1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 57 ª LEGISLATURA
Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar indícios de operações fraudulentas sofisticadas na gestão de diversas empresas de serviços financeiros que prometem gerar patrimônio por meio de gestão de criptomoedas, com divulgação de informações falsas sobre projetos ou serviços e promessa de rentabilidade anormalmente alta ou garantida e inexistência de taxas, mas constituindo-se em sistema de remuneração alimentado pela entrada de novos participantes (o que tem trazido prejuízos vultosos aos investidores e a toda a sociedade, entre os anos de 2019 e 2022)
(Reunião para Tomada de Depoimento e Deliberação Extraordinária (semipresencial))
Em 3 de Outubro de 2023 (Terça-Feira)
às 14 horas e 30 minutos
Horário (Texto com redação final.)
16:13
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O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Declaro aberta a 31ª Reunião Extraordinária da Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar indícios de operações fraudulentas sofisticadas na gestão de diversas empresas de serviços financeiros que prometem gerar patrimônio por meio de gestão de criptomoedas.
Nos termos do parágrafo único do art. 5º do Ato da Mesa nº 123, de 2020, fica dispensada a leitura da ata.
Em votação a ata da 30ª Reunião Extraordinária, realizada no dia 28 de setembro de 2023.
Os Deputados que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovada.
Informo que a sinopse do expediente recebido encontra-se à disposição na página da Comissão na Internet.
Passemos à deliberação dos requerimentos.
Requerimentos de Convocação.
Requerimento nº 178, de 2023, do Sr. Ricardo Silva, que solicita que seja convocado como testemunha o Diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central do Brasil, Sr. Maurício Costa de Moura.
Em votação.
Aqueles que o aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)
Aprovado.
Requerimento nº 225, de 2023, do Sr. Ricardo Silva, que requer a quebra dos sigilos bancário e fiscal das seguintes entidades: Bifinity Brasil Intermediação Ltda.; Tauranga Participações Ltda.; e FitBank Instituição de Pagamentos Eletrônicos S.A.
Em votação.
Aqueles que o aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Peço a palavra para encaminhar, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Tem a palavra o Deputado Ricardo Silva para encaminhar.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Presidente, quero apenas dizer que essa é mais uma medida de fiscalização e de investigação desta CPI para entender como se dá o trato dessas contas e a individualização dos recursos.
Mais uma vez, reitero que essas quebras de sigilo não representam juízo de culpa, não representam nenhum tipo de análise prévia de responsabilidade; são justamente para que nós possamos entender todo o mecanismo do que é apurado por esta CPI.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Em votação o Requerimento nº 225, de 2023.
Aqueles que o aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)
Aprovado.
Requerimento nº 226, de 2023, do Sr. Ricardo Silva, que requer ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Comarca de São Paulo, a fim de subsidiar os trabalhos deste colegiado, cópia do Processo nº 1061302-38.2022.8.26.0100: Execução de Título Extrajudicial - Prestação de Serviços, cujo executado é a empresa Capital Instituição de Pagamento.
Em votação.
Aqueles que o aprovam permaneça como se acham. (Pausa.)
Aprovado.
Tendo em vista que os itens seguintes são requerimentos de minha autoria, passo a condução dos trabalhos ao Deputado Caio Vianna.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Requerimento nº 219, de 2023, do Sr. Aureo Ribeiro, que requer a convocação do Sr. Renan de Rocha Gomes Bastos e da Sra. Camila Belliard, na condição de testemunhas, para prestarem esclarecimentos acerca de seus relacionamentos com a empresa FX Winning.
Alguém deseja encaminhar? (Pausa.)
Em votação.
Aqueles que o aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)
Aprovado.
16:17
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Requerimento nº 220, de 2023, do Sr. Aureo Ribeiro, que requer que o Sr. Daniel de Paiva Gomes, especialista em direito tributário de criptoativos, e os Srs. Paulo Orione e Gustavo Tremel, Diretores da VAAS, empresa responsável por analisar e rastrear a origem de recursos usados em criptoativos, sejam convidados para prestarem esclarecimentos a esta Comissão Parlamentar de Inquérito.
Alguém deseja encaminhar? (Pausa.)
Em votação.
Aqueles que o aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)
Aprovado.
Requerimento nº 221, de 2023, do Sr. Aureo Ribeiro, que requer informações ao Banco Central do Brasil, a fim de subsidiar os trabalhos deste colegiado, acerca das comunicações relacionadas à supervisão e/ou fiscalização de PLD (Prevenção à Lavagem de Dinheiro), KYC (Conheça seu Cliente), KYP (Conheça seu Parceiro) e KYT (Conheça sua Transação), usando os sistemas SISCOM, APS-SISCOM ou outros disponíveis para supervisão ou fiscalização, além de relatórios de fiscalização in loco das entidades Latam Gateway, Banco BS2, Bankly e Fitbank, no período de 1º de janeiro de 2019 até a presente data, bem como o envio dos PEs (Processos Eletrônicos) completos.
Alguém deseja encaminhar? (Pausa.)
Em votação.
Aqueles que o aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)
Aprovado.
Requerimento nº 222, de 2023, dos Srs. Aureo Ribeiro e Ricardo Silva, que requer informações ao Banco Central do Brasil, a fim de subsidiar os trabalhos deste colegiado, com detalhamento do modo como o Departamento de Organização do Sistema Financeiro — DEORF faz a devida diligência de pretendentes, pessoas físicas e jurídicas.
Alguém deseja encaminhar? (Pausa.)
Em votação.
Aqueles que o aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)
Aprovado.
Requerimento nº 223, de 2023, dos Srs. Aureo Ribeiro e Ricardo Silva, que requer ao Banco Central do Brasil, a fim de subsidiar os trabalhos deste colegiado, todas as prestações de contas do Comitê de Instauração de Processos Administrativos Sancionadores do Departamento de Supervisão de Conduta (Copac-Direc), e dos outros órgãos que o precederam, dos últimos 10 anos, relacionados a instituições de pagamento e instituições financeiras bancárias de menor porte (S4 e S5), nos termos do art. 14 da Resolução do Banco Central nº 244, de 14 de setembro de 2022.
Alguém deseja encaminhar? (Pausa.)
Em votação.
Aqueles que o aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)
Aprovado.
Requerimento nº 224, de 2023, dos Srs. Aureo Ribeiro e Ricardo Silva, que requer ao Banco Central do Brasil, por meio de seu Departamento de Supervisão de Conduta, que forneça informações a esta Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a forma de supervisão e fiscalização de atividades relacionadas a Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD), Conheça seu Cliente (KYC), Conheça seu Parceiro (KYP) e Conheça sua Transação (KYT), além de informações relacionadas aos sistemas, periodicidades, processos e pessoas envolvidas nas atividades mencionadas.
16:21
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Alguém deseja encaminhar? (Pausa.)
Em votação.
Aqueles que o aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)
Aprovado.
Retorno a Presidência ao Deputado Aureo Ribeiro.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Nosso depoente está em trânsito — é uma condução coercitiva —, em deslocamento do Rio de Janeiro para a Capital Federal. Nós estamos aguardando a chegada do depoente. Então, vamos deixar a audiência, até a chegada do depoente, em funcionamento e aberta.
O depoente já se encontra com a Polícia Federal, em deslocamento para o Plenário 7 da Câmara dos Deputados.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Presidente, quero aproveitar este momento para fazer uma prestação de contas dos trabalhos desta CPI e dizer do trabalho intenso desta Comissão Parlamentar de Inquérito. É um trabalho que não é inédito nesta Casa, porque nós já tivemos boas CPIs, mas, diante de uma realidade, é uma CPI que tem apresentado ao Brasil um trabalho único de investigação, de apuração, um trabalho técnico, desempenhando funções tão importantes, funções típicas do Legislativo, a função de fiscalização e também a função de investigação de fatos determinados.
Aqui nós temos muitas situações que levaram milhares e milhares de pessoas ao abismo. Os senhores e as senhoras têm acompanhado o que virou o Brasil, com uma epidemia ou uma pandemia de fraudes com pirâmides financeiras, com a utilização de um ativo que é novo para muita gente. Acho que boa parte da população brasileira nunca havia ouvido falar de criptomoedas, de ativos digitais, e hoje tem se deparado com esse assunto já no nosso cotidiano, porque é a realidade inegável do Brasil e do mundo.
Diante deste cenário, nós nos deparamos com criminosos, com pessoas que fraudaram outras pessoas, com artistas, com influencers, que, com a sua credibilidade, levaram outras tantas pessoas à ruína. Então, essa é uma linha de investigação. Nós temos outra linha de investigação, que é justamente para entender como funciona esse mercado, como atua o Banco Central diante dessa situação, como atua a Comissão de Valores Mobiliários. E nos deparamos também, no meio da CPI... E temos, nessa segunda etapa, uma porção de pessoas investigadas, que terão as responsabilizações apontadas no relatório final.
Nós temos também a 123Milhas, que acabou no meio da CPI. Foi uma situação que nos pegou de surpresa, mas que se encaixou ao objetivo final desta CPI, que é apurar eventual esquema fraudulento com pirâmides financeiras envolvendo ativos digitais — e a milha é um ativo digital. Sobre esse caso e sobre tantos outros, temos aqui o apoio de uma assessoria técnica, fazendo estudos, trabalhos.
16:25
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A Polícia Federal está nos assessorando, está prestando serviços à população brasileira por meio desta Comissão Parlamentar de Inquérito. Está nos auxiliando em cooperação técnica entre o Legislativo e a Polícia Federal. Há também muitas quebras de sigilo bancário.
Então, quero apenas dizer para as senhoras e para os senhores que o relatório está sendo elaborado. A imprensa pergunta muito sobre isso. Está sendo elaborado por esta relatoria, mas sempre abrindo os trabalhos com todos os Deputados que fazem parte da CPI, com o nosso Presidente Aureo Ribeiro, que tem feito uma condução exemplar dos trabalhos desta Comissão Parlamentar de Inquérito.
Quero parabenizá-lo, Presidente, pela sua condução. Quero parabenizá-lo porque nesta CPI todos os atendimentos são feitos a quem quer que seja, advogados, pessoas que realmente têm o nome tangenciado por esta Comissão. Nós atendemos todos na luz do dia, falamos neste plenário, conversamos com todos, recebemos documentos oficialmente. Então, é uma apuração que tem dado um exemplo para o Brasil de como deve funcionar uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
E esta CPI tem dado mais um exemplo de que a CPI, quando funciona bem, tem poderes investigatórios incríveis — incríveis — e traz resultados para a população.
Além da parte investigativa, que nós estamos tocando muito bem, há um volume de dados muito grande. Eu vou até falar o número aqui. Os técnicos podem me corrigir. Nós tínhamos, até semana passada ou retrasada, 10 mil arquivos de quebra de sigilo, cada arquivo com mil páginas, 2 mil páginas. Então, é óbvio que os técnicos, junto com assessorias, todos estão se debruçando para decifrar essas quebras. E muitos elementos nós vamos trazer no relatório final desta Comissão Parlamentar de Inquérito.
Então, apenas faço uma prestação de serviços, de contas a todos os que nos acompanham, à imprensa aqui presente. O relatório vai apresentar uma investigação muito importante.
Outra coisa que também é importante, igual ou até mais importante, é a regulamentação de muita coisa no Brasil que está sem regulamentação. O crime de pirâmides financeiras hoje é um delito nanico, com pena de 2 anos. Infelizmente, até hoje, o crime compensou. Muitas pessoas cometeram fraudes e crimes contando com uma pena pequena da lei brasileira. E nós vamos mudar a história com esta CPI. Nós vamos mudar essa história.
Estamos nos debruçando com assessores técnicos também sobre a questão das milhas. As milhas são inegavelmente um ativo digital. Estamos construindo um texto que também não será em desacordo com as empresas aéreas. Eu tenho a convicção disso, porque todos nós queremos o bem do Brasil. Mas queremos também que os consumidores não fiquem à mercê de bandidos de um lado e de uma situação que coloca a faca no pescoço dos consumidores de outro lado.
Por que existe a 123Milhas? Porque as milhas expiram, porque as pessoas não têm o que fazer com a milha que vai expirar. Elas acabam buscando a venda dessa milha, de algo que é delas. Só que a venda não é permitida. Então, entra a 123Milhas, que acessa o login da pessoa — olhe que maluquice isso! —, acessa o login da pessoa para transferir as milhas, e orienta a pessoa a mentir, orienta por e-mail, documentalmente, para a empresa aérea, justamente porque a pessoa fica nesse meio de caminho.
16:29
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Então, favorece a fraude de um lado e desfavorece o consumidor de outro lado. Isso tem que mudar. Esse é outro tema em que a CPI vai avançar, porque milhas representam ativos digitais.
Temos a convicção de que esta Comissão vai trazendo um resultado para o Brasil muito importante. Hoje, com quebras de sigilo, com convocações, com condução coercitiva, com a polícia trazendo gente para cá, a CPI está funcionando em sua plenitude.
Algumas pessoas me perguntaram: "Deputado Ricardo, mas vai dar tempo de analisar as quebras de sigilo bancário?"
Nesta CPI, o relatório vai ser aquilo que tem que ser. O relatório vai ser uma fotografia de algo muito maior. Vai ser uma fotografia, por quê? Serão muitos dados compilados por esta Comissão Parlamentar de Inquérito, dados que interessarão às demais instituições de apuração. Então, nós vamos tirar uma foto momentânea, uma foto muito importante, com substância, com indiciamentos, com proposituras, e a partir daí não se encerra nesta CPI, como tem que ser, porque uma CPI tem que apurar um fato determinado. A partir dessa apuração, o volume de informações é encaminhado aos órgãos de investigação. Então, eu não tenho dúvida de que nós daremos muito trabalho para o Ministério Público, para a Polícia Federal, de anos para frente, com os documentos que nós estamos compilando nesta Comissão Parlamentar de Inquérito, que caminha para um desfecho muito importante.
Queria apenas fazer este registro e esta prestação de contas para a sociedade, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Agradeço ao nosso Relator, Deputado Ricardo Silva.
Solicito à Secretaria da Comissão que faça o pedido de condução coercitiva do Sr. José Augusto Madureira, do Sr. Rogério Júlio Soares Madureira, da Sra. Larissa Rodrigues Garcia Goulart e da Sra. Antônia Cristina Soares Madureira, que foram convocados para comparecer na data de hoje, mas não vieram. Portanto, estamos fazendo a solicitação de condução coercitiva, para que possamos escutar essas quatro pessoas, como aprovado em requerimento na Comissão Parlamentar de Inquérito.
Vou suspender a sessão até a chegada do próximo depoente, que é o Sr. Gleidson Costa, que já se encontra na aeronave, com a Polícia Federal, a caminho da capital, para que possamos continuar com a nossa sessão.
Está suspensa a reunião até a chegada do depoente.
(A reunião é suspensa.)
19:02
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O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Retomamos a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Está presente, para prestar depoimento como testemunha, o Sr. Gleidson Costa, Presidente da Grow Up Club, em decorrência da aprovação do Requerimento nº 172, de 2023, do Deputado Caio Vianna.
Solicito que o depoente se dirija à mesa com sua advogada, a Dra. Alessandra Pereira.
Informo que foi concedida a ordem do HC 233402, pelo Supremo Tribunal Federal, para resguardar ao depoente o direito ao silêncio com relação à autoincriminação, o direito à assistência por advogado durante o ato, o direito de não sofrer constrangimento físico ou moral decorrente do exercício dos direitos anteriores.
Passo a palavra ao depoente para fazer o juramento nos termos legais.
O SR. GLEIDSON COSTA - Faço, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e me for perguntado.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Indago ao depoente se deseja fazer uso da palavra para as suas considerações iniciais. (Pausa.)
Passo a palavra ao Relator, o Deputado Ricardo Silva.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Sr. Gleidson Costa, qual é a sua atividade profissional?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu me reservo o direito de ficar calado.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Na realidade, você tem o direito de ficar calado, com o HC concedido pelo Supremo Tribunal Federal, no que autoincriminar. Você está aqui na qualidade de testemunha. Só no que autoincriminar.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Eu vou alertar o senhor, e até vou pedir acesso ao habeas corpus, para que possamos fazer a leitura da versão do HC, porque, como o senhor está depondo na condição de testemunha, o senhor tem o direito de permanecer em silêncio, que é um direito constitucional, sobre os fatos que o incriminem. Sobre qualificação... Eu vou ler a versão do habeas corpus, até para que o senhor seja bem orientado pela sua advogada, para que o senhor não tenha problemas aqui no seu depoimento. Diz a ordem HC 233402: "Destaque-se, por fim, que o paciente não está albergado pelo direito ao silêncio em relação a todo e qualquer questionamento, senão na medida necessária para se elidir da autoincriminação". Então, foi deferida, em parte, a medida liminar. Eu pergunto novamente ao senhor, com a advertência de estar em uma Comissão Parlamentar de Inquérito depondo como testemunha, qual é a qualificação do senhor.
19:06
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O SR. GLEIDSON COSTA - Quando o senhor pergunta a qualificação, é o que eu estudei ou o que eu faço hoje?
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - É o que o senhor estudou, o que o senhor faz, um pouco da sua história de vida.
O SR. GLEIDSON COSTA - Estudei administração. Hoje eu sou analista gráfico.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Há quanto tempo o senhor é analista gráfico?
O SR. GLEIDSON COSTA - Desde 2016.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Qual é a sua renda mensal? O senhor recebe salário? O senhor é proprietário de empresa? Qual é a renda com que o senhor vive?
O SR. GLEIDSON COSTA - A minha renda mensal hoje, ela oscila um pouco, tendo em vista que eu trabalho para outras empresas. Então, não existe uma renda fixa, já que eu presto serviço.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Para quais empresas?
O SR. GLEIDSON COSTA - Essa... Eu vou ficar calado.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - O senhor não quer falar para quais empresas o senhor presta serviço?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Está o.k. Perguntar para quais empresas o senhor presta serviço é uma pergunta qualificadora, não é uma pergunta que está incriminando-o ou está impondo-lhe alguma conduta criminosa. Eu reitero ao senhor, se o senhor insiste em ficar em silêncio, mesmo diante desta pergunta sobre uma qualificação do senhor, sobre qualificação pessoal, profissional, para onde o senhor presta serviço...
