4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 56 ª LEGISLATURA
Comissão de Turismo
(Audiência Pública Extraordinária (semipresencial))
Em 30 de Novembro de 2022 (Quarta-Feira)
às 15 horas
Horário (Texto com redação final.)
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Coelho. PODE - SC) - Declaro aberta esta audiência pública para debater o potencial turístico e comemorar os 50 anos do Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville, em Santa Catarina.
Esta audiência pública teve origem no Requerimento nº 26, de 2022, de nossa autoria.
Desde já, agradeço o comparecimento do Guilherme Gassenferth, Secretário de Cultura e Turismo de Joinville; da Roberta Miranda da Veiga, Gerente da Unidade de Patrimônio e Museus da SECULT de Joinville; e da Adriana Maria Pereira dos Santos, Coordenadora do Museu de Sambaqui, que está inclusive com a camisa do nosso museu.
É uma alegria enorme fazer parte deste momento. Eu tive o prazer e a honra, no período em que fui Vice-Prefeito, de estar à frente da Fundação Cultural, junto com o Guilherme, com a Roberta e com a Adriana. Trabalhamos juntos nesse período e foi uma alegria enorme contar com a colaboração e o trabalho deles. E hoje podemos ter esse orgulho não só de Santa Catarina, em especial de Joinville, que é conhecida como a Cidade das Flores, a Cidade das Bicicletas, a Cidade da Dança, a cidade do Museu Nacional dos Bombeiros Voluntários, a Cidade dos Príncipes, a cidade do Ballet Bolshoi e também a cidade do Museu de Sambaqui, que é um orgulho para todos nós. Neste ano, comemoram-se os 50 anos desse museu.
Não vou me alongar aqui, quero mais é ouvi-los, mas deixo nesta Casa o reconhecimento especial da Comissão de Turismo ao nosso Museu de Sambaqui, que, como eu falei, é um orgulho para o Brasil. Recebe pesquisadores de todo o País e até estrangeiros que vêm visitar e pesquisar. Esse museu também é responsável pela salvaguarda do patrimônio arqueológico de Joinville e região, faz um excelente trabalho e recebe muitos turistas, além das crianças que diariamente o visitam. As nossas escolas municipais, estaduais e particulares também visitam o museu. Há ainda um projeto ousado da Secretaria, que é a nova sede do museu. Sabemos que o local onde está a sede do museu hoje é lindo, é fantástico, é maravilhoso, na Rua Dona Francisca, mas sabemos também que esse lugar sofre com as chuvas e hoje já está pequeno para o tamanho do acervo. Há também um projeto junto ao Parque da Cidade, sobre o qual o Guilherme vai tentar falar um pouco melhor.
Então, quero deixá-los à vontade para falar sobre essa história, como começou o museu, a aquisição do acervo, toda a história nesse período.
Quero parabenizar, em nome de vocês três, a Prefeitura de Joinville, os servidores da SECULT e, em especial, os do Museu de Sambaqui, que diariamente estão exercendo um belíssimo trabalho e muito orgulham a nossa cidade de Joinville.
Destaco aqui a presença em plenário do Deputado Carlos Chiodini, catarinense também. Os demais Deputados estão presentes de modo virtual.
Esta audiência está sendo transmitida pela TV Câmara. Os internautas podem ficar à vontade para fazer as suas perguntas ao final, se porventura assim desejarem.
15:10
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Passo de imediato a palavra ao Guilherme Gassenferth, Secretário de Cultura e Turismo de Joinville, para que possa fazer a sua apresentação.
O SR. GUILHERME GASSENFERTH - Primeiro, quero saudar todas as pessoas presentes nesta sessão e agradecer a presença da Adriana, nossa Coordenadora do museu, da Roberta, nossa Gerente de Patrimônio e Museus, e de todos os que nos acompanham na Câmara dos Deputados.
Obrigado, Deputado Rodrigo, por nos permitir mostrar para o Brasil a importância que tem a nossa cidade em relação aos sambaquis, a essa pesquisa toda que é tão importante para assuntos como, por exemplo, os estudos da dispersão do homem na América. Como é que o homem, o ser humano chegou às Américas? Ele veio pelo Estreito de Bering? Será que ele veio andando? Por onde ele chegou? Quando ele chegou? Há quanto tempo? Todo esse riquíssimo acervo de que o Museu de Sambaqui dispõe, além das pesquisas que a equipe técnica faz, tão competente, ajuda nesse estudo, nessa pesquisa.
Eu me lembro de duas ocasiões recentes que também demonstram a importância do museu. Uma delas inclusive foi na sua gestão enquanto Presidente da Fundação Cultural de Joinville, quando nós emprestamos algumas peças do nosso acervo para ser expostas, acho eu, no MAC, não é, Adriana? No Museu de Arte Contemporânea de São Paulo ou no Museu de Arte Moderna? No MAM, no Museu de Arte Moderna, que é um dos principais museus do Brasil. Os nossos zoólitos foram expostos lá, e, se não me engano, foi até a Adriana que acompanhou o transporte para o museu. Em outra ocasião assinamos algumas autorizações de pesquisa para um pesquisador da Universidade de Londres, o que mostra, mais uma vez, a importância internacional que o nosso museu tem para pesquisa tanto dos sambaquis quanto dessas outras questões que eu já comentei.
