Horário | (Texto com redação final) |
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ABERTURA DA SESSÃO
A SRA. PRESIDENTE (Professora Dorinha Seabra. UNIÃO - TO) - Declaro aberta a sessão solene do Congresso Nacional destinada a comemorar 35 anos de criação do Estado do Tocantins.
HOMENAGEM
A SRA. PRESIDENTE (Professora Dorinha Seabra. UNIÃO - TO) - A presente sessão foi convocada em atendimento ao requerimento do Congresso Nacional nº 13, de 2023, de minha autoria, do Senador Eduardo Gomes e do Deputado Federal Ricardo Ayres.
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(É entoado o Hino Nacional.)
(Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Professora Dorinha Seabra. UNIÃO - TO) - Convido todos para, em posição de respeito, entoarmos o Hino do Estado de Tocantins.
(É entoado o Hino de Tocantins.)
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A SRA. PRESIDENTE (Professora Dorinha Seabra. UNIÃO - TO) - Neste momento, convido todos para assistirem no painel ao vídeo institucional preparado pelo Governo do Estado do Tocantins.
(Exibição de vídeo.)
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A SRA. PRESIDENTE (Professora Dorinha Seabra. UNIÃO - TO) - Gostaria de convidar o Senador Confúcio Moura, que é tocantinense de nascimento, para estar conosco na Mesa. Ao mesmo tempo em que agradeço sua presença, convido-o a compor a Mesa.
Sr. Senador Eduardo Gomes, requerente desta sessão; Sr. Deputado Federal Ricardo Ayres, também requerente desta sessão; Governador do Estado do Tocantins, Sr. Wanderlei Barbosa; Secretário-Chefe da Casa Civil, Sr. Deocleciano Gomes Filho, que neste ato representa todos os Secretários, Presidentes de autarquias e equipe do Governo do Tocantins aqui presentes, a quem agradecemos; Embaixador do Irã, Sr. Hossein Gharibi;
Embaixador de Omã, Sr. Talal Al Rahbi; Embaixadora da Síria, Sra. Rania Al Haj Ali; representando a Ministra de Estado da Cultura, Chefe da Assessoria Parlamentar, Sr. Amauri Santos Teixeira; Sras. e Srs. Prefeitos dos Municípios do Tocantins aqui presentes — eu gostaria, nas pessoas do Prefeito Elves, de Aliança; do Prefeito Suzano, de Aparecida do Rio Negro; e do Prefeito Pastor João, de Mateiros, de agradecer e cumprimentar todos os Prefeitos do Estado do Tocantins —; senhoras e senhores membros do Corpo Diplomático da Polônia, da República Dominicana e da Síria; representando a Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, Juíza Julianne Marques, a quem agradecemos a presença; Secretário Extraordinário de Representação, Sr. Carlos Manzini; Sr. Secretário de Comunicação, Márcio Rocha; Sr. Secretário de Cultura, Sebastião Pinheiro; Sr. Secretário de Estado do Meio Ambiente, Marcello Lelis; Sr. Secretário de Estado de Parcerias e Investimentos do Tocantins, Thomas Jefferson; Sr. Secretário de Turismo, Hercy Ayres Rodrigues; Procurador-Geral do Estado do Tocantins, Kledson de Moura Lima; Srs. Vereadores dos Municípios do Tocantins — eu gostaria, nas pessoas dos Vereadores de Palmas que estão presentes, Major Negreiros, Waldson da Agesp, Nego do Palácio, Josmundo, Eudes, de agradecer a presença de todos os Vereadores; nosso colega de trabalho Senador Eduardo Siqueira Campos, a quem cumprimento, filho do ex-Governador Siqueira Campos, e Sr. Francisco Henrique, também filho do ex-Governador Siqueira Campos — neste ato, ambos representam a memória viva do nosso Estado —; Senador Bispo Guaracy, que está aqui também conosco; caro colega Deputado Federal Lázaro Botelho, que está aqui conosco representando também a bancada do Tocantins; Sr. Governador Wanderlei Barbosa; Sras. e Srs. Senadores; Sras. e Srs. Deputados; demais presentes e todos que assistem a esta sessão solene pela TV Senado e pela Internet, é com muita alegria que estou aqui, neste momento, para homenagear o nosso Estado do Tocantins, que orgulhosamente represento no Senado Federal e que está completando 35 anos da sua criação.
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A questão da divisão territorial sempre esteve presente na história do Brasil, e nós fomos bem sucedidos no desenho de um Brasil grande e unitário. Essa conquista inicial, fundamental para sermos o que somos hoje, evidentemente não poderia resolver questões internas sobre a nossa subdivisão territorial.
Nesse sentido, as melhores oportunidades para debater o mapa do Brasil sempre ocorreram nas Assembleias Constituintes. A Assembleia Constituinte de 1997-1998 foi muito feliz, com muitas discussões de alto nível, para a criação de um novo projeto de Nação, que gostaríamos de encampar inclusive do ponto de vista geográfico.
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No meio político, ecoavam os anseios populares daquele momento histórico, que apontavam para a criação de Estados menores e mais ágeis em sua administração. Contudo, a maioria das propostas de redivisão territorial não prosperou na Assembleia Constituinte. Das várias tentativas de divisão territorial, apenas uma seguiu adiante e, inclusive, contou com o apoio do Estado original. Nós estamos falando da proposta de criação do Estado do Tocantins, encabeçada pelo então Deputado Federal José Wilson Siqueira Campos, o nosso Siqueira Campos.
Não pensem as gerações mais novas que só de flores foi feito este caminho. Não foi fácil. Antes dos debates na Assembleia Constituinte, ainda no século XIX, era efervescente essa discussão. Veio a Constituinte. Com ela, o debate sobre a criação do Tocantins estava instalado. Havia um ambiente propício entre os Parlamentares tanto do norte como do sul goiano. Parlamentares de outros Estados também viam a proposta com bons olhos.
Foi com a promulgação da nova Constituição Federal, a Constituição Cidadã, de Ulysses Guimarães, que tanto nos orgulha, que ficou estabelecido, enfim, que o Estado do Tocantins seria oficialmente instalado a partir de 1º de janeiro de 1989.
Em paralelo às comemorações, os tocantinenses, orgulhosos, arregaçaram as mangas e começaram a trabalhar firme para viabilizar as primeiras providências do jovem Estado. Tanto no setor público como na iniciativa privada, novos e antigos tocantinenses começaram, com o seu esforço, com a sua dedicação, a desenhar a identidade daquele lugar, destacando-o cada vez mais de Goiás, o nosso Estado irmão. Só nós tocantinenses de nascimento ou de coração sabemos como era difícil a vida no norte goiano quando tudo era Goiás.
Podemos afirmar, passados 35 anos, que a experiência de criação e desenvolvimento do Estado do Tocantins é um case de sucesso. Nossa vocação agroindustrial deu bons frutos. Atualmente, somos referência na exportação de soja e carne bovina. Também produzimos e exportamos milho, arroz, abacaxi. Temos um setor mineral forte e bastante promissor. No meio urbano, contamos com uma vibrante construção civil, o que impulsiona também os setores de geração de energia elétrica e de tratamento de água. Por estarmos na região da Amazônia Legal, temos um olhar atento às questões ambientais, que são cada dia mais urgentes e relevantes, destacando-se o Tocantins à frente de todos os demais Estados desta Nação.
O Tocantins é uma história nascida do descaso e do abandono de uma região esquecida por séculos. O sonho libertário do norte foi o horizonte e o destino de uma gente ávida pela construção de um novo lugar. Essa história foi desenhada nos contornos do coração. O Tocantins é uma história edificada com paciência, firmeza e determinação, que resultou num processo de destruição da miséria e numa trajetória de uma história que nos alegra e nos ilumina.
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A história do nosso Estado se mistura com a nossa própria história. Alguma vez, algum de vocês já parou para avaliar como seria a sua vida se não houvesse a divisão do Estado do Goiás e a criação do Tocantins? O que estaríamos fazendo? Seríamos pessoas públicas? Seria eu Senadora da República? Seria o Governador Wanderlei Barbosa o nosso Governador? O Senador Eduardo Gomes seria nosso Senador? O Deputado Federal Lázaro Botelho seria nosso Deputado? O Deputado Federal Ricardo Ayres seria nosso Deputado? O que seria dos nossos Secretários, Prefeitos? Quem seriam as nossas lideranças? A nossa história se mistura com a criação do Estado.
Eu tenho certeza de que somos muito mais felizes, agraciados e abençoados. A criação do Tocantins possibilitou a realização dos sonhos de muita gente, inclusive de todos nós que estamos presentes neste evento.