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - A defesa entende que é uma pergunta incriminadora, e ele permanece em silêncio.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - O.k. Eu repasso a palavra ao Presidente, até para que nós possamos consultar os órgãos da Casa.
Enfim, esta CPI, Dra. Alessandra... Qual é o sobrenome?
Dra. Alessandra, primeiro, o nosso mais profundo respeito à advocacia brasileira, que eu tanto admiro, advocacia brasileira que presta um serviço maravilhoso à construção da cidadania. Mas eu vou até pedir que o Presidente possa se pronunciar, porque, numa Comissão Parlamentar de Inquérito, doutora, até pela forma como ele foi intimado, as perguntas que qualificam a pessoa não têm o condão incriminatório, elas têm um condão de entendimento, até porque nós estamos apurando vários fatos.
Então, eu passo a palavra ao Presidente, para que se pronuncie, por favor.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Sr. Relator Deputado Ricardo Silva, membros aqui presentes em nosso colegiado...
Sr. Gleidson Costa, sobre a pergunta que foi dirigida ao senhor, se o senhor não responder, cabe à Presidência fazer representação ao Ministério Público Federal. E não está garantido o HC da empresa onde o senhor trabalha, não autoincrimina o senhor.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - A pergunta não foi para a empresa para a qual ele trabalha. A pergunta foi sobre se ele prestava serviço para outras empresas.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - A pergunta foi clara, doutora: para quem ele presta serviço? Para quem ele trabalha? Para quais empresas ele trabalha, ele presta serviço? Nem estou me referindo ao fato que eu vou me referir em instantes. Eu vou me referir, mas não estou nem me referindo a isso. Eu quero entender um pouco do depoente, a qualificação dele, para quem ele trabalha, para quem ele presta serviço. E isso é textual, na decisão do habeas corpus, que são perguntas qualificadoras. E há uma promessa de dizer a verdade.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Sim. Eu gostaria de me explanar sobre o posicionamento.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Claro. Por favor.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Boa noite a todos os presentes. Eu, na qualidade de advogada em defesa do Sr. Gleidson, venho aqui externar os meus profundos sentimentos em relação a esclarecer a verdade para a Comissão. Nós não temos nenhum óbice a esclarecer toda a verdade. Neste momento, o meu cliente está sendo intimado na qualidade de testemunha, mas nós não tivemos acesso a maiores detalhes sobre a CPI. Então, para que o meu cliente não produza provas contra ele, nós impetramos um HC, e ele se reservará o direito de permanecer calado em tudo o que a defesa entender que o incrimine. A pergunta do nobre Deputado Ricardo, o Relator, foi para quais empresas ele presta serviço. Não sabemos aqui ao certo quais as empresas que estão sendo investigadas e qual é o cunho da investigação. Então, nesse sentido, o meu cliente irá permanecer calado, até mesmo porque o senhor acabou de relatar que teria algumas empresas para explanar. Se o senhor quiser adiantar alguma coisa nesse sentido.
19:10
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O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Está no relatório, doutora, a que a senhora teve acesso.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Sim.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Está no requerimento de convocação. Eu leio para a senhora.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Não, eu vi o requerimento.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Deixe-me ajudar, se a senhora quiser, para facilitar.
Conforme a senhora informou, o seu cliente, o Sr. Gleidson Costa...
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - ...está na qualidade aqui de testemunha.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - De testemunha. Isso.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Convocado...
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Isso.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - ... por uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga indícios fraudulentos, criminais,...
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - ... de crimes que aconteceram e que lesaram o povo brasileiro. Se a senhora tem alguma dúvida, eu posso explicar o que o seu cliente está fazendo aqui na Comissão Parlamentar de Inquérito.
Ele está aqui na condição de testemunha, porque esta Comissão apura crimes...
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - ... que lesaram cerca de 3 milhões de brasileiros e ela investiga as vinte maiores pirâmides baseadas em criptomoedas que movimentaram cerca de 100 bilhões de reais. É por esse fato que esta Comissão foi criada e porque o seu cliente está aqui para prestar, na qualidade de testemunha, esclarecimentos a todos os fatos que a ele serão perguntados pelos nobres Parlamentares.
O HC que a senhora possui é muito... E é importante quando vem uma decisão do Supremo Tribunal Federal, porque ele é claro em toda decisão. Então, a questão sobre onde ele trabalha e para quem ele trabalha não o autoincrimina. Só se ele trabalha... E aí se for entendido que o autoincrimina, vamos entender a atividade que ele faz, e, se for uma atividade totalmente ilegal, claro que automaticamente o autoincrimina, e nós recorremos ao Ministério Público Federal. É uma decisão...
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - O silêncio do meu cliente não quer dizer que ele está confessando nenhuma prática de crime, não. O silêncio do meu cliente, neste exato momento, é para que ele se resguarde de ações futuras. Então, como o meu cliente está aqui na qualidade de...
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - O HC dele é de autoincriminação.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Sim, e a defesa tem...
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Não. O HC dele é de autoincriminação: se for autoincriminá-lo, com certeza....
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Sim. Ele está na qualidade de testemunha e, se a defesa entender que as perguntas o autoincriminam, nós nos reservaremos o direito de permanecer calados.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Com certeza, doutora. Então, está garantido o direito. Então, justifica o porquê do silêncio.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - O.k. Deixe-me só concluir, doutora.
A senhora está dizendo que o silêncio dele não implica assumir culpa.
19:14
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A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Nem confissão.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Eu concordo que aos investigados é dada a condição de permanecer em silêncio, para que seja protegido. Mas a nossa Constituição da República também diz, doutora, que as pessoas, quando são convocadas como testemunhas, são obrigadas a testemunhar sobre fatos que elas eventualmente presenciaram. O.k.? E nós temos elementos nos autos — e não precisamos disponibilizá-los previamente à testemunha, porque ela é testemunha — que nos remetem a esse entendimento. Dentro desse entendimento, a senhora buscou um habeas corpus no Supremo, e o seu cliente está aqui por meio de uma condução coercitiva: ele foi conduzido pela Polícia Federal a esta Comissão Parlamentar de Inquérito para prestar depoimento.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - E nós respeitamos isso.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - O.k.
Quero reiterar à senhora, que faz a defesa técnica, que, em razão da eventual insistência em não responder a perguntas que são qualificadoras — e a jurisprudência do STF é farta nisso, é farta —, talvez nós tenhamos que tomar alguma medida mais drástica que não foi tomada por esta Comissão até o momento, porque justamente atua com muita parcimônia e com respeito. E, se eventualmente alguém fizer alguma pergunta incriminatória de algum fato relacionado ao seu cliente, este Relator será o primeiro a defender o direito do depoente de permanecer em silêncio para que não produza provas contra si, porque esse é o ordenamento jurídico básico.
A decisão é clara, e vou lê-la novamente:
Os documentos juntados ao feito comprovam que o paciente foi intimado para prestar esclarecimentos perante a Comissão Parlamentar de Inquérito, tendo sido determinada sua condução coercitiva para essa finalidade.
Sob cognição sumária, típica das tutelas de urgência, tenho que os elementos indicados na inicial, ainda que de forma incipiente, apontam para a existência de fundado receio de que advenham questionamentos cujas respostas possam resultar em prejuízo do depoente, eis que o sócio de empresta cujos atos são objeto de investigação por esta CPI.
Diz ainda, um pouco mais para trás — e a senhora pode ficar tranquila, porque eu vou ler por completo o trecho que dê a ele o direito ao silêncio:
O direito ao silêncio confere à pessoa, independente se investigado ou testemunha, que comparece perante qualquer dos Poderes Públicos, a prerrogativa de não responder a perguntas cujas respostas, em seu entender, possam lhe incriminar, sem que, com isso, qualquer consequência negativa decorrente de seu status poenalis possa lhe advir.
Destaque-se, por fim, que o paciente não está albergado — taxativamente — pelo direito ao silêncio em relação a todo e qualquer questionamento, senão na medida necessária para se elidir à autoincriminação.
Em outros habeas corpus também concedidos a pacientes, inclusive perante esta Comissão Parlamentar de Inquérito, as decisões são até claras dizendo que as respostas sobre a qualificação da testemunha não resultam em prejuízo do depoente. E, de fato, não é o meu intuito incriminá-lo aqui. Como ele está como testemunha nesta Comissão Parlamentar de Inquérito, quero apenas entender a ocupação do paciente.
19:18
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A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - A empresa Grow Up está sendo investigada?
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - A empresa Grow Up... Se a senhora quiser, eu leio o requerimento para a senhora.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Eu já li o requerimento. Ela está sendo investigada?
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Ainda formalmente, não. Para ser investigada, tem que ter o indiciamento, e não tem indiciamento ainda. Estamos apurando condutas das quais ele pode ser testemunha. É importante.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Sim.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - O.k. Então, eu reitero a pergunta: o senhor trabalha para quais empresas? Qual é a sua atividade profissional?
O SR. GLEIDSON COSTA - A minha atividade profissional... Primeiramente — eu acho que comecei diferente aqui —, quero dar boa noite a todos vocês que estão aqui, quero agradecer e quero também dizer a vocês que eu não recebi... Da última vez que eu vi alguma coisa... Eu tenho acompanhado o trabalho de vocês, e o trabalho de vocês é excelente. Eu tenho acompanhado mesmo, tenho acompanhado todos os vídeos, todas as pessoas que vêm aqui. E, mais uma vez, o trabalho de vocês é excelente. Hoje, a gente vê... Eu vim aqui acompanhado pela Polícia Federal, não é? Porém, quero agradecer também aos agentes que foram à minha casa, 100% educados, me trataram muito bem, chegaram até a minha casa de forma respeitosa, esperaram eu me arrumar, me trouxeram de forma respeitosa, todos os agentes perfeitos. Porém, eu só soube no dia 29... Eu recebi um e-mail da Câmara dos Deputados com um mandado para que eu viesse no dia 26. Só que o mandado era do dia 26, e o e-mail chegou no dia 29 dizendo que era o terceiro. Só que eu não tinha recebido nenhum. Só chegou o e-mail no dia 29, e eu só fui ver no sábado à noite, que foi dia 30. Então, eu não vim porque eu não quis ou porque eu não queria vir até aqui, mas eu não vim porque eu de fato não tinha sido chamado. Eu sempre estive à disposição da Polícia Civil. Quando me chamou, eu fui até lá, fui lá dar o esclarecimento, dar o depoimento como me pediram. E não serei diferente aqui. Então, hoje, quando os agentes chegaram lá pela manhã, deram o tempo, me arrumei e vim até aqui. Concluindo e respondendo a pergunta do senhor, o senhor me perdoe.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Pois não. Imagina!
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu sou especialista em análise gráfica. Eu estudo esse mercado, desde 2016, e presto serviço a algumas empresas. Uma dessas empresas — e também um contrato, se quiser, eu posso trazer para poderem olhar, posso deixar disponível —, uma dessas empresas foram a MFF e a FTMU.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Em que mais empresas o senhor trabalhou? Ou foram apenas essas?
O SR. GLEIDSON COSTA - Em que eu trabalhei de 2016 para cá?
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - É.
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu trabalhei na Telefônica, na Vivo, e, depois da Telefônica Vivo, eu trabalhei para essas empresas e também trabalhei na Grow Up.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Na Grow Up. Qual era o seu grau de escala na Grow Up? Qual era a sua função dentro dessa empresa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Na Grow Up, eu era responsável pelas ações financeiras.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Ações financeiras... Em que consiste isso? Explique-me o que são ações financeiras.
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom...
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Só um minutinho. Considerando aqui o requerimento: "Considerando a possível caracterização da Grow Up Club como mais um caso de pirâmide financeira, é imprescindível o convite de seu Presidente para prestar esclarecimentos perante esta CPI". Qual é o entendimento da defesa nesse sentido? Como esta empresa é uma possível investigada, ele vai se reservar o direito, haja vista que ele mesmo já informou que era um dos sócios da empresa, ele vai se reservar...
19:22
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O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Ele não disse isso. A senhora está dizendo por ele.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Ele disse, sim.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - A senhora respondeu por ele. Não, ele fazia as ações. A senhora respondeu por ele.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Quando a senhora tiver uma questão de ordem, a senhora formula, porque...
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Peça pela ordem, por favor.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Peça pela ordem, porque a questão de ordem...
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - O.k.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Pela ordem, Sr. Presidente, inclusive porque acho que a advogada tem o direito de fazer uma questão de ordem, mas não de depor no local da testemunha.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Ela não disse isso.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Então, de fato, a senhora faça uma questão de ordem e identifique qual é a questão de ordem que a senhora está fazendo, por favor.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Enfim, agora, como a sua advogada disse, o senhor era sócio da empresa Grow Up? Era isso?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim, sócio da empresa Grow Up.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Sócio proprietário?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, éramos quatro sócios da empresa Grow Up.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Quatro sócios. E qual era o percentual de cada um na empresa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu tinha 70%, e, quanto aos outros, era dividido em 10%.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - O.k. O senhor era o sócio majoritário.
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - A função de administração dessa empresa era do senhor? A gestão?
O SR. GLEIDSON COSTA - A gestão sim, mas era trabalhado por voto. Os votos, eles tinham o mesmo peso, independente de majoritário ou não. Todos, como consta lá na... todos eram sócios administradores.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - A sede da empresa é em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Os clientes também eram dessa cidade, do Rio, ou eram de outros lugares também?
O SR. GLEIDSON COSTA - Olhe, para poder responder a essa pergunta para que ela não fique assim de forma no ar e trazer eu acho que o entendimento para todos, eu precisaria explicar de que forma tudo isso aconteceu, porque...
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Pois não, este é o espaço que o senhor tem.
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, para que tenha o entendimento de todos vocês, porque senão alguma pergunta pode ficar solta e dar a entender, de fato — peço desculpa a vocês —, quando a gente for responder ou falar alguma coisa, dá a entender. E dar a entender não é certeza de nada. Então, é bom que seja feito da forma correta. Bom, como já foi dito, sou sócio da Grow Up. Hoje, sócio da Grow Up, sócio não, hoje eu sou o dono da Grow Up. Em 2017 — eu opero, eu analiso gráficos há muitos anos —, eu operava dentro desse mercado de forma de gestão para mim e para minha família. E sempre foi assim, sempre foi assim. A Grow Up, como consta aí, talvez vocês tenham aí na mão de vocês ou não, a Grow Up se oficializou Grow Up em 2019. Então, em 2017, já estávamos ali eu, Gleidson Costa, o Paulo Sérgio, o Leandro e o Bruno, Bruno Reis. Já estávamos ali e só tínhamos a gente, só tínhamos a gente como... Não era uma empresa, a Grow Up não era uma empresa, era um negócio ali entre amigos, que era feito ali para mim, para os sócios, para pessoas assim muito próximas da gente, com grau de parentesco mesmo.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - O.k. A Grow Up deixou de pagar os clientes desde dezembro de 2022? A Grow Up chegou a não pagar os clientes desde dezembro de 2022? E, se sim, qual é a razão desse não pagamento?
O SR. GLEIDSON COSTA - Essa, eu posso me reservar o direito ao silencio
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - O senhor tinha três sócios. Algum deles pertencia à empresa Braiscompany?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
19:26
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O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Não.
Qual a relação que tinha com a Braiscompany?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, eu vou falar dessa parte porque hoje a gente tem muita visão do que é falado na mídia, não é? Então, vou falar dessa parte. Se eu me recordo, entre 2020 e 2021, eu fui para um evento. Como toda pessoa que quer estudar, aprender, treinar, eu fui para um evento. Esse evento, se eu não me engano, o nome do evento era Imparáveis, do Janguiê Diniz, que é um grande empresário. E, dentro desse evento, vão muitas pessoas, muitas pessoas. É por isso que eu gosto de explicar porque, nesse evento, ali estavam várias celebridades, pessoas que fazem diversas coisas. E nesse evento estava o dono da Braiscompany, que, se eu me recordo bem, o nome dele é Antonio Neto. E a única vez que eu vi essa pessoa, pessoalmente, foi nesse dia, só vi, não tive contato físico. Só isso. Foi nesse evento aí que a gente se encontrou, e ali estavam várias outras personalidades.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - O senhor tinha conhecimento ou amizade ou algum tipo de relação com o Sr. Antonio Neto?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Algumas imagens mostram ele, parece que tendo uma estima pelo senhor. Isso o senhor tem conhecimento? Vídeos, assim, alguma coisa assim, ou não?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Não. O senhor chegou a se inspirar no Sr. Antonio Neto?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não. (Risos.)
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Não.
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, nunca me inspirei no Antonio Neto.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Qual foi o nome que o senhor disse desse evento que o senhor foi recentemente, naquela ocasião?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, não foi recentemente, foi em 2020 ou 2021. Salvo engano, era Obstinados, eu acho que o nome era Obstinados, se eu não me engano.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - E como chama a pessoa que o senhor disse que se encontrou lá, que se inspira nela?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, eu não falei que me inspiro, não.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Mas quem que é?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, a pessoa que eu encontrei lá foram várias outras celebridades.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Mas o senhor citou um agora há pouco.
O SR. GLEIDSON COSTA - Citei um que é o rapaz do qual o senhor perguntou, que é dono da empresa a qual o senhor me questionou, que é a Braiscompany. Eu não me encontrei com ele lá, eu o vi lá.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Não, não, não, o senhor disse um outro, anteriormente, que o senhor foi por um bilionário. Quem que é o bilionário?
O SR. GLEIDSON COSTA - Ah, sim, sim. É o Janguiê Diniz. Ele é o idealizador do projeto.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Ele é ligado à Rental Coins? É isso? À Braiscompany?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Ele é uma vítima da Rental Coins, é isso?
Havia alguma ligação entre os negócios da Braiscompany e da Grow Up?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Não. O senhor prometia a seus clientes bons rendimentos com locação de criptomoedas. Como era essa operação?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu me reservo o direito de ficar calado.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Ficar em silêncio.