Eu gostaria de falar basicamente de quatro assuntos na minha fala. Mas antes queria contar, Deputado Rodrigo, uma brincadeira que eu fazia com a equipe do museu. Eu dizia que, se a região de Joinville, da Baía da Babitonga tem a maior concentração de sambaquis no mundo, então nós éramos — os arqueólogos se arrepiavam quando eu falava isso — a Nova York dos sambaquis, a Tóquio dos sambaquis, porque aqui tínhamos a maior concentração do mundo de pessoas em sambaquis. Sambaquis são encontrados no mundo inteiro, não é uma coisa só do Brasil. Há sambaquis na Europa, há sambaquis na Ásia, há sambaquis na América. Então, se nós temos aqui a maior concentração desse sítio no mundo, eu dizia, nós somos a metrópole mundial dos sambaquis. E os arqueólogos me olhavam com uma cara feia porque, é claro, os arqueólogos fazem uma pesquisa muito correta e não aceitam esse tipo de suposição, excepção.
E eu fiquei muito feliz porque estive na Estação da Memória, estação ferroviária que nós estamos restaurando em parceria com a Rumo, e vi lá uma frase do arqueólogo Jean-Pierre Bocquet-Appel, que disse que Joinville deveria ser a capital mundial dos sambaquis. Agora há um técnico falando isso, não sou só eu; agora é um arqueólogo que está falando. Então, olhem a importância que tem — capital mundial dos sambaquis. O arqueólogo, a julgar pelo nome, deve ser francês.
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Isso evidencia o potencial turístico que a cidade tem em relação a esse tipo de coisa. Nós sabemos, quando viajamos para os Estados Unidos, quando viajamos para a Europa, para países mais desenvolvidos, que às vezes um elemento muito pequeno gera um museu em volta, gera um parque em volta. Aqui nós temos esses sítios tão importantes, as oficinas líticas no Parque Caieira, que você conhece, que atestam a presença do homem fazendo as suas ferramentas milhares de anos antes do presente. Só no território da (ininteligível), há mais de 40 sítios arqueológicos desse tipo, e, se juntarmos a Baía da Babitonga, nós temos cerca de 200. Isso tem uma força turística, um potencial turístico muito grande, associado também ao nosso Museu de Sambaqui.
É justamente por conta desse potencial turístico que a nossa gestão está propondo um novo edifício do Museu de Sambaqui ao lado do Sambaqui Morro do Ouro, que é um sambaqui que fica na área urbana de Joinville, até bastante próximo do centro e ao lado da Ponte do Trabalhador — para quem conhece Joinville. Há ali um sambaqui. Por que não fazer um museu ao lado de um sambaqui, em que as pessoas possam visitar in loco um sítio desses tão rico? Então, existe essa nossa intenção de fazer um novo museu bastante atraente para as pessoas, adequado com tudo o que há de melhor na museologia e na museografia, um museu que as pessoas queiram visitar, um museu em que as crianças aprendam, um museu que seja um entretenimento com conteúdo, que possa comunicar e educar as pessoas com um conteúdo correto e de uma forma muito atraente.
Nós temos essa proposta do novo museu, da seccional, como diz a equipe do museu lá no Morro do Ouro, e, junto a esse novo prédio, a de um cais flutuante, para que as pessoas possam, desse novo prédio, sair em um passeio de barco em uma rota náutica em que elas visitam outros sítios desse tipo aqui na cidade.
Eu gostaria de finalizar a minha fala fazendo uma homenagem a toda a equipe do Museu de Sambaqui. Eu, que já fui também gerente de patrimônio, como hoje a Roberta é, e já estive mais próximo da equipe, atesto a qualidade técnica que essas pessoas têm. Há pessoas não só com uma formação acadêmica muito sólida nessa área, mas também com muita experiência, pessoas que lutam pelo patrimônio, lutam pela arqueologia, lutam pela cultura e carregam consigo essa força da defesa técnica desse patrimônio mundial que está localizado em Joinville.
Faço essa homenagem especialmente para a Adriana, nossa Coordenadora, que, de forma tão competente, gere o museu, mesmo já aposentada do museu. Nós agradecemos demais o trabalho da Adriana. Quando ela falar, eu acho que ela pode dizer quantos anos ela tem de casa, e não são poucos. Então, eu quero agradecer especialmente, Adriana, por seu intermédio, a toda a equipe técnica da Gerência de Patrimônio e Museus, em especial a do museu, pelo trabalho belíssimo e a você pelo legado gigante que você deixa ao Museu de Sambaqui quando encerra a sua participação profissional junto a essa instituição.
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Deputado Rodrigo, mais uma vez, obrigado pela sua proposição. Obrigado por evidenciar para o Brasil a importância do nosso museu. Muito obrigado pela oportunidade.
Parabéns pela condução dos trabalhos à frente da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados!
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Coelho. PODE - SC) - Eu que agradeço, Guilherme. Parabéns pela sua exposição! Para o projeto do novo museu, conte conosco não só para a busca de recursos aqui em Brasília, mas também para a viabilização do projeto, que será um divisor de águas nessa história belíssima que existe em Joinville, não só com os sambaquis mas também com o próprio Museu de Sambaqui, que comemora seus 50 anos.
