1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 57 ª LEGISLATURA
Comissão do Esporte
(Audiência Pública Extraordinária (semipresencial))
Em 31 de Maio de 2023 (Quarta-Feira)
às 15 horas
Horário (Texto com redação final.)
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PL - RJ) - Boa tarde a todos.
Conforme acordado na reunião anterior, determino o aproveitamento das presenças no painel eletrônico.
Declaro aberta a presente reunião de audiência pública, em atenção ao Requerimento nº 16, de autoria dos Deputados Luiz Lima, Mauricio do Vôlei e Delegado da Cunha, para debater a preparação para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024.
Informo que esta é a segunda de uma série de audiências públicas com todas as confederações olímpicas.
Tenho a honra de anunciar que foram convidados para esta audiência pública os seguintes expositores, cuja presença agradeço: o Sr. Wlamir Motta Campos, Presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, que está aqui na mesa, ao meu lado; o Sr. Patric Tebaldi, Presidente da Conselho Nacional de Dança Desportiva, que também está aqui na mesa; o Sr. José Bispo de Assis, Diretor de Breaking do Conselho Nacional de Dança Desportiva, também presente; o Sr. Marco Aurélio Sá Ribeiro, Presidente da Confederação Brasileira de Vela, também aqui conosco na mesa; o Sr. José Luiz Vasconcellos, Presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo, que estará conosco através de videoconferência; o Sr. Fernando Ruiz Fermino, gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de Ciclismo, que participará também por videoconferência.
Antes passar às exposições dos nossos convidados, esclareço os procedimentos que serão adotados na condução desta audiência pública.
Os convidados deverão limitar-se ao tema do debate. Cada confederação terá 15 minutos para suas apresentações, não podendo ser interrompidas.
Após as exposições, serão abertos os debates. Os Deputados interessados em fazer perguntas ou considerações sobre o tema deverão inscrever-se previamente pelo aplicativo Infoleg. A palavra será concedida, em respeito à ordem de inscrição, pelo prazo de 3 minutos.
Comunico que esta audiência pública está sendo transmitida pelo portal da Câmara dos Deputados e que as apresentações em multimídia serão disponibilizadas para consulta na página eletrônica da Comissão após a reunião.
Passamos à exposição dos convidados.
Passo a palavra ao Sr. Wlamir Motta Campos, Presidente da Confederação Brasileira de Atletismo.
O SR. WLAMIR MOTTA CAMPOS - Boa tarde a todas e a todos. Boa tarde, meu amigo Presidente Luiz Lima. É um prazer e uma honra estarmos aqui para mais este exercício de cidadania.
Queria saudar nossos amigos e parceiros de comitê olímpico do Brasil. O Patric Tebaldi vem fazendo um trabalho incrível no breaking e meu amigo Marco Aurélio, na vela. Hoje, nós temos uma reunião de peso! Nós estamos falando em 38 medalhas olímpicas nesta mesa, 25% das medalhas olímpicas conquistadas pelo Brasil até hoje. Tudo isso é motivo de muito orgulho.
Eu gostaria de saudar o Vice-Presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Marco La Porta, na pessoa de quem, saúdo todos os presentes.
Nós somos a Confederação Brasileira de Atletismo, que é, com muito orgulho, a terceira maior confederação olímpica do Brasil. Nós estamos abaixo da Confederação Brasileira de Futebol e da Confederação Brasileira de Vôlei.
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(Segue-se exibição de imagens.)
Eu vou começar com este prêmio, que nos enche de orgulho. A Confederação Brasileira de Atletismo foi, em 2022, eleita a melhor confederação de atletismo do mundo pela World Athletics — 214 países são membros da World Athletics. Nós fomos melhores do que 213 países. Isso nos enche de orgulho. Eu entendo que é um trabalho que vem sendo bem feito, e nós deixamos de lado a "síndrome de vira-lata". Uma confederação brasileira pode, sim, estar no topo do mundo.
Eu vou apresentar um pouco o trabalho por que nós chegamos a isso. Esta é a nossa sede. Este é o Centro Nacional Loterias Caixa de Desenvolvimento do Atletismo, onde fica nossa sede. Nós costumamos dizer que a CBAT é uma confederação chão de fábrica. No mesmo lugar em que temos a estrutura administrativa, temos um centro de treinamento de altíssimo nível.
Esta é uma pista com certificação internacional nível 2, uma pista com o piso mondo, o mesmo piso dos jogos olímpicos. Realizamos, há 1 mês, um GP internacional com a presença de 18 países.
Neste prédio maior, temos uma pista coberta e nossa estrutura administrativa. Ao lado, há dois alojamentos, que comportam 72 atletas, e nosso barracão. Nós temos toda a estrutura para realizarmos, ao mesmo tempo, duas competições de atletismo no Brasil com material de ponta.
Este é o nosso centro não só de treinamento, mas de desenvolvimento do atletismo. Aqui, nós preparamos nossos principais atletas e nossas categorias de base.
Como sempre, Deputado Luiz Lima, nós fazemos questão de primar pela transparência e pela governança, porque os resultados passam por isso. Nós temos, como previsão de receita para 2023, um orçamento de R$41.262.348,00 e despesas previstas da ordem de R$41.250.116,00. Este é o nosso orçamento por fonte de recursos. Nós temos patrocínio master da Loterias Caixa. Aqui, nós estamos falando de proposta para 2023. No caso do patrocínio da Caixa, como nosso contrato vai de junho a junho, nós estamos falando de um semestre, mas nosso contrato com as Loterias Caixa — já estamos no 22º ano — é um contrato de 16 milhões de reais.
Nós temos também aporte do Comitê Olímpico do Brasil na ordem de R$10.456.000,00. Temos o Prevent Senior NewOn, que nos atende com 1.088 planos de saúde, que totalizam R$6.897.000,00. Nós temos a Puma, com R$4.485.000,00.
Eu quero fazer um registro. Nós assinamos contrato com a Puma no ano passado. Deputado Luiz, é o contrato mais longevo do esporte brasileiro hoje: um contrato de 10 anos, um contrato por 3 ciclos olímpicos — Paris, Los Angeles e Brisbane —, até 31 de dezembro de 2032. É a primeira vez que a Puma, uma empresa de 75 anos que é top 5 no cenário mundial do esporte, tem uma bandeira do Brasil no seu uniforme.
Nós temos uma parceria muito grande com o Governo do Estado de Mato Grosso, R$1.211.000,00. Neste ano, nós vamos realizar o Troféu Brasil Loterias Caixa de Atletismo, na cidade de Cuiabá.
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Nós temos esta outra rubrica de 800 mil reais, destinada a um evento pontual, um campeonato brasileiro de corrida de rua; reconhecimento de corrida de rua, que é a emissão de permits, 283 mil reais; recursos repassados pela nossa entidade internacional, World Athletics, 275 mil reais; outros patrocínios, 30 mil reais; outras receitas do CNDA, 24 mil reais. O total deste orçamento para 2023 é algo na ordem de R$41.262.000,00.
Falemos agora do direcionamento por atividade. Aqui também é extremamente importante nossa preocupação com a gestão, com a chegada deste recurso à atividade-fim. Nós utilizamos 84% do nosso orçamento na atividade-fim e 16% na atividade-meio, ou seja, muito abaixo do que a lei exige.
Investimentos por programa. Nós temos nossa seleção permanente, em se falando de preparação para Jogos Olímpicos, Jogos Pan-Americanos, na qual nós investimos R$3.277.640,00; Campeonatos de Atletismo, R$7.600.000,00; Formação, Inclusão Social e Assistência no Atletismo, R$2.692.000,00. Neste caso, destaco que a CBAT tem 59 centros de formação de atletismo em 20 unidades da Federação, que são nossos centrinhos, onde atendemos crianças a partir de 6 anos de idade.
Planos de Saúde, R$6.897.000,00; Material Esportivo, R$4.485,00; Ídolos do Atletismo, um programa que nós temos, em que nós pagamos um recurso para nossos 34 campeões olímpicos e campeões mundiais, para que eles possam divulgar, desenvolvendo, assim, nossa modalidade, R$2.700.000,00; Prêmio Melhores do Atletismo, um evento que fazemos no fim do ano para celebrarmos sempre o êxito, todo o trabalho do ano, R$427.000,00; Atletismo Internacional, para levarmos os atletas para as competições, R$3.600.000,00; Corrida de Rua, R$164.000,00; Comunicação em Marketing, R$935.000,00; Atividade-Meio, R$2.235.000,00; Folha de Pagamento, R$6.298000,00. Total: R$41.250.000,00.
Nós temos 5 projetos aprovados na Lei de Incentivo Federal. A CBAT nunca trabalhou com esta linha. Então, nós estamos falando aqui em R$15.500.000,00 a mais. Ele não está previsto nos R$ 41.000.000,00 do nosso orçamento para 2023, mas estamos trabalhando para captar estes recursos e, assim, potencializar ainda mais nossas receitas.
Portanto, são cinco projetos: um, que é nosso Centro Nacional de Desenvolvimento do Atletismo, R$2.160.000,00. Há outro projeto, o dos nossos centrinhos. Como eu disse, nós temos 59 centros de formação de atletismo em 20 Estados da Federação. Pela Lei de Incentivo, nós investiremos R$2.266.000,00. Nosso calendário, a realização das competições, R$2.300.000,00; seleção para campeonatos mundiais, R$4.300.000,00; seleção para o campeonato sul-americano, R$4.397.000,00. Total de projetos de lei de incentivo: R$15.488.000,00.
Nós temos 27 federações filiadas. Todos os Estados da Federação possuem uma federação de atletismo. Nós fazemos repasses para estas federações, e a contrapartida das confederações é nos entregarem quatro campeonatos estaduais todos os anos. Há o Campeonato Estadual Sub 16, Sub 18, Sub 20 e o adulto. Muitas federações entregam mais, fazem muito mais eventos, mas nós temos, por exemplo, a Federação Paulista, que tem 99 anos de existência, é nossa maior federação, mas nós estamos estruturados nos 27 Estados da Federação. Números gerais da CBAT: 13.871 atletas federados; 5.707 árbitros; e 576 clubes. Alguns perguntam: "Wlamir, por que tanto árbitro?" Na verdade, em uma competição de atletismo, em um evento brasileiro, nós temos uma média de 100 árbitros trabalhando ao mesmo tempo. Então, faz-se necessário ter um grande quadro.
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Nesta foto, está nosso atleta Caio Bonfim, daqui do Distrito Federal, medalhista em campeonato mundial de marcha atlética.
Quanto aos números gerais, são cem medalhas no top dos eventos brasileiros. Nós temos 19 medalhas olímpicas: 15 medalhas em campeonatos mundiais, 15 medalhas em campeonatos mundiais indoor, uma medalha no campeonato mundial de revezamento — nós somos campeões mundiais de revezamento em Yokohama, há 3 anos; 29 medalhas em Campeonatos Mundiais Sub 20 e Sub 18; 2 medalhas em campeonatos mundiais de meia maratona; 2 medalhas em campeonatos mundiais de maratona de revezamento, 1 medalha na Copa do Mundo de Maratona; 1 medalha na Copa do Mundo de Marcha; 5 medalhas nos Jogos Olímpicos da Juventude; e mais 18 medalhas na Copa do Mundo de Atletismo.