O SR. GLEIDSON COSTA - Perdão.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Não, claro. Por que o senhor vendia seu negócio como um consórcio de locação de criptomoedas com rendimentos acima do mercado? O senhor pode explicar isso ou não? Como é que atuava a empresa Grow Up, como é que atuava o senhor nesse ramo aí?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu vou, mais uma vez, pedir ao senhor para eu poder, para não ficar subentendido, mas para que vocês possam entender, eu quero fazer uma introdução muito breve, muito breve de fato. O primeiro ponto é que a Grow Up não vendia consórcio. Eu vou explicar para vocês por que não, tá? Primeiro ponto: em Campos dos Goytacazes, uma cidade com um pouquinho mais de 500 mil habitantes, em Campos dos Goytacazes, o que acontece ali? Eu, que trabalhei em empresa com dez, 15, 20 funcionários, onde eu também era colaborador, funcionário, e assim sucessivamente, normalmente, a gente junta ali os funcionários. É uma coisa, é uma questão cultural, é uma questão cultural, a gente junta ali os funcionários, e ali a gente faz tipo um grupo de 12 pessoas, e aí a gente sorteia os meses, as pessoas pagam mensalmente, e aí, culturalmente, é chamado de "consórcio"? Eu estou explicando a questão, tá? Então, a Grow Up nunca vendeu consórcio, talvez pelos clientes ou alguma vez pela empresa, porque é uma empresa...
19:30
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O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Qual é o nome disso? Qual é o nome disso se não é consórcio?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não. É o que eu estou explicando para o senhor. Culturalmente, era chamada de "consórcio". Que eu entenda, quem pode vender consórcio é o banco.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Tá, mas qual que é o nome disso que o senhor vendia?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, mas eu não vendia isso, não.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Não, mas o senhor falou que o senhor não vendia consórcio, mas fazia um negócio aí que era parecido, mas que não era consórcio.
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, eu falei, eu expliquei a questão das pessoas dizerem que a Grow Up vendia consórcio
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - O que ela vendia?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu me reservo o direito de ficar calado.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Eu vou apenas pedir para que o senhor não faça mais risadas, porque aqui nós estamos num depoimento, e o senhor fez uma risada irônica quando eu perguntei da sua ligação com o Sr. Antonio Neto. Eu vou pedir para que o senhor mantenha respeito com o mesmo que estou tratando o senhor, com a mesma seriedade. Aqui, eu tenho uma mensagem de WhatsApp, uma mensagem que foi separada pela assessoria técnica desta Comissão Parlamentar de Inquérito: "Abraçado por Antonio Neto, Gleidson Costa ia a eventos com a presença do fundador da Braiscompany, compartilhava com clientes supostos elogios recebidos por Antonio Neto." "Quem está aqui é o dono da Braiscompany, me abraçou", mensagem sua. Uma pessoa fala: "Que legal". "Perguntou o que precisa para ter um cara bom assim na equipe dele. E mais, mostrou os balanços da empresa. Ele é jurista pesado". É isso ou não? "Olha, tá com moral, hein?", uma pessoa te mandou. Aí, você responde: "Tô não. Ele que tava apagado". E risadas. Passava uma mensagem de WhatsApp. Eu vou prosseguindo com as perguntas. Por que os rendimentos prometidos não foram pagos aos clientes, uma vez que o senhor alega ter liquidez para isso?
O SR. GLEIDSON COSTA - Primeiramente, eu gostaria de pedir perdão ao senhor, mas não foi com intenção, não foi uma risadinha para poder parecer que eu estava debochando ou coisa do tipo. Sobre a pergunta do senhor, eu vou permanecer calado.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Eu agora tenho mais perguntas para fazer, mas vou passar ao nosso Presidente desta reunião, Deputado Caio Vianna, Deputado do Rio de Janeiro, que preside esta Comissão Parlamentar de Inquérito neste momento.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Obrigado, meu amigo, nosso Relator Ricardo Silva.
Eu queria aqui registrar a presença do nosso nobre colega, Deputado Alfredo Gaspar, sempre aqui muito combativo, e agradecer a S.Exa. pela presença também nesta oitiva.
E registro a presença do nosso irmão, Deputado Zé Haroldo Cathedral, do PSD.
Relator, causaram-me algumas coisas aqui estranheza. Esta CPI vem conduzindo os trabalhos de uma forma muito técnica, muito qualificada, respeitando todos os depoentes que aqui vêm, de uma forma até facilitando o trabalho para eles explicarem qual é, de fato, a atuação que eles desenvolvem. Mas, quando o depoente fala sobre as datas em que ele teria ou não recebido a convocação para vir, causou-me muita estranheza, porque o depoente disse que ele estava acompanhando esta CPI, esta Comissão Parlamentar de Inquérito frequentemente. Ora, se ele a estava acompanhando frequentemente, causa-me aqui um fator curioso: o senhor não viu o dia em que a convocação do senhor foi aprovada nesta CPI? É uma pergunta.
19:34
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O SR. GLEIDSON COSTA - Eu acompanho lá no Youtube, vejo os vídeos, acompanho tudo que é falado lá, acompanho os vídeos que são passados lá. Só que eu deveria ter recebido uma convocação de fato.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor a recebeu.
O SR. GLEIDSON COSTA - Quando?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Nós temos que checá-la na Câmara. O senhor a recebeu e, quando viu, deveria ter entrado em contato com esta Casa. O senhor não entrou em contato para prestar esclarecimentos. O senhor também não atendia as ligações feitas para todos os celulares. O senhor teve a oportunidade de responder e não respondeu. Quando houve o mandado de condução coercitiva, também foi enviado um novo e-mail para o senhor, dando a oportunidade de entrar em contato com esta Comissão Parlamentar de Inquérito para que o senhor também se explicasse, para que o senhor pudesse talvez vir aqui sem condução coercitiva, porque esse não é o desejo de ninguém. Há dois agentes da Polícia Federal aqui. O primeiro ofício, inclusive, foi um convite para o senhor vir como convidado.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Chegou...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Só um segundo, doutora, por favor. Portanto, o senhor teve a oportunidade. Independente da data, doutora, que chegou para ele, ele viu. E, quando acessou o e-mail, você teve a oportunidade, com o e-mail acessado, de entrar em contato com esta Comissão Parlamentar de Inquérito, mas o senhor não entrou.
O senhor está vindo aqui por meio de condução coercitiva, acompanhado por dois agentes da Polícia Federal, mas poderia ter vindo para cá sem gerar ônus financeiro para o poder público. Hoje, o senhor está vindo para cá hoje, infelizmente, gerando custo para o poder público, porque dois agentes da Polícia Federal vieram para cá, houve despesa com carro para trazer o senhor e com avião para trazer o senhor.
Por isso, eu só quero lhe pedir, com muita clareza, que o senhor respeite esta Comissão, que o senhor utilize esse tempo aqui para esclarecer de fato como a Grow Up funcionou. Esta é uma oportunidade para o senhor. Se o senhor acha que não fez nada de errado, esta é uma oportunidade de o senhor esclarecer. Se o senhor acha que cometeu algum equívoco, também é oportunidade de o senhor falar sobre isso. Eu gostaria de pedir que o senhor tenha essa compreensão, porque não só a sua empresa pode ter lesado milhares de pessoas, como também o senhor está, no dia de hoje, fazendo o poder público gastar dinheiro para conduzi-lo até aqui. O senhor poderia ter vindo aqui sem esses gastos.
Quero, primeiro, deixar isso claro, porque essa história que você contou ficou mal contada. Quando o senhor viu o e-mail, poderia ter entrado em contato. Imagine: chega um e-mail para qualquer um que está aqui hoje presente nesta CPI, convidando ou convocando para uma CPI. Você olha o e-mail e o ignora? Em nenhum momento, o senhor respondeu ao e-mail. O senhor não entrou em contato com esta Comissão Parlamentar de Inquérito em momento nenhum, o senhor decidiu ignorar, ou o senhor estava se achando acima da lei. Não está clara qual foi a sua intenção.
19:38
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Mas vamos seguir, porque o que importa aqui são os esclarecimentos que o senhor pode contribuir com esta CPI. Qual era a sua posição na Grow Up? Você pode contar um pouco sobre como era a sua rotina lá? O senhor já falou qual era a sua posição, mas eu gostaria que o senhor repetisse e contasse qual era sua rotina diária na Grow Up.
O SR. GLEIDSON COSTA - É só para responder a pergunta mesmo? Eu vou me reservar o direito de ficar calado.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Mas eu te perguntei qual era a sua posição na Grow Up.
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu já respondi essa pergunta.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Eu estou lhe perguntando de novo.
O SR. GLEIDSON COSTA - Então, faça a pergunta novamente para que eu possa responder.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Qual era a sua posição na Grow Up?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu era o responsável financeiro da empresa.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor era responsável financeiro? O senhor era sócio e responsável financeiro?
O SR. GLEIDSON COSTA - De fato.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - As operações ficavam a cargo do senhor? O senhor que operacionalizava toda operação financeira que a empresa fazia?
O SR. GLEIDSON COSTA - Da forma como o senhor está falando, não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Então, o senhor me explica, por favor.
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu me reservo o direito de ficar calado neste momento.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor acha que isso pode lhe incriminar?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu vim à disposição de todos vocês para responder qualquer tipo de pergunta, porém, devido ao nosso primeiro contato aqui agora, sobre até a questão dos e-mails que o senhor falou, eu só recebi um e-mail no dia 29 e eu o vi só no dia 30. O senhor está dizendo que eu não o vi.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Eu não estou dizendo que o senhor não viu. O senhor disse que viu o e-mail, mas o senhor não entrou em contato com esta Comissão.
O SR. GLEIDSON COSTA - Foi sábado à noite.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Sim. Só que o senhor não entrou em contato com esta Comissão Parlamentar de Inquérito. É isso que eu estou lhe falando. O senhor teve a oportunidade de entrar em contato, mas o senhor não entrou.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Deputado, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Por favor.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Assim que o Sr. Caio tomou conhecimento do e-mail, no sábado...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Sr. Caio?
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Deputado Caio, o senhor. Assim que o Sr. Gleidson teve contato com o e-mail, ele procurou o escritório do Rio de Janeiro para que o escritório do Rio de Janeiro providenciasse junto a esta Comissão uma data para que ele pudesse vir.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - E vocês entraram em contato?
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - O escritório do Rio de Janeiro estava fazendo essa diligência para que ele pudesse vir. Hoje é terça-feira.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O fato é que não houve, em momento nenhum, contato de vocês.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Ele tomou conhecimento no sábado à noite. Então, nós estamos esclarecendo aqui, Deputado, que ninguém está aqui para brincar com V.Exas., ninguém está aqui para desrespeitar o trabalho de V.Exas., mas nós também não estamos aqui para…
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Claro. A senhora já explicou isso.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Sim. Porque o senhor passou uma situação como se ele não estivesse dando importância a esta Comissão.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Porque me pareceu, e eu...
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Não. Mas o seu parecer não quer dizer o nosso, o parecer do senhor e dos demais. Nós estamos esclarecendo...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Então, a senhora tem a oportunidade, advogada. A senhora tem...
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Qual é o seu nome?
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Alessandra.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Alessandra. A senhora tem aqui o direito, pelo fato de estar o representando, de esclarecer. O que a gente quer...
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Até mais para os demais ouvintes para a gente esclarecer. Ele recebeu e teve conhecimento do e-mail no sábado à noite, procurou o escritório do Rio de Janeiro na segunda-feira, para que o escritório do Rio de Janeiro providenciasse a vinda dele a Brasília. Hoje é terça-feira. Foi um espaço de tempo muito curto.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Esta é uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Sim.
19:42
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O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Nós estamos aqui investigando crimes. Pessoas foram lesadas.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Exatamente.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Portanto, vocês tiveram tempo.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Então, por isso nós estamos esclarecendo que não foi desrespeito da parte do meu cliente.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Está bem.
Eu vou continuar.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - O.k.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Eu vou continuar com as perguntas. Obrigado pela sua explanação; eu não sou obrigado a concordar, mas vamos seguir.
Eu lhe perguntei para o senhor contar um pouco mais sobre a sua operação no dia a dia. O senhor disse que não era da forma que eu estava colocando. Então, o senhor pode esclarecer para mim, por favor?
O SR. GLEIDSON COSTA - Quando eu falei que não era da forma que o senhor estava colocando, foi a introdução que o senhor utilizou para dizer que eu... Que deu a entender, da nossa parte aqui, que eu estava desrespeitando a Comissão e utilizando dinheiro público na questão de fazer com que gastassem para a gente vir aqui, e tal, não sei o quê. Aí o senhor colocou dessa forma. Então, o que eu quis colocar para o senhor é que de nenhuma forma foi isso. Como foi falado aqui por ela, pela advogada, eu recebi o e-mail no dia 29; eu vi o e-mail no dia 30 à noite, falei com a advogada...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Sr. Gleidson, eu já me dei por satisfeito nesse tema. Eu estou lhe perguntando para você me contar como é que era o teu dia a dia na empresa.
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu vou permanecer calado nessa questão.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Mas, Sr. Gleidson, lhe perguntar qual era o seu dia a dia na empresa não lhe incrimina. Se você acha que lhe incrimina, o senhor, então, tem que justificar por que o senhor vai ficar em silêncio. O senhor não pode simplesmente, deliberadamente, decidir qual o momento que o senhor vai ficar ou não em silêncio, sem justificar, porque, em algum momento aqui, o senhor tem que... O senhor tem que entender que isso são perguntas pertinentes e que não tem, de forma alguma... O senhor dizer qual era a tua operação no dia a dia: o senhor acordava, o senhor abria a porta da empresa, a empresa tinha uma sede, não tinha, o senhor trabalhava na frente de um computador, o que o senhor fazia... Eu não vejo nenhum sentido aqui em o senhor falar que vai ficar em silêncio e isso lhe...
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Presidente, eu discordo de V.Exa., porque talvez ele fosse para a empresa todo dia para passar calote, fazer estelionato, e aí ele realmente se incrimina. Ele não está querendo falar. É isso que nós pensamos dele; se ele quiser desmentir o que nós pensamos, ele que explique.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - E tem o direito.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Pela ordem. Eu gostaria de fazer um pedido: da mesma maneira como nós aqui estamos tratando todos com respeito, gostaríamos também que os nobres colegas se dirigissem a nós com respeito, até mesmo porque uma pessoa só pode ser considerada culpada depois de um trânsito em julgado. Até o presente momento, nós não temos nenhuma decisão judicial nesse sentido.
Então, quero pedir a todos esse respeito, está bem?
Obrigada.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Concedo a palavra ao Deputado Alfredo Gaspar.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quero pedir perdão à advogada por chamar o cliente dela de estelionatário, de falsificador, de trombadinha. Mas, de qualquer forma...
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Pela ordem. Novamente, peço respeito.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - A palavra está concedida ao Deputado Alfredo Gaspar. Por favor, a senhora respeite o ordenamento deste Plenário.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - De qualquer forma, Presidente, ele está tendo a oportunidade de tirar essa imagem aí, com as perguntas que o senhor está disponibilizando.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Perfeito, Deputado.
Eu acho que — inclusive, é o que eu tentei falar aqui para vocês no início da minha fala — é uma oportunidade de o senhor esclarecer. Eu acho que isto aqui é a Casa do Povo. Está todo mundo lhe escutando; os Deputados estão lhe escutando. Mas, quando você começa a dificultar, e sem justificar o porquê que você não quer responder certas coisas... Esta CPI produz um relatório; daqui sai um trabalho sério. Então, ou seja, o senhor está tendo oportunidade de dizer de fato no que o senhor participou ou não, e dizer, contar a verdade do seu dia a dia. Eu não estou vendo nada demais; eu estou tentando entender, mas eu não estou vendo nada demais. Qual é a dificuldade de o senhor contar qual era o seu dia a dia na tua empresa? Veja, eu tenho meu dia a dia aqui, como Deputado. Eu chego a esta Casa, eu reúno o meu gabinete, eu vou ao Plenário. A gente marca presença, a gente discute as pautas de projetos de lei do dia, a gente faz reunião de bancada, a gente está aqui na Comissão de Parlamentar de Inquérito investigando crimes com pirâmides financeiras. Eu tenho meu dia a dia aqui. O senhor com certeza deveria ter o seu dia a dia na sua empresa. Ou a sua empresa não tinha dia a dia? Se tinha, é isso que eu estou lhe perguntando. O senhor pode, por favor, responder qual era o seu dia a dia na sua empresa Grow Up, que o senhor é sócio majoritário?
19:46
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O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, mais uma vez, Sr. Caio... Bom, dia a dia normal. Sou sócio de uma empresa; você vai até a empresa, você conversa com pessoas que prestavam serviços na empresa; conversava, falava normal. E, sobre a questão das perguntas do senhor, como eu já falei, não tenho problema em responder às perguntas do senhor. Só que, dependendo da pergunta ou da forma que o senhor faz, o senhor está, está, está, como eu falei no início, fazendo perceber que foi ou não foi alguma coisa.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Sr. Gleidson, eu perguntei, de uma forma muito clara e objetiva, uma pergunta supertranquila, que era o seu dia a dia. O senhor contou ele parcialmente. Eu vou continuar as minhas perguntas. O senhor falou que o senhor ia na sua empresa, normal, como o dia a dia de qualquer empresa. Aonde era sediada a sua empresa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, era na Doutor Beda. O número, exatamente, não me recordo, porque depois a empresa saiu de lá, e ficou de fazer, ficamos, ali, de fazer a mudança no... naquelas, nas outras documentações que tem ali. E aí eu não me recordo se foi feito ou se não foi feito.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - A empresa, então, funcionava na Doutor Beda?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Tá. Era o quê? Era uma casa, era... Onde que era? Era um escritório?
O SR. GLEIDSON COSTA - Na Doutor Beda era um ponto comercial. Era um ponto comercial, era um escritório. Era um escritório. Sim, era um escritório.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Qual era o endereço do escritório, exatamente, na Doutor Beda?
O SR. GLEIDSON COSTA - Era na Doutor Beda, salvo engano, número 32 ou 38, salvo engano.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Mas o senhor ia todo dia na empresa? O senhor pode ficar com o microfone ligado, porque a gente vai continuar a interação, aí alivia o senhor de toda hora ter que ligar e desligar.
O SR. GLEIDSON COSTA - Às vezes sim, às vezes não. E... Às vezes eu ia na empresa, às vezes não. Às vezes não era necessário.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Sua empresa, o senhor abriu ela quando?
O SR. GLEIDSON COSTA - Quando o senhor fala abrir, é registrar o CNPJ?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Qual o ano?
O SR. GLEIDSON COSTA - Em 2019.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor parou de ir a esse endereço qual ano?