Está aqui presente no plenário o Deputado Otavio Leite, que, além de membro da Comissão, é um Deputado com uma atuação muito forte no turismo. Ele foi o Relator do projeto do Novo FUNGETUR, o Novo Fundo Geral de Turismo, aprovado nesta Câmara em 2021, que foi para o Senado com as suas alterações, e, na semana passada, foi aprovado pela Câmara. Agora estamos só aguardando a sanção presidencial. Isso vai dar uma autonomia necessária e importante à EMBRATUR e, em especial, vai injetar dinheiro na ponta, na veia dos operadores do turismo, já que sabemos que o FUNGETUR é o maior fomentador do turismo no Brasil.
Por motivos vários, em especial a burocracia inerente à obtenção de recursos... O BRDE, que é o nosso banco lá da Região Sul, proporcionalmente, foi o banco no Brasil que mais conseguiu emprestar os recursos que o Ministério colocou à disposição através do FUNGETUR. Ele chegou a emprestar em torno de 90% do valor e foi até usado como case para outros bancos. Caixa Econômica e Banco do Brasil, que deveriam servir de exemplo, foram os que menos emprestaram, tamanha a burocracia que se levantava para ter acesso aos recursos do FUNGETUR.
Nós sabemos que a tendência hoje é a parceria público-privada, e que, na ponta, na verdade, quem faz o turismo é a iniciativa privada. O Governo, a Prefeitura, o Estado e o Governo Federal deveriam ser os facilitadores, não deveriam atrapalhar ou complicar e deveriam dar as condições e a infraestrutura necessárias para que as empresas, os operadores e os agentes de turismo, na ponta, pudessem atuar de uma maneira tranquila.
Então, o FUNGETUR, a Nova Lei Geral do Turismo, e o Marco Legal dos Jogos podem ser um divisor de águas para o turismo brasileiro. Mas esta lei, que é algo mais concreto, depois de tramitar durante anos nesta Casa e no Senado, tem tudo para, agora, em dezembro, ser sancionada e, com a sua entrada em vigor o quanto antes, ajudar muito este setor, que sofreu muito na pandemia. Nós não precisamos entrar em detalhes aqui, nós sabemos o quanto o setor sofreu por ter sido o primeiro a parar e o último a voltar.
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Empreender no Brasil não é fácil, e, para quem empreende na área do turismo e na área de cultura, é mais difícil ainda. Mas já foram divulgados números de retomada da economia e de retomada do turismo como antes da pandemia, inclusive de voos. Em especial, há previsão de que esta temporada seja a melhor temporada da história do turismo brasileiro, inclusive para o setor dos cruzeiros, que estará com uma quantidade maior de navios nesta temporada de verão e com a previsão de um navio permanente no Brasil durante todo o ano que vem, já que temos uma costa maravilhosa, com 8 mil quilômetros de litoral. Nós temos demanda para o ano todo, mas, hoje, ainda estamos na dependência de navios de operadoras internacionais. Já há previsão de que as operadoras de cruzeiros deixem os navios aqui não só na temporada de 3 ou 4 meses. Nesse turismo dos cruzeiros, em média, 3 a 4 mil pessoas, por navio, injetam recursos. Nós já recebemos alguns lá na região, em São Francisco, que vieram visitar Joinville, vieram ao Bolshoi, fizeram compras, levaram lembranças.
Eu penso que este talvez seja o futuro também para o próprio museu. As pessoas podem levar alguma lembrança dos museus, até para que eles tenham o seu próprio sustento e possam arcar com os próprios custos. É bom que isso seja conversado em época oportuna. Com certeza, isso vai melhorar ainda mais com a sanção do novo FUNGETUR.
Eu quero deixar isso claro aqui e agradecer e parabenizar o Deputado Otavio Leite, um entusiasta e estudioso do assunto, que muito bem representa o Estado do Rio de Janeiro e é o grande responsável pela aprovação do FUNGETUR. Nós esperamos que, daqui a 2 semanas, seja sancionado o FUNGETUR, que vai ajudar bastante o turismo brasileiro.
Obrigado, Guilherme.
Eu passo a palavra de imediato para a Sra. Roberta Meyer Miranda da Veiga, Gerente da Unidade de Patrimônio e Museus da Secretaria de Cultura e Turismo — SECULT de Joinville. Na minha época ela era coordenadora; logo depois o Guilherme assumiu, e ela foi guindada à gerência e está fazendo um belíssimo trabalho.
Vejo que hoje está dentro do museu, com o acervo ao fundo.
A SRA. ROBERTA MEYER MIRANDA DA VEIGA - Boa tarde, Deputado Rodrigo. Boa tarde a todos que estão acompanhando esta reunião.
Nós estamos aqui na reserva técnica do museu. Gostaríamos de ter posicionado a câmera na exposição, mas, como nós estamos com atendimento, ficaria muito tumultuado. Nós agradecemos ao Deputado Rodrigo Coelho e à Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados por esta homenagem.