Em julho de 2022, os campeonatos mundiais adultos foram realizados em Oregon, na cidade de Eugene, nos Estados Unidos. Esta delegação teve como chefe de equipe nosso grande atleta e ídolo Joaquim Cruz. Faço minhas homenagens porque, para mim, este foi o maior atleta da história do atletismo brasileiro, juntamente com Ademar Ferreira da Silva. Mas Joaquim Cruz, mesmo residindo nos Estados Unidos há 40 anos, continua servindo nosso País, sendo o exemplo máximo de pedagogia. Por isso, aceitou nosso convite para ser nosso chefe de missão no ano passado, em Eugene, em Oregon. Quando eu o convidei, ele chorou e disse: "Wlamir, eu estou voltando para Eugene. Quando eu cheguei lá, eu não falava inglês, e hoje eu vou chegar como Chefe de Missão do Brasil". Este foi o nosso maior resultado da história.
O Brasil conseguiu sua melhor campanha da história neste mundial, com a participação de 57 atletas — 23 mulheres e 34 homens. O Brasil participou de 10 finais. Além disso, a seleção teve grande destaque: o individual paulista Alison dos Santos, o Piu, ao conquistar a medalha de ouro nos 400 metros com barreira, com 46.29, novo recorde do campeonato mundial, recorde sul-americano brasileiro e o terceiro melhor tempo da história no ranking da World Athletics da prova.
A catarinense Letícia Oro, uma menina supersimpática que vocês estão vendo, também surpreendeu ao conquistar a medalha de bronze no salto em distância, com a marca de 6 metros e 89 centímetros.
Participações em eventos internacionais para este ano, preparando para o campeonato mundial e para o Pan, temos sete eventos com toda a delegação, além do Campeonato Mundial dos Pan-Americanos e, para o ano que vem, preparação para os Jogos Olímpicos, nove grandes eventos internacionais, quando iremos com a delegação completa.
No que diz respeito a programas para atletas, nós temos, em parceria com o COB, estes dois programas: Conexão Santiago, em que temos sete atletas que foram campeões no Campeonato Pan-Americano em Cali, no ano passado, evento em que o Presidente La Porta foi o Chefe de Missão do Brasil; ele não participou do evento, porque pegou COVID no primeiro dia e ficou se recuperando. Mas nós temos sete atletas que foram campeões e, ao serem campeões, eles já asseguraram vaga para os jogos Pan-Americanos, em Santiago, e passaram a integrar um programa do COB que tem suporte com recursos financeiros. Aliás, hoje vários destes atletas estão competindo na Europa, neste programa de apoio.
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Temos também a Programação de Preparação Olímpica — PPO, na qual temos 10 atletas, uma parceria COB/CBAT, com recursos do COB. São nossos maiores potenciais de medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris. Estes atletas têm um atendimento diferenciado, tanto com relação ao suporte, à estrutura, ao apoio para as viagens, como campings internacionais. Este é o nosso principal foco.
Temos o Programa Seleção Permanente, arcado pela CBAT, com investimento de R$3.277.640,00, que contempla 61 atletas e 34 treinadores. Estes atletas e treinadores recebem um pacote de benefícios para competições no exterior e apoio mensal em reais, que é dividido em níveis de acordo com seus resultados. Este pacote de benefícios é um valor em dólar. A depender do atleta, são 10 mil dólares ou 5 mil dólares que ele tem para utilizar nestas viagens e fazer seus treinamentos e seus campings no exterior. Nós já criamos este programa no passado. Neste ano, ampliamos em 27% o número de recursos aportados neste programa, o que vem dando muito certo.
O Brasil venceu todos os campeonatos do continente que disputou e registrou conquistas inéditas de campeão por equipe de sul-americano de marcha — no passado, em fevereiro, em Lima, no Peru; e do Pan-Americano de Cross Country, realizado em Serra, no Espírito Santo.
Nas competições internacionais, isto é muito importante, a CBAT enviou 783 pessoas, entre atletas, treinadores e integrantes de equipes multidisciplinares, as maiores delegações da história. O Brasil conquistou 242 medalhas pelo mundo: 83 de ouro, 78 de prata e 81 de bronze. Isso só em 2022.
Quanto ao nosso histórico de medalhas em jogos olímpicos: 5 medalhas de ouro, 3 de prata e 11 de bronze. Ao todo, nós temos 19 medalhas olímpicas. Nos últimos jogos de Tóquio, foram 2 medalhas de bronze. Com relação aos Jogos Pan-Americanos, foram 62 medalhas de ouro, 57 de prata e 69 de bronze. Nos últimos Jogos de Santiago, em 2019, nós conquistamos 6 medalhas de ouro, 6 de prata e 4 de bronze.
Como eu falei no início, o desempenho esportivo passa pela gestão. Neste ano, fizemos questão de entregar nosso relatório de gestão de 2022 ao Presidente do Tribunal de Contas, o Ministro Bruno Dantas, e à Ministra Ana Moser. Em absoluto respeito e reconhecimento por esta Comissão de Esporte, também fizemos a entrega formal ao Presidente, o Deputado Luiz Lima, e estivemos acompanhados de dois integrantes da nossa comissão de atletas.
Somos Atletismo! Este é o nosso conceito máximo.
Este é o Darlan Romani, campeão mundial indoor, uma das grandes referências do atletismo brasileiro. Ele é de Concórdia, Santa Catarina. Mas o conceito do Somos Atletismo é o seguinte: não interessa se o atleta é federado, o atleta pratica o atletismo numa escola, pratica na universidade. Nós chamamos todo mundo para a CBAT. Hoje nós fazemos competições também abertas, e não é necessário ser federado. Nós queremos todo o universo do atletismo sob o nosso guarda-chuva, o que tem dado muito certo.
Quanto aos nossos parceiros, o parceiro master da CBAT são as loterias Caixa. Como eu disse, são 22 anos de parceria. Portanto, nossos agradecimentos às loterias da Caixa; nosso fornecedor oficial, a Puma — já falei e repito porque é extremamente importante: é o contrato mais longevo do esporte brasileiro, são 10 anos de contrato. É também nosso parceiro Prevent Senior NewOn, a Max Recovery, a Solst e a Playpiso.
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Antes de encerrar, Deputado Luiz Lima, eu gostaria de fazer um apelo ao senhor com relação à tributação que incide sobre os materiais esportivos. Eu tenho certeza de que é o mesmo pedido que meu amigo Marco vai fazer.
Hoje, como eu disse, nós temos o grande apoio da Puma, mas, a nosso ver, é inconcebível que ela tenha que pagar 90% em imposto para nacionalizar os equipamentos, que são nossos materiais de patrocínio. A empresa, além do valor do patrocínio, gasta 90% a mais com imposto, Deputado. Trata-se de um material que não será vendido, ele é exclusivo para o desempenho, exclusivo para o patrocínio. Esse imposto de 90% é inconcebível! A Puma atende a outras 19 seleções do mundo e, infelizmente, apenas no Brasil, há esta regra.
Portanto, eu faço um apelo a este Parlamento para que nos ajude. Nós já tivemos, Deputado, várias discussões. Hoje, há projetos em tramitação, mas é importante dizer que nós temos que desonerar os impostos voltados a equipamentos e a material desportivo, para que possamos nos desenvolver.
Estou aberto às perguntas, aos questionamentos. Foi um prazer mostrar para os senhores um pouco da Confederação Brasileira de Atletismo.
Muitíssimo obrigado a todos e a todas. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PL - RJ) - Obrigado, Presidente Wlamir.
Sua apresentação foi muito oportuna, principalmente com esta ótima notícia de a Puma estar investindo no atletismo brasileiro. Quando vemos uma empresa privada investindo cerca de 5 milhões e 200 mil reais em uma confederação, eu costumo dizer que uma empresa privada costuma investir naquele setor ou naquele segmento ou naquela entidade que é segura e que vai dar lucro para a empresa que está investindo. Este é um ótimo sinal.
É claro que nós agradecemos muito à Caixa, queremos que ela continue, mas o patrocínio da Puma, para mim, é muito emblemático em relação à sua gestão.
Eu peço ao senhor e a toda a equipe da Confederação Brasileira de Atletismo que encaminhem para esta Comissão esta observação que fez informando as seleções apoiadas pela Puma, no resto do mundo, em diversas modalidades olímpicas, também no futebol, para que possamos fazer um comparativo, principalmente na Comissão na qual estão tramitando os projetos de isenção de imposto em relação à importação de materiais e destinação deles em casos de patrocínio.
Tudo isso é para que tornemos este discurso muito próximo e que os outros Deputados percebam o quanto isso pode impedir que novas empresas venham a patrocinar equipes e o quanto fica caro. A Puma tem que comprar dela mesma para patrocinar vocês. É o dobro.
Muito obrigado, Presidente Wlamir.
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PL - RJ) - Pode, é claro! É muito bom ser Deputado, quando fazemos a coisa certa, é muito bom!
Convido agora o Sr. Patric Tebaldi, Presidente do Conselho Nacional de Dança Desportiva; e o Sr. José Bispo de Assis, Diretor de Breaking do Conselho Nacional de Dança Desportiva.
Quero registrar a presença do Deputado Mauricio do Vôlei, do PL de Minas Gerais, a quem convido a ocupar lugar à mesa, para que dê continuidade aos trabalhos.
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Por favor, venha cá, Mauricio! Nosso campeão olímpico de vôlei! Para toda a comunidade esportiva, foi uma vitória e uma satisfação termos atletas ocupando o cargo de Deputado Federal na Câmara dos Deputados.
Sente-se aqui, por favor. Eu vou ficar assistindo dali.
Tem a palavra o Sr. Patric Tebaldi.
O SR. PATRIC TEBALDI - Boa tarde a todas e a todos.
É um desafio falar depois do Wlamir, que possui muita eloquência. Um dia eu chego lá! Estou aprendendo. Um dia eu chego lá!
Eu não trouxe uma apresentação tão bonita como a do Wlamir. Vou ficar só na palavra mesmo. É hábito de uma confederação nova que chega se preparando, chega improvisando, como a dança.
A ideia é apresentar para vocês o que é o breaking, o que é a dança esportiva. A ideia é exatamente trazer este novo universo para o esporte que, até então, era uma novidade. É a primeira dança, a primeira modalidade em que se tem uma relação intrínseca com a música, em que se passa por toda a velocidade e todo o ritmo. Enfim, ele passa por todas as batidas musicais. É a primeira dança que nós temos que entra nas Olimpíadas. Trata-se de uma novidade tanto para quem é da cultura, da parte cultural, como também para quem é do esporte.