Quero agradecer a cada um por vir a esta sessão. Não posso deixar de mencionar a luta de milhares de pessoas que tornaram o momento da criação do Tocantins uma realidade. Não podemos nos esquecer de Teotônio Segurado, da luta individualizada de muitos homens e mulheres que acreditavam e sonhavam com essa possibilidade.
Em memória de Siqueira Campos, ressalto a luta dos nortenses que acreditaram que a união, a determinação e a firmeza do nortista poderiam se consolidar na criação desse Estado, que completa 35 anos. Com certeza, temos muitos desafios pela frente, para, a cada dia, melhorar as condições de vida das pessoas. Essa é a posição de Vereadores, Prefeitos, Prefeitas, Governadores, Senadores, Deputados Estaduais, Deputados Federais, todas as lideranças que estão aqui presentes. Essa é a posição da EMBRAPA e dos pesquisadores que estão no nosso Estado. Tenho certeza absoluta de que valeram a pena o sonho, a determinação e a firmeza para que o Tocantins fosse criado e se tornasse, hoje, uma realidade.
Queremos mais educação, mais saúde, mais desenvolvimento. Queremos que nenhum tocantinense morra de fome. Queremos que os tocantinenses tenham dignidade. Essa é a tarefa que nós comemoramos hoje, iniciando aqui no Congresso a homenagem à Constituição Cidadã, de 1988, com cada um de nós olhando para a nossa história e refletindo sobre como podemos fazer a diferença.
Quero saudar os ex-Governadores Siqueira Campos, Moisés Avelino, Marcelo Miranda, Carlos Henrique Gaguim, Mauro Carlesse, Sandoval Cardoso e Raimundo Boi e o atual Governador, Wanderlei Barbosa.
Chamo a atenção de todos para a necessidade de que saibamos o quanto esse Estado fez a diferença em nossas vidas. Em nome de todas as jovens aqui presentes, que deslumbraram a todos nós com o capim dourado, quero dizer o quanto nós temos de riqueza e de oportunidade no nosso Estado.
Meu marido, Fernando Rezende, que está aqui, sonhou com isso e, quando viu a notícia da criação do Tocantins, disse: "Nós temos que ir para esse Estado". Foi por Arraias que eu cheguei ao Tocantins. Fui muito bem acolhida e pude ver toda a luta dos tocantinenses. Hoje posso ver o desejo de construir um amanhã que seja bom não apenas para a Professora Dorinha, para o Senador Eduardo, para o Governador Wanderlei Barbosa,
para o Deputado Ricardo Ayres, para o Deputado Lázaro Botelho, para os Prefeitos e Vereadores, mas que seja bom e justo para o tocantinense anônimo, silente, que espera que as nossas mãos e o nosso trabalho melhorem a sua vida.
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Cumprimento a Presidente desta sessão, Senadora Professora Dorinha, o Senador Confúcio Moura, o Senador Eduardo Gomes, o Deputado Federal Ricardo Ayres, na Mesa, representando os demais.
Eu tenho que contar uma história de 35 anos em 5 minutos. Perguntaram-me, Senadora, se eu queria que escrevessem um pouco da história do Tocantins nesses 35 anos, que completamos no próximo dia 5. Eu falei: "Não. Eu vou contar a história que eu vi, que eu presenciei, durante os 35 anos".
Quero cumprimentar todo o Plenário, o amigo Eduardo Siqueira Campos, os integrantes da Mesa, os Deputados, os Vereadores de Palmas, os Vereadores de outros Municípios, os Prefeitos. Agradeço a todos por terem vindo prestigiar junto conosco este momento histórico do nosso Estado. De minha parte, é uma alegria vê-los interessados em toda essa narrativa que temos que contar em 5 minutos.
Quero dizer à Senadora Professora Dorinha que, no primeiro mandato do Governador Siqueira Campos, líder maior desse movimento separatista, que culminou na Constituição de 88, naquela mesma época, na mesma eleição, eu iniciei minha trajetória como Vereador, eleito também pelo PDC — Partido Democrata Cristão, que elegeu o primeiro Governador do Estado do Tocantins. Eu tive a grata surpresa e a alegria de ter meu pai como o primeiro Prefeito da Capital, o Prefeito que a implantou.
Vejo aqui uma Mesa formada por brasileiros que são de outros lugares e por brasileiros que foram para outros lugares, mas hoje estão aqui na Mesa porque são tocantinenses. É o caso do Senador de Rondônia. Temos visto a sua história, Senador. É uma história que se confunde com a nossa, porque o senhor se distanciou do Tocantins, mas esteve sempre presente, porque nasceu lá. Então, eu quero lhe agradecer pela presença.
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Eu quero manifestar a minha alegria, Eduardo. Todos nós lutamos juntos. Foi uma luta e tanto. Com o seu pai na liderança como Governador, criamos os nossos Poderes, elegemos os primeiros Deputados, criamos o Poder Judiciário, os órgãos de controle, formamos e planejamos uma Capital importante no nosso Brasil. Naquele momento, muitos não acreditavam, mas nós acreditamos e lutamos juntos. Estamos colhendo os frutos disso.
Eu dizia agora ao Senador Eduardo Gomes que todos nós já estamos com a cabeça branca. Eu já tenho 59 anos. O meu filho, que nasceu em 1989, hoje é Deputado já no terceiro mandato. Hoje vemos o quanto o nosso Tocantins evoluiu. Ele evoluiu e deu oportunidade para muita gente, oriunda de todo o Brasil. As pessoas foram ali acomodadas pelo poder público, mas principalmente pela cidade de Palmas e pelas demais cidades tocantinenses.
Eu vejo aqui alguns Prefeitos, como o Prefeito Suzano, de Aparecida do Rio Negro; o Prefeito Elves, de Aliança do Tocantins; o Prefeito Pastor João, de Mateiros, no coração do Jalapão.
Essa é a nossa história. Nós não precisamos escrever muito para contar uma história que nós vivenciamos ao longo de 35 anos. Alegra-me muito dizer que eu sou um dos sobreviventes desses 35 anos.
Eu quero sobreviver os próximos 35 anos e ver realizado aquilo que pretendemos fazer para termos um Estado com indicadores cada vez mais fortes. Nós temos que continuar melhorando a educação, temos que continuar melhorando a infraestrutura, temos que continuar melhorando a saúde. Nós já temos feito muito. O Governador Siqueira Campos foi o que teve mais oportunidades, pois governou o Estado por quatro mandatos. Depois, o Governador Marcelo Miranda governou por mais três mandatos; o Governador Avelino, por mais 1 mandato; o Governador Raimundo Boi, por um certo tempo; o Governador Gaguim, por um certo tempo também; o Governador Sandoval Cardoso, por outro tempo; e o Governador Carlesse, por outro tempo. Hoje eu estou no Governo. Todos nós merecemos respeito por termos tido a oportunidade e termos feito o nosso trabalho.
Esse trabalho de 35 anos culmina nas cidades e no Estado que crescem em várias vertentes. Eu fico muito feliz por sermos hoje, na Região Norte do Brasil, o maior Estado produtor de grãos; por termos, às margens da Ferrovia Norte-Sul, diversas plataformas industriais. Hoje somos misturadores e exportadores de fertilizantes. Hoje somos o Estado com melhor logística, porque somos cortados de norte a sul pela BR-153 e pela Ferrovia Norte-Sul. Esperamos ansiosos pela Hidrovia Tocantins-Araguaia, que vamos conseguir, se Deus quiser! Essa é uma luta do Tocantins. Essa é uma luta de diversos Estados da Nação, mas nós que representamos o Tocantins percebemos o quanto ela é importante para o escoamento daquilo que produzimos. Nós somos um Estado cuidadoso, porque produzimos de maneira sustentável. Nós temos feito alguns negócios nesse aspecto, Senador Confúcio. Nós fomos o primeiro Estado a fazer negociação com uma empresa multinacional suíça para investimentos em sustentabilidade. Nós somos um Estado com comunidades tradicionais importantes. Na região do Jalapão, nós temos quatro comunidades tradicionais quilombolas. No Estado, temos nove etnias indígenas, com as quais temos tido todo o cuidado.
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Há pouco, eu lançava os jogos estudantis — somos o Estado pioneiro nos jogos estudantis para as comunidades indígenas — e falava justamente disto, que precisamos ter cuidado para que essas comunidades cresçam e sejam também local de preservação ambiental. A política do momento é justamente produzir de maneira que a natureza sobreviva. E o nosso Tocantins tem essa responsabilidade. Nós temos cuidado dos desmatamentos ilegais, para encerrá-los, para que não ocorram no nosso território. Nós temos projetos que visam diminuir os focos de queimadas. Somos um Estado cujo território é 89% coberto pelo Cerrado, o nosso bioma predominante, e ele tem um capim chamado agreste, que pega fogo com facilidade — esses focos de incêndio se alastram de maneira muito rápida.