O Deputado Rodrigo já me conhece e sabe o quanto eu sou encantada por arqueologia e por este museu, que é a minha casa de formação. Eu acho que esses 50 anos são relevantes não apenas para o Museu de Sambaqui de Joinville, mas também para a Arqueologia brasileira. Os 50 anos do MASJ representam a consolidação de um campo de pesquisa, de preservação e de comunicação sobre o patrimônio arqueológico, que não se limita apenas ao Brasil e que também nos ajuda a estudar e a compreender o povoamento da América do Sul, como bem falou o nosso Secretário Guilherme.
Toda essa ancestralidade dos povos originários é um campo de pesquisa que muito nos tem a ensinar sobre organização social, saúde pública, recursos, meio ambiente, tecnologia, diversidade e respeito.
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Tecnologia, moradia e alimentação são temas geradores que nós estimulamos aqui no Museu de Sambaqui, a partir do nosso atendimento, dos nossos acervos. Diálogos sobre o passado, sobre o presente e sobre o futuro são temas com os quais o Museu do Sambaqui tem trabalhado ao longo de décadas.
Nós agradecemos muito esse reconhecimento, porque é uma oportunidade também de avançar com a educação patrimonial e de avançar com os nossos serviços públicos, que já atingiram mais de 500 mil estudantes e um público total de mais de 1 milhão de pessoas ao longo dessas décadas.
Isso é muito significativo para nós que estamos em Joinville, numa cidade do interior do sul do Brasil. Embora seja muito relevante, nós estamos fora do circuito dos grandes museus das grandes cidades. Mas o Museu do Sambaqui aqui de Joinville representa um marco muito importante para a arqueologia do Brasil e também da América do Sul.
Nós destacamos também não só o atendimento ao público ao longo de décadas, mas também a formação de pesquisadores e de diversos acadêmicos que esse museu tem feito, disponibilizando o seu acervo, os seus projetos. Formamos pesquisadores da nossa cidade, da nossa região, de diversos Estados do Brasil, e também recebemos pesquisadores do exterior.
Isso muito nos incentiva, pois é um marco muito importante. Continuamos com a perspectiva de avançar, com mais estruturas, como a ampliação do anexo, projeto que o Rodrigo conhece bem. Esse projeto é extremamente necessário para essa região, porque nós sofremos aqui com alagamentos. Há recursos intermediados do IPHAN. Também estamos desenvolvendo o Parque Sambaqui Guaíra, que teve o apoio de Deputados dessa Casa. Entre os novos projetos, destacamos o site que hoje possibilita um tour virtual não só pelo museu, mas também pelos sítios urbanos que temos na cidade. Isso é muito importante.
Nós queremos avançar na musealização dos sítios arqueológicos que temos na malha urbana, porque isso muito ajuda não só na educação patrimonial, mas também no turismo, como o Guilherme bem frisou. Essa nova sede do museu é extremamente importante e também muito estratégica. Nós queremos implantá-la no parque da cidade, como o Guilherme destacou. Então, há muita coisa para avançarmos.
Também queremos muito tirar do papel para a prática o sítio-escola. Temos a possibilidade de ter um sítio-escola na nossa cidade, atraindo também não só a formação de jovens pesquisadores, novos arqueólogos, ampliando esse mercado de trabalho — há um potencial enorme de mercado de trabalho junto ao campo da arqueologia —, como também recebendo turistas, que podem ter essa experiência de participar de uma escavação, como acontece também em outros lugares do Brasil e em outros lugares do mundo.
Nós temos esse potencial. E é muito importante contar com o apoio desta Casa de Deputados e com você, Rodrigo, para avançarmos nessas ações.
Destaco muito que as conquistas desse museu são resultados dessa equipe técnica, que é muito aguerrida, muito especializada, com gestores. Ao longo dessas décadas, todos nós pleiteamos projetos de pesquisa e trouxemos recursos e equipamentos para esse museu. Isso destaca também o museu.
Então, nós agradecemos muito essa oportunidade, Deputado Rodrigo. Contamos com V.Exa. para nos ajudar a continuar divulgando o nosso museu, o nosso espaço.
Finalizo esta minha fala também agradecendo à Adriana. Como eu disse, esse museu é a minha formação. Eu estudei arqueologia há mais de 10 anos, mas foi aqui que eu aprendi o que é o museu, como atender as pessoas e qual a relevância do nosso serviço público. A Adriana faz parte dessa equipe e tem uma carreira consolidada. Hoje é uma alegria nós estarmos trabalhando com ela aqui na coordenação. Agradeço todas as oportunidades dessa homenagem.
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Agradeço também a você, Rodrigo, que há anos, juntamente com o Guilherme, me convidou para participar dessa jornada.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Coelho. PODE - SC) - Obrigado, Roberta. Todos sabemos da sua competência.
Faz já quase 10 anos, não é, Guilherme? Não, ela começou em 2013, 2014. É raro uma pessoa ficar tanto tempo assim em um lugar, o que mostra sua competência, seriedade, dedicação e entrosamento com a equipe de servidores da casa, em especial do museu, uma equipe muito competente, com uma qualificação acadêmica muito boa. A Adriana é um exemplo disso, assim como toda a equipe, pelo cuidado que vocês têm com o acervo, por aquele kit escola que o pessoal recebe, por como vocês recebem os alunos, os turistas. Eles saem sempre elogiando todos os nossos museus, em especial o de Sambaqui, porque é um diferencial nosso. Querendo ou não, é algo diferente, bem explorado, com uma sede linda que vai fomentá-lo ainda mais. Há na cidade praticamente 41 museus, que são espaços que fazem parte do dia a dia das pessoas. Está lá a história das pessoas que vieram um pouquinho antes de nós e que deixaram o seu espaço. Nós devemos conservar isso que está no centro da cidade e pode tornar-se um local de visitação.