O CNDD nasceu em 2013. Naquela época, eu era diretor de arbitragem. Em 2021, nós fizemos uma eleição, e eu me tornei Presidente. Nós começamos todo um trabalho de construção do que entendíamos que era a construção para o CNDD, o que ele era e como iria trabalhar.
Hoje nós temos sete diretorias, temos toda a comunidade da dança trabalhando intrinsecamente para o desenvolvimento não só do breaking, mas também de todas as outras disciplinas. Nós começamos modicamente — um dia eu vou chegar lá também — com patrocínio da Zinzane. O COB, antes mesmo de assinarmos o papel de que éramos uma entidade filiada ao COB, disse: "Eu apostar em vocês, vou levar vocês para o mundial". Foi o primeiro mundial a que fomos, em 2021. Já naquele mundial, nós conquistamos o quarto lugar. Portanto, para nós, foi um fôlego muito interessante.
Em nível mundial, também foi interessante, porque até então não havia grandes federações em nível mundial que trabalhavam diretamente com o Comitê Olímpico de seu país. Até hoje, 2023, não há tantas federações internacionais que trabalham diretamente, nem com uma relação de parceria tão forte como a que temos com o COB.
O contrato com a Zinzane findou, mas nós conseguimos outro patrocinador, um pouco melhor: a Spotify. Hoje, graças ao patrocínio da Spotify, nós conseguimos fazer com que seis atletas sejam atendidos. Nós conseguimos fazer uma etapa do mundial no Rio de Janeiro, em abril deste ano. O detalhe é que esse mundial tem apenas cinco etapas por ano. A deste ano foi no Japão, no Rio; na França, e vai haver em Portugal e na China. São apenas cinco por ano. Eu briguei muito com a federação internacional e consegui trazer esta etapa para o Brasil, para a América Latina. Para nós, isso foi extremamente importante.
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Com isso, nós conseguimos começar a trabalhar uma construção. Nós não temos 27 federações no País, estamos construindo cinco federações. Estamos trazendo cinco federações estaduais para compor o CNDD. Temos, em média, um pouco mais de 300 atletas filiados. Também temos cursos internacionais de arbitragem. Todos os nossos árbitros participaram de todas as formações e, com isso, nós temos sete árbitros formados, internacionalmente falando. Os sete atuam em competições internacionais, tanto em competições continentais, como em eventos internacionais mundiais e, é claro, nos nossos campeonatos brasileiros. A ideia é conseguirmos galgar passos cada vez maiores.
Acho que é basicamente isso. Minha parte é esta, por enquanto.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - Muito obrigado, Patric.
Tem a palavra José Bispo de Assis.
O SR. JOSÉ BISPO DE ASSIS - Meu nome é José Bispo de Assis. Eu assino BispoSB.
Como o Patric gentilmente lembrou, eu sou oriundo da parte cultural, lembrando que todo esporte tem conexão com a parte cultural.
Este trabalho que nós temos desenvolvido nós começamos exatamente no meio da pandemia. Em dezembro de 2020, o COB oficializou o breaking como modalidade olímpica nas Olimpíadas de Paris, em 2024. No dia 17 de janeiro de 2021, eu fui chamado pelo CNDD para ser o Diretor de Breaking, para montar o departamento de breaking.
A partir daí, nós começamos uma correria louca. Imaginem ter 4 anos para fazer um trabalho! Nós já não tínhamos 4 anos. Nós tínhamos um trabalho muito interessante.
Uma das maiores pontuações que se tem no breaking é a capacidade de improvisar com uma música que não se sabe qual é. Quando o DJ toca uma música, esta música não foi predefinida, e os b-boys e as b-girls têm que improvisar com uma música que não conhecem. Por isso, é um terço da pontuação. Uma das maiores pontuações é esta capacidade incrível que b-boys e b-girls têm.
Para nós, até que foi um desafio normal, algo que nós acumulamos nas periferias. A partir deste trabalho e com o apoio do Comitê Olímpico Brasileiro, que nós achamos fantástico, também pelo fato de não termos participado ainda de uma Olimpíada, de não termos trazido uma medalha, nós tivemos um excelente resultado no primeiro mundial. Começamos com um recurso do COB, um pouquinho menor neste ano, na faixa de 2,7 milhões, mais o patrocínio da Spotify, a quem nós agradecemos para caramba, porque eles apostaram muito em nós. Nós agradecemos também à Zinzane.
Nós começamos um trabalho de treinamento. Estamos contando com o apoio do espaço da NewOn também, para o nosso treinamento. Ainda estamos sem uma sede, um centro de treinamento, mas está começando uma parceria no Ibirapuera, no Centro Olímpico do Ibirapuera. Nós temos tido resultados muito interessantes, neste ano, com a participação nos mundiais.
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Como o Patric humildemente falou, este campeonato mundial que nós trouxemos para o Brasil é como se fosse um grand slam. Vamos lembrar que o Canadá não conseguiu fazer, assim como os Estados Unidos, mas o Brasil conseguiu fazer. Eu me lembro muito bem do Presidente do COB Arthur Henrique Bittencourt Correa nos parabenizar no evento e perguntar: "Como vocês conseguiram isso?" Eu respondi: "Ainda não sei, mas a conta está chegando. Estamos pagando os boletos aqui".
Na nossa relação de trabalho, nós temos um departamento de breaking, em que temos um treinador físico, um treinador tático, um psicólogo — todos oriundos do breaking, é muito importante falar isso. Temos também uma coordenadora de alto rendimento. Nós temos um trabalho crescente, obviamente, como já foi dito, com um diretor técnico. Nós temos um departamento de comunicação e marketing, que foi muito importante para nossa conquista, junto com o presidente destes patrocínios, que também é oriundo do breaking. Nós temos a modalidade dentro da instituição. Trata-se de algo que, segundo a instituição internacional, poucos países do mundo estão conseguindo fazer. Nós somos um dos nove países que estão conseguindo organizar com excelência o breaking no mundo.
Nós estivemos em Portugal, na França, na Coreia, no Japão. Em breve, vamos estar na China e na Europa, para somar pontuações. Viemos recentemente do pré-Pan-Americano, no Chile, onde conseguimos, com dois atletas, estar no top 8, o que para nós é muito importante. Estamos também garantidos no Pan-Americano. Esta participação no Pan-Americano pode gerar uma vaga direta para Paris 2024. Além desta possibilidade, no ano que vem, teremos as três etapas do Olympic Qualifier Series — OQS, que vai definir as vagas restantes para Paris 2024.
Nossos resultados são muito positivos e crescentes porque, enquanto a Europa começou a fazer competições anteriormente, ela começou a pontuar antes de nós. Por mais que seja estranho, aconteceu isso. A Europa começou a pontuar antes da América — ela saiu na frente da pontuação. Agora, assim como os outros países da América como um todo, nós estamos recuperando esta pontuação.
Eu acho legal citar o nome do pessoal: o b-boy Rato — os nomes são assim mesmo! Vocês não vão achar "Alfredo Faria de Sá". O b-boy Rato é fantástico! Temos o b-boy Luan e o b-boy Leony, que são os três com a maior pontuação, ou seja, o primeiro, o segundo e o terceiro colocados no campeonato brasileiro. A definição destes competidores principais do time é feita através da pontuação internacional, junto com o campeonato nacional.
Quanto às meninas, as principais atletas são as seguintes: a b-girl Mini Japa — estão vendo, estavam achando os nomes muito comuns! Temos a b-girl Nathana e a b-girl Toquinha. Para nós, falar atleta é diferente, porque nós somos dançarinos e dançarinas.
Nós estamos conseguindo manter o crescimento. Diferentemente de outras potências que começaram lá em cima, por causa da Europa, nós começamos depois e estamos alcançando agora nossa colocação por direito, que é chegar ao top 8.
É muito importante falar da arbitragem, apesar da apresentação excelente, o fato de haver seis ou sete árbitros internacionais na América é uma raridade. Poucos países conseguiram um, quanto mais sete! Nós conseguimos participar de todos. Na questão da equidade, nós somos uma das poucas instituições que tem 50% do quadro feminino. A questão da equidade já está contemplada na instituição desde a sua formação. É muito interessante nossa participação nos programas do COB, desde Mulher no Esporte, a qualquer outra etapa de treinamento que vá habilitar mais nossos profissionais.
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Outra coisa que é bem interessante citar é que também participamos do Gymnasiade, que é o mundial estudantil da modalidade. Nós conseguimos, com a b-girl Lívia, o segundo lugar. Então, nós não somos uma promessa, nós somos uma realidade do que podemos fazer.
Por isso, estamos conseguindo, com muita humildade, obviamente, e com muita parceria, que as portas estejam sempre abertas para nós. São palavras importantes: idoneidade e honestidade no trabalho.
Aqui, termino a minha fala. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - Obrigado, Patric.
Obrigado, José.
Eu acho que vocês têm uma longa caminhada pela frente. Começaram muito bem. Parabéns pela fala! Boa sorte para vocês nessa empreitada!
Concedo a palavra ao Sr. Marco Aurélio de Sá Ribeiro, Presidente da Confederação Brasileira de Vela.
O SR. MARCO AURÉLIO DE SÁ RIBEIRO - Boa tarde a todos.
Gostaria de agradecer o convite desta Comissão, agradecer também ao meu amigo, Deputado Luiz Lima, que nos recebe, mais uma vez, e ao meu ídolo Deputado Mauricio do Vôlei, que está aqui nos prestigiando.
Sabemos que o esporte é o futuro. Estamos falando do futuro, e eu sei que os senhores têm questões do presente a tratar na Câmara dos Deputados e que é uma deferência muito grande estarem aqui, abrindo espaço para o esporte.
Vou falar um pouquinho da nossa CBVela — Confederação Brasileira de Vela.
(Segue-se exibição de imagens.)
A CBVela foi fundada no mesmo ano do breakdance, em 2013. A Confederação é bem pequena, com 20 colaboradores, sendo que a imensa maioria está ligada à área técnica, com 14 funcionários. Temos como receita os recursos da loteria federal, centralizados pelo nosso grande parceiro o CBC — Comitê Olímpico Brasileiro. Dentro dele, há o Programa de Preparação Olímpica — PPO, que dá suporte a alguns dos nossos principais atletas.
O CBC vem fazendo um trabalho importante de apoio às modalidades jovens e olímpicas, através de material e competições. Utilizamos muito desse recurso importantíssimo, criado e defendido na Câmara dos Deputados, que é a Lei de Incentivo ao Esporte, para executar vários projetos extremamente importantes para nós.
Temos uma receita que chamamos de público, que retiramos diretamente de inscrições de eventos. Trata-se da receita do consumidor, do praticante que se inscreve nos eventos e que compra — eu vou explicar isso mais tarde — materiais, uniformes da própria CBVela.
Sempre que viemos aqui nós nos oferecemos para que alguma estatal abrace o nosso esporte, a vela. Nós ainda não tivemos a honra de ter uma estatal conosco, para patrocinar o nosso esporte.