Nós temos tido esse cuidado em preservar o meio ambiental, algo que culmina na saúde das pessoas, com a melhoria da saúde populacional. Vejam bem: no período de agosto até setembro, há uma sobrecarga nos nossos hospitais em virtude de casos de doenças respiratórias. O nosso clima é quente, é um tropical muito quente. Nessa época, Senador, ocorrem temperaturas acima de 40 graus. Às vezes, a comunidade sofre com isso, e os animais sofrem da mesma forma.
Mas nosso território cresceu, evoluiu. Hoje, somos produtores do agronegócio, do setor produtivo. E o setor industrial cresce da mesma forma.
Eu estou agora pavimentando seis parques agroindustriais: o de Porto Nacional; o de Guaraí; o de Araguaína já fizemos; o de Paraíso está recebendo infraestrutura do Governo; o de Gurupi, da mesma forma; o de Palmas; e temos um planejamento para fazer também no Bico do Papagaio, nas proximidades de São Miguel. É a nossa preocupação com a geração de emprego, com a geração de oportunidades, com o crescimento econômico do Estado.
Esses 35 anos são justamente para isto, para que nos lembremos da maneira como crescemos, mas que também pensemos na população tocantinense que continua a crescer, à qual nós precisamos dar cuidados e dignidade.
Temos um serviço social importante no nosso Estado. Temos melhorado em todas as vertentes. Quando falam, às vezes, na avaliação do Governo, não é esse, para mim, o indicador mais importante; o importante, para mim, são os indicadores sociais, o crescimento da indústria, o crescimento do turismo — vejo aqui o Secretário da área, Hercy Filho —, o nosso crescimento econômico. Isso é importante, porque dá uma vida melhor à população, se nós tivermos condição de dividir essas riquezas tocantinenses.
Quero, portanto, parabenizar todos aqueles que fizeram a história, do Governador Siqueira Campos até agora, todos eles, de igual maneira. Siqueira foi e será o grande líder desse Estado. Às vezes dizemos, e a imprensa nem noticia essa parte, que eu acho importantíssima, que temos que nos lembrar da nossa história, pois um povo sem história é um povo sem memória. O Tocantins tem memória e tem história. Começou lá com Teotônio Segurado, mas o grande líder da emancipação do Estado foi o Governador Siqueira Campos — o Estado foi abraçado por muitos.
Eu me lembro de muitos desses líderes que estiveram juntos nesta luta, como José Maia, José Carlos Leitão, Totó Cavalcante, José Freire, Dr. Célio Costa, que está aqui presente, Goiany Barbosa, dentre milhares de outros homens, aqueles que lutavam, que iam junto fazer número mesmo. Eu fui um desses.
Eu estive em reunião em Taguatinga quando o Eduardo Siqueira, na época, era um jovem. Ele liderava e falava em cima de uma cadeira. Nós estávamos ali juntos, batendo palmas. O Eduardo Siqueira foi Senador, um dos integrantes desta Casa.
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Então, na nossa história cabe tudo isto: a participação daqueles que vieram para o Senado e para a Câmara Federal, dos nossos Vereadores, dos nossos Prefeitos, dos nossos servidores públicos, das nossas professoras, que educam e fazem uma sociedade cada vez mais consciente no Tocantins. Todos eles são parte dos 35 anos de história do Tocantins. Somos parte de um grande Brasil, que nós amamos tanto.
Portanto, no momento em que nós festejamos estes 35 anos, eu quero fazer um convite a todos vocês: nos próximos dias 4, 5 e 6, estaremos comemorando com uma grande festa no Tocantins. No primeiro dia, dia 4, nós estaremos na Praia da Graciosa, com uma festa com artistas locais, com a exposição da nossa cultura, dos nossos produtos e dos nossos costumes. No dia 5, nós teremos artistas tocantinenses que fazem sucesso no Brasil e no mundo, como Maiara e Maraisa, Rick & Renner, Evoney Fernandes, Ana e Vitória, Lauana Prado. São artistas reconhecidos nacionalmente que farão a festa lá em Palmas, na Praça dos Girassóis. No dia 6, nós teremos uma grande festa gospel para a comunidade gospel tocantinense, que representa 39% de toda a nossa população. E queremos contemplar a todos com uma grande festa, os tocantinenses e brasileiros que tiverem a oportunidade de estar conosco nesta data.
Portanto, eu deixo aqui o meu abraço, o abraço e a gratidão do povo tocantinense a todos aqueles que lutaram para construir um grande Estado, a todos aqueles que acreditam e continuarão a luta e a trajetória deixada por Siqueira Campos, a todos aqueles que o sucederam no Governo do Estado, a todos os políticos, a todos os seres humanos do nosso território. Deixo o meu abraço a todos e o meu convite para estarem conosco.
A SRA. PRESIDENTE (Professora Dorinha Seabra. UNIÃO - TO) - Concedo a palavra, por 5 minutos, ao Senador Eduardo Gomes, também requerente desta sessão.
O SR. EDUARDO GOMES (PL - TO. Para discursar. Sem revisão do orador.) - Bom dia.
Bom dia a todas as pessoas que escolheram o Tocantins para ser feliz e às que ainda vão fazer essa escolha.
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Aproveito para cumprimentar o Deputado Ricardo Ayres, que também é requerente desta sessão, Deputado Federal, líder do movimento estudantil, tocantinense de raiz.
Saúdo meu querido amigo Deocleciano, Secretário-Chefe da Casa Civil, na pessoa de quem cumprimento todos os Secretários, Presidentes de autarquias, amigos de outrora, da juventude, em Palmas, que hoje assumem centenas de funções no Estado, no Governo, na Assembleia, no Congresso Nacional. Cumprimento toda uma geração que acreditou no Estado do Tocantins.
Faço um cumprimento especial ao Governador do Estado, Wanderlei Barbosa, que foi Vereador em Porto Nacional — tivemos a honra de ser, juntos, Vereadores na cidade de Palmas —, Presidente da Câmara de Vereadores, Deputado Estadual, Vice-Governador e Governador, agora reeleito para mais um mandato, por toda a sua história.
Cumprimento também nossa saudosa Maria Rosa, o querido Fenelon e todos aqueles que aprenderam a acreditar nesse sonho, que se tornou realidade, que é o Estado do Tocantins.
Não foi fácil. O Governador Wanderlei falou da vinda das caravanas ao Congresso Nacional, ainda nos tempos de Senadores de Goiás e de Deputados Federais de Goiás. Eram Senadores que nós conhecíamos e eram 18 Deputados, dos quais dois nós conhecíamos. E um insistentemente falava da criação do Estado do Tocantins, o Deputado Federal Siqueira Campos. O Eduardo Siqueira Campos, que está aqui, era uma espécie de coordenador da caravana do sonho e da esperança. Viemos todos nós, de ônibus, de Araguaína. Eu convivi com isso tudo, dividi muita marmitex com muitos que estão aqui.
Tivemos na nossa história dois vetos presidenciais, que já foram compreendidos. Hoje, o destino me fez amigo do Presidente Sarney. Entendi no momento que, na hora crucial, foi fundamental o apoio dele também, inclusive para a escolha da Capital provisória e para a escolha da Capital definitiva.
Esses cumprimentos virão durante o meu discurso breve, Senadora Dorinha, porque eu preciso aqui fazer algumas coisas que até desconfio que não serão feitas no futuro. Então, até por uma questão de garantia, eu vou aqui fazer uma homenagem, já que estamos no plenário do Senado, àqueles que chegaram a assumir no Senado Federal, como o José Bonifácio, a Thelma Siqueira Campos, o Nezinho Alencar, o Marco Antônio Costa, irmão do Célio Costa, meu querido amigo, o meu amigo Sadi Cassol, que foi Senador, o nosso eterno Governador, Senador e sempre criador do Estado, o Siqueira Campos, o Ogari Pacheco, nosso suplente, o Totó Cavalcante, meu querido amigo, e aqueles que fizeram desta Casa o lugar de registrar seu amor pelo Tocantins, como é o caso de Antonio Luiz Maya, o nosso Senador Padre Maya, também o Carlos Patrocínio, o Moisés Abrão, o João Rocha, o Leomar Quintanilha, o Eduardo Siqueira Campos, o João Ribeiro, a Kátia Abreu, o Ataídes Oliveira, o nosso Senador Irajá, que está no mandato, e a Senadora Dorinha.