O SR. GLEIDSON COSTA - Olha, Sr. Caio, se eu não... se eu não estiver enganado, tá, até por causa das datas — e no meio dessa data aí a gente sofreu uma perda, que foi a perda do meu sogro por causa do COVID-19 —, se eu não me engano, foi em 2021, eu acho, 21 ou... Porque logo depois a empresa que trabalhava para a gente como contabilidade, ela ficava ali também, tá, então, não se tornava necessário eu ir.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - A tua empresa de contabilidade ficava no mesmo escritório que a Grow Up?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não era... Quando a gente fala no mesmo de escritório, só para poder explicar, não era no mesmo, como pode se dizer, na mesma sala, né? Era um prédio, né, ali, e era dividido ali.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Qual era o nome da empresa que fazia a contabilidade da sua empresa? (Pausa.)
O senhor não lembra o nome da empresa que fazia a contabilidade?
O SR. GLEIDSON COSTA - É que já tem um tempo, né? (Pausa.)
19:50
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Eu posso enviar para essa Comissão, tá, porque nesse momento não ocorre, ou, salvo engano, eu falar e não for.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Quero pedir à Mesa para registrar aqui o pedido para que o senhor depois remeta a esta Comissão a empresa de contabilidade que fazia a contabilidade da sua empresa Grow UP. Eu perguntei, inclusive o local, porque isso, obviamente, demonstra o seu dia a dia, se existia ou não existia a empresa. O senhor então está dizendo que existia. O senhor teve só um pouco de dificuldade de lembrar o endereço, o que não é muito natural para...
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu só não lembrei o número, mas a rua eu sei exatamente onde é. Eu só não lembro o número.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Entendi. Como eram feitos os investimentos? Qual era o procedimento adotado pela empresa para obter rendimentos tão altos?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, na pergunta que o senhor fez, eu vou me, me... exercer, né, o direito de ficar calado, porque eu teria que explicar um...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - A gente tem tempo. A gente tem...
O SR. GLEIDSON COSTA - Então, eu vou exercer o direito de ficar calado na sua pergunta.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Mas tudo bem. Pode deixar o microfone ligado, fique à vontade. A gente tem todo o tempo do mundo nessa Comissão. A gente aqui já apurou casos como o da 123Milhas; nós saímos daqui 2 horas da manhã. A gente tem todo o tempo do mundo. Os agentes da Polícia Federal vieram aqui, prestando um grande trabalho, vão ficar aqui, vão dormir aqui para amanhã, vão retornar; o senhor também. Então, o horário, o tempo aqui, para a gente, não é um problema. O senhor pode descrever toda a operação, que a gente vai estar aqui pacientemente lhe ouvindo e tentando entender como que funcionava a operação.
O SR. GLEIDSON COSTA - Vou permanecer calado com a pergunta do senhor.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Qual a justificativa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Vou permanecer calado com a pergunta do senhor, porque... deveria ter um prévio... Eu creio, né, que deve ter um prévio conhecimento para aquilo que eu vou falar, e, sendo mal interpretado, pode ser utilizado contra mim como culpa, e eu não... não é dessa forma.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Então, o senhor não tem conhecimento da ação que o senhor fazia? Porque o senhor, na qualidade de testemunha, não tem que ter prévio conhecimento sobre o que a gente está perguntando aqui. É para o senhor narrar os fatos.
O SR. GLEIDSON COSTA - Mas a pergunta que o senhor fez foi sobre investimentos. E aí eu estou falando para o senhor...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não, tá. O senhor, o senhor, o senhor era o responsável pelas ações financeiras; foi como o senhor descreveu.
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O que são ações financeiras?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu era... Eu sabia quanto dinheiro entrava na empresa, quanto saía, quanto era gerado ali, os serviços, e assim sucessivamente.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Então, você sabia de tudo isso. E o dinheiro que saía, que o senhor repassava aos seus clientes... O senhor chegou a repassar dinheiro para algum cliente?
O SR. GLEIDSON COSTA - De que forma? O senhor pode simplificar o que o senhor está perguntando, por favor?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Como é que era a abordagem da Grow Up? Você abordava os clientes para os clientes terem um retorno sobre investimento que eles faziam, era isso?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não. Como é que era a Grow UP?
O SR. GLEIDSON COSTA - Nunca, nunca aconteceu dessa forma.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Como é que era? Então me explica, por favor.
O SR. GLEIDSON COSTA - Como eu falei no início da CPI, como estava falando que eu falei, a Grow Up, ela nunca, nunca vendeu investimento, nunca foi atrás de pessoas para poder fazer investimento na Grow Up ou coisa desse tipo.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Então, de forma clara e objetiva, o que é que a Grow UP fazia? Qual era a atividade da Grow Up?
O SR. GLEIDSON COSTA - A atividade da Grow Up era o que estava descrito lá no contrato, que já deve ter disponibilizado para os senhores.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Eu estou pedindo para o senhor falar. O senhor está prestando depoimento e eu quero ouvir do senhor qual era a atividade da Grow Up.
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, como eu falei com o senhor agora, nesse exato momento, eu terei que expli... Não, não é que tem que ser explicar...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor pode explicar...
O SR. GLEIDSON COSTA - Deixa eu concluir, por favor.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - ...porque essa pergunta não é incriminatória.
O SR. GLEIDSON COSTA - Deixa eu concluir, por favor.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor pode explicar, que a gente tem tempo.
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu vou me reservar o direito de ficar em silêncio.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Mas olha só, nós vamos voltar de novo ao passo inicial dessa oitiva. O senhor, para ficar em silêncio... O seu HC não lhe resguarda ficar em silêncio na sua totalidade; é de perguntas que sejam incriminatórias. Eu perguntar a atividade da sua empresa não é incriminatória. Em momento algum, o senhor dizer qual é a atividade de sua empresa é incriminatória. Qual é a atividade de sua empresa? Ela trabalha com o quê? Ela vendia roupa? Se ela não vendia serviço financeiro nem consórcio, ela vendia o quê? Roupa?
19:54
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O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - E o que a sua empresa fazia?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, se vocês observarem os CNAEs ali, né, o contrato social da Grow UP, a Grow Up também vendia conhecimento, né? De que forma conhecimento? Eu sou produtor de... de infoprodutos, e assim sucessivamente. E ela também, ela fazia essa... para poder dar cursos, e assim sucessivamente.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Bom, então o senhor está afirmando aqui, em depoimento, que o senhor nunca recebeu dinheiro de nenhum cliente para que o senhor retornasse para esse cliente com rendimentos financeiros em cima do valor que esse cliente investiu na sua empresa?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não, eu estou lhe... Eu estou perguntando, estou perguntando... A senhora não pode ficar interrompendo a todo momento o depoimento.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Eu estou aqui para acompanhar o meu cliente.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - A senhora está aqui para acompanhar.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não, a senhora está aqui para acompanhar, e eu estou fazendo a pergunta e eu gostaria que ele respondesse à pergunta. É só ele me dizer "Não, eu não falei isso" e me explicar.
Então, o senhor pode me explicar, Sr. Gleidson? O senhor está me dizendo, então, que a Grow Up nunca recebeu dinheiro de cliente com a iniciativa de retornar para esses clientes rendimentos financeiros? A Grow Up nunca trabalhou dessa forma?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu não disse isso, né? Só para deixar isso bem claro, nunca falei isso que o senhor acabou de dizer agora. A iniciativa não era colocada da forma que o senhor colocou, tá?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Então, o senhor esclareça, porque...
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu estou tentando, o senhor não está deixando eu falar.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não, eu estou deixando, sim. Eu estou lhe perguntando e o senhor está dando volta, e o senhor não está esclarecendo. Eu lhe perguntei, o senhor foi falar de curso. Eu estou lhe perguntando de investimento.
O SR. GLEIDSON COSTA - Porque o senhor perguntou a atividade da minha empresa.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Estou perguntando... A atividade da tua empresa era só vender curso?
O SR. GLEIDSON COSTA - No CNAE da empresa, aonde está estabelecido, onde provavelmente vocês já leram, tem todas as atividades da empresa, ali, que de fato, agora não vou me recordar de todas elas, mas elas estão ali.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Então eu estou lhe perguntando: qual era a atividade do senhor junto aos seus clientes? O senhor só vendia curso ou o senhor oferecia produtos com rendimentos financeiros?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu vou me reservar o direito de ficar calado na pergunta do senhor.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Bom, eu estou tentando estabelecer com o senhor uma oportunidade de o senhor esclarecer os fatos. O CNAE da empresa é apenas as atividades em que a empresa pode atuar. Eu estou tentando entender no que o senhor atuava. Tem empresas com várias atividades em que as pessoas deturpam as finalidades e atuam de fato com outras finalidades. Então, portanto, mais uma vez, o senhor, então, está me dizendo que o que eu falei para o senhor que o senhor fazia não era isso. Mas aí, quando eu lhe pergunto o que o senhor fazia e se era isso, o senhor quer ficar quieto, o senhor quer usar o seu direito de ficar em silêncio. Então, o que o senhor quer que a gente aqui, os Parlamentares que estão presentes nessa CPI, compreenda? O senhor fazia atividade de investimento prometendo retornos fixos para esses clientes ou não? A pergunta é simples.
19:58
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O SR. GLEIDSON COSTA - Eu vou responder à última pergunta que o senhor fez agora. Retorno fixo para os clientes, não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não. Então, está vendo como o senhor está evoluindo? O senhor está evoluindo, e aí o senhor contribui, porque esta CPI vai produzir relatório, e a gente vai produzir em cima do que o senhor traz para a gente de informação, mais as informações que a gente tem. Então, se o senhor não tinha retorno fixo, o senhor tinha algum retorno? O senhor dava para o seu cliente a capacidade de ter algum retorno?
O SR. GLEIDSON COSTA - Era proporcionado em contrato ali, de fato, e é por isso que nós estamos aqui, creio nisso. Dentro do contrato da Grow Up, ele expõe ali os riscos e a terceirização de trabalho. E ali era colocado que poderia ter rendimento ou retorno, da forma que qualquer um de vocês queira colocar. E a proporção ali era zero ou algum resultado.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Zero ou algum resultado. Viu como o senhor evoluiu? É só a gente continuar aqui, que a gente vai evoluir. Eu tenho certeza disso. Bom, o senhor afirmou que seria necessária uma conta no exterior para normalizar os negócios? Pode explicar melhor o porquê?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sr. Caio, nessa eu me reservo o direito de ficar em silêncio, porque, como o senhor falou que eu tenho que dar justificativa, né, porque tem até vários vídeos eu notificando sobre esse tipo de questão. Só que eu volto a dizer, né, que eu notificava esse tipo de questão, tá, como fui atrás, né, para poder entender todo o contexto ali que de fato era necessário para poder resolver determinada situação, tá? Então, eu me reservo o direito de ficar calado nessa pergunta que o senhor falou por causa de não ter o ponto necessário de fato para, para... responder à... não, não, responder à sua pergunta, mas trazer o entendimento claro para isso, tá? Eu creio que a Polícia Civil já deve estar fazendo um ótimo trabalho, porque a gente está sendo investigado desde, se eu não me engano, salvo engano, novamente, desde dezembro de 2022.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O que senhor quis dizer com conta no exterior?
O SR. GLEIDSON COSTA - Baseado na última justificativa que eu dei, eu me reservo o direito de ficar em silêncio.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Certo. Também foi declarado que a recusa de liquidação por parte de bancos nacionais em que a Grow Up possuía contas correntes, por mera liberdade arbitrária dos respectivos bancos, impediu o pagamento dos clientes. Quais foram esses bancos que impediram o pagamento dos clientes?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, assim como eu vi aqui na CPI, o senhor já até pediu a questão da conta bancária, né? A única conta que a Grow Up tem...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor viu a conta bancária?
O SR. GLEIDSON COSTA - A única conta que a Grow Up tem é do Santander.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor viu esse requerimento?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, eu vi o senhor falando.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Viu?
O SR. GLEIDSON COSTA - Vi o senhor postando.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Mas o senhor não viu o dia que eu te convoquei para vir aqui?
O SR. GLEIDSON COSTA - Mas porque o senhor postou na sua rede social, ué!
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Entendi.
O SR. GLEIDSON COSTA - No caso do requerimento, ele tinha que ser enviado para mim, né?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Que bom que pelo menos o senhor acompanha a rede social. Bom, quais foram os bancos que impediram a Grow Up de pagar os clientes?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, nenhum banco impediu a Grow Up de pagar os clientes. Agora, o banco em que a empresa Grow Up tem conta é o Banco Santander.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Você só tinha conta no Banco Santander?
O SR. GLEIDSON COSTA - O senhor me perguntou da Grow Up, então...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Só a Grow Up? Só?
O SR. GLEIDSON COSTA - Grow Up, Santander.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - E o senhor possui conta em outros bancos?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu possuo conta no Santander, no C6 e no Inter.
20:02
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O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Em algum momento o senhor transacionou algum dinheiro da conta da Grow Up empresa para a sua conta privada, para a sua conta física do banco?
O SR. GLEIDSON COSTA - Como sócio da empresa, chegava o mês de pagamento. Então, assim como era pago...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Quanto o senhor recebia, por mês, de pró-labore da sua empresa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, eu vou me reservar o direito de ficar calado...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor não tem esse direito, porque o quanto o senhor recebia de pró-labore não o incrimina em nenhum processo criminal.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Pela ordem. Isso foi respondido.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não, eu estou lhe perguntando. Eu estou perguntando de novo. Quantas vezes... Se outro Deputado fizer a mesma pergunta, ele de novo terá que responder à mesma pergunta. Quanto o senhor recebia de pró-labore, por mês, da Grow Up?
O SR. GLEIDSON COSTA - Pró-labore é aquele documento que a gente assina de recebimento e tal? Eu posso... A gente pode consultar a contabilidade.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Pró-labore é o que o senhor recebia da sua empresa por ser sócio. O senhor não sabe nem como é que funciona uma empresa, pelo que me parece.
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, a gente contrata pessoas que de fato vão fazer ali o trabalho de forma correta. No caso, o que o senhor está me perguntando representa a contabilidade. Então, a gente estava fazendo lá.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Como é que o senhor obtinha lucro das suas empresas? Sua empresa dava lucro. O senhor está falando que o senhor transacionava para a sua conta pessoal, para a sua conta privada... O senhor estava transacionando para a sua conta, da empresa, da sua PJ, para a sua de pessoa física. O senhor me disse que isso seria uma retirada normal, porque é como o senhor receberia seu pagamento. Então eu estou lhe... Não é isso?
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Ele disse que transacionava no sentido de efetuar pagamentos da empresa.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Como é que o senhor recebia o seu salário?
O SR. GLEIDSON COSTA - Como eu já falei aqui para o senhor, eu recebia da conta da empresa. É porque na...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Portanto, é a mesma coisa que eu falei.
O SR. GLEIDSON COSTA - Não. Na colocação do senhor, o senhor falou que eu fazia transações da conta da empresa para a minha conta, e assim sucessivamente.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Então o senhor me explica quanto o senhor ganhava por mês.
O SR. GLEIDSON COSTA - Normalmente eu deixava o meu dinheiro na Grow Up. Então, como eu era sócio da empresa, eu não tinha ali um valor fixo de recebimento. Às vezes era um bom, às vezes era um capital, às vezes era outro, às vezes não, e muitas vezes, como eu e todos os sócios da Grow Up, a gente nem tirava, como eu posso dizer... nem fazia determinadas transferências que o senhor está falando.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor não fazia?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor vivia de quê?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, eu produzo conteúdo de infoprodutos na Internet. Eu tinha outros negócios também. Também tinha revenue share de outras empresas que eu trabalhei e da venda de treinamentos que eu vendia também na minha rede social.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Quanto o senhor ganhava por mês, Sr. Gleidson?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, como eu vendia treinamento, e treinamento às vezes você faz o lançamento de 3 em 3 meses, às vezes você faz o lançamento... de 1 mês era muito difícil... às vezes de 6 em 6 meses, ou, às vezes, uma vez no ano, teve lançamento que eu já obtive, de lucro, 300 mil reais, mas já teve treinamento que eu vendi e que eu obtive de lucro aí... Por exemplo, vou te dar um número, no ano de 2021, se eu não tiver enganado — se não foi em 2021 foi em 2022 —, eu obtive, eu acho, 1 milhão e duzentos, eu acho, em vendas de treinamentos.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Em lucro líquido?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não. Não foi lucro líquido, não.
20:06
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O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Esses treinamentos eram só do senhor ou o senhor fazia em parceria com outra pessoa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Cara, isso aí vai depender do treinamento, vai depender do treinamento. Às vezes, a gente convidava uma pessoa para poder participar do treinamento ou para ou para fazer uma presença num treinamento ali e tal.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Era treinamento de quê?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, eu atuava no mercado de análise gráfica, então, normalmente, era treinamento de análise gráfica.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Análise gráfica de que ativo?
O SR. GLEIDSON COSTA - Pode ser qualquer ativo, é análise gráfica.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor só falava de análise gráfica.
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim, falava de análise gráfica.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor não fazia com foco nenhum voltado para criptoativos?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu dei vários treinamentos, eu dei vários treinamentos. Então, quando o senhor fala que eu dei foco em um, não, eu dei vários treinamentos. Então, eu falei sobre vários ativos de operação de análise gráfica. Eu falei de vários.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor falou de vários. O senhor falou da Bolsa de Valores?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, não atuo na Bolsa de Valores.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Então o senhor atua onde?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu atuo no mercado internacional.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Qual é esse mercado?
O SR. GLEIDSON COSTA - Forex.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Forex. Então o senhor faz treinamento de compra e venda no mercado internacional?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, eu presto treinamento — eu prestava, né? —, treinamento de análises gráficas. Poderia ser em qualquer mercado, porém, como o senhor perguntou, não fazia na Bolsa brasileira, nunca fiz.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Tá.
O SR. GLEIDSON COSTA - Não sei nem como que é uma plataforma de Bolsa brasileira.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Entendi. O senhor fez algum curso? É formado em algum curso de análise gráfica?
O SR. GLEIDSON COSTA - Fiz bastantes treinamentos, bastantes, com os certificados na Internet e tal. Fiz bastante.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor tem... o senhor é certificado?
O SR. GLEIDSON COSTA - Normalmente, quando você faz um treinamento, você é certificado de que você obteve aquele conhecimento e está apto a você poder utilizar aquele conhecimento ali.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Mas o senhor tem alguma certificação para dar aula de investimento?