Falou-se do Guaíra, um local no qual as pessoas fazem caminhadas ao redor das calçadas, com árvores, sombras. No Guanabara também há um sambaqui, junto à Ponte do Trabalhador. Enfim, existem vários, dando a chance às pessoas de conviver e ter esse sentimento de pertencimento, de algo que faz parte das pessoas. Muitas vezes, nós temos a imagem de que o museu é algo distante, de que o acervo é algo que pertence a poucas pessoas ou ao Governo. O sambaqui é algo que pertence a todos nós, aos joinvilenses. Cada um tem o cuidado de preservar e poder fazer parte dessa Joinville que nós tanto amamos, tanto adoramos. Temos esse diferencial, assim como o Bombeiro, o Bolshoi e a dança, que tornou Joinville conhecida nacionalmente.
Adriana, por favor, como coordenadora do museu, servidora da casa, você tem a palavra. Fique à vontade. Você já tem quantos anos de Prefeitura, Adriana?
A SRA. ADRIANA MARIA PEREIRA DOS SANTOS - Ah, eu tenho que falar? (Risos.)
Eu trabalhei na Prefeitura durante 33 anos. Eu tenho muito orgulho de ter feito a minha carreira profissional no serviço público — 95% desse período eu passei aqui dentro do Sambaqui. Estava já aposentada quando recebi o convite para voltar na coordenação do museu. Faz 20 meses que eu estou aqui. Em dezembro, eu me afastarei novamente. Eu vou procurar outras atividades, mas vou ficar sempre por perto.
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Boa tarde a todos. Eu gostaria de agradecer ao Deputado Rodrigo Coelho e a toda a equipe da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados por nos dar a oportunidade de apresentar o museu nesta audiência pública. A minha fala vai ficar principalmente na trajetória desses 50 anos do museu.
Eu quero agradecer também as palavras do Guilherme, que abriu esta audiência. Muito obrigada, Guilherme. Pode continuar contando comigo. Eu vou me afastar, mas eu vou ficar na Associação de Amigos. Então, vamos continuar conversando.
Eu acho que as pessoas que não conhecem o museu precisam conhecê-lo. Então, eu coloquei alguns eslaides com fotos.
Antes de começar a minha apresentação, eu quero só fazer duas observações sobre a fala do Guilherme. Ele pegou só a parte em que algumas peças do acervo foram para o MAM, em São Paulo, em 2017, se não me engano, que foram os zoólitos e alguns adornos, mas as peças do museu são procuradas desde o ano 2000, quando foram feitas aquelas exposições dos 500 anos do Brasil.
As peças do museu, naquela época, de 1999 até 2003, se não me engano, foram para o Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Brasília. Elas também estiveram em Santiago, no Chile, e em Lisboa. Então, as peças já são muito procuradas para exposições. Há 2 anos, houve o interesse de levá-las para a Áustria, mas não deu certo. Essas peças saem do museu sempre acompanhadas de um profissional, com toda a documentação autorizada pelo IPHAN e com seguro.
Adiciono outra observação à fala do Guilherme. Foi o pesquisador e arqueólogo André Colonese, que na época estava na Universidade de Oxford, que se interessou em pesquisar os nossos acervos. Hoje ele está em Barcelona, em um museu que faz parte de um grande projeto cujos recursos ele captou de uma fundação europeia. Nós continuamos transitando peças e informações com ele. Essas informações retornam em forma de artigos publicados e ajudam a construir a história da ocupação da região. Mais recentemente também tivemos peças pesquisadas por Sabine Eggers, pesquisadora de uma universidade de cujo nome não me lembro, que também está na Áustria, e por Mercedes Okumura.
Então, as peças do museu são sempre bem procuradas. Estamos falando dessas duas pesquisas internacionais, mas, nesses 50 anos, foram feitas 160 solicitações de acesso para pesquisas nacionais e internacionais. Estou só complementando a fala do Guilherme para atualizar esses dados.
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Quero agradecer ao Deputado Rodrigo Coelho pela oportunidade de estar mostrando o museu.
Eu mandei uma apresentação para a Amanda e gostaria que ela começasse a projetar. Eu acho que as imagens falam muito mais. Se as pessoas que estão nos ouvindo não conhecem o museu, esta é a oportunidade de estarmos divulgando a imagem dele.
(Segue-se exibição de imagens.)
O Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville é uma unidade da Gerência de Patrimônio e Museus da Secretaria de Cultura e Turismo do Município, que pesquisa, comunica e preserva os acervos arqueológicos pré-históricos e históricos do Município de Joinville. Ele tem como missão contribuir para o avanço do conhecimento sobre o patrimônio cultural, visando ao estabelecimento de uma relação preservacionista, dinâmica e interativa entre o patrimônio e a sociedade.