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A vela no Brasil é composta de 14 federações. Veleja-se no Brasil inteiro. Veleja-se no Amazonas, em Goiás, no interior de São Paulo. Cada vez que nós pesquisamos, descobrimos mais gente velejando.
São 40 clubes ativos na formação de atletas.
Mas o mais interessante da vela é a quantidade de projetos sociais ligados à vela. São 150 projetos sociais ligados à vela no Brasil. Nós temos um atlas de projetos sociais ligados à vela. É impressionante a quantidade. Há mais projetos sociais do que clubes. Então, é uma modalidade que se presta muito a fazer projeto social. E há um projeto social mais antigo ligado ao esporte, que é o Projeto Grael.
São 4 mil atletas filiados hoje. Lembro que a vela tem uma característica muito boa, graças a Deus: atletas dos 4 aos 90 anos. Isso facilita bastante. Uma vez atleta, sempre atleta filiado.
Antes de passar o próximo eslaide, gostaria de explicar algumas coisas sobre recursos. A receita hoje da CBV está em torno de 10 milhões de reais, 25% do atletismo. Basicamente, a receita se divide em duas rubricas: repasses das loterias pelo Comitê Olímpico Brasileiro e convênios com o Ministério do Esporte. A Lei de Incentivo nós só vamos voltar a ter este ano. A CBV começou na casa menos mil do jogo. Nós fomos envolvidos na dívida da antiga Confederação. Então, nós começamos o jogo na casa menos mil. Ano passado, chegamos à casa zero. Agora, nós estamos num processo de evolução crescente.
Eu vou falar dos jogos, que acho que é uma curiosidade de todos. São dez disciplinas de vela nos Jogos Olímpicos.
Eu estava vendo os números do Wlamir, e duas coisas me chamaram a atenção. Primeiro, eu fiquei com inveja, porque você tem mais dinheiro do que eu. Segundo, é como você gasta menos do que eu em algumas coisas. Para ver como a vela é cara, um evento de vela custa 1 milhão e meio de reais. E estão gastando 3 milhões de reais com atleta. A vela é um esporte em que se investe bastante para se obter resultados.
Nesse sentido, nós mudamos um pouco a nossa política, em termos de Jogos Olímpicos, para participarmos apenas com atletas que tenham realmente chance. A vela já é um esporte vitorioso em Olimpíadas. Então, nós não podemos ir aos Jogos Olímpicos para ganhar experiência em Olimpíadas. Supostamente, nós já temos. Temos que ir para as Olimpíadas para ganhar medalha.
Nos Jogos Olímpicos de 2024, estamos prevendo que, das dez disciplinas, nós teremos participação em apenas 6. O ideal seria participarmos das dez. A boa notícia é que a CBV só enviará atletas para os Jogos Olímpicos, em conjunto com o Comitê Olímpico Brasileiro, com chances reais de medalha olímpica. Então, podem ter certeza de que todos os atletas que estiverem disputando a Olimpíada pela vela são atletas que têm condição de trazer uma medalha para o Brasil. Com isso, nós usamos os recursos de maneira mais eficiente.
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Como é a preparação? A preparação começa com uma base em Marselha. Os Jogos Olímpicos são em Paris, mas a vela é em Marselha, que, se não me engano, fica a apenas 1.200 quilômetros de Paris, bem pertinho, como Rio-Brasília. Nós tivemos que montar uma estrutura, mais uma vez, com o apoio do COB. Temos uma base, em conjunto com o COB, cujo valor não sei ao certo, mas, com certeza, é mais de 200 mil euros.
Nós criamos um centro de treinamento no Rio de Janeiro, com o apoio do COB e do Ministério do Esporte, na Marina da Glória, um legado dos Jogos Olímpicos. Este ano, vamos inaugurar um centro de treinamento completo em Búzios. Então, das Confederações de Vela no mundo, com certeza, nós temos o melhor sistema de centro de treinamento. Ninguém tem lugar para treinar como a vela brasileira tem. A nossa quadra está boa e é bem montada. O foco é no treinamento dessas equipes.
Com relação à gestão de conhecimento e ativos, a cada dia, a vela está mais parecida com a Fórmula 1. Ela tem telemetria e uma série de profissionais de hidrodinâmica, aerodinâmica. Então, a gestão do conhecimento é muito importante na produção de uma medalha.
Com relação ao Pan, nós entramos com um feliz problema no Pan. A vela bateu o recorde de medalhas que obteve no último Pan. O desafio é manter esse número de 11 medalhas nos Jogos Pan-Americanos. Para vocês terem uma ideia, foram 11 medalhas em 12 disciplinas. Então, eu acho que nós vamos conseguir isso. Mais uma vez, apesar de o Chile estar ao lado, a logística é complicada. O Comitê Olímpico está nos ajudando bastante na logística. Não dá para levarmos o barco nas costas, e temos que providenciar barcos, botes e suporte. Mas estamos muito confiantes no Pan.
Neste exato momento, está acontecendo o nosso pré Pan em Arraial do Cabo, Rio de Janeiro. Eu vou de Brasília direto para lá para acompanhar. Eu acho que nós vamos formar uma equipe muito forte.
O que é interessante nas equipes que a vela tem formado é o grau de renovação dessas equipes. Com certeza, no Pan, nós vamos ter uma equipe muito jovem entregando o mesmo resultado da equipe mais velha. Essa é uma meta que nós perseguimos há muito tempo.
Este ano, em termos de competição, haverá um evento teste em Marselha, daqui a 2 ou 3 semanas; o Mundial de Vela na Holanda, que vai custar 1 milhão de reais; e o mais importante, o Mundial da Juventude em Búzios, para o qual todos estão convidados. Esse é o principal evento da vela jovem, da vela de entrada. Já encerraram as inscrições. Foram 600 atletas inscritos, de 70 países diferentes. Uma característica importante é que normalmente o medalhista olímpico subiu no pódio no Mundial da Juventude. O maior exemplo são as próprias Martine Grael e Kahena Kunze, que foram campeãs mundiais do Mundial da Juventude em Búzios, em 2009. Elas estarão lá como madrinhas, certamente, dessa competição. E isso vai mostrar bem o futuro. A equipe de 2028, com certeza, lá estará.
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Situação atual. Nós temos atletas fora de série, caminhando para ser as maiores atletas de todos os tempos: a dupla Martine Grael e Kahena Kunze, bicampeãs olímpicas. Elas estão ganhando muitas competições este ano, numa trajetória muito boa. É claro que é muito mais fácil falar do que o atleta ir lá e ganhar. Para nós é fácil falar. (Risos). Mas não é nada fácil, o nível da categoria delas é altíssimo. Mas elas são, realmente, atletas fora de série.
Já dentro da renovação, nós temos um atleta jovem, o Mateus Isaac, que é o primeiro do ranking mundial de prancha, o IQFoil, que é uma categoria olímpica. Ele está caminhando para fazer um bom papel nos Jogos Olímpicos.
Temos o que chamamos de atleta de elite, que é o atleta que já teria o índice para ir para a Olimpíada, mas ainda não entregou um pódio nesse ciclo olímpico.
Agradeço a presença do ex-atleta Marco La Porta, Vice-Presidente do COB.
Temos o atleta de elite Bruno Lobo, que está numa ascensão muito grande, certamente. Foi medalha de ouro no Pan passado. Provavelmente, vai muito bem no Pan deste ano e está indo bem para as Olimpíadas.
Temos alguns outros atletas com chance, de maneira a chegarmos com essas 6 disciplinas com chance de medalha em 2024.
Finalizando, a CBVela está preocupada com três coisas, dentro do nosso posicionamento estratégico. Primeiro, a governança, como o Wlamir falou. É fundamental que as Confederações deem exemplo de boa gestão para atrair patrocínio, porque nós mexemos com dinheiro público também e temos um papel social a cumprir.
Nesse sentido, a CBVela, assim como a Confederação Brasileira de Atletismo, tem todos os reconhecimentos que se possa imaginar em termos de governança, desde o prêmio Sou do Esporte passando pelo Rating Integra. Nós somos auditados constantemente sobre isso e temos orgulho de procurar ser uma Confederação modelo para isso.
O segundo ponto é frisar que o esporte, mais do que tudo, é um estilo de vida, que conduz à cidadania, à performance, à disciplina. E a CBVela está se posicionando cada vez mais nesse ponto, numa estratégia de marketing que é muito baseada não no patrocínio, mas, sim, no cliente, em trazer pessoas para praticar vela, pessoas que gostem desse meio, que queiram usar roupas e acessórios ligados ao nosso esporte.
Por último, um grande projeto que queremos desenvolver, inclusive com o Ministério, que já começamos a fazer em várias cidades, é dar acesso à população às águas brasileiras, através das nossas bases náuticas, criando escolas de vela, projetos sociais. A vela é tida como esporte de elite, mas ela não é um esporte de elite. Ela hoje é um esporte da elite, o que é diferente. Ela não é para ser de elite. A elite é que a pratica. Dou um último exemplo, só para, antes de concluir, falar de resultados. O Brasil não tinha um determinado título na vela. O Brasil ganhou quase tudo na vela, mas um título ele não tinha, o campeonato mundial mirim de vela, da classe Optimist. E o Brasil, há 2 anos, ganhou esse título pela primeira vez, com um garoto de um projeto social. Isso aponta para o futuro do nosso esporte e mostra que a vela é um esporte bastante acessível. Obrigado, companheiros.
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Agradeço a quem está aqui nos assistindo. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - Obrigado, Presidente Marco Aurélio. Quero parabenizá-lo pela caminhada. Eu acho que a vela será cada vez mais acessível, voltada ao social do País, àquelas crianças que têm o sonho de velejar. Para vocês, para a confederação, proporcionar isso a elas é realmente gratificante.
Concedo a palavra a José Luiz Vasconcellos, Presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo.
Em seguida, falará o Sr. Fernando Ruiz Fermino, Gestor de Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Ciclismo, também por videoconferência.
O SR. JOSÉ LUIZ VASCONCELLOS - Boa tarde, meus companheiros presidentes do dia a dia.
Boa tarde, nosso ídolo brasileiro Mauricio.
Boa tarde, Luiz Lima, que esteve sempre nessa força com o esporte brasileiro.
O nosso Diretor de Alto Rendimento, Fernando Ruiz Fermino, vai fazer a apresentação.
O SR. FERNANDO RUIZ FERMINO - Obrigado, Presidente, pela palavra.
Boa tarde a todos.
Em nome do Vice-Presidente do COB, Marco La Porta, eu, ao cumprimentar os Deputados Luiz Lima e Mauricio, cumprimento todos os presentes, todos os que estão nos assistindo e toda a comunidade esportiva.
Farei uma breve apresentação sobre a estrutura da gestão da confederação. Vou falar um pouquinho sobre o desenvolvimento e o alto rendimento. Em seguida, falarei acerca do uso que está sendo feito do legado olímpico. Na conclusão, vou falar a respeito de como está sendo feita a preparação para os Jogos Olímpicos e para os Jogos Pan-Americanos de Santiago.
(Segue-se exibição de imagens.)