O SR. GLEIDSON COSTA - Como eu falei para o senhor, eu dava aula de análises gráficas, não aula de investimento.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Análise gráfica de investimento. O senhor está brincando aqui, não é?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, não, não estou brincando.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor está brincando.
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não, o senhor está brincando. Toda hora que eu vou lhe fazer uma pergunta, primeiro, o senhor nega, o senhor diz que não é isso que eu estou falando. Agora eu lhe pergunto — você está de brincadeira —, análise gráfica é análise gráfica de quê?
O SR. GLEIDSON COSTA - Ah, análise gráfica você pode analisar qualquer gráfico, seja gráfico de planilha a gráfico de pão, você pode analisar qualquer coisa. Então, o senhor fala: "Ah, você está de brincadeira, você fazia análise gráfica de investimento". Eu fazia análise gráfica, eu sou especialista em análise gráfica, pode ser qualquer análise gráfica.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Entendi. Bom, vamos seguir aqui nas perguntas. Houve algum tipo de investimento real em criptomoedas ou outras atividades financeiras legítimas?
O SR. GLEIDSON COSTA - O senhor pode simplificar a pergunta do senhor, por favor, para que eu possa responder?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Houve algum tipo de investimento real? O senhor investiu, em algum momento, a sua empresa investiu de forma real em algum tipo de investimento legítimo, como criptomoeda ou qualquer outro?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu, de forma pessoal, como consta nos meus Impostos de Renda, eu tinha, eu tinha criptoativos, eu, Gleidson, na minha conta da Binance.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Mas e a sua empresa?
O SR. GLEIDSON COSTA - A minha empresa não tem conta na Binance, não tinha ativos na Binance, não tinha ativos em lugar nenhum, nem ativos e criptoativos aí, que o senhor perguntou.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor nunca transacionou, então, no CNPJ da sua empresa, para compra e venda de criptoativo, nem de nenhum outro tipo de ativo?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, quando... nem... ou é criptoativo ou nenhum outro tipo de ativo, então, o senhor está dizendo que é só criptoativo, aí é o senhor que está falando.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - É brincadeira, não é? É brincadeira! Sr. Gleidson, eu estou lhe perguntando de forma muito clara. Eu já lhe falei que o senhor está desrespeitando esta Casa. Se o senhor continuar agindo desse jeito, infelizmente a gente vai acabar tendo que tomar medidas aqui que a gente está evitando. A gente está querendo entender como que o seu negócio operava, mas o senhor está debochando. O senhor debochou mais cedo do Relator, o senhor está debochando agora desta Presidência. Eu estou lhe perguntando de forma clara, o senhor fez algum investimento, através da sua empresa Grow Up, em criptoativos, em criptomoedas ou em qualquer outro tipo de ativo legítimo? A pergunta é clara.
20:10
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O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, não estou desrespeitando o senhor...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não, o senhor está, porque o senhor está toda hora tentando dizer que eu disse uma coisa que eu não disse, ou o senhor está querendo começar com uma piadinha, o senhor está querendo desmerecer, descredibilizar esta Presidência. O senhor não vai fazer isso aqui.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Pela ordem...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não, a ordem não está concedida, não tem caso nenhum para conceder a ordem. Eu estou fazendo uma pergunta para o depoente e estou aguardando a resposta. O senhor, em algum momento, na Grow Up, investiu em criptoativos ou em criptomoedas?
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Novamente, eu gostaria que o senhor fosse bastante claro, até mesmo para a defesa.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - A pergunta está clara.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Eu quero que o senhor esclareça para a defesa qual é o momento em que ele está brincando, como o senhor disse.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Ele está dando risada, já a deu aqui para o Relator. Está aqui agora, toda hora que ele começa a fazer as respostas dele... Ele está iniciando a formulação das respostas dele, querendo desmerecer a pergunta que eu estou fazendo, e eu estou sendo objetivo. A palavra está com o depoente. Depoente, em algum momento, você fez investimento de criptoativo na Grow Up ou não?
O SR. GLEIDSON COSTA - Vou ficar calado com a pergunta que o senhor fez.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - A empresa declarou em nota que há saldo suficiente para ressarcir todos os clientes. O senhor possui comprovação dessa informação?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu me reservo o direito de ficar calado.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor então não confirma que a Grow Up tem condição de ressarcir os seus clientes. O senhor então diz, ao não responder, que o senhor não confirma se tem ou não condição de ressarcir os seus clientes.
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu me reservo o direito de ficar calado novamente.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor possui quantos negócios?
O SR. GLEIDSON COSTA - Em qual sentido, por favor?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Quantos negócios o senhor possui? O senhor possui outras empresas no seu nome?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não. O senhor não possui nenhum outro tipo de atividade e negócio?
O SR. GLEIDSON COSTA - Como eu falei aqui, o negócio que eu tenho — até o senhor perguntou de valores que eu recebo — foi os quais eu falei com o senhor.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Entendi. Não, é porque esta Comissão Parlamentar de Inquérito está sendo transmitida, e tem muitas pessoas aqui utilizando o chat, que é público, desta Comissão. E a gente costuma, exatamente por ser a Casa do Povo, dar ouvido e dar o direito de as pessoas interagirem com esta CPI. Tem pessoas dizendo que o senhor já gravou vídeos, no Instagram, dizendo que o senhor possui mais de 20 negócios. Então, eu gostaria que o senhor explicasse.
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, quando a gente fala de negócios, foram exatamente os negócios que eu falei para o senhor anteriormente. Eu vendia treinamento, tinha os revenue shares das plataformas, então, são vários negócios.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Entendi. O senhor falou que a empresa do senhor ficava na Rua Dr. Beda, nº 35 — não é?
20:14
RF
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu falei que ficava na Rua Dr. Beda e que o número eu não me recordava de fato.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Até eu que ouvi só o número por uma vez gravei. O senhor estava com dificuldade. Essa empresa funcionou nesse endereço por quanto tempo?
O SR. GLEIDSON COSTA - Foi de dois mil e... Se eu não me engano, foi do final de 2019 até início de 2021.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Nesse endereço?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - E o senhor confirma o número? Agora o senhor se recorda bem do número?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não. Eu não confirmo o número.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Ah, não?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor falou 35.
O SR. GLEIDSON COSTA - Foi o senhor que falou 35.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não, o senhor falou mais cedo no seu depoimento.
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu falei para o senhor que eu não me recordava do número que, salvo engano, que poderia ser o número 35. Foi o que eu falei.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Entendi. Então, a empresa que o senhor trabalhou, montou, a única empresa que o senhor diz ter, que o senhor tinha 70% da participação societária, o senhor não se recorda do número onde a empresa do senhor funcionava?
O SR. GLEIDSON COSTA - O número, não. Eu não me recordo o número. O número não, eu não me recordo.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor sabe o número da sua casa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sei o número da minha casa, até porque, como está estampado na nossa frente todos os dias, então, a gente vê todos os dias.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - E o da sua empresa não?
O SR. GLEIDSON COSTA - Da minha empresa não, porque eu não fico olhando o endereço da minha empresa todos os dias, né?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Entendi. Bom, a empresa declarou... Quantas pessoas foram prejudicadas? Quantos clientes o senhor teve?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu vou me reservar ao direito de ficar calado com a pergunta do senhor.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Então, eu vou reformular, para ela ficar mais simples para o senhor e não o incriminar. Quantos clientes a Grow Up teve?
O SR. GLEIDSON COSTA - Me reservo ao direito de ficar calado.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Mas não tem nenhuma incriminação o senhor responder quantos clientes a sua empresa teve. O senhor está na qualidade de testemunha. Eu tenho que repetir isso aqui várias vezes. Quantos clientes a empresa do senhor teve? Não há nenhum objeto que vai incriminar o senhor em responder quantos clientes sua empresa teve. Se a empresa sua fez negócios legítimos, o que importa o senhor dizer quantos clientes a sua empresa teve?
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Pela ordem, Deputado.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Qual é a questão de ordem, por favor, advogada?
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - No início, no início da sua explanação, o senhor disse que havia milhares de pessoas que haviam sido lesadas. E, se essas pessoas foram lesadas, possivelmente...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Eu não falei "milhares". Eu falei "pessoas que poderiam ser prejudicadas". Se a senhora quiser, eu repito a pergunta para a senhora, mas, como eu já lhe disse aqui também mais cedo, a senhora não é depoente. A senhora está aqui para ajudar ao seu cliente, orientando ele. E a senhora só pode orientá-lo se ele deve ficar ou não calado, quando for incriminatório para ele. Então, para que fique claro, porque, assim, a gente está tratando aqui de um caso importante. Estamos tratando com respeito. E não adianta se, toda hora, a senhora agir dessa forma, eu vou ter que lhe interromper, porque não é adequado. Esse não é o ordenamento desta CPI.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Nós estamos... Eu estou aqui na defesa do meu cliente para preservar o direito dele, da ampla defesa e do...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Mas, então, a senhora fale para ele: "Fique em silêncio" ou "Responda".
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Quando eu disse a ele, o senhor indagou...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não, eu indaguei...
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Ele respondeu, e o senhor perguntou.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Bom, e vou continuar perguntando porque essa não é uma pergunta incriminatória. Quantos clientes a Grow Up tinha? Você não está amparado pelo HC por isso. Você é sócio da empresa. Quantos clientes a Grow Up tinha?
20:18
RF
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu vou me reservar o direito de ficar calado.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Bom... Só um segundo. (Pausa.) Sr. Gleidson, como eu gosto de ser, em tudo que eu conduzo, muito justo, eu vou lhe dar a oportunidade de responder de novo a pergunta. Caso contrário, se o senhor decidir por não responder, esta CPI vai representar contra o senhor junto ao Ministério Público, porque o senhor decidiu ficar em silêncio em uma pergunta que não é incriminatória ao senhor. Então, eu vou de novo lhe fazer a pergunta, desobedecendo, inclusive, o HC do Supremo Tribunal Federal. De novo, vou lhe fazer a pergunta: quantos clientes a Grow Up tinha?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu não tenho conhecimento exato de quantos clientes a Grow Up tinha.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor tem uma estimativa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Tenho.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Qual é a estimativa do senhor?
O SR. GLEIDSON COSTA - Presumo que seja de 300 a 320 clientes.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Que o senhor tinha?
O SR. GLEIDSON COSTA - Que a Grow Up tinha.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - É impressionante como, infelizmente, o senhor não responde. O senhor poderia responder de forma espontânea. Bom, seguindo aqui, qual foi o valor estimado — pode dar uma estimativa, não precisa ser preciso — que clientes investiram na sua empresa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Vou me reservar o direito de permanecer calado na pergunta do senhor, Sr. Caio.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - A empresa tinha algum funcionário chamado Oliver?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor não conhece Oliver?
O SR. GLEIDSON COSTA - Já ouvi muitas pessoas com nome de Oliver, algumas, né?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Estou lhe perguntando se na empresa do senhor, formalmente ou informalmente, algum Oliver participava das operações da Grow Up.
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não. Quando eu digo que é só para reiterar a brincadeira, é isto: "Já conheço muitas pessoas com nome de Oliver". Isso não é a forma correta de tratar esta Casa. De novo, estou lhe avisando e advertindo: trate esta Presidência com respeito, com o respeito com que eu estou lhe tratando e ainda lhe dando a oportunidade de o senhor corrigir as suas falas, de o senhor retornar. O senhor está tratando com desrespeito esta Presidência.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Qual é a questão de ordem?
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Solicito a esta Casa que, ao formular uma pergunta ao meu cliente, seja mais objetiva, especificando nomes e sobrenomes. Eu, particularmente, conheço vários Oliver também. Entendeu? Então, peço à Casa que especifique Oliver e o sobrenome, ou Oliver relacionado a alguma empresa. Eu gostaria que o senhor respeitasse também a nobre advogada que está trabalhando aqui.
20:22
RF
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sr. Presidente, isso aqui está parecendo um circo, mas nós não somos os palhaços. Então, a senhora advogada está extrapolando a sua atuação profissional para fazer desídia da atuação dos Parlamentares. Parlamentar pergunta o que deseja, como deseja e da forma que deseja. Não é advogado que vai nos ensinar a fazer...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Obrigado, Deputado Alfredo Gaspar, com toda a sua experiência, inclusive de já ter sido membro do Ministério Público. Bom, a pergunta foi clara e, além de ter sido clara e objetiva, ela identificou o Oliver da onde que eu queria saber. É o Oliver que poderia ou não ter alguma relação com a Grow Up. O que é Trading Farm?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu me reservo o direito de ficar calado, até porque eu estou aqui falando sobre a Grow Up, e não sobre essa questão que o senhor falou.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Mas eu lhe perguntei o que é Trading Farm. É uma empresa? É um produto?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu apenas estou justificando, como o senhor me pediu para justificar toda vez que eu não respondesse à pergunta. Então, eu estou dizendo que eu não vou responder.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Mas não adianta só o senhor justificar, porque essa pergunta não é uma pergunta incriminatória. De novo, Sr. Gleidson, eu estou lhe perguntando... É como se eu lhe perguntasse: esse copo é de plástico ou é de vidro? Eu, por exemplo, não sei o que é Trading Farm. Eu estou lhe perguntando porque eu quero obter esse conhecimento, e os Parlamentares aqui também. O que é Trading Farm? Da onde que isso é incriminatório? O que é Trading Farm?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu me reservo o direito de ficar calado, porque eu não participei e não participo da questão do Trading Farm, como o senhor colocou em si...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - É uma empresa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não sei.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Se o senhor não sabe, por que o senhor está se reservando o direito de ficar calado?
O SR. GLEIDSON COSTA - Porque, se eu não entendo do assunto, por que eu vou falar sobre ele?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Ah, você não entende? Eu achei que o senhor era especialista. O senhor dava curso.
O SR. GLEIDSON COSTA - De análise gráfica.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Entendi. O que era fazendinha?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, pelo que eu tenho de conhecimento, não sei se é exatamente disso que o senhor está falando, mas pelo que eu tenho conhecimento de fazendinha... Que me traz o conhecimento, porque eu chamava de fazendinha uma máquina, uma máquina de computação. Essa máquina de computação, eu chamava ela de fazendinha. Tinha eu acho que... Eu acho não, tenho 12 máquinas. Ela era chamada de fazendinha porque era uma máquina que decifrava códigos, decifrava códigos em nós da Blockchain.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor pode nos explicar mais sobre as outras modalidades de investimento da Grow Up? Já que o senhor disse que o senhor vendia curso, eu queria saber um pouco mais das atividades da Grow Up. Como é que a Grow Up pagava pelo escritório dela? Como é que a Grow Up ganhava dinheiro?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu me reservo o direito de ficar calado com a pergunta do senhor.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Está certo. O senhor realmente não sabe o que é Trading Farm?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu me reservo o direito de ficar calado sobre essa questão de Trading Farm, porque eu não tenho conhecimento em si sobre o fato do Trading Farm. E se eu não me... Se eu me recordo bem, a própria Polícia Civil está investigando esse caso.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Da Trading Farm?
O SR. GLEIDSON COSTA - Se eu me recordo bem, sim.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Eu lhe perguntei mais cedo se você sabia o que era, e o senhor disse que não. Eu lhe perguntei se era uma empresa, o senhor disse que o senhor não podia responder, porque o senhor nem sabia o que era. Agora o senhor já está sabendo que está sendo investigada?
20:26
RF
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, da última vez que eu, Gleidson, fui até a Polícia Civil prestar devidos esclarecimentos que me pediram sobre a Grow Up, sobre investigação, sobre tal, citaram o nome do qual o senhor está falando. E eu volto a dizer para o senhor: como eu não tenho conhecimento baseado no que o senhor está me pedindo, eu não tenho como responder à pergunta do senhor.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Portanto o senhor conhece.
O SR. GLEIDSON COSTA - Já ouvi falar, sim.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor se corrigiu. Cuidado para o senhor não prestar falso testemunho!
Já estou acabando as minhas perguntas, Deputado Alfredo, para que V.Exa. possa dar seguimento às suas.
Qual o seu relacionamento com Antonio Neto, da Braiscompany?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não tenho relacionamento nenhum com ele.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Nenhum?
O SR. GLEIDSON COSTA - Nenhum.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Nem com a Braiscompany?
O SR. GLEIDSON COSTA - Nem com a Braiscompany.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Quem é Letícia Tavares?
O SR. GLEIDSON COSTA - Letícia Tavares é minha filha; não filha biológica, mas é uma filha do coração. Eu e a minha esposa estamos com ela há algum tempo já, 3 ou 4 anos.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Certo. Você já fez algum tipo de operação em nome da Letícia?
O SR. GLEIDSON COSTA - Operação de que sentido, senhor?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Financeira — utilizou algum de seus cartões ou contas, passou algum valor para a conta dela.
O SR. GLEIDSON COSTA - Não. O que eu... Tentando responder à pergunta da qual o senhor falou, às vezes, para poder fazer compra ou... compra que eu falo é de mercado, supermercado — "Ô pai, eu preciso pagar alguma coisa aqui. O senhor pode enviar um dinheiro para a minha conta?" Mas nunca... nunca fiz transferência.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Mas já foi enviado da Grow Up para ela?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Nunca?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Nem para sua esposa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - A sua esposa é sócia?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Qual a última vez que o senhor mudou de domicílio?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu moro no mesmo condomínio há 2 anos, 3 anos, moro no mesmo condomínio. Mas, de casa, eu já morei em duas casas dentro desse condomínio.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Qual é o condomínio em que o senhor mora?
O SR. GLEIDSON COSTA - Moro no Condomínio Royal Boulevard.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor adquiriu a primeira casa lá em que ano?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu não adquiri uma casa lá. Eu comecei morando lá por aluguel, por... A gente começou morando lá, e aí eu adquiri, se eu não me engano, foi em 2021, tá? Se eu não me engano, foi em 2021.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Você adquiriu então em 2021?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Você comprou uma casa lá?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Qual o valor da casa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Isso é necessário?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Eu estou lhe perguntando. É necessário.
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu só estou perguntando para a minha advogada. (Pausa.) Mil... Mil, não; 1 milhão, 400 e alguma coisa.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor comprou uma casa, então, num condomínio de luxo, Royal Boulevard, em Campos, por 1 milhão e 400 mil, em 2021?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não me recordo as outras cifras; 1 milhão, 400 e alguma coisa. Não me recordo o valor daí em si, tá bom?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Mas o senhor comprou essa casa.