No próximo eslaide vou explicar um pouquinho o que é sambaqui. Sambaqui vem da língua tupi, em que "tamba" significa amontoado e "ki" significa conchas. Então, são sítios arqueológicos caracterizados por serem amontoados de conchas que foram construídos de maneira intencional, entre 7 mil e mil anos atrás, por um grupo conhecido como sambaquiano, no período que chamamos de pré-colonial.
Esses sítios arqueológicos são preservados por lei federal. O órgão responsável por sua proteção é o IPHAN. No Município, essa tarefa é compartilhada com o Museu de Sambaqui através da Lei Orgânica de 1990.
Os 41 sítios arqueológicos de sambaqui que se encontram no Município de Joinville são caracterizados acervos do Museu de Sambaqui também, que nós chamamos de acervo in situ, ou seja, no lugar dele.
Essa imagem mostra o Sambaqui Ribeirão do Cubatão.
Agora, no eslaide 3, nós mostramos um pouco da história do museu. A Prefeitura de Joinville comprou a Coleção Guilherme Tiburtius do pesquisador na década de 50 e 60. Ela foi comprada em 1963 e deu origem ao Museu de Sambaqui, que só foi oficialmente criado em 1969. Dessa primeira coleção, fazem parte 12 mil peças arqueológicas, etnográficas e iconográficas, provenientes dos Estados do Paraná e de Santa Catarina. Nos anos seguintes, o poder público municipal fez grandes investimentos financeiros na compra de um terreno, na construção do prédio e na sua organização administrativa.
Vemos aqui duas imagens da construção do prédio, em 1972, quando ele foi inaugurado.
A construção e a instalação do Museu de Sambaqui foram resultado da política do IPHAN na década de 60, que visava à defesa do patrimônio móvel, procurando manter no próprio local os frutos ali gerados. Até então os achados arqueológicos da região eram levados para São Paulo e Rio de Janeiro. Foi firmado um convênio entre a Prefeitura Municipal de Joinville e o IPHAN, em maio de 1972, objetivando garantir administração, pesquisa arqueológica de campo e laboratório, publicações, programas culturais e manutenção do Museu de Sambaqui. Esse convênio esteve vigente até 2008.
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Com o apoio do IPHAN, essa construção é a primeira do País projetada e edificada com a finalidade de ser um museu. O projeto foi feito pelo arquiteto Sabino Barroso, que contou com a assessoria do museólogo Alfredo Russins, ambos da equipe do IPHAN. Juntamente com engenheiros de Joinville, elaboraram uma edificação com característica arquitetônica modernista. O museu conta com espaços bem definidos, salas de exposições, reserva técnica, laboratório, auditório e biblioteca.
Certamente, o Museu de Sambaqui foi criado para ser um espaço produtor de ciência, onde o estímulo à pesquisa e à produção de conhecimentos sobre seus acervos dão subsídios para que o público conheça os objetos e as sociedades que o construíram, através de exposições, projetos educativos e publicações. Hoje, o museu tem cerca de 100 mil peças no seu acervo, mais de 160 solicitações de acesso de pesquisadores e mais de 10 mil itens de livros e periódicos catalogados na biblioteca.
Como já foi falado, Joinville é uma das cidades do Brasil com maior concentração de sítios arqueológicos do tipo sambaqui. Temos 41 no total, sendo que 10 deles estão localizados em área urbana. Esses que estão aparecendo na imagem são o Sambaqui Rio Comprido, localizado no bairro Comasa, e o Sambaqui Espinheiros II, os dois em áreas bem populosas.
Vamos falar de sambaquis como potencial turístico. Hoje temos na sede duas exposições abertas ao público, com entrada gratuita e que recebem aproximadamente mil pessoas por mês. Temos dois sítios arqueológicos preparados para receber visitantes. Um é o Sambaqui Morro do Ouro, esse que aparece à esquerda da imagem, onde se tem a pretensão de construir uma seccional do museu. O outro sambaqui aberto ao público é o do Parque Caieira, no bairro Adhemar Garcia. Outros dois sambaquis possuem projetos para a musealização, para comunicação e abertura à visitação pública. Eles estão em fase de captação de recursos.
Essas nossas exposições que aparecem na imagem estão montadas aqui no museu e abertas ao público de terça a domingo, das 10 horas às 16 horas.
Estou finalizando a minha fala. Espero que vocês tenham conseguido acompanhar através das imagens um pouquinho da história do museu.
Eu quero também agradecer à equipe do museu que está conosco. Quem está há menos tempo aqui é a arqueóloga Fernanda, que está só há 3 anos, mas todos os outros membros da equipe estão há mais de 10 anos conosco. Essa é uma equipe muito qualificada e aguerrida. Nós amamos o que fazemos e nos dedicamos muito aos nossos trabalhos, às nossas funções. Estamos juntas há muito tempo. Aqui é praticamente a nossa segunda casa. Espero que tenham conseguido acompanhar.
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Muito obrigada a todos.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Coelho. PODE - SC) - Nós é que agradecemos, Adriana.
Parabéns pela sua dedicação!
Confesso que não sabia que tinha se aposentado. (Risos.)
O Guilherme a resgatou, e você está agora na coordenação do museu. Pena que há outros projetos e vai nos deixar no final do ano, mas com certeza vai continuar fazendo parte disso, pois corre nas suas veias toda a história. Imagine passar toda uma vida não só no serviço público, mas no museu. Com certeza, é a sua vida: dorme, acorda, sonha com o museu. (Risos.)