Nenhum outro Estado tem as condições históricas de comemorar 35 anos exatamente onde nasceu. Nós estamos falando de uma história em que se data a transformação dos territórios nacionais, os territórios brasileiros, que tiveram condição de Estado na Constituição, em 13 de setembro de 1943. Então, o que eu queria dizer a todo mundo com relação a isso? Nós somos os divisionistas vivos mais velhos do País.
Ninguém no Brasil pode comemorar a cidadania em vida como nós estamos fazendo aqui e agora. O Governador, que já foi Vereador e hoje é Governador reeleito, e todos nós aqui estamos falando de uma história com certidão de nascimento 35 anos atrás. E eu fico imaginando a adrenalina, a expectativa.
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Eu fui Deputado Federal, por benevolência do povo tocantinense, por três mandatos — três mandatos. Eu passei esses três mandatos tentando entender como é que o Siqueira Campos conseguiu fazer com que fosse aprovado o dispositivo de criação do Estado nas disposições transitórias. Confesso que saí de lá, tive que voltar depois como Senador, e continuo sem entender isso até hoje, Tião Pinheiro, porque não é fácil. Se fosse fácil, alguém já teria feito. Se fosse fácil, outros que merecem ser Estados precisariam ser estudados. Afinal de contas, a redivisão territorial do Brasil já é uma realidade. Todos sabem que o Tocantins é ótimo para o tocantinense e é excelente para Goiás. Dividiram para somar, e assim isso pode acontecer com outros Estados. Então, até hoje eu não consigo entender a saga, a luta, o sacrifício, o volume de compromisso feito para conseguir a aprovação na Assembleia Nacional Constituinte.
Por isso, faço aqui as minhas homenagens a todos da Teotonio Segurado, da CONORTE, da imprensa, que está aqui sendo representada pelo Reinaldo, pela Maju, mas também pela Sandra Miranda, que era do comitê também em Goiânia — fui muitas vezes lá —, presidido pelo nosso querido e eterno Vice-Governador, amigo, Darci Martins Coelho, o médico Raimundo Boi, que depois se tornou Governador, e tantos que ainda estão aqui ou que já foram, mas deixaram a sua contribuição, como o meu pai, o Zé Gomes, Tião Pinheiro, contando em poesia a saga que é transformar poeira em desenvolvimento, meu amigo Deputado Lázaro Botelho.
Então, eu só queria falar — cumprimento aqui também os meus amigos Vereadores de Palmas e todos os Vereadores do Estado —, Senador Guaracy, da nossa satisfação de poder comemorar o Estado. Os outros não podem fazer isso. Não temos aqui entre nós ninguém de 1943 para falar dos territórios que viraram Estado.
Hoje nós vivemos em uma rua com 7 bilhões de habitantes, porque tudo que está sendo dito nesta sessão, meus queridos Prefeitos, será transmitido às novas gerações. Nenhuma briga interna nossa, nenhuma disputa eleitoral... E aqui eu cumprimento aqueles que souberam fazer crítica à peleja e se uniram nos momentos exatos em torno do Estado.
E aí, Paulo Victor, eu mando um abraço ao meu querido amigo Freire Júnior, ao meu querido José dos Santos Freire, que, com Brito Miranda, Totó Cavalcante e tantos outros, fizeram do Tocantins este Estado consolidado, com 35 anos. Os ex-Governadores Marcelo Miranda e Moisés Avelino, assim como tantos citados aqui pelo Governador Wanderley, o que me deixa muito feliz, cada um colocou a sua contribuição na história.
Uma certeza nós temos: não estaremos aqui nos próximos 35 anos, a não ser a Senadora Dorinha, para comemorarmos os 70 anos do Estado do Tocantins. Mas, com certeza, estarão aqui novos Deputados, novos Senadores, pessoas que precisam, Pedro Henrique, deixar claro que nenhum outro Estado do Brasil pode fazer sua comemoração no mesmo ambiente em que nasceu Genésio Tocantins.
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E foi exatamente nisso que você se inspirou para fazer a canção cívica de Palmas, Genésio. E reverencio aqui também o Hino do Tocantins, cuja letra, se não me engano, Liberato foi um dos autores. Temos a canção cívica do Tocantins e a canção cívica de Palmas. E ao falar de Palmas, lembro que o tocantinense ficou acostumado a separar, a criar e a somar. Não contente com isso, Siqueira Campos, numa decisão pessoal, mas junto com toda a população e com o Prefeito Fenelon — é bom que se diga —, de maneira muito decisiva, assumiu o compromisso de receber, de uma hora para outra, uma capital e fazer dela essa capital maravilhosa que nós temos.
Governador, deixo como maior registro aquilo que nós podemos pedir hoje a V.Exa. Por decisão soberana da população tocantinense, hoje, é sua a responsabilidade, o condão, de fazer do Tocantins o Estado da logística brasileira, o Estado do desenvolvimento sustentável. Não vou perder a oportunidade de registrar aqui o orgulho por ter sido o Tocantins o primeiro Estado a monetizar — e aí dou parabéns ao Governo — o sequestro de carbono.
O Tocantins foi o primeiro Estado a fazer essa monetização, a trazer recursos a partir da sustentabilidade ambiental, Marcello Lelis.
Continuo dizendo, principalmente, a quem gosta muito de fazer política com briga e com confusão que é preciso parar com isso. Precisamos, na verdade, comemorar as duas universidades federais que nós temos no nosso Estado. Em muitos Estados consolidados, inclusive Estados que já nos deram Presidentes da República, há apenas uma universidade federal, e nós temos duas. Temos uma universidade estadual que cresce, a Unitins. Temos outras universidades importantes. Então, vamos usar o nosso tempo na comemoração dos 35 anos para unir, buscar convergências, buscar nossa identidade cultural. E aqui fica o meu abraço às nossas belíssimas representantes do capim dourado e do Jalapão. Também comemoro o descobrimento das Serras Gerais para o turismo brasileiro, da Ilha do Bananal e das belezas do Rio Araguaia e do Rio Tocantins.
Não vou ficar muito mais tempo falando daquilo que todos nós que estamos aqui já sabemos. Eu só queria que tivéssemos consciência do seguinte: o mundo está interdependente nas suas informações, no seu conhecimento. Então, precisamos também devolver aquele nosso sentimento, colocar o Judiciário, o Executivo, o Legislativo e a sociedade civil e mostrar um Tocantins que consegue se planejar, um Tocantins que consegue apontar para os próximos 35 anos e dizer ao Brasil a que veio.
O Tocantins tem 1.511.000 habitantes. O crescimento, Governador, é de 9%, quase 10%. E continua exponencial o desejo dos brasileiros de conhecer o nosso Estado. A nós, por essa quadra da vida, cabe ter responsabilidade política de tornar esse desejo possível, criando oportunidades e condições para que mais brasileiros conheçam o nosso Estado. É muito pouco tempo 1 hora ou 2 horas para falar da história real de pessoas que vivenciaram esses 35 anos. Contudo, cedemos um pouco desse espaço para continuarmos essa construção.
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Encerro as minhas palavras com uma homenagem a todos aqueles que já não estão mais aqui, mas que, assim como Siqueira Campos, acreditaram no sonho e fizeram dele a sua disposição de vida. Foi isso que o velho Siqueira fez ao deixar marcada aqui no Senado Federal a sua passagem. Foi importante ter tido sua presença aqui conosco, pelo menos num breve tempo, para dizer que a história devolvia ao Congresso Nacional aquele obstinado que buscou, nas filas de votação, no Salão Verde e nos microfones do Plenário Ulysses Guimarães, o grito importante para conseguir na Constituinte a criação do Estado.
A SRA. PRESIDENTE (Professora Dorinha Seabra. UNIÃO - TO) - Concedo a palavra, por 5 minutos, ao Sr. Deputado Federal Ricardo Ayres, também requerente desta sessão solene.
O SR. RICARDO AYRES (Bloco/REPUBLICANOS - TO. Para discursar. Sem revisão do orador.) - Exma. Sra. Senadora Professora Dorinha Seabra, autora do requerimento e Parlamentar que nesta sessão solene preside os trabalhos, eu gostaria de saudá-la e de cumprimentar o Senador Eduardo Gomes, também proponente desta sessão, o Senador Confúcio Moura, do Estado de Rondônia, que participa deste evento, o Prof. Deocleciano Gomes Filho, Secretário da Casa Civil do Governo do Estado e, de uma maneira muito especial, o nosso Governador Wanderlei Barbosa, que não por acaso é o Governador mais bem avaliado do País. Ele conseguiu, pelo esforço da Assembleia Legislativa e de tantos outros líderes, a estabilidade fiscal e a estabilidade política tão importantes para que possamos, nos próximos 35 anos, continuar fazendo realizações pelas pessoas, principalmente por aquelas que mais precisam de atenção por parte do poder público.