O SR. GLEIDSON COSTA - Comprei.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Ela hoje está em seu nome.
O SR. GLEIDSON COSTA - Está em meu nome. Está em nome do banco, né, porque ela está financiada.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Ela está financiada. Como é que o senhor pagou por ela?
20:30
RF
O SR. GLEIDSON COSTA - Trabalhando da forma como eu já falei com o senhor, trabalhando com venda de treinamentos, e assim sucessivamente.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - No momento em que a Grow Up estava aberta?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu ainda estou pagando. Estou pagando.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Quanto de financiamento o senhor paga por mês?
O SR. GLEIDSON COSTA - Aí eu tenho que consultar. Preciso consultar.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor não sabe quanto o senhor paga por mês de financiamento pela única moradia, a casa que o senhor tem?!
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, não falei isso. Eu falei que eu preciso consultar para te passar o valor exato.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - É exatamente o que você falou: que o senhor não sabe. Se o senhor precisa consultar, o senhor não sabe. O senhor sabe ou não sabe quanto o senhor paga de financiamento por mês para adquirir sua casa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Posso dar um valor aproximado para o senhor?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - É claro que pode!
O SR. GLEIDSON COSTA - Se eu não me engano, entre 9 e 10 mil reais.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor paga entre 9 e 10 mil reais. Hoje o senhor paga esse valor com qual dinheiro?
O SR. GLEIDSON COSTA - Na verdade, hoje, eu paguei com as empresas com as quais eu falei que eu estava trabalhando. Hoje eu tenho três prestações atrasadas deste imóvel — três, não; quatro prestações atrasadas deste imóvel.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Três ou quatro prestações atrasadas.
O SR. GLEIDSON COSTA - Três, perdão, quatro prestações atrasadas, porque no mês passado venceu uma. São quatro prestações em atraso.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor declara todos os investimentos que o senhor fez?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sempre declarei todos.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - A Grow Up também?
O SR. GLEIDSON COSTA - Era feito pela mesma contadora.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Pela mesma contadora, e o senhor não lembra o nome do escritório de contabilidade que faz sua contabilidade de pessoa física e que faz a contabilidade da sua empresa. O senhor não lembra?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, porque, como a gente, como eu tinha o conhecimento da pessoa que fazia, e ela sempre fez, eu não me recordo exatamente do nome. É MR alguma coisa. Eu não recordo exatamente o nome. Para passar o nome errado, como o senhor falou, muitas pessoas estão assistindo à gente, para não passar o nome errado...
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor sabe o nome da empresa?
O SR. GLEIDSON COSTA - É MR alguma coisa. Não me lembro do restante. Não me recordo. Eu não me lembro do restante.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - MR alguma coisa. Depois o senhor forneça para a CPI o nome completo, por favor.
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim, sem problemas.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Qual era a utilidade...
Você reconhece as carteiras na Blockchain que se iniciam com TNC e terminam com NRFL4C?
O SR. GLEIDSON COSTA - O senhor pode repetir, por favor?
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor conhece alguma carteira da Blockchain que seja ligada à Grow Up? Eu vou simplificar para o senhor.
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Nenhuma?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor conhece alguma carteira da Blockchain ligada ao senhor ou à Grow Up?
O SR. GLEIDSON COSTA - Provavelmente, eu tenho carteira na Blockchain, já que eu tenho conta na Binance, mas, ligada à Grow Up, não tem, não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Na Binance, o senhor já investiu na moeda digital chamada tron?
O SR. GLEIDSON COSTA - Já, já comprei tron.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Este endereço, que eu vou repetir de novo para você, é o endereço da TRON Blockchain, que segue pelo prefixo TNC e continua MCTDYRYKMTME1KU2ITZECX76JGM5NOT. O senhor conhece esse endereço?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sr. Deputado, o senhor me desculpe, mas são muitos caracteres, até é recomendado...
20:34
RF
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Vou ajudá-lo com a cifra, para ver se o senhor reconhece. Nesse endereço, há 28.617.024,00 reais, uma carteira da TRON Blockchain. Nesse endereço, tem-se esta quantia. O senhor conhece? São 351 milhões de moedas da TRX, o que dá, em valores reais, 28.617.000.
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, não reconheço.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Não?
Então, o senhor nunca transacionou para esses endereços aqui dentro da Binance?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, o senhor falou um número de carteira. Eu precisaria olhar para saber se eu já transacionei para essa carteira, mas aí eu preciso olhar. Então, eu não vou dizer para o senhor que eu nunca transacionei para essa carteira, porque o senhor repetiu uma sequência de códigos que pode ser qualquer carteira, e eu posso já ter transferido para essa carteira. Mas, para que eu fale assim para o senhor "eu fiz, Sr. Deputado", eu não posso falar, porque eu preciso conferir se eu fiz ou não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Está bom.
Antes de passar a palavra ao Deputado Alfredo Gaspar, eu vou finalizar.
O senhor adquiriu a casa no Condomínio Royal Boulevard no mesmo período em que a Grow Up estava aberta por 1,4 milhão.
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim, a casa foi financiada nessa época.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor parou de pagar há 4 meses — o senhor está dizendo — o financiamento de 10 mil reais por mês?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - O senhor parou de pagar porque as operações da Grow Up pararam?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Quando pararam as operações na Grow Up? Quando as operações na Grow Up pararam?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu me reservo o direito de permanecer calado, senhor.
O SR. AUREO RIBEIRO (Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Quando a operação da empresa citada parou, isso justifica só porque autoincrimina? Não entendi.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. AUREO RIBEIRO (Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Quem responde é ele. A senhora pode assessorá-lo.
Por que autoincrimina? Eu não entendi. Eu só quero saber a justificativa por que autoincrimina quando parou a operação.
O SR. GLEIDSON COSTA - Tendo em vista as... Tentando comparar as operações da Grow Up com o pagamento da minha casa, pelo que consta a todos aqui presentes, as questões da Grow Up começaram em dezembro. A minha casa está com o pagamento atrasado há 4 meses, que a gente já falou por aqui. Acho que foi isso, se eu não entendi. Se o senhor puder...
O SR. AUREO RIBEIRO (Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Isso você já respondeu. A pergunta foi outra, e eu não consegui compreender.
Quando foi que parou a operação da Grow Up? Foi em dezembro?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - V.Exa. está satisfeito, Deputado?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - A advogada...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Caio Vianna. Bloco/PSD - RJ) - Vamos interromper por alguns minutos, para a advogada ir ao banheiro. (Pausa.)
20:38
RF
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Retomamos a oitiva do Sr. Gleidson Costa.
Passo a palavra direto ao nosso brilhante Deputado Alfredo Gaspar, senão o Deputado Caio Vianna não deixa S.Exa. falar. Quero garantir a fala do Deputado Alfredo Gaspar. (Risos.)
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Agradeço o retorno de V.Exa., Presidente. Está difícil falar nesta CPI. (Risos.) O Relator vem com 200 perguntas, e V.Exa. vem com 300! O Deputado Caio Vianna vem com 400!
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Eu nem fiz minhas perguntas hoje! Quebrei o galho de nem começar agora.
O SR. RICARDO SILVA (Bloco/PSD - SP) - Deputado Alfredo Gaspar, eu estava na Mesa relatando, mas eu fiz questão de descer para ficar ao seu lado e aprender com a sua sabedoria.
É verdade mesmo, nós temos Deputados brilhantes nesta Comissão. O Deputado Alfredo Gaspar, que nós conhecemos neste ano, o Deputado Caio Vianna, o Deputado Zé Haroldo Cathedral e nosso Presidente Aureo Ribeiro fazem questionamentos brilhantes, assim como os Deputados que estão tocando esta Comissão.
Portanto, quero parabenizar o grande Deputado Alfredo Gaspar pelo seu trabalho. Ele é um professor que nós temos aqui, um grande membro do Ministério Público, alguém que tem experiência em oitivas e investigações. Para nós, está sendo um aprendizado muito grande.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quero agradecer a bondade do Relator, do Deputado Caio Vianna, do Deputado que me antecedeu nas perguntas e do nosso Presidente Aureo Ribeiro.
Serei breve. Nós ainda temos discussões internas, como V.Exa. disse, Presidente. Eu só queria conhecer um pouco a história do Gleidson e até fazer um registo. Esse é o terceiro Gleidson — estiveram aqui Glaidson e Gladson — que está aqui na CPI. Muito interessante isso. Cada um deles acusado de pirâmide financeira. Então, eu queria deixar isso registrado. Só que eu não esperava encontrar tantos com um nome tão parecido.
20:42
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Gleidson — eu cheguei aqui a CPI já estava em andamento, eu estava no plenário —, eu não sei se você falou um pouco da sua história. Eu queria saber: até você abrir a Grow Up, em 2019, qual foi a sua trajetória de vida?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, eu nasci em Itaboraí, no Bairro de Porto das Caixas. Meu pai fez muitos trabalhos. A minha mãe sempre foi empregada doméstica — até hoje. E meu pai e minha mãe tiveram uma separação. A minha mãe trabalhava para pessoas que moravam em Campos. E isso foi... acho que foi 2010 ou 2011. E aí foi quando nós viemos morar... Fomos morar em Campos. E ali eu comecei a trabalhar, a estudar, e assim indo.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Esse indo, até chegar a esse momento de abrir a empresa, como foi que você aprendeu? Como é que você aprendeu todo esse mundo cibernético aí para passar a dar aulas e treinamentos? Você é um autodidata? Alguém lhe ensinou? Como é?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, a minha mãe, desde quando a gente morava em Itaboraí, a minha mãe sempre pagou os cursinhos para gente poder fazer. Então, eu fiz montagem e manutenção de computadores e tal. E sempre tive... Sempre procurei no que especializar e tal. Eu fiz administração. Então, eu sempre gostei muito de computador, jogos, eu e os meus irmãos sempre gostamos muito de computador, jogos. E aí eu comecei a fazer treinamentos, assim como hoje todo mundo faz treinamentos na Internet. Eu comecei a fazer treinamento, a estudar e a participar de fóruns. Na época era fóruns, hoje não tem mais, mas comecei a participar de fóruns e assim sucessivamente.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Você pode me explicar o que é que significa no seu curso renda ativa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Renda ativa foi um treinamento, foi um treinamento que eu fiz. Renda ativa é o nome de um treinamento que eu fiz. E esse treinamento falava sobre uma especialidade feita ali na análise gráfica, que as pessoas poderiam fazer.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Me dá mais detalhes disso aí, por favor.
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, vou dar um exemplo. Deixa eu ver se eu consigo exemplificar para o senhor. Quando a gente analisa qualquer tipo de gráfico, qualquer tipo de movimentação ali, a gente percebe que o mercado ele faz alguns movimentos repetitivos, alguns movimentos uniformes. E aí, dentro desses movimentos, a gente pode trabalhar ali ou um novo posicionamento ou uma nova estratégia. E aí você, por analisar muito o mercado, por estar muito dentro do mercado, você consegue dizer ali... você consegue montar alguma coisa ali ou um ponto de entrada ou um ponto de saída, assim sucessivamente.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Especificamente, no Renda Ativa, qual era a estratégia que o senhor passava?
O SR. GLEIDSON COSTA - Hedge.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O que é que significa isso?
20:46
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O SR. GLEIDSON COSTA - Hedge é onde você consegue comprar um ativo — você consegue comprar qualquer tipo de ativo. No Renda Ativa, nós falamos especificamente sobre ativos sintéticos. Dentro desses ativos sintéticos, você poderia fazer um hedge, que é o nome de uma operação. Você pode comprar ou entrar de forma comprada no ativo e você pode simplesmente proteger a operação abrindo uma ordem de fato contrária. Vou te dar um exemplo. Se você abrir uma ordem de compra com 10 reais, e essa ordem não subir, se ela descer, você pode abrir uma de venda e segurar a operação até tomar uma melhor decisão do que você vai fazer ali.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Você era muito assertivo nos ganhos desse Renda Ativa. De onde é que vinha a certeza que você passava de que o cliente iria ganhar?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu não consegui compreender. Perdão. Se o senhor puder fazer novamente...
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Eu vou refazer a pergunta no final, para ganhar tempo.
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor poderia falar um pouco sobre o Forex Pro?
O SR. GLEIDSON COSTA - O Forex Pro é um treinamento que eu fiz que falava exatamente do mercado de forex. A gente ensinava a abrir conta, a olhar a plataforma e assim sucessivamente.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E qual era a estratégia dele?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, na verdade, ali eu ensinava como a pessoa... Eu mostrava para as pessoas como abrir conta no mercado de forex, como conhecer, saber como ele se movimentava. Passava ali o meu conhecimento.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o Minas de Ouro Secreta?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim?
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor também anunciava. O que significa?
O SR. GLEIDSON COSTA - O Minas de Ouro Secreta também é um treinamento. No Minas de Ouro Secreta eu passava... Tenho vários vídeos gravados referentes a isso em que eu, Gleidson, fazia as minhas operações. Vou dar um exemplo de uma delas, que foi... Não sei se é do conhecimento de vocês que alguns criptoativos fazem staking. Então, eu colocava parte do meu dinheiro em staking de criptoativos.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o Estratégia GT?
O SR. GLEIDSON COSTA - Estratégia GT?
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sim.
O SR. GLEIDSON COSTA - Se eu me recordo, eu passei no treinamento GT 50.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor está anunciando aqui ganho de 71%. O que significava esse Estratégia GT?
O SR. GLEIDSON COSTA - Perdão, eu estava ouvindo o que a minha advogada estava falando.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O que é esse treinamento Estratégia GT?
O SR. GLEIDSON COSTA - No treinamento GT — se eu não me engano, eu fiz ele até no Rio —, a gente juntava um grupo de pessoas que já faziam treinamentos comigo. E a gente refinava as estratégias que as pessoas estavam fazendo. Esse Treinamento GT era onde a gente juntava as pessoas que já faziam treinamento com a gente.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E a DERIV?
O SR. GLEIDSON COSTA - A DERIV é uma plataforma de ativos sintéticos.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Mas como é que o senhor repassava ela? O senhor fazia treinamento nela?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, eu mostrava as minhas operações e vendia o meu conhecimento.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Em todos esses aqui — eu estou dizendo porque há postagens do senhor —, qual era o ganho que o senhor indicava?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, como a gente está falando de análise gráfica e ativos sintéticos, você pode obter tanto ganhos quanto perdas e pode...
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, mas aqui na plataforma do senhor só está sendo falado de ganhos.
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, eu publicava aí os meus resultados. É isso, não é?
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - É. Qual era o ganho médio do senhor que o senhor indicava a esse pessoal?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu não indicava o ganho, eu indicava o conhecimento que a pessoa poderia aprender ali.
20:50
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O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Quer dizer que o senhor nunca disse o quanto daria de ganho nesse tipo de indicação?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu posso ter dito quanto eu fiz. Eu posso ter dito quanto eu fiz.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor se recorda quanto o senhor disse que fez?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, como eu trabalhava com Internet, eu postava várias operações. Às vezes, nem só minhas, mas também de pessoas que fizeram os nossos treinamentos.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já foi preso alguma vez?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor nunca foi preso?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor já foi processado?
O SR. GLEIDSON COSTA - Também não.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor não responde a nenhuma ação judicial?
O SR. GLEIDSON COSTA - Até o meu conhecimento, essa presente data, só essas questões da Grow Up.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E essas questões representam quantas ações? E qual é o montante envolvido?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, aí eu tenho que pensar com o advogado porque, com o escritório de advocacia do Rio, que é o que trabalha diretamente com a minha...
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, vou ser mais objetivo. O senhor responde a ações judiciais?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, do meu conhecimento, só uma.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Só uma? E essa ação judicial, ela é coletiva ou é individual?
O SR. GLEIDSON COSTA - Aí eu não vou saber dizer para o senhor.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor sabe dizer quanto é o valor que nela está escrito lá?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, eu recebi, na minha casa, por esses dias, uma ordem... não era uma ordem judicial — me perdoe a ignorância — era um... Eu sei que foi uma juíza que me entregou. E ali falava de 10 mil, 10 mil reais, eu acho.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Dez mil reais?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim, sim. Eu acho que é isso.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Durante a existência da sua empresa, eu não entendi muito a sua resposta. O senhor deu três respostas diferentes ao Deputado Caio. Eu vou voltar a isso. Durante a existência da sua empresa, o Deputado Caio disse algo, e o senhor discordou, junto com a advogada, dizendo que não tinha dito se o senhor tinha feito a operação ou não. E o senhor falou do CNAE da sua empresa. Mas eu quero saber das operações, como Deputado Caio também queria saber das suas operações. O senhor deixou de pagar algum cliente seu em relação a essas operações? O senhor está devendo a alguém? Porque a notícia que nós temos é que inclusive muitos militares confiaram na sua expertise, investiram com o senhor, e estão até hoje sem receber. Não sei se isso é verídico. Mas o senhor se considera devedor de algum cliente da sua empresa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Respondendo a pergunta do senhor, o único militar, de fato, que eu conheço e tive convivência foi o meu sócio, o Bruno. Eu tive convivência ali, conheço militar, é o Bruno, tá?
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Então, vamos ser mais objetivos. Tem gente nos assistindo.
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor, por meio dessa empresa Grow Up, o senhor deve a algum cliente recurso?
O SR. GLEIDSON COSTA - Provavelmente.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, provavelmente. Ou o senhor deve ou o senhor não deve.
O SR. GLEIDSON COSTA - Sendo sócio da Grow Up, como já foi falado aqui, sim.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor sabe qual é o montante dessa dívida?
O SR. GLEIDSON COSTA - Dos militares, senhor?
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não, dos clientes que o senhor disse sim para a dívida.
20:54
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O SR. GLEIDSON COSTA - Eu não tenho conhecimento, não.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor não tem nem ideia de quanto é esse montante?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sua empresa foi alvo de operação da Polícia Federal?