A SRA. ADRIANA MARIA PEREIRA DOS SANTOS - É quase isso.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Coelho. PODE - SC) - E há um carinho muito grande.
A SRA. ADRIANA MARIA PEREIRA DOS SANTOS - Quando chove é bem complicado.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Coelho. PODE - SC) - Passa-se algum sufoco com as trovoadas, porque é um dos primeiros locais a alagar. Sabemos da riqueza do patrimônio e do transtorno causado pelas chuvas. Estamos passando um momento difícil agora, com chuvas, várias pessoas desabrigadas, desalojadas, com a tragédia que aconteceu na BR-376, quase na divisa com Santa Catarina. Aliás, não se sabe ainda o exato número de vítimas. Sabemos que muita gente ainda está desaparecida. Toda a equipe dos bombeiros está socorrendo pessoas, em mais uma tragédia que atinge nosso Estado, nossa região. Deus abençoe as famílias e em especial quem está lá trabalhando, para que faça um bom trabalho e o quanto antes possa resgatar as pessoas! Espero que haja o mínimo de vítimas. Isso mexe muito conosco, porque passamos lá diariamente. Imagine, passar por uma BR, e descer a terra, sem ter o que fazer. Isso foi muito trágico. E ainda ocorreu à noite. Como despencaram na ribanceira, está sendo muito difícil o resgate. Queira Deus que a chuva pare nos próximos dias, para facilitar o trabalho das equipes e não acontecer mais nada!
Voltando ao tema da audiência pública, quero parabenizá-la. A Associação de Amigos ajuda bastante os museus da nossa cidade. O Museu Nacional foi entregue recentemente, após restauro, que ficou lindo, belíssimo. Essa associação tem a função de ser um meio campo, assim como acontece com os conselhos locais de saúde, como acontece com os CONSEGs, na área da segurança. Essas pessoas se reúnem e ajudam disponibilizando não só tempo, mas também dinheiro do bolso. Muitas vezes é importante destacar o trabalho da Associação de Amigos, em todo esse período, com a participação de várias pessoas. O auditório sempre é cedido para outros eventos, para a comunidade, para reuniões. Eu me lembro de que reuniões do Conselho Municipal de Cultura eram feitas lá. Algumas apresentações de filmes também eram feitas lá; às vezes, o próprio pessoal da Casa da Cultura também usava o espaço. Aquele é um local muito utilizado, até pela localização, que é muito privilegiada. É um museu lindo, que tem uma construção diferente e que faz parte da história da cidade.
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Então, parabéns! Contem conosco.
E vamos em busca de recurso para fomentar ainda mais o museu, para tirar do papel este sonho de construir uma nova sede, um museu moderno, para que possamos ajudar cada vez mais a fomentar o turismo em nossa cidade.
Antes de encerrar esta audiência pública, eu passo a palavra à Roberta, à Adriana ou ao Guilherme, em especial, para que façam as suas considerações finais. Fiquem à vontade, caso ainda tenham alguma colocação para ser feita nesta audiência pública.
A SRA. ROBERTA MEYER MIRANDA DA VEIGA - Obrigada, Deputado Rodrigo.
Eu finalizo e passo a palavra para o Guilherme, caso ele queira fazer o encerramento.
Agradecemos esta oportunidade mais uma vez.
Contem conosco.
O SR. GUILHERME GASSENFERTH - Em primeiro lugar, quero mais uma vez parabenizar o Deputado Rodrigo Coelho pela sensibilidade em propor esta audiência, por cujo tema há pouco interesse político. Muitas vezes, as pessoas não dão valor para isso. Então, obrigado pela sensibilidade.
Também quero aproveitar para informar que, assim como V.Exa. perseguiu a reabertura dos espaços quando foi Presidente da Fundação Cultural, nós estamos trabalhando arduamente para reabrir todos os espaços que estavam com problemas de manutenção quando assumimos.
Amanhã nós temos a reabertura do Museu de Arte, lembrando os tempos em que V.Exa. estava à frente da reinauguração do Museu de Arte, em 2014. Ele acabou ficando fechado também por um período e, amanhã, ele será reaberto, depois de alguns anos fechado para o público.
Também quero informar que estamos finalizando o restauro do Museu Casa Fritz Alt, que já funcionava com a sua oficina lá em cima. No início do primeiro semestre, portanto, ele estará restaurado totalmente e aberto ao público mais uma vez. Se não me engano, desde 2010 ele estava fechado. Agora estamos reabrindo o museu. Queria aproveitar para informar isso e convidá-lo.
E finalizo a minha fala.
Como eu falei antes da Adriana, eu não sabia se ela ia falar ou não da saída dela, então eu fui um pouco tímido nesse momento. A Adriana está de saída do museu por opção, com protestos meus. Mas ela encerra com chave de ouro a sua participação por mais de 3 décadas no serviço público, uma dedicação incrível como servidora, um exemplo de servidora. Agora, com o reconhecimento nacional diante desta audiência que o Deputado propôs — ela estava nervosíssima quando V.Exa. fez o convite —, ela encerra com chave de ouro, recebendo o reconhecimento do Congresso, da Câmara dos Deputados, a esse trabalho incrível que ela está finalizando e que continuará, depois, na Associação dos Amigos.
