lá, poderiam ser representantes, mas não temos nenhum representante. Todos os integrantes da assembleia são atletas. Então, votaram e seguirão votando em tantas quantas assembleias acontecerem lá na estrutura do CPB.
O SR. PRESIDENTE (Augusto Puppio. Bloco/MDB - AP) - Muito obrigado a todos.
Nada mais havendo a tratar, agradeço a presença de todos e declaro encerrada esta audiência pública.
(Palmas.)
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