O SR. GLEIDSON COSTA - Que eu saiba, não.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor não tem conhecimento disso?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não. Que eu saiba, não.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Foi alvo de operação de alguma Polícia Judiciária Estadual, tipo a Polícia Civil?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu só sei da Polícia Civil, porque me chamaram lá e tal.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E o senhor está sendo acusado pela Polícia Civil da prática de algum fato criminoso?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, quando eu estive lá na Polícia Civil, que fui interrogado pelo... Eu não sei o nome que se dá ao rapaz que anota ali o que a gente está falando. Ele falou superficialmente ali, tomou o depoimento e tal, e ele falou sobre isso, sobre eu estar sendo acusado.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - De quê?
O SR. GLEIDSON COSTA - Ele não falou exatamente o quê. Ele falou que estava sendo acusado de não ter pago o cliente da Grow Up . Foi só isso que ele falou.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Não falou valor, nada.
O SR. GLEIDSON COSTA - Não. Não falou, não.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor falou há pouco que era devedor a alguns clientes, porque o senhor é sócio da Grow Up. O senhor pretende pagar esses clientes?
O SR. GLEIDSON COSTA - De fato, com certeza.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Como?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom. Ah... Eu vou... Eu tenho outros sócios relacionado à questão da Grow Up. E tem várias questões sobre a mesa, como já foi colocado aqui. Então, dentro da pergunta do senhor,... Eu não posso responder sozinho sobre essa questão.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - A sua empresa foi criada em 2019. Ela começou a ficar inadimplente com os clientes logo no início, ou houve algum fato nessa virada de chave?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu gostaria de me reservar o silêncio da pergunta do senhor neste momento.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - O senhor se reservando a não falar, seria certo nós sairmos aqui com a certeza de que o senhor criou uma fábrica de estelionato junto com seu sócio, para enganar a população, principalmente de Campos dos Goytacazes?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não. Eu não... A gente não criou um negócio para poder enganar as pessoas. Isso eu nunca faria.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - E qual foi a virada de chave para vocês não cumprirem com o compromisso?
O SR. GLEIDSON COSTA - Vou me reservar o direito de permanecer calado.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Sr. Presidente, pelo adiantado da hora, estou satisfeito.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Quero dirigir-lhe poucas perguntas.
O senhor afirmou aqui que vendia treinamentos e que, por esse treinamento, o senhor recebia a quantia de cerca de 200 mil, 100 mil, 50 mil, alguns recebimentos que você fazia na venda de treinamentos. Você confirma isso?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Você recebia quanto? Uns 200 mil?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, às vezes, 30, 40, 50... O máximo que eu tenho em vista que eu recebi foi uns 400 mil reais.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - De treinamento?
O SR. GLEIDSON COSTA - É, se for juntar tudo. Eu estou falando do ponto ápice, do que mais vendeu.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Num período de 2 anos, você recebeu quanto de treinamento?
20:58
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O SR. GLEIDSON COSTA - Num período de 2 anos, um pouquinho mais de 2 milhões de reais.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Quero pedir à Secretaria da Comissão para oficializar à Receita Federal para ver os recebimentos de nota fiscal emitida de treinamento vendido, conforme depoimento do depoente. A empresa parou de operar em dezembro. Qual o montante que você tem que devolver aos clientes?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, nesse momento eu não... Não sei.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Você não sabe. A empresa não tem. Você não sabe a quem você deve?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, a...
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Você tem uma operação, você para de operar, você tem que fazer a devolução. Você não tem o valor que você deve?
O SR. GLEIDSON COSTA - Então, como pessoa física, eu não, não...
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - E como pessoa jurídica?
O SR. GLEIDSON COSTA - Como pessoa jurídica, assim, como o senhor colocou... Quando o senhor me pergunta assim: "Gleidson, você sabe a quem você deve?" Eu não conheço todas as pessoas.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Mas qual é o montante? Não precisa me falar o nome das pessoas.
O SR. GLEIDSON COSTA - O montante eu não sei.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Aproximadamente, você não tem...
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Verificar se já foi pedida quebra...
Não tenho mais pergunta a fazer.
Tem a palavra o Deputado Caio Vianna.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Sr. Presidente, eu recebi aqui um fato. Na verdade, é um documento. Eu gostaria de repetir novamente a minha pergunta para o Sr. Gleidson: qual era a atividade da Grow Up?
Eu queria advertir a advogada que orientasse o seu cliente novamente. A gente já fez isso aqui por várias vezes. A senhora não pode responder por ele. Senão, seria a senhora dando depoimento, e não ele.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Pela ordem. Eu não estou respondendo pelo meu cliente. O meu cliente está fazendo perguntas, para que eu possa orientá-lo. Eu, na qualidade de advogada e na prerrogativa que eu tenho, eu estou tentando orientá-lo. Nesse exato momento em que o senhor me indagou, ele estava perguntando para mim, e eu iria responder a ele.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - A senhora tem que responder para ele se ele fica em silêncio ou não. E aí ele justifica o silêncio.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Era exatamente isso que eu estava falando com ele.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - A senhora falou muito mais do que isso.
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu me reservo o direito de permanecer em silêncio.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - O senhor se reserva o direito de permanecer em silêncio sobre qual era a atividade da sua companhia? Qual é a justificativa que você vai dar para esse Plenário de ficar em silêncio?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, como eu falei com o senhor anteriormente, a gente vai abrir ali, não é... O senhor perguntou sobre as atividades. Eu não vou lembrar todas as atividades que tem ali. Eu já falei de algumas que eu lembrava para o senhor. Eu não vou lembrar todas que tem ali.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Eu não estou falando de atividades de CNAE.
O SR. GLEIDSON COSTA - O que eu entendi foi isso.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - O senhor teve uma empresa. No questionamento do Deputado Alfredo Gaspar, ele questionou se o senhor devia a clientes ou não. O senhor respondeu que devia. Eu quero saber: o senhor deve como? Esses clientes compravam o que da Grow Up? Eles adquiriam o que da Grow Up? Estou perguntando qual é a atividade que você comercializou com esses clientes.
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu vou permanecer em silêncio.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Mas sob qual justificativa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Porque a Grow Up já está sendo investigada sobre esse tipo de questões.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Mas esta Comissão Parlamentar de Inquérito tem também o seu poder e o seu papel de concluir as nossas investigações. Portanto, é por isso que o senhor está aqui hoje como depoente e eu estou lhe perguntando qual era a atividade.
O SR. GLEIDSON COSTA - Vou permanecer em silêncio com a pergunta do senhor.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Bom, o senhor reconhece o documento que se inicia assim: "Consórcio de rentabilidade Grow Up. CNPJ 32.668.023/0001-65"? Esse é o seu CNPJ?
O SR. GLEIDSON COSTA - É o CNPJ da Grow Up.
21:02
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O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Certo.
Termo de adesão.
A Grow Up Club visa levar às pessoas o conhecimento dos ativos digitais e suas oportunidades de ganhos através do grupo de investimento, através do mercado internacional de moedas. Esses ativos, recursos aplicados, vão gerar rentabilidade através dos esforços e observações de profissionais qualificados em operações automatizadas.
Consórcio de rentabilidade. Esta modalidade de investimento paulatino pauta-se nos seguintes critérios:
Cláusula 1. Dos valores e parcelas. O valor da parcela será por cota de 100 reais, podendo o participante entrar com quantas cotas desejar;
Cláusula 2. Do andamento e contemplação. O início se dará com o pagamento da primeira parcela até a data 15/02/2022. O plano de rentabilização se seguirá com pagamentos consecutivos de 12 parcelas, que se findarão na data de 15/01/2023. A data da contemplação e recebimento será 15/02/2023;
Cláusula 3. Da capitalização. Serão recebidas 12 parcelas de 2 mil reais num período de 12 meses. Os pagamentos devem ser feitos por depósitos bancários na conta informada, com informe ao seu consultor de contrato;
Cláusula 4. Da bonificação e monetização. O valor a receber será de 24 mil reais, referente aos depósitos, com incremento de 6 mil reais, acréscimo de 25% no período de 12 meses, totalizando 30 mil reais. O valor do rendimento é validado com o pagamento mensal em dia, com tolerância de até dois atrasos consecutivos ou três atrasos não consecutivos. Se houver mais de três atrasos ou desistência, o consorciado recebe o valor total do capital investido sem acréscimos na data estipulada.
Outrossim, a Grow Up se responsabiliza pelo capital investido, com garantia do pagamento integral do investimento mais rentabilidade, conforme a cláusula acima.
Esse é um contrato que a sua empresa firmava com os seus clientes, correto?
O SR. GLEIDSON COSTA - Sr. Caio, para responder a sua pergunta, se o senhor me permitir uma pequena introdução... Por ser responsável financeiro da empresa, como eu já falei aqui e afirmei em outros momentos, eu gostaria de dizer para os senhores que sobre a modalidade conhecida pelos senhores como consórcio eu não tinha nenhum poder ou visualização de pessoas ou valor disso. Por quê? Como eu já falei aos senhores, eu tinha mais três sócios. A ideia do consórcio, ela não foi minha. Ela foi aprovada dentro de uma reunião do conselho da empresa, onde todos tinham o mesmo voto, independente de...
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Você tem ata da reunião do conselho?
O SR. GLEIDSON COSTA - Provavelmente, deve ter ela, sim.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - O senhor tem a ata da reunião?
O SR. GLEIDSON COSTA - Provavelmente, sim.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Deputado Caio Vianna, V.Exa. me deixa fazer umas perguntas finais? V.Exa. me permite?
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Com certeza.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - O senhor falou que comprou imóvel. Qual foi o valor de entrada que você deu no imóvel? Em quantas parcelas?
21:06
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O SR. GLEIDSON COSTA - A parcela... Eu não sei quantas parcelas. Mas, se eu não me engano, foi em 10 anos.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Você paga como? Foi financiamento bancário?
O SR. GLEIDSON COSTA - Financiamento bancário.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Qual banco?
O SR. GLEIDSON COSTA - Santander.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Qual foi o valor da entrada?
O SR. GLEIDSON COSTA - Foi 400... Eu não sei se foi 400 ou 380 mil reais.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Qual foi o valor do imóvel comprado?
O SR. GLEIDSON COSTA - Um milhão e... 1 milhão e 600 ou 1 milhão e 700.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - O senhor, mais cedo, disse que era 1 milhão e 400.
O SR. GLEIDSON COSTA - Financiado pelo banco, 1 milhão e 400.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Você possui carro?
O SR. GLEIDSON COSTA - Hoje, não.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Qual era o seu carro?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu tive alguns carros. Eu tive uma Uno, tive uma Land Rover, tive um Mercedes.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Você tem outros imóveis sem ser esse?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Tem aplicação bancária?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Possui dinheiro em criptoativo?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Nem na física, nem na jurídica?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Por que você era um rapaz de sucesso e, de repente, sua vida mudou para pior?
O SR. GLEIDSON COSTA - É uma pergunta que eu tento me responder todos os dias. Eu não posso agregar a culpa dos negócios às pessoas que estavam ao meu redor, mas eu não consigo dar um nome. Perdão.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Quem é Oliver?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, como já tinha respondido para o Sr. Caio, eu conheço algum Oliver, sim, mas eu não sei de qual Oliver o senhor está falando.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Geralmente você estava em reunião, quando chegava na sua empresa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não, na minha empresa, nunca teve nenhum Oliver.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Mas, você nunca se reunia com nenhum Oliver?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Quantos clientes tinha a sua empresa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Aproximadamente, 300 ou 324 clientes, eu creio.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - E ela movimentava quanto por mês?
O SR. GLEIDSON COSTA - Essa informação eu não tenho.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Você ocultou algum patrimônio no nome de pai, mãe, irmão, tio, tia?
O SR. GLEIDSON COSTA - Jamais.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Deputado Caio Vianna.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Sr. Presidente, só para concluir, o Deputado Zé Haroldo Cathedral também quer fazer uma pergunta, mas eu fiz questão de ler na íntegra o contrato que a sua empresa Grow Up firmava com os seus clientes. Veja bem, Sr. Gleidson, esta CPI é muito séria. Do que o senhor pode ter participado e o que o senhor fez lesou diversas pessoas, provavelmente. Isso é algo muito grave, porque, se o senhor fala que o senhor está devendo essas pessoas, então, portanto, o senhor lesou essas pessoas até o presente momento. O senhor disse aqui mais cedo, quando o Relator lhe perguntou, que não tinha consórcio. O senhor sambou para lá, sambou para cá e disse que não tinha nenhuma atividade de consórcio. Mas, aqui no contrato, o senhor fala claramente consórcio, contrato da sua empresa. A sua empresa, a qual o senhor era sócio majoritário, 70%, é o que o senhor detém de ações. Fica muito difícil para gente compreender que o senhor não sabia das coisas, que havia outros sócios, que as decisões eram tomadas. O senhor era sócio majoritário. Corrigindo até o senhor, a sua empresa, segundo aqui o seu próprio contrato, não ficava no nº 35, mas ficava no nº 38 da Rua Doutor Beda, o que é lamentável, porque o senhor teve 2 anos essa empresa lá, e o senhor sequer sabe o número do escritório da sua empresa. Portanto, eu quero dizer uma coisa aqui: há várias pessoas que estão, neste momento, acompanhando a gente aqui porque se sentem lesadas pela empresa do senhor. Pessoas essas que firmaram esse contrato com o senhor e que depositaram dinheiro na conta da Grow Up na expectativa que esse contrato fosse cumprido, que elas tivessem a alta rentabilidade que o senhor promete nesse contrato. E o senhor inclusive garante a elas que elas teriam o dinheiro delas resguardado, que elas teriam o dinheiro delas ali mais o rendimento, ou seja, o valor investido mais o rendimento. E o que acontece é que essas pessoas hoje não têm isso. E aí, quando lhe perguntam se o senhor tem conta em banco, o senhor diz que tem, mas que não tem nada. O senhor, mais cedo, falou que o senhor investia em criptomoeda. Eu vou repetir a pergunta do Presidente Aureo Ribeiro: o senhor está em posse de alguma criptomoeda?
21:10
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O SR. GLEIDSON COSTA - Eu não estou em posse de nenhuma criptomoeda. Eu já comprei criptomoeda.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - E o que aconteceu com essas criptomoedas?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, eu fui liquidando quando eu precisei. Fui trocando. O mercado cripto teve uma grande desvalorização. Então, fui liquidando quando pude.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Entendi. Então, quando o senhor liquidou as suas criptomoedas, a Grow Up ainda estava aberta?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, quem opera ou quem detém qualquer tipo de ativo... Eu não me lembro exatamente a data porque não foi... Peguei todas as minhas criptomoedas e liquidei todas as minhas criptomoedas. A gente olha a carteira de criptomoedas, vê quais não têm mais sentido e vai vendendo.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Eu estou finalizando. Vamos tentar ser objetivo.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Peço que conclua, Deputado.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Vamos tentar ser objetivo. O senhor teve suporte financeiro de alguém para montar a sua empresa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Suporte financeiro? O senhor pode ser mais claro, por favor?
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Aporte? Alguém aportou na sua empresa? O senhor teve suporte financeiro para estabelecer a sua empresa de alguém que não faz parte do quadro societário da sua empresa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Não? Tá certo. Algum político da cidade investiu na sua empresa?
O SR. GLEIDSON COSTA - Que eu saiba, não.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Do Estado? Não? (Pausa.)
Está bem. O senhor disse que pretende ressarcir essas pessoas. Há muitas pessoas aqui que botaram o dinheiro de vida. Trabalharam, deram seu dinheiro suado, esperando um rendimento que o senhor prometia e que o senhor não deu. Ainda o senhor sequestrou esses valores. Como é que o senhor pretende retornar se o senhor diz que não está em posse de nada? Para onde foi o dinheiro dos clientes? O senhor investia em criptomoedas? Se o senhor investia em criptomoedas, o que aconteceu com o dinheiro dos clientes?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu vou me reservar ao direito de permanecer calado com a pergunta.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - O senhor sabe por que o senhor vai se reservar o direito de permanecer calado neste momento? É porque, na verdade, não existe mais esse dinheiro nas contas do senhor. O senhor já deu um fim nisso, e o senhor não vai pagar ninguém. O senhor está querendo ganhar tempo para o senhor se livrar. Na verdade, o que aconteceu é que o senhor lesou essas pessoas. Essas pessoas estão lesadas, estão querendo resposta de quando que elas vão ter o dinheiro delas ressarcido. Mas eu tenho certeza de uma coisa: ao término desta CPI aqui nós vamos produzir leis capazes de não deixar que esquema fraudulento como esse que o senhor montou continue atingindo pessoas que têm desconhecimento, às vezes, de aplicações financeiras, porque isso é uma covardia sem tamanho. Pessoas depositaram todas as suas economias para que o senhor literalmente roubasse delas. O senhor sumiu. O senhor não deu mais nenhum retorno para essas pessoas. O senhor não fala onde estão esses recursos. E eu vou terminar lhe fazendo uma pergunta: o senhor participou de um esquema de pirâmide financeira?
21:14
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O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Não. E onde está o dinheiro do povo?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu não participei de pirâmide financeira.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Onde está o dinheiro do povo? O senhor não sabe?
O SR. GLEIDSON COSTA - Vou me reservar...
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Então foi um golpe?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Mas cadê? O povo não está com o dinheiro. Cadê o dinheiro na conta das pessoas que apostaram lá na conversa fiada que o senhor contou naquele contrato?
O SR. GLEIDSON COSTA - Bom, como consultei aqui com a minha advogada, está sendo feita a investigação relacionada a esse tipo de questão. Vou permanecer em silêncio com a pergunta do senhor.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Eu, com todas as oportunidades que o senhor teve aqui nesta CPI e o senhor não esclareceu, saio daqui com a minha convicção — pode não ser a dos demais colegas — de que o senhor montou um esquema fraudulento de pirâmide financeira que lesou várias pessoas que hoje estão sem ter o que comer, porque muitas botaram seu dinheiro de economia, de vida na empresa do senhor. Então, eu saio daqui com a convicção de que o senhor montou, sim, uma pirâmide financeira. Eu quero saber como é que o senhor vai fazer agora para devolver o dinheiro, para ressarcir o dinheiro para essas pessoas. Concluí, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - O senhor teve um Porsche?
O SR. GLEIDSON COSTA - Tive, sim, senhor.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Qual Porsche você teve?
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu já tive um Panamera e depois um Taycan.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Você teve um Porsche e não sabe quanto você deve para os seus clientes?
O SR. GLEIDSON COSTA - Acredito que...