Obrigado mais uma vez.
A SRA. ADRIANA MARIA PEREIRA DOS SANTOS - Obrigada. Sem palavras para agradecê-lo por tudo isso que você falou.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Coelho. PODE - SC) - Que legal! Você merece, Adriana. Você sempre foi uma pessoa querida por todos.
Com certeza, a Casa vai também fazer a divulgação necessária desta audiência pública sobre os 50 anos do museu nos meios de comunicação e, em especial, nos canais especializados em turismo e cultura.
15:54
RF
Como eu falei, é algo que poucos lugares do mundo têm. Por vezes, não damos bola para o que temos até começarmos a ter outro olhar. Eu me lembro de como era a Praia do Vigorelli, que hoje é um local belíssimo e logo ficará pronto. Tudo está sendo asfaltado e, em seguida, virá a iluminação e a reurbanização da praia. De lá é possível pegar a balsa e chegar à Vila da Glória, outro local fantástico. Também o Guaíra e o Parque de Caieiras são belíssimos. Ficam do lado de lá, onde também estão o Espinheiro e o Morro do Amaral.
Nós temos riquezas para as quais às vezes não damos o necessário valor. Mas, quando nós recebemos amigos que vêm de fora e vão a esses locais, eles ficam encantados. "Nossa! Joinville tem praia? Tem uma lagoa assim? Tem um lugar como a Baía da Babitonga? Tem museu?" Temos museu de arte, temos o Museu Arqueológico de Sambaqui, temos o Museu Casa Fritz Alt. Eu me lembro que, às vezes, às sextas-feiras, meio cansados, íamos à Casa Fritz Alt, nos sentávamos e aproveitávamos aquela vista, aquele vento. São locais belíssimos. Não podemos nos esquecer também da Casa da Cultura. Na época, conseguimos reabri-la. Ela tem um trabalho fantástico na descoberta e formação de vários talentos e na valorização de vários professores. Poucas cidades do Brasil têm um espaço como a nossa Casa da Cultura, que é gratuita e tem professores qualificadíssimos, que fazem um trabalho extraordinário.
Temos agora também o Museu da Dança, uma parceria com a iniciativa privada, que tem um trabalho fantástico com o Instituto Festival de Dança de Joinville. O Festival de Dança foi um sucesso, assim como a Festa das Flores, cada ano mais linda. É sempre um sucesso de público e encanta por sua beleza, por sua decoração. Essa é uma festa que nós temos, que faz parte da nossa tradição. Já há visitas agendadas para a próxima edição. O pessoal quer ir, gosta, adora essa festa, assim como acontece com o Festival de Dança. É importante sempre colocar em evidência e divulgar esses eventos, para que cada vez mais pessoas nos visitem.
Recentemente, o Airbnb divulgou que, fora aquelas cidades conhecidas, aqueles destinos mais visitados durante o verão, como Rio de Janeiro, Florianópolis e Balneário Camboriú, Joinville está em primeiro lugar dentre as cidades mais procuradas. O pessoal se hospeda ali, porque há toda uma estrutura.
Não era uma tradição nossa o Natal na cidade, mas já temos há 2 anos um Natal diferente. A cidade está linda, iluminada, colorida. Isso muda o astral neste momento político de polarização que vivemos, depois de 2 anos de pandemia, um período em que as pessoas ficaram confinadas, vamos dizer assim. Agora as pessoas querem ir para a rua e, quando saem, veem a cidade toda iluminada. Isso muda o astral e até fomenta o comércio. E o clima de final de ano fica bacana, quando estamos cada vez mais sensibilizados pelo momento por que passa o Brasil e o mundo. Destaco a situação por que passa o nosso Estado, que, nos últimos 7 dias, sofreu com essa chuva que nos prejudicou bastante.
Agradeço de coração a participação de vocês.
15:58
RF
Parabenizo a Adriana pela reabertura dos espaços e pelo trabalho, já há quase 2 anos nessa retomada à frente da fundação, agora Secretaria de Cultura.
O SR. GUILHERME GASSENFERTH - Os méritos são para a Roberta.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Coelho. PODE - SC) - A Roberta também já está há um bom tempo na fundação e ficou com as gestões que passaram, agora é a Adriana. Não sei quem vai assumir a próxima coordenação do museu.
A quem vai assumir a coordenação do museu, desejo sucesso e que haja continuidade do excelente trabalho que a Adriana fez, que vai, com certeza, deixar saudades. Quero dizer que podem contar conosco para ajudar a manter essa história belíssima de 50 anos do museu, que muito orgulha Joinville, Santa Catarina e o Brasil.
Agradeço a presença do Guilherme, da Roberta e da Adriana, que acompanharam a audiência de modo virtual, e aos servidores desta Casa, da TV Câmara, da Rádio Câmara. Os Deputados que estiveram aqui presentes deixaram um abraço também.
Não havendo mais quem queira fazer uso da palavra, declaro encerrada a presente audiência pública e convoco reunião da Comissão para a próxima quarta-feira, dia 7 de dezembro, às 14 horas, neste mesmo Plenário.
Está encerrada a presente audiência pública.
Muito obrigado.
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