Temos como Presidente o Sr. José Luiz Vasconcellos. Vale destacar que ele também é membro da UCI — União Ciclística Internacional e da COPACI — Confederação Pan-Americana de Ciclismo.
A Confederação Brasileira de Ciclismo também tem esse envolvimento com as entidades, o que é bom para o nosso relacionamento. Ela foi fundada em 1979, tem sua sede em Londrina e tem aproximadamente 12 mil filiados. Temos como parceiros institucionais o Comitê Olímpico do Brasil, o Comitê Paralímpico Brasileiro e a ABCD. Temos 27 federações filiadas. Quanto ao nosso organograma, menciono primeiro a diretoria central. A nossa assembleia é composta pelas federações e pela Comissão de Atletas. Temos os conselhos independentes, os órgãos de integridade, antidopagem, o STJD, todos independentes. Internamente, ela é dividida em departamentos: o de alto rendimento, o departamento técnico, o de administração financeira e o de comunicação.
A confederação tem um grande desafio, que é administrar cinco disciplinas olímpicas, o paraciclismo e as disciplinas não olímpicas, por meio da realização dos campeonatos brasileiros.
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Vou me restringir aqui aos campeonatos olímpicos. Então, estamos falando de cinco campeonatos brasileiros na categoria adulto; em alguns casos, de cinco campeonatos de base (nem sempre esses campeonatos são realizados simultaneamente); e da gestão dessas seleções, que são compostas de atletas totalmente diferentes, têm espaços diferentes e possuem características e regras diferentes. Não é porque a bicicleta tem duas rodas que podemos entender tudo da mesma forma. Além disso, atuamos no fomento do ciclismo por meio da capacitação de treinadores, árbitros, enfim, de todas as pessoas necessárias ao desenvolvimento do ciclismo.
Este é o nosso mapa estratégico. Ele está organizado basicamente em cinco áreas. Foi uma sugestão do Comitê Olímpico. Por isso, seguimos esse padrão. Existe a área de marketing, a área de RH, a área de gestão, a de alto rendimento e a de desenvolvimento. No caso das de alto rendimento e desenvolvimento, temos como objetivo alcançar a classificação para os Jogos Olímpicos e elevar o nível de preparação dos nossos atletas.
Temos como principal fonte de receita os recursos da Lei Agnelo Piva. O nosso orçamento é oriundo do Comitê Olímpico, por meio do repasse desses recursos. Existe todo um processo para a obtenção desses recursos — acredito que todos aqui devem ter conhecimento disso —, que se inicia em setembro do ano anterior, e há todo um processo para que ele seja disponibilizado até o final do ano.
É importante destacar que a confederação tem um plano esportivo e um plano de gestão, que têm de caminhar em paralelo. Olhando para o desenvolvimento do esporte, nós nos baseamos na pirâmide esportiva, que vai desde a escola — existem ações, projetos e ideias voltados para o desenvolvimento do ciclismo com o uso da bicicleta na escola — até o desenvolvimento do ciclista no alto rendimento. É importante termos todo esse olhar para desenvolver da melhor maneira possível os nossos atletas.
Quando falamos de alto rendimento, nós elencamos três pilares. O primeiro é o resultado esportivo, é a busca da medalha. É para isso que nós trabalhamos. Todos os projetos têm essa orientação, mas, para isso, nós precisamos também oferecer condições, o que se dá por meio do Sistema de Preparação Esportiva, que dá condições e estrutura, na medida do possível e também das nossas condições, para que os nossos atletas possam se preparar e competir da melhor maneira possível.
Outro pilar é a gestão de pessoas, do conhecimento, do aprendizado. Acho que dispensa qualquer tipo de comentário. Pessoas são importantes em qualquer projeto, em qualquer processo.
Ainda falando em suporte para o atleta, nós entendemos que todas essas áreas são importantes para o desenvolvimento dos nossos atletas. Alguns profissionais dessa equipe multidisciplinar a confederação tem contratado; no caso de outros, trabalhamos por demanda; e ainda em relação a outros, nós trabalhamos em parceria com o Comitê Olímpico do Brasil.
Como eu disse, o ciclismo olímpico tem cinco disciplinas, cada uma com ambiente e estruturas diferentes. Recentemente, em Tóquio, o BMX Park passou a integrar os Jogos Olímpicos. No ano passado, a confederação, em parceria com a Prefeitura de Maringá, criou este centro de treinamento e de desenvolvimento, no qual já foram realizados eventos nacionais. Neste ano, vai receber um evento internacional. Isso faz parte dessa estrutura que a confederação oferece para o desenvolvimento dos atletas e do ciclismo.
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Este é o velódromo de Indaiatuba, que também é considerado um legado olímpico e que é utilizado para treinamento e realização de campeonatos brasileiros.
O velódromo do Rio também é um legado olímpico. A confederação possui hoje uma sala, uma subsede, dentro do velódromo, do qual somos responsáveis pela gestão técnica. Funciona lá uma escolinha, onde disponibilizamos também os materiais necessários para essa iniciação. Além disso, utilizamos o espaço para treinamento das nossas seleções. Inclusive, na semana que vem, irá até lá uma seleção, que vai se preparar para o Campeonato Pan-Americano — mais adiante eu falarei sobre isso —, que é classificatório para os jogos.
A pista de BMX Racing de Londrina é igualmente um legado olímpico. O espaço também é utilizado para o desenvolvimento de jovens atletas e para o treinamento dos nossos atletas. O espaço fica disponível o ano inteiro para os atletas, que, na medida da necessidade, podem utilizá-lo. No mesmo local foi montada uma sala de treinamento de força com equipamentos de ponta, que são necessários para o desenvolvimento dos atletas de BMX.
A confederação vem trabalhando arduamente também em cima dos critérios de convocação, de forma a permitir sempre a meritocracia, a igualdade. Nós envolvemos a Comissão de Atletas em todo o processo de desenvolvimento, nós levamos em consideração o sistema de qualificação para as competições-alvo, nós consideramos os objetivos estratégicos da confederação e do Comitê Olímpico, para ficarmos de olho no repasse e termos uma participação cada vez maior. Fazemos essa validação internamente, junto aos departamentos e à Presidência, para em seguida realizarmos a publicação. É lógico que esse processo é contínuo. Nós costumamos fazer a publicação no início do ano, mas, ao longo do ano todo, vimos acatando algumas considerações, quando são possíveis.
Estes são os nossos links e QR codes, que podem ser consultados, caso queiram.
Vou falar de Santiago 2023. O processo de classificação para o ciclismo se deu com base no Pan Júnior Cali 2021 (foi pequeno o percentual de vagas, mas já existiam lá vagas disponíveis; deu-se por meio dos Jogos Sul-Americanos do ano passado (algumas vagas foram conquistadas lá); ele se dá por meio da participação nos campeonatos pan-americanos e também por meio do ranking internacional. Cada disciplina tem uma característica particular de classificação. Na elaboração dos nossos planejamentos, temos que levar em consideração e entender todo esse processo.
Estas são as cinco disciplinas: Estrada, Pista, Mountain Bike, BMX Racing e BMX Park. Na linha de cima, vemos a quantidade de vagas oferecidas para os jogos e, na linha de baixo, a quantidade de vagas conquistadas pelo Brasil.
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Só no caso da disciplina Pista não estão definidas ainda as vagas conquistadas. Isso vai ser definido no Campeonato Pan-Americano, que acontecerá no mês que vem, na Argentina. Quanto às demais disciplinas, o Brasil já tem cerca de 90% das vagas conquistadas.
A preparação para esses jogos se dá por meio da participação em competições e também por meio de apoio ao treinamento. Para cada disciplina, como eu já disse, temos um olhar diferenciado. Então, dá para apoiar todas elas da mesma forma. De acordo com a particularidade, com as características, com as necessidades de competição de cada disciplina, procuramos apoiá-la da melhor maneira possível.
Vale destacar que as vagas conquistadas não são nominais. São vagas do País. E o critério de distribuição de vagas também já está considerado nos nossos critérios de convocação. Em relação aos Jogos Olímpicos de Paris, nós ainda estamos em processo de classificação, não temos ainda as vagas definidas.
O Brasil possui uma vaga assegurada, até o momento, no BMX Racing feminino, no qual o Brasil foi campeão pan-americano recentemente. O país melhor ranqueado no Campeonato Pan-Americano que não assegurar a vaga por meio do critério de ranking já tem essa vaga. Nós podemos dizer que o Brasil já garantiu essa vaga.
As demais disciplinas ainda estão em processo de classificação. Esse processo se dá por meio do ranking, que também é diferente. Ele se diferencia de uma disciplina para outra, mas, basicamente, o processo de classificação se dá por meio do ranking internacional e por meio do ranking olímpico, que é um ranking paralelo ao ranking mundial. Só alguns eventos são considerados para esse ranking.
No caso do BMX, assim como no do Breaking, haverá um período específico, no ano que vem, de competições que valerão como classificatórias. Cinquenta por cento das vagas, nesse caso, serão disputadas nesse evento. As demais disciplinas são por meio do ranking, também por meio de participação em campeonatos mundiais, e alguns Campeonatos Pan-Americanos também valem vagas para o país.
O processo de preparação, assim como para a participação em Santiago, acontece por meio de participação em eventos. A confederação vem trabalhando de forma a permitir, a viabilizar a participação dos atletas na maioria dos eventos classificatórios. Temos priorizado sempre os campeonatos mundiais, os campeonatos pan-americanos e também as etapas de Copa do Mundo.
Como eu disse, são cinco as disciplinas. O nosso recurso é bastante limitado, mas procuramos fazer isso da melhor maneira possível. É claro que isso não é o suficiente, mas, dentro do que é possível, temos feito o que podemos.
O processo de classificação olímpica, as estratégias que a confederação traçou para a classificação aconteceram por meio de participação nos eventos e também por meio da realização de eventos no Brasil. Dessa forma, conseguimos assegurar a participação dos nossos atletas nos eventos e também competir em casa. Não vou dizer que isso se torna mais fácil, mas, sim, é mais favorável ao desempenho dos nossos atletas.
Recentemente, foi realizado o Campeonato Pan-Americano de Mountain Bike, em Minas Gerais. Foi um sucesso. Foi muito elogiado, foi, inclusive, considerado por muitos como o melhor campeonato dos últimos anos, senão o da história.
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Já está acertado para o ano que vem o Campeonato Pan-Americano de BMX Racing. Em relação às outras disciplinas, também há eventos internacionais, e menciono também a de estrada, de que eu estava me esquecendo. Serão realizados eventos no Brasil, todos ainda este ano, todos internacionais, de forma a contribuir para o processo de classificação do Brasil para os Jogos Olímpicos.
Esta foi uma estimativa mínima para que o Brasil conseguisse participar de todo o processo classificatório, visando a participação em eventos, a realização de eventos e treinamento dos nossos atletas. O custo ficaria na casa dos 25 milhões de reais, para participarmos do mínimo de provas classificatórias, sendo bem otimista nessa estimativa.