Eu não poderia também deixar de fazer alguns registros, como o da presença do nosso Senador Eduardo Siqueira Campos, do Senador Bispo Guaracy Silveira e do meu colega de bancada Deputado Lázaro Botelho. Quero saudar também Prefeitos, Vereadores e líderes que participam deste importante momento em que nós comemoramos os 35 anos do Tocantins.
Eu tenho muito orgulho de também ter dado a minha contribuição ao Tocantins. E falo isso não só pelo trabalho que realizei desde a época de estudante, o que me trouxe à Câmara Federal, como também por toda a luta que a minha família, a família Ayres, devotou ao nosso Estado de Tocantins. O meu bisavô, o Dr. Francisco Ayres da Silva, foi Deputado Federal de 1914 a 1930, quando a Capital do País era ainda o Rio de Janeiro e tornava esquecida a região do Tocantins, que hoje vem dando a oportunidade a milhares de brasileiros que lá se estabeleceram. Dr. Francisco Ayres foi quem idealizou o nosso primeiro jornal, chamado Norte de Goiás; foi quem levou a primeira estação meteorológica para lá e também os dois primeiros veículos em 1929 que chegaram por estrada à nossa querida Porto Nacional.
De lá para cá, muitos líderes se empenharam para que nós chegássemos até aqui.
É importante fazer algumas referências: Feliciano Machado Braga, Fabrício César Freire e outros tantos que deram a sua colaboração, em especial Siqueira Campos, que soube liderar neste Congresso Nacional esse grande movimento que reuniu todos em busca dessa bandeira que veio consolidar, com a Constituição de 1988, o Tocantins, que hoje dá oportunidade para que nós realizemos os nossos sonhos — sonhos que foram buscados por tantos outros que aqui não tiveram a condição de estar, mas que certamente comemoram dos seus lugares este grande momento.
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Nós também não podemos deixar de fazer alguns registros, como o da Casa do Estudante do Norte Goiano e da sua sucessora, a Comissão de Estudos dos Problemas do Norte — CONORTE. Aqui quero fazer referência ao Célio Costa, também um visionário, que inclusive naquela época escreveu os fundamentos que vieram depois sustentar toda essa nossa luta separatista.
Sem sombra de dúvida, não podemos deixar de registrar a colaboração firme e determinada, como disse o Senador Eduardo Gomes — hoje eu sou testemunha disso, porque vivo no dia a dia das minhas atividades como Deputado Federal e sei da dificuldade que é fazer andar algum projeto; por mais que seja relevante, ele vai encontrar algum interesse contrário, vai encontrar alguma dificuldade financeira de se realizar —, do seu pai, Senador Eduardo Siqueira, que foi o grande líder que nos trouxe até aqui. É importante fazermos esse registro histórico tanto do ex-Senador e ex-Governador Siqueira Campos, quanto dos líderes daquela época, que deram a sua colaboração: José Freire, Totó Cavalcante, Brito Miranda. A missão aqui no Congresso de criar o Tocantins foi grande, mas também foi grande a nossa obrigação de conseguir uma maioria absoluta, ou melhor, uma unanimidade na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, porque senão nós não conseguiríamos levar esse intento adiante.
Hoje nós estamos aqui para comemorar todas essas conquistas que marcam este novo momento do nosso Estado do Tocantins. Grandes universidades lá se estabeleceram: a Universidade Federal do Tocantins; a nossa Universidade Estadual do Tocantins, a Unitins; e as universidades privadas, que vêm ocupar o espaço que as nossas universidades públicas não alcançam. É importante enxergarmos hoje as grandes obras que estão tirando do atraso muitas regiões que ainda não têm ligação asfáltica com a nossa capital, com outras estradas já pavimentadas. Esse é um grande desafio que nós temos pela frente.
Nós não podemos deixar de registrar as grandes obras que acontecem, a exemplo da Ponte de Porto Nacional, do Hospital Geral de Araguaína, do Hospital Geral de Palmas. É a logística que vai fazer a diferença no crescimento da nossa região. Nós temos a Ferrovia Norte-Sul, que corta o nosso Estado, além da Belém-Brasília. Daqui a alguns anos, nós vamos ter a Hidrovia do Tocantins funcionando. Inclusive já se noticia a derrocagem do Pedral do Lourenço.
Imaginem a importância que vai ser a Ferrovia Leste-Oeste cruzar com a Ferrovia Norte-Sul ali no nosso Estado. Nós vamos ter pelo menos 30% da produção nacional de grãos no nosso Tocantins, o que vai facilitar a industrialização, até porque o escoamento da produção, que hoje acontece a partir dos portos do sul do nosso Brasil, vai acontecer com mais evidência usando-se o Porto do Itaqui, no Maranhão, o que vai baratear ainda mais a nossa produção, tornando o Tocantins competitivo no mercado internacional.
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Imaginem o que nós haveremos de ter, quando a ferrovia que interligar o Mato Grosso se cruzar também com a Ferrovia Norte-Sul no Estado de Goiás. Nós estaremos, assim, formando um grande corredor de exportação, em que o Tocantins se destacará. Certamente, isso vai atrair indústrias e investimentos privados, que é o que nós desejamos, para que o Estado possa, com os recursos que tem, investir em áreas prioritárias, como vem fazendo na educação e na saúde.
Hoje o Tocantins se destaca internacionalmente, com a comercialização dos créditos de carbono. Nós somos o primeiro Estado do Brasil a constituir uma empresa, a Tocantins Carbono, que já negocia no mercado internacional.
Neste momento, para encerrar a minha fala, nós gostaríamos de cumprimentar e agradecer todo o esforço da geração que nos antecedeu para entregar o Estado de Tocantins que nós temos hoje. Fazemos a reflexão de que nós temos aqui a obrigação de ir mais longe ainda para entregar para a próxima geração um Tocantins ainda melhor.
Nós nos libertamos de Goiás, mas ainda continuamos escravos da pobreza, da desigualdade social. Na condição de políticos, seja aquele tem mandato, seja aquele que não o tenha, seja aquele hoje está no exercício da função menor, que representa o povo no Município, como o Vereador, seja aquele que é o chefe do Poder Executivo estadual, o Governador Wanderlei Barbosa, todos têm a mesma atribuição e a mesma responsabilidade: dar ao tocantinense oportunidades, aquilo que, talvez, não tenha chegado à sua casa.
De nada vai adiantar nós lutarmos tanto para estar aqui, se agora por causa da política, nós nos dividirmos. Na época da eleição, cada um tem o seu partido, a sua postulação, e isso é legítimo, mas, passada a eleição, nós temos que nos dar as mãos. O momento em que o Tocantins mais cresceu foi quando o Siqueira Campos liderou uma grande coligação, chamada União Tocantins, que convergiu toda a bancada federal.
Hoje, Governador Wanderlei, nós estamos presenciando este momento. Está todo mundo unido nesse propósito de fazer o Tocantins dar certo, de fazer com que cada oportunidade que seja gerada, que seja criada dê frutos e chegue à mesa da família mais humilde. Essa é a obrigação que nós temos. Quando falo de obrigação, não falo só do Poder Legislativo e do Poder Executivo, mas também dos demais poderes, a exemplo do Judiciário, que deve entregar uma prestação jurisdicional mais eficiente para que a nossa população, pacificada, possa procurar realizar os seus sonhos e os seus desejos.
Assim, encerrando a minha fala, eu gostaria de parabenizar o Senado Federal, o Congresso Nacional, que viram nascer, com a Constituição de 1988, uma nova unidade federativa. Que fique aqui de exemplo para que outros debates, Célio Costa, aconteçam também para outras regiões e Estados, a exemplo do Estado do Tapajós, a exemplo do Estado de Carajás. O Brasil é grande, é enorme, e a divisão que criou o nosso Tocantins demonstra o resultado, a eficiência que se espera da gestão pública. Digo isso porque a gestão pública existe para satisfazer as demandas sociais da nossa gente, e o Tocantins é o maior exemplo disso. Somos testemunhas do sucesso.
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A SRA. PRESIDENTE (Professora Dorinha Seabra. UNIÃO - TO) - Ainda cumprimentando, quero agradecer a presença do Sr. Aleandro Lacerda, Presidente da Tocantins Parcerias; da Dra. Danielle de Bem Luiz, Chefe Geral da EMBRAPA Pesca e Aquicultura; do Dr. Manoel Arruda, 1º Suplente da Senadora Damares, que é filho de um tocantinense — obrigada pela presença; do Dr. Paulo Victor Peres de Almeida Freire, filho do Deputado Freire Júnior e neto do José Freire — seja bem-vindo; e do Dr. Pedro Alexandre Aires, Subdefensor Geral do Estado, representante da Defensoria — muito obrigada pela presença.