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - É fundamental ressaltarmos a importância do papel desta CPI, Deputado Alfredo Gaspar, porque temos assistido, no Brasil, à impunidade de pessoas que praticam crime, lesam a população brasileira. E a população brasileira, infelizmente, precisa desta Casa, do endurecimento do papel da CPI para que possamos aprofundar as investigações. Eu me dou por satisfeito. Tenho instrumentos regimentais para que possamos...
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Presidente, eu só queria fazer um registro, se V.Exa. me permitir.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Deputado Alfredo Gaspar, eu acho que a gente tem um desafio muito grande.
Quero pedir aos Deputados, já que a gente está nos dias finais de votar o relatório, que aqui a gente possa fazer todo o esforço concentrado possível para produzir. Esse é o anseio da população brasileira.
No domingo, houve uma matéria no jornal tratando o assunto e esclarecendo um pouco a população brasileira. E esta semana deve haver uma série de matérias.
A gente está aprofundando as nossas investigações. É importante quem foi lesado mandar aqui para a CPI esse documento para que possamos estar aqui encaixando e aprofundando as nossas investigações.
21:18
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Tem a palavra o Deputado Alfredo Gaspar.
O SR. ALFREDO GASPAR (Bloco/UNIÃO - AL) - Presidente, está ao meu lado aqui o Vereador Rafael Feitosa, da cidade de Rio Largo, onde fica situado o Aeroporto Internacional de Alagoas, e ele está pedindo para lhe dar os parabéns e aos demais membros. Para mim, é uma grande satisfação tê-lo aqui também até essa hora.
Obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Obrigado pela presença no Parlamento brasileiro.
Tem a palavra o Deputado Zé Haroldo Cathedral.
O SR. ZÉ HAROLDO CATHEDRAL (Bloco/PSD - RR) - Quero fazer só uma pergunta. Eu fiquei com uma dúvida, ainda mais agora sabendo que já teve Land Rover, Porsche, Mercedes. Se eu não me engano, esse condomínio é um dos mais luxuosos lá de Campos dos Goytacazes, não é Deputado Caio? Foi feita uma pergunta para o senhor, Seu Gleidson, e não ficou bem esclarecido. O senhor falou que o senhor fazia transferências da conta da Grow Up para a sua conta, para, digamos assim, receber lucros da sua empresa. O senhor disse que fazia transferência da empresa para a sua conta em termos de pró-labore. O senhor respondeu que havia mês que o senhor recebia mais, mês que o senhor recebia menos e mês que o senhor não recebia nada. Eu queria só que você esclarecesse para esta CPI, no mês bom, quando que o senhor recebia; no mês ruim, quanto o senhor recebia visto que o senhor tinha ou teve uma vida luxuosa? Esclareça aí quais eram esses valores, não precisa ser exato, pode ser aproximado, caso o senhor não se lembre. Mas esclareça para esta CPI, num mês bom, quanto é que saía da conta da Grow Up para sua conta pessoal, por favor.
O SR. GLEIDSON COSTA - Sr. Deputado, para poder responder à questão da pergunta do senhor, eu sempre trabalhei, e a Grow Up, como foi bem colocado aqui, nunca foi o único negócio; e eu sempre obtive, graças a Deus, um bom resultado financeiro com os trabalhos que eu sempre efetuei. Eu estou... É só para poder tentar responder à pergunta do senhor está. Então, baseado no que o senhor me perguntou relacionado aos carros que eu comprei, todos eles estão no Imposto de Renda, e eu os paguei com o dinheiro que eu fiz trabalhando.
O SR. ZÉ HAROLDO CATHEDRAL (Bloco/PSD - RR) - Eu não perguntei do carro; o carro foi só um exemplo.
O SR. GLEIDSON COSTA - É para responder a sua pergunta.
O SR. ZÉ HAROLDO CATHEDRAL (Bloco/PSD - RR) - O carro foi só um exemplo, porque o senhor tem um estilo de vida luxuoso. O carro, só foi um exemplo. O que queremos saber é: no mês bom da conta da Grow Up — o senhor transferia da conta da Grow Up para sua, palavras do senhor — quais os valores que o senhor transferia num mês bom? O senhor falou: "No mês bom, era uma coisa; tinha mês ruim e tinha mês que não recebia nada". São palavras do senhor aqui. Nós queremos saber quando é que saía, no mês bom, da conta da Grow Up para a sua conta pessoal em termos de pró-labore. A pergunta é só essa. (Pausa.)
Não, eu oriento ele. Pró-labore é o lucro que o senhor tem da sua empresa por ser sócio. O senhor tinha 70%. Então, se a sua empresa ganhou 100 reais, no caso, 70 reais seriam para o senhor, entendeu? Se a sua empresa teve 100 reais de lucro, o senhor sendo 70% de cotas societárias, o senhor receberia 70 reais de pró-labore. Então, pró-labore é o lucro que o dono da empresa recebe do seu negócio.
21:22
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O SR. GLEIDSON COSTA - Então, respondendo à pergunta do senhor, esse dinheiro, não era um dinheiro que eu pegava ali e mandava para a minha conta e tal, como de fato foi estipulado. Mas existia, sim, um pró-labore, o valor... O valor eu vou continuar... Vou ficar calado sobre a pergunta do senhor.
O SR. ZÉ HAROLDO CATHEDRAL (Bloco/PSD - RR) - Só lembro o senhor que já há um pedido de quebra de sigilo bancário.
O SR. GLEIDSON COSTA - Sim.
O SR. ZÉ HAROLDO CATHEDRAL (Bloco/PSD - RR) - Então, por favor. O senhor falou que tirava dinheiro da Grow Up para a sua conta. Queremos saber quais valores, apenas isso.
O SR. GLEIDSON COSTA - Eu pagava os valores, não tirava dinheiro da conta da Grow Up e mandava para a minha conta. Então, foi sobre essa questão que eu respondi.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Há um fato que me chamou a curiosidade e é, digamos assim, muito triste.
O Deputado Julio Lopes chegou aqui a esta CPI agora, neste momento. Ele estava em outra agenda, mas tem sempre estado aqui presente com a gente. Esses casos, Deputado Julio, cada vez mais, vêm deixando a gente indignado.
As pessoas falam como se o dinheiro dos outros não fosse nada. O senhor está falando que era um cara extremamente bem-sucedido com os seus cursos, com os seus Porsches, com as suas Land Rovers, mas quando o senhor fala sobre a Grow Up, é como se fosse dinheiro de trocado para você, que o senhor não percebia, o senhor não via, porque o senhor tinha as suas outras atividades.
Ali estavam sonhos que foram depositados na sua empresa, que foram depositados com a mentira que você contou para os seus clientes, dizendo que você iria dar a rentabilidade que você não entregou. Isso é de indignar, é de indignar! É por isso que temos que formatar leis aqui muito severas porque está compensando hoje o sujeito montar uma operação dessa. Está compensando.
E não só espero, mas eu tenho certeza — porque eu tenho confiança nas instituições brasileiras — de que a Polícia Civil vai fazer o papel dela de investigação até o final, e esta CPI aqui também vai fazer um papel paralelo de investigação, que já estamos fazendo, com o seu depoimento de hoje, com as informações que nós temos. Então, vai ter muita força de investigação para, de fato, esclarecer toda essa covardia que você fez com as pessoas. Foi uma covardia. Você tirou o sonho de muita gente, e você não tem sequer a hombridade de vir aqui nem dizer quantas pessoas você lesou, nem quanto você deve. É uma covardia o que você fez.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Tem a palavra o Deputado Julio Lopes.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Presidente, pela ordem. O nobre Deputado Caio, ele coloca um posicionamento pessoal dele...
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - E é direito dele colocar o posicionamento dele, porque ele tem imunidade parlamentar.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Sim. Eu, particularmente, como advogada do meu cliente...
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - A senhora pode orientar o seu cliente a responder ou não responder.
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Sim. Estou o orientando, sim ou não, quando for responder.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Qual é a questão de ordem da senhora?
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Em relação ao posicionamento dele que está sendo transmitido na Casa do Povo, como ele bem disse, estão sendo investigados pela polícia todos esses fatos, pelos quais, se o meu cliente errou ou não, pagará pelos erros dele. Não cabe a ele, neste momento, denegrir a imagem do meu cliente até mesmo porque não tem uma condenação específica sobre o fato de o meu cliente estar respondendo ou não. Como disse anteriormente, antes do trânsito em julgado de uma ação, ninguém pode ser culpado. Vocês estão aqui investigando, nós estamos aqui para ajudar, entendeu?
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Qual é a questão de ordem, Presidente
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - E, antes de qualquer posicionamento pessoal, o meu cliente tem o direito de defesa.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Seu cliente tem todo o direito de defesa, como ele também tem o direito de prestar depoimentos, esclarecimentos nessa CPI. Como eu tenho o meu direito e a minha imunidade Parlamentar... Eu estou com a palavra, Sr. Presidente.
21:26
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O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Ela não vai usar a palavra, não.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Eu tenho aqui a minha imunidade Parlamentar e o meu direito de concluir, diante da atuação do seu cliente, o que eu entendi desse depoimento e dessa oitiva.
E quando a senhora diz "pessoal", tenho, sim, sabe por quê? Eu amo a minha cidade, eu amo as pessoas que estão lá dentro que o seu cliente lesou, as pessoas que não param de me mandar mensagem, que estão aqui agora, neste momento, dizendo para mim que ele acabou com a vida delas. E eu tenho inúmeras e ficaria aqui a noite toda. Então, não. Não vou aceitar vir para cá para esse rapaz agir aqui de forma dissimulada. Ele já debochou de Relator, já deu risada, disse que não tinha...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Eu estou com a palavra, advogada.
Disse que não tinha nenhum contrato com relação à empresa dele fazendo qualquer tipo de consórcio. Eu li o contrato na íntegra. Então, não vai fazer esse Parlamento aqui de chacota, não, porque aqui a gente trabalha muito sério. E esta CPI aqui é uma CPI que está cumprindo papel técnico e importantíssimo para o Brasil.
Vocês lesaram milhões de brasileiros. Você faz parte desse povo que lesou. Você tinha que ter vergonha na sua cara!
A SRA. ALESSANDRA PEREIRA DOS SANTOS - Olha o respeito.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Deputado Julio Lopes.
O SR. JULIO LOPES (Bloco/PP - RJ) - Presidente, desejo a todos uma boa noite.
Eu acho que o nosso papel pedagógico aqui é fundamental. Acho que S.Exa. tem conduzido essa CPI de forma a prestar esse serviço à Nação. E o que nós fazemos é exatamente educar ou tentar mostrar à população o quanto esses signos ou os símbolos de riqueza, o quanto essa ostentação vã, que esse senhor fazia, muitas vezes, podem contribuir para iludir as pessoas. Hoje mesmo nós estamos aqui, diante desse fato repugnante, que é o comportamento desse cidadão.
E eu queria advertir a advogada que ela deve fazer o papel institucional da advocacia, mas que tenha cuidado para não se confundir com o seu cliente, doutora. A senhora está em uma margem muito estreita, caminhando em uma linha muito tênue de deixar a advocacia para outro lado da atividade. Eu tenho aqui a observação de que a senhora está transigindo um pouquinho além do seu papel institucional enquanto advogada do seu cliente, que eu posso aqui — e vou dizer — que, na minha avaliação, é um va-ga-bun-do — va-ga-bun-do! E a senhora não pode falar nada e não terá o direito de palavra.
Não estou aqui dizendo que ele é culpado, que ele é inocente. Mas o que ele fez foi vagabundagem. Ninguém pode comprar Porsche, Land Rover, andar posando de milionário e depois sumir com o dinheiro de todo mundo, que foi o que ele fez. Então, foi isso o que aconteceu e isso tem este nome, esta é a qualidade, este é o termo que podemos usar para qualificar o que o seu cliente fez.
E o que nós estamos fazendo aqui é tentar deixar claro para a população que todas as vezes que alguém, como o seu cliente repugnante, chegar e dizer que tem ganhos que não são viáveis de serem pagos, que tem a oportunidade de coisas que não se realizarão, que promete coisas que não podem acontecer, porque são infactíveis, são impossíveis... Os ganhos que foram prometidos, tudo aquilo que foi prometido é absolutamente impossível de ser atendido e é por isso que nós estamos nessa situação que hoje de desespero, sim, de milhares e milhares de famílias de brasileiros que estão desassistidos.
21:30
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Nós estamos sendo atacados nas redes e nas mídias violentamente. Todos nós, Deputados, estamos aqui sendo atacados violentamente com uma série de injúrias, difamações e todo o tipo de desqualificação para a ação que nós estamos fazendo aqui. Mas sabemos que muito maior do que isso, muito mais importante que isso é o serviço que estamos prestando a milhões de brasileiros a que estão nos assistindo, que estão nos acompanhando também no trabalho que vamos fazer ao encerrar esta CPI, porque nós vamos recuperar muitos recursos e, se Deus quiser, os recursos que o seu cliente extraviou, se Deus quiser, os recursos obtidos pelo seu cliente porque lesou as pessoas que confiaram nele. Esse é o papel desta CPI.
Nós temos um papel pedagógico e institucional de dar à população a instrução, a visão, o conhecimento de que não se deve cair nesse conto do vigário, de que não se pode ser atraído por lucros fáceis que não acontecerão e que poderão até acontecer durante algum tempo. Há algumas dessas pirâmides que foram até mais longevas — não é, Presidente? —, duraram até algum tempo. E cada vez que essa pirâmide durou mais é porque ela lesou mais gente, porque ela paga com aquele que entra, vai substituindo aquele que entra com um novo entrante, vai pagando o sequente e vai alargando a sua base até dar uma explosão de proporções nucleares, que foi o que aconteceu, e é disso que nós estamos tratando aqui.
Então, eu quero, Presidente, chamar a atenção da população, porque se formos às redes sociais agora, cidadãos como esse, que estão travestidos de milionários sem ser, travestidos de cidadãos dignos sem ser, tentando captar recursos da poupança popular, tentando captar recursos daqueles que não têm conhecimento, não têm capacidade de discernir. Tanto é verdade, Sr. Presidente, que sabemos aqui que muitos lá de Cabo Frio, de Campos e de outras áreas estão rezando por cidadãos que estão presos e que roubaram o dinheiro dessas pessoas. Eles ainda estão na vã esperança de que, se soltos, essas pessoas teriam a dignidade de pagá-los. É uma vã percepção. Infelizmente, é algo que não se realizará. Por mais que nós aqui trabalhemos, nós iremos, talvez, conseguir fazer, com a consequência da CPI, o pagamento de um percentual desses valores. Nós estimamos que possamos ainda restituir, em razão do trabalho da CPI, algo em torno de 20%, talvez, de tudo aquilo que estamos vendo, em razão do que temos levantado que ainda está depositado nesse mundo de dinheiro que desapareceu.
Mas, Sr. Presidente, sigamos aqui com o nosso trabalho, fazendo o nosso serviço, enfrentando essas adversidades que estão se colocando contra nós, porque nós, de fato, estamos fazendo aqui um papel relevante. No fundo, doutor, é muito duro para nós ouvir o senhor falar de Porshes, Land Rovers, desse seu comportamento, com essa desfaçatez, com essa sua cara assim, como se isso não fosse nada, como se isso fosse simples, como se subtrair a população do seu futuro fosse algo razoável.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Presidente, eu acho que, inclusive, nós temos que tomar medidas, já que ele diz que não tem dinheiro nas contas, que não tem dinheiro nas corretoras e que não tem mais carro, mas tinha tudo isso. Parece-me que isso tudo repentinamente desapareceu por conta do entendimento de que a pirâmide estava acabando. Precisamos bloquear esses recursos, para que a casa dele sirva para pagar pelo menos algumas pessoas que estão lá dentro. De alguma forma, temos que bloquear esses recursos.
21:34
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O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Termino a minha fala. O Deputado Caio Vianna questionou acerca de um endereço de uma carteira em que, segundo ele, havia uma moeda Tron em quantia equivalente a aproximadamente 28 milhões de reais. O senhor tem ciência de que estamos pedindo aqui a quebra do seu sigilo bancário, fiscal, de suas contas na Binance e vamos conseguir saber a origem desses recursos? O senhor confirma desconhecer essa carteira?
O SR. GLEIDSON COSTA - Como falei, Sr. Presidente, por trabalhar, por trabalhar não, por conter criptoativos, existem várias carteiras. Até recentemente, a Binance trocou o volume, o número das carteiras e pediu para poder atualizar. Então, eu não posso dizer para o senhor se eu, de fato, conheço, porque eu não vi. Tem que colocar no computador, ver se eu já fiz transferência ou não para essa carteira.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Qual era o montante que você tinha transacionado com a Binance?
O SR. GLEIDSON COSTA - Aí eu tenho que olhar.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Aproximadamente?
O SR. GLEIDSON COSTA - Aproximadamente, eu não sei, porque a gente compra um ativo, ele cai, então, precisa olhar.
O SR. CAIO VIANNA (Bloco/PSD - RJ) - Como é que o senhor compra ativo e ele só cai? O senhor fala como se o senhor comprou e caiu. O senhor era um excelente professor.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - O senhor desconhece a carteira, então? Não lembra? Esses recursos não saíram de nenhuma conta da Grow Up, nem de um parente seu?
O SR. GLEIDSON COSTA - Não.
O SR. PRESIDENTE (Aureo Ribeiro. Bloco/SOLIDARIEDADE - RJ) - Quero agradecer a presença de todos e de todas.
Quero agradecer à Polícia Federal e aos agentes da Polícia Federal que conduziram o depoente de Campos do Goytacazes até Brasília, o Sr. Júlio César e o Sr. Alexandre Farah, pela colaboração e pelo serviço prestado ao Brasil.
Quero agradecer aos nobre Parlamentares pela dedicação e participação neste dia de hoje. Nós estamos caminhando para o fim da nossa CPI. Temos um desafio grande ainda. Temos reunião de trabalho ainda hoje para tratar de alguns assuntos.
Agradeço a participação de todos pela Internet, que participam conosco, que dão informação, dão sugestões e estão acompanhando o trabalho que esta CPI tem desenvolvido no nosso País.
Nós temos trabalhado muito para exercer um papel de seguir o recurso e tentar devolver a esperança retirada da população brasileira no nosso País. Então, esse é um grande desafio.
Agradeço a presença de todos.
Está encerrada a nossa reunião.
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