Esta imagem se refere ao panorama do Brasil. No ciclismo de estrada, o País só tem um ranking, que é o ranking mundial. Hoje, o Brasil está em 42º lugar no feminino e em 55º no masculino. No feminino, hoje, com essa posição, teríamos uma vaga, mas, no masculino, ainda não. Com a realização dos eventos no Brasil e com a participação brasileira no campeonato mundial do ano passado, isso dobra a pontuação do nosso campeonato nacional. Então, acreditamos que essa colocação vai ser melhorada. Esperamos também conquistar essa vaga olímpica no ciclismo de estrada.
O ciclismo de pista eu não apresento porque são várias as disciplinas e cada uma tem um sistema diferente de ranqueamento. No Mountain Bike, no ranking mundial, estamos em oitavo, tanto no masculino quanto no feminino. No ranking olímpico, estamos em sétimo no masculino e em 11º no feminino. Se ficamos entre os oito primeiros colocados, conseguimos a segunda vaga. No masculino, hoje, há essa segunda vaga. Porém, vale lembrar que o processo ainda está em andamento. Ele vai se encerrar no ano que vem. As grandes potências estão se mobilizando. Quanto a essas colocações, nós não podemos nos iludir e nos acomodar.
Quanto ao BMX Racing, nos últimos Jogos Olímpicos, o Brasil sempre esteve presente. Aliás, desde a estreia do BMX, o Brasil sempre esteve presente nos Jogos Olímpicos. Também tem uma boa colocação no feminino. Teria a segunda vaga hoje.
No BMX Park, como eu disse, estreamos em Tóquio. Essa é uma disciplina ainda muito nova, muito recente, mas o Brasil também vem tendo um olhar bastante atento a isso, no que se refere tanto à preparação dos atletas quanto à conscientização do treinamento. O Brasil, hoje, está bem, está próximo do top 10 no mundo.
Era isso o que eu tinha a dizer.
Quero agradecer o espaço. Acho que essas apresentações são oportunidades para compartilharmos os conhecimentos e também absorvermos novos conhecimentos. Acho que isso é muito importante para o desenvolvimento do nosso esporte.
Obrigado, mais uma vez, Presidente, pela palavra.
Obrigado, Deputado Luiz Lima e Deputado Mauricio, pela iniciativa desta audiência. (Palmas.)
O SR. JOSÉ LUIZ VASCONCELLOS - Obrigado, Fernando.
Ficamos à disposição dos Deputados e de participantes desta reunião, caso queiram tirar algumas dúvidas.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - Muito obrigado, Presidente José Luiz.
Obrigado, Fernando. A apresentação foi fantástica.
Finalizadas as apresentações, abro a palavra para quem tiver perguntas a fazer aos nossos presidentes. Fiquem à vontade.
O SR. LUIZ LIMA (PL - RJ) - Presidente Mauricio, eu gostaria de agradecer a participação do Wlamir.
Wlamir, eu gostei muito da sua apresentação. Fiquei muito feliz em ver a situação do atletismo, que, junto com a vela, detém 19 medalhas...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. LUIZ LIMA (PL - RJ) - Cada uma tem 19, é isso aí. São 38. Cada confederação tem 19 medalhas. A vela está muito próxima de ver uma dupla ser tricampeã olímpica. Isso é muito forte. Uma curiosidade que me impressionou foi o fato de elas terem participado do Mundial da Juventude em Búzios, em 2009, e, 7 anos depois, terem conquistado a medalha olímpica.
O que me surpreendeu também foi a exposição do Presidente Marco Aurélio quanto ao repasse do Comitê Olímpico Brasileiro, que, é claro, deve obedecer a alguns critérios. É muito perceptível que a modalidade vela tem um custo muito alto, mas, ao mesmo tempo, tem dado muito retorno ao Brasil em número de medalhas. Então, espero que o Comitê Olímpico do Brasil encontre uma fórmula. É muito difícil encontrar uma fórmula justa quando se cuida de dinheiro e de distribuição. É uma tarefa muito difícil. Mas espero que a vela seja realmente contemplada e que todos os eventos possam ser custeados da melhor maneira possível. Se não me engano, são seis disciplinas olímpicas.
O SR. MARCO AURÉLIO DE SÁ RIBEIRO - São dez, mas, provavelmente, vamos participar de seis.
O SR. LUIZ LIMA (PL - RJ) - E acredito que todas elas serão muito bem representadas.
Eu gostaria de agradecer muito aos representantes do Breaking. O requerimento foi assinado por mim, pelo Deputado Mauricio e também pelo Deputado Delegado da Cunha, de São Paulo, que foi atleta de judô.
Por pouco não chegou à Olimpíada, não foi, Deputado?
O SR. DELEGADO DA CUNHA (Bloco/PP - SP) - Foi o Sebástian. (Risos.)
O SR. LUIZ LIMA (PL - RJ) - Isso, o Sebástian, em 1996, em Atlanta.
O SR. WLAMIR MOTTA CAMPOS - Temos que chamá-lo aqui. (Risos.)
O SR. LUIZ LIMA (PL - RJ) - Isso, temos que chamá-lo aqui. (Riso.)
Patric e José Bispo, eu gostaria de fazer algumas perguntas a vocês. Essa é uma modalidade que vai crescer muito. Eu os considero, José Bispo, como atletas sim, levando em conta principalmente o nível técnico em que a disputa vai se dar em Paris. Eu acredito muito no sucesso brasileiro, mas vislumbro que essa modalidade vai crescer muito em âmbito mundial. É de fácil execução, no sentido de atrair novos praticantes, mas é uma modalidade muito específica e muito difícil de ser realizada, depende muito de treino. Eu gostaria de saber de vocês o seguinte. Quantas modalidades terá o Breaking em Paris 2024? Quantas modalidades existem em campeonatos mundiais? Quantas são olímpicas? No que diz respeito à avaliação, ela é parecida com a da ginástica olímpica? Existem movimentos obrigatórios durante a apresentação? Existem os movimentos livres?
Por último, quero agradecer ao Vasconcellos e ao Fernando, da Confederação Brasileira de Ciclismo, a apresentação. Vi a imagem referente à pista de Indaiatuba, que pude conhecer pessoalmente, à pista do Rio de Janeiro. Eu gostaria de fazer perguntas à Confederação Brasileira de Ciclismo. Todas essas pistas, todo o legado olímpico tem alguma influência da confederação? Ela é dirigida pela federação local ou não? Como está a situação do legado olímpico no que se refere ao ciclismo? E quero saber se tem também alguma sugestão no sentido de que possamos lutar aqui para que o ciclismo tenha maior apoio e mais participantes em jogos olímpicos.
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O SR. PATRIC TEBALDI - É interessante essa pergunta das modalidades, das disciplinas, porque o nome da modalidade é "dança desportiva". Dentro da dança desportiva, porém, há várias disciplinas. E a disciplina que entrou para as Olimpíadas foi o breaking. Mas nós temos latin, standard, salsa, rock and roll acrobático, disco dance, paradanças. Então, nós temos várias disciplinas dentro da dança desportiva.
A perspectiva é que, após a entrada do breaking, todas as outras entrem. Assim como nós temos diversas disciplinas no atletismo, no ciclismo e na vela, a perspectiva é que entrem as outras danças também. A princípio a disciplina que está dentro das Olimpíadas é o breaking. Essa é a disciplina de dança que nós temos. É claro que, dentro do breaking, nós temos a categoria masculina e a feminina, que são praticadas pelos b-boys e pelas b-girls, mas a disciplina é o breaking.
O SR. JOSÉ BISPO DE ASSIS - No masculino, temos um versus um, os chamados b-boys. No feminino, temos uma versus uma, as chamadas b-girls. O coletivo, chamado crews, não foi anexado ainda, nem de duplas, nem de duplas mistas. Então, teremos só um versus um no masculino e no feminino em 2024. Mas existem outras variantes.
Sobre a questão do julgamento, até o final do ano passado, nós estávamos no sistema holístico Trivium, que separava tudo o que representa o breaking em body, mind e soul. De forma resumida, você poderia dizer que o body seria a execução técnica de tudo o que o corpo permite, tanto a questão básica do conhecimento do que é o breaking até o conhecimento técnico; o mind seria tudo o que você vem trazer de presença e criatividade; e o soul seria a musicalidade. Depois, neste ano, houve uma modificação, houve uma adaptação para colocar cinco critérios que eles consideravam um pouquinho mais justos. Então, como são cinco os critérios, ficou com 20% cada um. São eles: vocabulário, execução, musicalidade, originalidade e personalidade.
A característica mais inusitada do breaking talvez seja esta: na questão técnica, é avaliado o seu conhecimento em relação à dança breaking. Não existe um movimento obrigatório, mas existe a avaliação do seu conhecimento e execução em relação a isso.
Quanto à questão da música, como mencionei na minha outra fala, eu acho que é a coisa mais interessante que existe, pelo fato de existir, por regulamentação, um DJ. E existe o MC, que é o mediador de batalhas. O DJ escolhe músicas, produz músicas que o atleta, o competidor não sabe quais são. Ele pode até conhecer a sua base rítmica, mas ele nunca vai saber o que o DJ, como produtor, vai fazer com ela. E a partir disso ele tem que improvisar. Então, esse acaba sendo um campeonato muito empolgante. Na primeira fase há apenas um b-boy ou uma b-girl pontuando, e, quando vem o momento de confronto, de mata-mata, a situação torna-se muito empolgante, porque é um versus um, pontuando nos mesmos critérios, até haver o vencedor em cada fase, até chegar à final.
O SR. LUIZ LIMA (PL - RJ) - Tenho uma curiosidade, José. O DJ é do evento ou ele faz parte da equipe?
O SR. JOSÉ BISPO DE ASSIS - O DJ não pode fazer parte do evento, senão saberíamos a música antecipadamente. O DJ é da competição, assim como os árbitros.
O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - Muito bom.
Eu queria aqui registrar a presença do nosso...
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O SR. PATRIC TEBALDI - Desculpe interromper, Deputado, mas quero complementar minha fala com uma curiosidade.
Nós dissemos que eles não sabem a música porque eles não sabem quem vai cantar a música, digamos assim. Na métrica da música está indicada a velocidade, o ritmo, as batidas, os acentos fortes e os acentos fracos. Os atletas sabem essa métrica, eles precisam saber. O que varia na competição? Precisa haver um DJ para ditar a mudança de velocidade, de ritmo, de batida. Então, o atleta precisa estar atento à música para conseguir executar sua apresentação com essa música. Não há um movimento obrigatório. Seria esquisito colocar um movimento obrigatório quando não se sabe o que vai tocar. Como não se sabe o que vai tocar, não se pode obrigar a pessoa a executar determinado movimento. É preciso ouvir a música e, a partir da música, executar a apresentação dentro da sua completude.
O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - É difícil. É difícil, mas eu me daria bem no breaking. (Risos.)
Quero registrar a presença do Deputado Federal Delegado da Cunha.