Quero agradecer, ainda de maneira muito especial, à imprensa que nos acompanha; à Maju Cotrim, que esteve acompanhando a exposição e está nos acompanhando. Agradeço a presença da jornalista Sandra Miranda e do Rogério, do RR10. Muito obrigada pela presença. Quero agradecer à TV Senado, que acompanha esta sessão.
Quero cumprimentar a Sra. Kátia Rocha, que foi Secretária da Cultura do Estado do Tocantins por muitos anos e responsável por muitas festas de comemoração nos aniversários do Estado.
A SRA. PRESIDENTE (Professora Dorinha Seabra. UNIÃO - TO) - O Governador está sendo indisciplinado. Ele quer uma questãozinha de ordem.
O SR. WANDERLEI BARBOSA - Presidente Senadora Professora Dorinha, eu deixei de falar de uma das ferramentas históricas mais importantes do nosso Estado que foi a imprensa. E hoje aqui nós temos a presença da Sandra, do Primeira Página, jornal pioneiro do Tocantins, da mesma forma são O Paralelo 13, T1 Notícias e Cleber Toledo. Esses são jornais que fizeram a história ou que contaram a história do Tocantins. Então, quero deixar também a minha gratidão e o meu respeito pela imprensa tocantinense, que está aqui representada pela Sandra Miranda.
A SRA. PRESIDENTE (Professora Dorinha Seabra. UNIÃO - TO) - Então, Simone, obrigada.
Enquanto o Deputado se desloca, eu gostaria de ressaltar o que foi muito bem lembrado aqui pelo nosso Governador, que falou sobre o trabalho, o esforço do Tocantins. Nós acompanhamos, Governador, o trabalho, desde quando assumiu o Governo do Estado, de resgatar direitos dos trabalhadores do nosso Estado, em especial dos da educação, que, há muitos anos, não tinham a sua data-base respeitada, a sua carreira respeitada, e todo o esforço que se consolidou, na verdade, num grande volume de recursos destinados aos professores e professoras do nosso Estado.
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O SR. LÁZARO BOTELHO (Bloco/PP - TO. Para discursar. Sem revisão do orador.) - Senhoras e senhores, bom dia.
É uma grande alegria estar aqui comemorando esses 35 anos do Tocantins. Quero iniciar cumprimentando o nosso Governador Wanderlei Barbosa, que vem fazendo uma grande gestão no Estado de Tocantins.
É uma honra para todos nós tocantinenses, Governador, ver V.Exa. como um dos Governadores mais bem avaliados do Brasil, lá do nosso pequeno Estado do Tocantins. Então, muito obrigado pelo trabalho que V.Exa. vem fazendo.
As pessoas que estão aqui já foram todas cumprimentadas pela nossa Senadora. Eu não estou nem com a relação dessas importantes pessoas; então, considerem-se todas cumprimentadas.
Falar do Tocantins e não falar de Siqueira Campos é impossível. Então, eu quero, neste momento, fazer uma comparação entre José Wilson Siqueira Campos e um dos maiores Presidentes da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira.
Faço essa comparação porque Juscelino Kubitschek de Oliveira cuidou do Brasil, fez Brasília e também, para nós, o Tocantins, praticamente sem sonhar que o Tocantins seria um dia o Estado do Tocantins. Com a Belém-Brasília, foram criadas, talvez, mais de 50 cidades às margens dessa rodovia. Então, para mim, Juscelino Kubitschek, sem dúvida nenhuma, foi um dos melhores Presidentes da República, porque industrializou o Brasil, conseguiu fazer a atual Capital em 5 anos. Hoje, com a burocracia que há, não se faria o Congresso Nacional nem em 10 anos.
E José Wilson Siqueira Campos também fez uma capital, fez um lago tão bonito quanto o Paranoá lá em Palmas. Construiu, interligou todos os Municípios tocantinenses, quase 100% com asfalto, disponibilizou água tratada, bons colégios, infraestrutura de um modo geral. Ele era um visionário. Por isso, a comparação que eu faço tem fundamento, porque ele deixou o Estado planejado.
Todos os outros Governadores que por lá já passaram merecem respeito porque fizeram alguma coisa importante nos seus mandatos, mas Siqueira Campos, além de ter feito um excelente mandato, deixou projetadas as coisas que teriam que ser feitas.
E hoje eu também fico orgulhoso do meu Governador Wanderlei Barbosa, como já falei no começo, porque ele está dando sequência a essas coisas importantes, cuidando dos colégios, da educação, da saúde, fazendo hospital.
E os Governadores têm que fazer isso, cuidar do bem-estar da sociedade, das pessoas que precisam do apoio do Governo.
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Eu queria agradecer à Senadora Professora Dorinha, que está fazendo aniversário, que foi ontem, mas está comemorando até hoje, por esta sessão solene para que as pessoas possam ouvir aqueles que conhecem a história do Tocantins.
Eu tive o privilégio de, como Deputado Federal, a minha casa ser um dos pontos de apoio do Governador Siqueira Campos, que foi lá inúmeras vezes para tratar, à época como Deputado Federal, do futuro Estado do Tocantins. Muitas pessoas diziam que ele era um sonhador, mas todo o sonho, quando é sonhado por muitos, torna-se realidade. E esse sonho do Siqueira se tornou realidade. Ele fez até greve de fome aqui no Congresso Nacional, mas o seu sonho foi atendido, foi realizado.
Parabenizo o meu amigo, o Senador Eduardo Siqueira Campos, quem eu cumprimento em nome de todos os Senadores que já passaram por esse Senado Federal e todos que colaboraram com Tocantins. Todos têm uma parcela importante de ajuda no desenvolvimento do Estado do Tocantins. Parabenizo também os Deputados Federais que por aqui passaram, os que estão aqui, e todos continuam lutando para ajudar o Estado a se desenvolver.
A SRA. PRESIDENTE (Professora Dorinha Seabra. UNIÃO - TO) - Muito obrigada, Deputado Federal Lázaro Botelho.
O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS - Excelentíssima Sra. Presidente desta sessão, Senadora Professora Dorinha Seabra, nobres requerentes, Senador Eduardo Gomes, Deputado Federal Ricardo Ayres, Sr. Governador do Estado, Wanderlei Barbosa, Deputado Lázaro Botelho, que agora integra a Mesa, Chefe da Casa Civil, Deocleciano Gomes Filho, na forma de não esquecer ninguém, saudamo-nos como irmãos em Cristo.
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Cumprimento a Sandra Miranda e falo do jornal O Regional, e não do Primeira Página, porque foi assim que eu conheci.
Quero, queridos amigos, dizer que o meu irmão caçula está ali — o caçulinha da família —, o Francisco Henrique. Ah, meu irmão, como nós do Tocantins estávamos convictos de que Siqueira Campos estaria aqui nesta sessão! Não dá para não imaginar isso. Ainda não consigo imaginá-lo ausente de um momento como este.
(O orador se emociona.)
E ele seguia tão feliz! Ele imaginava ver tantas coisas!
Eu ouço falar em reeducação alimentar, em ressignificar, em reeducar filhos em relação às redes, mas eu nunca ouvi falar, Senadora Professora Dorinha, em nos educarmos para a morte. E aí quis o destino e Deus que eu fosse escolhido duas vezes dentro do meu próprio sangue, o anjo Gabriel e meu pai.
Meu pai, eu vou lembrar algumas coisas mais importantes que foram ditas por todos os oradores. Vou resgatar apenas Gustavo Balduino, em nome de Arraes; Joaquim Balduino; João d'Abreu, que dá nome à Assembleia Legislativa; Derval de Paiva; Henrique Pesconi, que faleceu antes de buscar o diploma da nossa Colmeia; Jacinto Nunes; Otávio Barros; Trajano Coelho. São algumas coisas que eu gostaria de deixar neste plenário.
Meu pai me legou tantos irmãos. Eu não posso dizer que eu tive um pai que me levou para parque de diversão. O instrumento de libertação que meu pai me apresentou primeiro, do qual eu me recordo, com 3 anos de idade, foi quando ele comprou um caminhão e disse: "Ali está o instrumento da nossa liberdade, um caminhão". Eu não tive pai para parque de diversão, para cinema, nem para outra coisa. Mas aqui está, meu pai, o seu filho, que ocupou esta tribuna por 8 anos. E me perdoem por não ter ficado lá, porque sempre falei daqui. São costumes que, às vezes, não costumamos mudar. Por essa veia corre o Rio Tocantins; por essa veia corre o Rio Araguaia; e neste coração pulsa Palmas, a nossa Capital, que nos enche de orgulho.