Concedo a palavra ao José Luiz Vasconcellos, Presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo, para responder à pergunta do Deputado Luiz Lima.
O SR. JOSÉ LUIZ VASCONCELLOS - Obrigado, Deputado Mauricio.
Deputado Luiz Lima, nós fazemos o gerenciamento completo da pista de BMX, que é um centro de treinamento em Londrina. O centro de treinamento do Freestyle Park, em Maringá, também é gerenciado pela confederação. O velódromo de Indaiatuba fica sob responsabilidade da Prefeitura, e nós o utilizamos para treinamentos e competições. O velódromo do Rio de Janeiro era do Governo Federal e agora passou a ser da Prefeitura, e naquele espaço nós temos uma pista de BMX. Os demais são áreas multiuso esportivo. Nós temos lá uma escola de treinamento, com bicicletas, exposições, e constantemente há um movimento sendo feito por atletas e seleção em treinamento.
A solicitação que fazemos a vocês, que são nossos representantes, seria a mesma feita pelo Wlamir e pelo Marco Aurélio. Solicitamos a redução de impostos para o material dos quais nós dependemos, alguma coisa assim. Da mesma forma que a vela, o ciclismo tem as suas particularidades. Sem a bicicleta, não se consegue praticar o esporte. Sei que o Deputado Luiz Lima também gosta de bicicleta, pedala e sabe quanto custa uma bicicleta de alto rendimento. Seria mais ou menos isso.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - Muito obrigado, Presidente.
Mais alguém deseja se manifestar? (Pausa.)
Agora, nossos convidados farão suas considerações finais. Vamos começar pelo Wlamir Motta.
O SR. WLAMIR MOTTA CAMPOS - Obrigado, Deputado Mauricio.
Eu tenho que registrar que tive o prazer e a honra de participar de outras audiências públicas aqui, mas esta é histórica, porque estou vendo aqui o Deputado Delegado da Cunha com um terno bem cortado. Mas eu posso visualizar um ex-atleta num judogi, morando no Ibirapuera, no Projeto Futuro, que teve sua vida transformada por causa do esporte. Ele fez sua vida em decorrência disso e está aqui hoje ajudando na transformação da nossa sociedade por meio do esporte.
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Tenho uma profunda admiração pelo Deputado Luiz Lima, que é um grande amigo. Também vejo Luiz Lima num terno bem cortado, mas consigo visualizá-lo treinando na segunda-feira e no sábado lá no Posto 9, em Copacabana, vivendo a natação em águas abertas. Luiz Lima está Deputado, mas ele é um atleta olímpico e um educador físico.
O Mauricio até ontem estava nas quadras nos enchendo de alegria.
Então, para mim é um privilégio, é uma honra estar discutindo projetos e políticas públicas do esporte com pessoas que estiveram lá.
No caso do Delegado da Cunha, eu acho que a honra é ainda maior, porque ele vem de um projeto social. Eu falo isso como atleta que fui, porque compartilhamos os mesmos sonhos. Como é bom poder devolver isso com ações concretas!
Repito, este é um dia histórico para o olimpismo, é um dia histórico para esta Comissão, em que estamos tratando de esportes olímpicos, de preparação olímpica com Deputados que foram atletas. Eu costumo dizer que hoje eu estou gestor, estou Presidente da Confederação Brasileira de Atletismo com muito orgulho, mas nas minhas veias circula sangue de atleta. Então, estarmos aqui juntos dialogando sobre esporte com pessoas que estiveram lá é muito legal.
O Marco também foi atleta da natação e tudo o mais.
Repito mais uma vez: este é um momento histórico. Espero que tenhamos mais oportunidades como esta.
Parabéns a vocês, ex-atletas e atletas que assumiram isso, que entenderam como é importante ocupar espaços públicos para que possamos transformar ideias em projetos de lei e normas que impactem a vida de tantos, por meio da inclusão e da transformação social criadas pelo esporte!
Muitíssimo obrigado. Foi um prazer, uma honra, um privilégio participar desta audiência. Saio daqui melhor do que eu entrei. Obrigado pela oportunidade. (Palmas.)
O SR. DELEGADO DA CUNHA (Bloco/PP - SP) - Presidente, eu queria quebrar o protocolo.
O Presidente Luiz Lima me pediu para falar, mas eu estava tímido. Agora, o Presidente Wlamir me inspirou, e a boca está... Eu preciso falar. Se V.Exa. me conceder 3 minutos, eu agradeço muito.
O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - Pode se manifestar, Deputado.
O SR. DELEGADO DA CUNHA (Bloco/PP - SP) - Primeiramente, Presidente Mauricio, quero agradecer. Eu não estava presente e fiquei sabendo que V.Exa. defendeu as nossas posições, defendeu os meus requerimentos e fez uma série de elogios. Muito obrigado pela deferência.
Dou meus parabéns a todos os presidentes de confederação: José Bispo, Patric, Wlamir, Marco Aurélio e Presidente da Confederação de Ciclismo, que está nos acompanhando.
A fala do Presidente Wlamir me inspirou, e eu vou dar uma desabafada aqui. Nós vivemos num país em que a educação não é suficiente. Eu fui atleta, e o esporte para mim foi um sonho. Quando comecei a ir ao projeto social, quando fui para a primeira academia, vi uma pessoa com o uniforme da seleção brasileira. Eu ainda era calouro, vi o pessoal indo para o sul-americano, para o pan-americano, e eu falei: eu também quero, eu quero andar de avião, eu quero fazer parte daquela equipe. Aquele foi um primeiro sonho, que despertou dentro de mim uma força imensa. Percorri a minha trajetória no esporte, ganhei uma série de títulos, cheguei ao auge. Não consegui ser atleta olímpico, mas tudo foi muito além daquilo que eu esperava e me abriu um mundo de conhecimento de pessoas, abriu portas para novas ideias, para novos países. Vi que, depois do esporte, eu era outra pessoa. Simplesmente, deixei de ser um menino que cuidava de carro na rua e que ficava com o pai e a mãe para ser um adolescente que sonhava em conhecer todos os países do mundo.
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O Presidente Wlamir falou de devolver. Depois de tudo que a vida me deu por meio do esporte, eu me sinto obrigado — e acredito que todos aqui também — a apoiar o maior número de projetos sociais no meu mandato. Eu falo com a minha equipe que o número deve ser o maior, até o último centavo. Eu vou disputar o número de atletas assistidos, 10 mil, 15 mil, e quero ganhar. Eu olho para o Projeto Reação, do Flávio Canto, que tem mais de 3 mil assistidos, e tenho uma inveja boa dele. Eu acho aquilo bom demais. Já construiu um atleta olímpico.
Eu olho para a realidade social do País e vejo que, por mais que os professores se matem na educação, por mais que o orçamento da educação sempre seja aumentado, nós não chegamos nem ao contraturno escolar. Eu segui a minha vida e vi a realidade da favela como delegado de polícia, tendo que apontar um fuzil ou outra arma para jovens que estão no caminho errado. Eles ainda não eram aqueles monstros, aqueles bandidões, mas já estavam fazendo coisa errada. Tive que muitas vezes guardar na cadeia da Fundação Casa adolescentes com 16 anos, sabendo que eles teriam futuro com 20 anos. Aquilo foi me rasgando, rasgando o coração, e eu fiquei sempre tentando buscar uma solução para salvar aquelas crianças. Eu acho que nós temos que chegar antes do traficante, porque o traficante chega na criança que tem 10 anos e pede para comprar uma marmita para o pessoal da biqueira. A escola em período integral, mesmo que destinem 25% do recurso, não vai chegar a todos os Municípios. Sabemos que existem mazelas no sistema que fazem esse dinheiro não render. Então, eu penso no investimento em esporte como educação, acima de tudo, e eu tive essa discussão com meu Presidente. Eu penso em educação no sentido amplo da palavra.
Nós fomos educados no esporte, nós aqui não sabemos perder. Se alguém aqui perder no par ou ímpar, vai mandar voltar. Não sabemos o que é não dar o nosso máximo ou não fazer algo perfeito. Tenho certeza de que o Mauricio treinou o levantamento e o bloqueio mil vezes, mandou alguém filmar, assistiu ao vídeo e fez de novo. Eu aprendi que esse comportamento no esporte se transfere para todas as esferas da vida. O Bortole, que é meu assessor político e que está aqui comigo, foi atleta. Ele é insuportável, não sabe fazer nada pela metade, tudo tem que ser perfeito. Nós somos assim: perfeccionistas.
Eu gostaria de devolver o que recebi, mas não só para o esporte. Eu quero devolver isso para todos os jovens, independentemente de cor de pele, principalmente para aqueles que não têm condição financeira. É preciso enxergar no esporte uma forma de educar moralmente, eticamente, ensinando valores, como uma forma de abrir o horizonte e voar.
Esta Comissão é suprapartidária, é a Comissão dos sonhos. Estamos aqui tratando de alto rendimento sempre, para fazer a molecadinha que está no projeto de inclusão social olhar para o Mauricio e falar: "Meu, quero ser mais alto do que ele e jogar mais. Eu quero nadar mais rápido do que o Luiz. Eu vou dançar melhor do que vocês. Se eu pegar o da Cunha, vou quebrar a cara dele no tatame". É isso que a molecada tem que querer. Treino todo dia, seja de manhã, seja de noite, porque visito os projetos e saio na porrada com a molecada lá. Geralmente, eu apanho em 90% das vezes, porque se juntam quatro ou cinco moleques e eles sempre apelam. Não valem nada essas crianças. Agradeço as palavras, Wlamir.
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Nosso trabalho aqui é muito importante. Enquanto muita gente está polarizando e discutindo, aqui nós estamos construindo.
Obrigado, Presidente. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - Obrigado pelas palavras, Deputado Delegado da Cunha.
Agora, eu passo a palavra ao Marco Aurélio.
O SR. MARCO AURÉLIO DE SÁ RIBEIRO - Agradeço o convite.
Quero ressaltar a presença de duas diretoras da Confederação Brasileira de Vela, a Raquel, que é Diretora de Marketing, e a Sandra, que é Diretora de Sustentabilidade, que estiveram aqui.
O destaque que o Delegado da Cunha fez...
Aliás, o Sebástian acabou de mandar um abraço para você. Não quero estragar sua tarde, mas... Eu falei para ele não aparecer no Congresso, porque a relação entre vocês ainda não está boa. (Risos.)
Ele mandou um abraço, eu acabei de falar com ele.
O projeto social é extremamente relevante. Para o senhor ter uma ideia, Deputado, dois dos nossos gerentes hoje são oriundos de projeto social. O Presidente do Projeto Grael é um ex-aluno desse projeto. Esses dois gerentes já terminaram o doutorado deles, eles são de projeto social.
Na CBVela — é claro que aqui estamos falando de esporte de alto rendimento —, nossa prioridade tem sido a inclusão por meio do esporte. A escola não desafia o jovem, muito pelo contrário, ela não mostra caminho. O esporte mostra sempre o caminho de ser melhor, de ter disciplina, de encontrar os seus limites. Eu acho que temos que trabalhar isso sempre. O alto rendimento é fundamental, porque ele inspira, mas quem transpira é o pessoal do projeto social. É preciso dar cada vez mais força para esses projetos. Então, foi muito boa a sua fala.
Muito obrigado, Luiz. Muito obrigado a todos pela paciência de me escutarem hoje. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - Muito obrigado, Presidente Marco Aurélio.
Agora, eu passo a palavra ao Patric. Em seguida o José fará suas considerações finais.
O SR. PATRIC TEBALDI - É sempre uma boa oportunidade aprender com quem começou lá atrás. Eu gosto de falar, na CNDD, que não são só os atletas que precisam ter alto rendimento, nós da gestão também precisamos ter alto rendimento. Por mais que os atletas sejam modelo, eu quero que o meu atleta, que hoje está no alto rendimento, venha para o meu lugar depois e continue o trabalho. É importante contar com uma Comissão formada por atletas, porque esse olhar para o alto rendimento faz com que façamos uma gestão modelo.
Eu brinco dizendo que sou o mais novo dentro das confederações, mas eu sempre tento puxar o máximo de informação, aprender o máximo que posso, porque comecei tarde. Eu não comecei cedo no esporte, comecei tarde, mas tenho essa percepção de que eu poderia fazer melhor. Assim eu achei o meu caminho.
Acho muito importante a existência desta Comissão, onde podemos mostrar que, com alto rendimento em todas as esferas dentro do esporte, conseguimos elevar o nível esportivo de tudo dentro do Brasil. Eu acredito profundamente nisso.
Eu busco sempre essas oportunidades, sempre agradeço muito as conversas com o Wlamir, as conversas com o La Porta, as conversas dentro do COB. Eu sempre busco aprender o máximo possível, porque preciso transportar isso para dentro da confederação e aumentar a qualidade do trabalho.
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Então, eu agradeço imensamente o convite, porque me deu uma oportunidade excelente de aprender com vocês que já estão há anos trabalhando, desde a base, e já conquistaram seu lugar.
Espero contribuir e devolver cada vez mais.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. JOSÉ BISPO DE ASSIS - Para mim é uma imensa alegria estar aqui e ouvir todos os presentes. Geralmente, vamos a ambientes como este esperando paulada e pedrada, mas aqui encontramos consenso numa coisa muito importante, que é o poder transformador do esporte, o poder transformador dos projetos sociais.
Eu tenho 22 anos de projeto social, e em todo lugar temos que justificar o óbvio: que o esporte tem um começo, uma jornada linda e uma finalização maravilhosa dentro de si mesmo. Ele não precisa ser uma ferramenta para isso ou para aquilo; ele já é o suficiente.
Estar num lugar tão importante quanto este e ouvir as palavras de vocês me emociona. Emociona um cara que é periférico, um cara que vive diariamente cada uma das mazelas sociais que já foram citadas aqui e que há décadas luta para que isso seja modificado, mas não luta com dinheiro, luta com trabalho, luta com parceria. Então, eu estou muito contente e emocionado com o que ouvi de cada um de vocês, com o que vocês pensam, porque a maioria de vocês vive o esporte. Os que não vivem o esporte pelo menos o acompanham e o assistem.
Desde quando comecei esse trabalho no Comitê Olímpico do Brasil, penso que a meta é uma medalha, mas ela só vale depois, quando vai para a comunidade e vira exemplo para os demais. Se não for assim, ela não vale nada, ela é lata.
Muito obrigado a vocês pela oportunidade. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - Muito obrigado, Patric e José, pelas fantásticas palavras de vocês.
Nas minhas considerações finais, eu faço das palavras do Deputado Delegado da Cunha as minhas também. Eu ainda vejo que o esporte brasileiro precisa crescer muito em todos os âmbitos...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - Ah, falta o representante do ciclismo! Desculpe, Presidente. Por favor, pode falar.
O SR. JOSÉ LUIZ VASCONCELLOS - O que é isso, Mauricio? Você vai logo levantando e batendo, não é? Está certo. (Risos.)
Eu fico muito feliz também. A única palavra que tenho a expressar é gratidão a vocês, Deputados que foram do alto rendimento, como eu também fui do alto rendimento. Fiz um trabalho muito grande com o ciclismo e estou à frente do ciclismo para finalizar mais um mandato. Quero agradecer a vocês, que não medem esforços para trabalhar e fazer com que o esporte brasileiro cresça da melhor forma possível. Agradeço de coração a oportunidade de estarmos aqui debatendo, em altíssimo nível, com ótimos presidentes presentes, para fazer com que o esporte cresça, ouvindo todas as confederações na Comissão.
Muito obrigado à Comissão, ao Mauricio, ao Delegado da Cunha e ao nosso amigo Luiz Lima, que sempre está aí trabalhando. Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - Muito obrigado, Presidente.
Eu gostaria de saber se o Fernando Ruiz Fermino gostaria de fazer suas considerações finais. (Pausa.)
Tem a palavra o Fernando.
O SR. FERNANDO RUIZ FERMINO - Eu agradeço a oportunidade. Como eu já disse, não só agradeço, mas também parabenizo todos pela iniciativa.
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É uma oportunidade que temos para ver o trabalho das outras confederações, e isso também servir de métrica para nós. Quando paramos para organizar uma apresentação, é sempre um momento de reflexão, de enxergarmos o que fizemos e o que falta fazermos também. É uma oportunidade para podermos compartilhar isso com os demais, dividir um pouco o que fizemos e aprender também com os demais.
Mais uma vez, parabéns pela iniciativa, Deputados!
Obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - Muito obrigado, Fernando.
Quero fazer minhas considerações finais. Voltando aqui, faço das suas palavras as minhas. Nós saímos lá de baixo, apesar de ninguém enxergar isso, e chegamos aonde chegamos graças aos nossos méritos, assim como os atletas de alto rendimento têm seus méritos hoje e têm também o dever de devolver algo à sociedade.
O meu mandato também vai ser para as crianças. Eu acho que, se queremos um futuro melhor para o Brasil, homens fortes e mulheres fortes, temos que investir nelas. E nelas vai ser investido o meu mandato. Só que o esporte no Brasil não é visto como segurança pública, educação, nada disso. Esporte é brincadeira. É assim que as pessoas enxergam. Nos países desenvolvidos, eles enxergam o esporte como tem que ser enxergado. É por isso que temos muito a crescer.
Hoje, nas Prefeituras, lá na ponta da linha, para o esporte dão o que podem os Vereadores, os Prefeitos. O que sobra vai para o esporte. Não é assim: "Essa verba aqui é para o esporte mudar a nossa cidade". Não, não é isso. Então, é cultural, é uma coisa que já está engessada no nosso País. E temos uma missão.
Eu fico honrado de estar na Comissão do Esporte com o Deputado Luizinho, uma pessoa de extremo conhecimento, com o Deputado Delegado da Cunha e junto com vocês, fazendo crescer... Esse é o nosso papel, aqui em Brasília, e o de vocês, nos seus Estados, nas confederações. Podem contar conosco, porque vamos estar lutando aqui por vocês e pelas crianças também.
Agradeço muito a presença de vocês, foi de muita valia. Espero que possamos ajudá-los.
Quero passar a palavra agora ao nosso querido Presidente Luiz Lima.
O SR. LUIZ LIMA (PL - RJ) - É V.Exa. quem vai encerrar, e não eu.
Deputado Mauricio, as falas do José Bispo foram muito boas. Estamos como Deputados e sabemos da energia que toma conta Brasília. É o meu quinto ano como Deputado Federal. Temos embates muito fortes no plenário, onde alternamos momentos de alegria, de raiva, de decepção, de impotência. Nós somos humanos. Assim é no vôlei também, em uma disputa, no atletismo, na natação, na vela, quando um barco se choca com outro, no judô. O judô é bom, porque você pode pegar o cara e dar um golpe. Não é o caso da natação, tampouco do vôlei, porque é separado.
Mas, José, foi muito bom ouvirmos seu relato aqui. Você falou que o início é bonito, a jornada ainda é mais maravilhosa e o pós ainda supera todo o início da jornada, porque você traz todas as suas experiências. Então, quando você falou isso, eu me recordei dos meus 16 anos de seleção brasileira — eu iniciei aos 16 anos de idade e encerrei aos 32 anos. A minha filha está com 17 anos agora, é filha única. Às vezes, eu exijo muito dela pelo fato de ter sido atleta olímpico. Às vezes, eu passo até do ponto, mas é aquela coisa de pai. E, ao ouvir você falar isso, vi que realmente as coisas são muito mais importantes.
Eu fui Deputado por 4 anos. O Deputado Delegado da Cunha e o Deputado Mauricio do Vôlei vão fazer a mesma coisa. Nós temos recursos aqui durante o ano. No Rio de Janeiro, cada Deputado tem 35 milhões de reais — vocês vão ter algo parecido —, a metade destinamos para a saúde. Eu tenho muito orgulho de hoje haver mais de 10 mil crianças, no Estado do Rio de Janeiro, e mais de cem professores de educação física custeados pela minha equipe. São 10 mil crianças e mais de 4 mil adultos e idosos que fazem ginástica por meio dos nossos projetos. E o Deputado Mauricio foi muito feliz no dia em que...
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O brasileiro gosta de história triste, deveria gostar mais de histórias de vencedor, seja rico, seja pobre. O americano gosta de muito... Por exemplo, a Rafaela Silva, de repente, se não tivesse nascido na Cidade de Deus, não teria sido campeã olímpica. Digo isso porque ela fez da diversidade um trampolim para se superar. Se ela tivesse nascido na Vieira Souto ou em Ipanema, talvez não tivesse sido campeã olímpica.
Temos que valorizar aquele menino, aquele rapaz, seja rico, seja pobre, seja evangélico, seja católico, seja ateu, seja de Esquerda, seja de Direita. Temos que valorizar os bons exemplos. O Marco Aurélio falou que o esporte de alto rendimento é o exemplo. É muito importante o exemplo que o Deputado Mauricio deu e o que o José falou. Se a medalha de ouro não tiver um significado, não for honesta, não for digna de esforço... Eu gosto muito mais, às vezes, de ver um menino que ficou em 8º lugar, mas que treinou para caramba e chegou a 100% de seu potencial, do que um campeão. Digo isso porque, de repente, o campeão, o medalha de ouro não se esforça muito porque é muito talentoso. E aquele oitavo lugar temos que valorizar, porque aquele menininho treinou tanto, dedicou-se tanto...
Então, o Deputado Mauricio e o Deputado da Cunha serão dois Deputados que também irão investir muito no esporte. Isso me dá um prazer magnífico. Eu queria agradecer muito a presença de vocês aqui.
Obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Mauricio do Vôlei. PL - MG) - Ele fala bem e macio, não é? É bom escutá-lo! (Risos.)
Nada mais havendo a tratar, agradeço a presença de todos, mais uma vez, e declaro encerrada a reunião.
Muito obrigado. (Palmas.)
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