Quero contar aqui — talvez Tião Pinheiro seja um dos únicos que saiba deste episódio — que, na eleição de 70, a candidatura de Siqueira Campos, que tinha sido só Vereador, era uma coisa de pouca oportunidade e chance. E ele chega, muito possivelmente, às instalações da TV Anhanguera, que deve ter sido o canal escolhido, e dizem a ele: "Olhe, você é o terceiro. Quer que rode aqui alguma coisa para você falar?" Ele responde: "Não, eu sei o que vou dizer". E aí, Senadora Professora Dorinha, mostraram a ele o local, marcaram e ele virou a cadeira e ficou de costas. Aí, o diretor disse: "Cidadão, por favor, é para ali, homem, é para ali que você tem que falar". E ele disse: "Não, eu vou falar de costas, porque Goiás ainda está de costas para o seu norte". Virou as costas e disse: "Eu venho para libertar, para me somar à luta daqueles que apenas completam as eleições dos Deputados e das oligarquias goianas. Reconhecemos todas, mas doravante..." Virou a cadeira e disse: "Eu sou Siqueira Campos".
Aquilo deu a ele o terceiro lugar naquelas eleições.
Como foi emocionante, meu pai, acompanhar tudo o que você fez, junto com essas pessoas que estão aqui.
Todos os Governadores foram citados. O Governador Wanderlei foi primoroso ao citar a colaboração, e a Senadora Dorinha falou de tudo o que o nosso Estado tem e precisa, assim como o Deputado Ricardo Ayres e o Senador Eduardo Gomes.
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Meus irmãos tocantinenses, só posso lembrar também, como foi lembrada a D. Maria Rosa, a D. Aureny Siqueira Campos. Lembrando D. Aureny Siqueira Campos, eu quero lembrar a D. Marilúcia, a enfermeira do amor, tal como eu disse no dia do falecimento do meu pai.
Quero relatar a este Plenário que Siqueira Campos levou aquela pombinha do Divino Espírito Santo no caminhão, em 1963, e colocou na Bandeira de Colinas do Tocantins, foi colocando por onde passava, até no peito das pessoas. Muitas ainda guardam a pombinha do Divino Espírito Santo.
Senadora Dorinha, quando o médico me disse que meu pai estava entubado e que teria poucas horas, poucos instantes de vida, ainda consegui levar D. Pedro, a quem rendo homenagem, para dar a extrema-unção a meu pai. Senadora Dorinha, uma pomba insistiu e bateu no vidro do quarto do hospital, da UTI em que ele estava.
(O orador se emociona.)
Eu acho que o meu irmão Francisco Henrique ou o Alex filmou. Entendi ali que aquela pomba que ele carregou a vida inteira veio levar Siqueira Campos, para se juntar a tantos outros que lutaram pela criação desse Estado.
Ah! Meu pai, eu não me preparei e obrigado pela surpresa. Eu não me preparei, não fiz um discurso. Nunca li um discurso pronto, sempre fiz o discurso da emoção, da paixão, dos meus sentimentos.
Eu quero retificar algo que falei, Senador Eduardo Gomes, na Assembleia Legislativa. Para a caminhada — e me ajudou o Tião Pinheiro —, melhor do que a chegada é o caminho. A chegada nós todos sabemos qual é. Já disse que não nos preparamos para ela. Mas eu disse da tribuna da Assembleia que, para estar na vida pública, é preciso ter sempre um grande para-brisas e nunca deixar faltar um pequeno retrovisor — ainda que pequeno —, para enxergar o passado. Hoje eu quero inverter tudo. O retrovisor tem que estar sempre no nosso campo de visão, para nos lembrarmos de onde saímos e de como viemos. Senadora Professora Dorinha, se nós fizermos o que pensava Siqueira Campos — e ele não pensou sozinho, todos aqui contribuíram —, se nós fizermos o que ele desejava para o nosso Estado, ele estará nesse para-brisas, apontando caminhos.
Quero revelar os últimos sonhos que meu pai gostaria de ver realizados. Ele falou: "Meu filho, a derrocagem do Pedral de Lourenço e o Porto de Praia Norte. Meu filho, as eclusas no Rio Tocantins. Meu filho, a região metropolitana de Palmas". Isso tudo ele deixou em lei. Falou também da Eclusa de Lajeado.
Amigos queridos, perdoem-me por ter falado de quem deveria estar aqui, de Siqueira Campos.
Eu deixei de falar de tudo do Tocantins, de Célio Costa e de todos os outros que foram citados, mas não consegui encontrar neste coração outra forma de homenagear ele, dentro da homenagem ao Tocantins, ele que tanto sonhou, sem escola, pelas calçadas do Rio de Janeiro, depois de migrar do Ceará, de ser soldado da borracha. Meu pai não teve escola, meu pai não teve infância, não teve juventude. Eu posso dizer que não tive pai de parque de diversão. Ele me ensinou a amar o Tocantins e a gente morena que lá habita.
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A SRA. PRESIDENTE (Professora Dorinha Seabra. UNIÃO - TO) - Concedo a palavra ao Sr. Guaracy Silveira, ex-Senador do Estado do Tocantins.
O SR. GUARACY SILVEIRA - Senadora Professora Dorinha Seabra, que preside esta sessão neste momento; meu grande amigo Senador Eduardo Gomes, nome de muita responsabilidade; meu caro amigo Governador Wanderley Barbosa, que tem o cheiro tocantinense, bem tocantinense, lembrando o grande amigo, seu pai, o Fenelon Barbosa; Deputado Ricardo Ayres, essa tradição política da história tocantinense; meu amigo Eduardo Siqueira Campos, que tantas vezes presidiu as sessões desta Casa, brilhantemente, e fez belíssimos discursos; povo tocantinense que nos ouve pela Rádio Senado e nos assiste pela TV Senado, aqui estão presentes pessoas que têm construído, que construíram e que continuam construindo a história de Tocantins.
Amigos, Sra. Presidente, Senadora Dorinha, há coisas que nós temos que entender que são desígnios de Deus. Sob as bênçãos de Deus, o Tocantins foi criado.
Há um momento na história, Senador Eduardo, em que o clamor do povo chega a Deus. Isso nós encontramos relatado em Êxodo, Capítulo 3, Versículos 7 e 8. Quando Deus escutou o clamor de sofrimento do povo hebreu, do povo israelita, que se encontrava no Egito, meu caro Dr. Francisco — que eu chamava de "Francisqui" —, Deus levantou Moisés para uma ação libertária. Depois, meu caro Senador Eduardo, uma vez os cananitas estavam oprimindo o povo hebreu, e Deus levantou uma mulher, chamada Débora, que operou uma maravilhosa libertação. Os midianitas oprimiram aquele povo, e Deus levantou Sansão. Depois, Israel foi perseguido pelos filisteus, e Deus levantou Davi.
Mais tarde, um homem chamado Hamã quis destruir o povo judeu, o povo hebreu, e Deus levantou também, minha Presidente, uma mulher, chamada Ester. Ela operou um grande livramento para o povo de Israel.
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Para que não fiquemos somente na história bíblica, vamos lembrar que, quando os cristãos eram terrivelmente oprimidos, Deus levantou o Imperador Constantino, de sangue romano, para praticamente dar, garantir a liberdade religiosa aos cristãos. Vamos lembrar que, quando houve o clamor do povo americano, Deus levantou George Washington. Quando a nação americana tinha escravos, Deus levantou Abraham Lincoln para a ação libertária. Quando o nazismo, meu caro Deputado Lázaro Botelho, dominava grande parte da Europa, com toda a maldade que não poderia caber no ser humano, Deus levantou homens como Roosevelt, Churchill, Montgomery, para destruir uma das maiores nódoas da história. Quando a apartheid aflorava na África do Sul, Deus levantou Mandela para uma ação libertária. Quando o povo da União Soviética estava cansado de servir ao comunismo, Deus levantou Mikhail Gorbatchov para uma ação libertária. Quando, meu caro Deputado Lázaro, o povo brasileiro, os negros do Brasil sofriam escravizados, uma das maiores injustiças da história, Deus levantou Isabel Cristina, a Senadora, a Princesa, para assinar a Lei Áurea, e 700 mil escravos foram libertados naquele tempo.
Faço essa comparação histórica, meu caro Senador, meu caro Governador, por uma razão: porque eu conheci o norte de Goiás e todo o sofrimento daquele povo. Eu vivia naquela época, ainda adolescente, como comprador de cereais naquela região. Vi o sofrimento daquele povo, que não tinha esperança, naquele local onde só triunfava a desesperança. Um homem começou a sonhar, um cearense começou a sonhar, começou a sonhar alto. Deus levantou esse homem que todos nós aqui mencionamos, e ele começou uma luta libertária.
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Senadora Dorinha, eu me lembro bem de uma das tarefas que Siqueira Campos me deu, Senador Eduardo, para, juntamente com o Deputado Sotero Cunha, se não me engano em relação ao nome, trabalhar com a bancada evangélica, que tinha 57 Deputados naquela época, pela emancipação do Tocantins e, com o Deputado Jorge Arbage, com a bancada paraense, para que o Estado do Tocantins fosse criado.
Assim, em 5 de outubro de 1989, no art. 13 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, o Estado do Tocantins surge, não de uma divisão, mas de uma multiplicação, mais um Estado brasileiro, e é criado o Estado da livre iniciativa e da justiça social.
Durante muito tempo, durante mais de 30 anos, tive o privilégio de ser amigo, companheiro de Siqueira Campos.
Como V.Exa. falou, Senador, dificilmente alguém teria conseguido lograr êxito, dificilmente, mas Siqueira conseguiu — com denodo. Ele contou com a colaboração, naquele tempo, de um dos mais ilustres filhos dessa terra, o Senador Jarbas Passarinho, que foi tudo nesta terra, só não foi Presidente da República.
Senadora e minha Presidente, conversávamos longamente, e uma vez perguntei ao meu amigo Siqueira Campos: "Governador, qual é o predicado que o senhor acha que um governador deve ter?". Ele falou: "Meu bom amigo, um governador, um político tem que ser honesto, tem que ser trabalhador, tem que ser competente, não roubar e não deixar roubar e prender quem rouba". Lembro-me muito bem dessa frase.
Meus amigos, com esses predicados, que eram pertinentes a Siqueira Campos, construiu-se um dos mais belos Estados do Brasil, talvez o mais belo Estado do Brasil. Eu digo que sou, vaidosamente, um caipira paulista que aprendeu a amar o Tocantins com toda a força de uma paixão.
Amigos, para registrar historicamente, lembro-me de que, quando o Tocantins foi criado, minha Presidente, só havia 50 quilômetros de asfalto, fora a Rodovia Belém-Brasília — apenas 50 quilômetros de asfalto.
O último telefone, na Rodovia Belém-Brasília, Senadora Dorinha, ficava na cidade de Porangatu, e o próximo ficava na cidade de Imperatriz. O Tocantins passava em branco. Meus amigos, havia apenas 50 mil casas com energia elétrica. Hoje o Tocantins é o Estado de plenas realizações, de pleno acontecimento.
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E eu queria pedir aos nossos Deputados Federais, à nossa Senadora Professora Dorinha, ao Senador Eduardo Gomes e a todo o nosso povo tocantinense: vamos honrar o nome de Siqueira Campos em uma das principais rodovias do Estado, a TO-050. Talvez possamos denominá-la Rodovia Governador Siqueira Campos. E vamos nos lembrar, como expressou bem a Senadora Professora Dorinha, de que todos nós devemos muito à luta desse homem.
Nós temos um legado de responsabilidade. Todos nós que temos algum vínculo político ou que simplesmente somos gente dali precisamos continuar construindo esse legado tão belo, tão poderoso, tão exemplar. Vamos fazer para os nossos filhos, para os nossos netos, para a descendência do porvir um Estado que continue pleno de realizações, um Estado da livre iniciativa e da justiça social.
A SRA. PRESIDENTE (Professora Dorinha Seabra. UNIÃO - TO) - Muito obrigada, Senador Bispo Guaracy, por suas palavras e por acompanhar conosco esta sessão solene.
Quero agradecer e, ao mesmo tempo, fazer um destaque. O Senador Eduardo Siqueira Campos mencionou a D. Aureny e toda a sua luta e trabalho, que são conhecidos no Estado. Aqui está presente a primeira-dama de Mateiros. Eu gostaria de, em nome das mulheres, dizer que nós estamos em luta permanente pela valorização e pelo respeito à participação política das mulheres. Eu gostaria de fazer justiça falando das mulheres, em especial de D. Aureny, como primeira-dama, como lutadora que fez história.
(Palmas.)
Menciono também Warner Pires, Marcela — esposa do ex-Governador Sandoval —, Dulce Miranda, Dra. Marilúcia, Virgínia Avelino, Rose Amorim, mulheres que tiveram oportunidade de, como primeiras-damas, lidar com o Estado. De igual forma, mulheres que são Prefeitas e governam Municípios no nosso e em outros Estados.
Nós desejamos sucesso à nossa primeira-dama, que tinha um trabalho hoje — inclusive, conversamos mais cedo —, em nome de todas as mulheres que ocupam alguma posição em diferentes espaços da política, quer seja exercendo um mandato, quer seja na liderança diária. Eu faço referência, Governador, à Karynne Sotero, a quem peço que leve o nosso abraço, e a todas as mulheres, muitas silentes, que passam o dia a dia sustentado o trabalho e, ao mesmo tempo, olhando principalmente as causas mais importantes da população do nosso Estado e do País.
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Eu fui lembrada e acho importante destacar a menção que o Secretário Hercy Filho fez a Henrique Santillo, Governador de Goiás, que, na época da criação do Estado do Tocantins, com posição e fortalecimento, ajudou-nos a construir essa realidade. Sem a aquiescência de Santillo e a luta de todos os gestores e políticos da época, em Goiás, essa realidade não seria possível.
Todos nós que já estivemos ou estamos aqui sabemos o quão difícil é a construção de um Estado, assim como a de um Município, que gera estrutura política e pode ocasionar perdas. Eu estou acompanhando a luta que acontece no Pará e, ao mesmo tempo, a luta contrária para que o Pará se divida. O Governador Siqueira Campos atendeu ao meu pedido, quando, na época da discussão sobre a divisão do Estado, com Carajás, gravou um vídeo, fez palestras. Há pouco tempo, eu tive a oportunidade de falar com um colega Senador que luta contra a divisão, dizendo o quanto isso foi importante para o Tocantins, assim como foi muito bom para Goiás e para o Brasil, porque nós integramos todo o Norte. A nossa posição e o desenvolvimento do Tocantins são ótimos para o tocantinense, mas são muito bons para o Brasil.
Nós estamos quase finalizando esta sessão solene. Não posso deixar de mencionar que muitos em Tocantins que acompanham esta sessão estarão nos diferentes Municípios fazendo festa em comemoração aos 35 anos do Estado. São 139 Municípios. Quero saudar Prefeitos, Prefeitas, Vereadores e Vereadoras.
Quero ainda falar da população indígena. O nosso Estado tem orgulho de possuir hoje oito etnias representadas e distribuídas no Estado e, de igual forma, as terras quilombolas, com a luta por separação, pelas suas terras, pela documentação.
Quero cumprimentar ainda, em nome daqueles que nos acompanham — há muitas pessoas assistindo a esta sessão solene —, a Desembargadora Daniela Maranhão, uma entusiasta, tocantinense de coração, que, com certeza, acompanhou o quanto a força e a determinação de mudar a realidade do então norte de Goiás e do Estado do Tocantins valorizam a luta de todos nós. Muitos que não citamos também fizeram a diferença e puderam contribuir com a melhoria do nosso Estado.
Acho que já o fiz, mas quero cumprimentar Fernando Rezende, ex-Vereador, e todas as pessoas que acreditaram no Tocantins, e, quando o Estado foi criado, imaginaram: "É lá onde eu quero criar a minha família". Eu acredito que muitos foram e, os que não ficaram, levaram no coração um pouquinho do Tocantins na lembrança. Muitos permaneceram naquela luta de tornar o Tocantins o que é hoje, com 35 anos. E nós, quando olhamos o quanto avançamos, quando olhamos para o nosso futuro, imaginamos o quanto nós podemos fazer melhor, mais e mais.
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(Apresentação artística.)
(Palmas.)
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A SRA. PRESIDENTE (Professora Dorinha Seabra. UNIÃO - TO) - Sr. Genésio Tocantins, todos nós estamos muito emocionados com sua mensagem de fé e luta por meio do nosso hino do coração, o Hino ao Tocantins. A verdade acende a chama, e as crianças vão à escola mostrar tudo que foi construído até hoje na história do Tocantins.
Nós vamos encerrar esta sessão com uma frase muito marcante: gente forte e fé no porvir. Nós acreditamos no porvir, que é construído por todos nós e também por quem não está aqui, mas espera que a gente honre a cada dia a história de Siqueira Campos, a história do Tocantins, a história de cada um de nós.
Quero aproveitar para fazer um convite para quem ainda não a visitou. Refiro-me à exposição Tocantins 35 anos, realizada pelo Governo do Tocantins, em parceria com a Câmara e o Senado. Quero reforçar o convite para todos visitarem a exposição, no Salão Negro.
(Levanta-se a sessão às 12 horas e 38 minutos.)
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