4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 56 ª LEGISLATURA
38ª SESSÃO
(Sessão Não Deliberativa Solene (semipresencial))
Em 19 de Abril de 2022 (Terça-Feira)
às 10 horas

Horário
11:12	O SR. RAFAEL WEREE - Bom dia a todas as Parlamentares, a todos os Parlamentares e aos demais presentes. Neste Dia do Índio, nós temos lembranças tristes, muitas morte na pandemia. O Governo abandonou totalmente o nosso povo, assim como a população em geral. Por isso, nada de comemorar, como minha parente falou também. Agora, o Congresso para mim também é a casa da vergonha, que atropela os nossos direitos, que atropela a nossa vida, o nosso modo de viver no Brasil. A troco de que eles estão com pressa para aprovar PL 191, de 2020, da mineração que já acontece clandestinamente? Vamos lembrar que os nossos parentes e as crianças são sugados pelo maquinário da mineração. Essa é a marca do Brasil hoje. O Congresso quer legalizar a atividade de mineração nas nossas terras sem fazer uma discussão se é isso que queremos ou se é isso que não queremos. Não existe debate. Cadê a democracia de que falamos tanto no Brasil. Na prática, o que acontece para cima de nós é autoritarismo no Brasil. Para cima dos povos indígenas acontece autoritarismo do Parlamento e do Governo. Não existe democracia para nós. Por isso, a minha fala é breve, porque não há muito o que comemorar, mas quero lembrar que vamos lutar sempre. Nós vamos resistir. Já resistimos mais de 500 anos. Que venham mais 500 anos! Estaremos aqui no Brasil. Nós vamos lutar pela existência, pelo futuro da nossa geração. Eis que eu deixo essa mensagem neste dia dos povos indígenas. Agradeço a oportunidade à nossa Deputada Joenia Wapichana. O nosso partido também sempre está apoiando a nossa luta, como a nossa representante aqui no Congresso Nacional e como já houve na história do Brasil, na década de 80, o nosso finado Mário Juruna. Hoje isso se repete. E que venham mais Parlamentares indígenas este ano! De repente, realmente possa funcionar a democracia no Brasil.
11:16	Nós estamos lutando para isso, nós vamos resistir a tudo e a todos, à politicagem, à maldade que acontece conosco. Essa é a minha palavra, é o recado que eu deixo aqui na Casa do Parlamento do Brasil, no Congresso Nacional. Para finalizar, eu não queria tirar a máscara, eu queria falar com a máscara e de óculos também, porque aqui é a Casa da vergonha, da corrupção e a Casa da falta de respeito conosco neste Parlamento, no Brasil, vamos dizer assim. É isso. Muito bom dia a todos. Vamos comemorar, talvez, a tristeza, o sangue que aconteceu, mas a luta continua, e vamos resistir sempre. Muito obrigado. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Joenia Wapichana. REDE - RR) - Obrigada, Sr. Rafael Weree. Para quem acompanha essa trajetória do Rafael, ele é neto do primeiro Deputado Federal indígena, Mário Juruna. Então, o nosso reconhecimento a Mário Juruna, em memória dele, porque abriu esse espaço e mostrou que os povos indígenas têm essa capacidade, sim, de ser representante político de seu próprio povo. Parabéns.

Horário

11:12

O SR. RAFAEL WEREE - Bom dia a todas as Parlamentares, a todos os Parlamentares e aos demais presentes.

Neste Dia do Índio, nós temos lembranças tristes, muitas morte na pandemia. O Governo abandonou totalmente o nosso povo, assim como a população em geral. Por isso, nada de comemorar, como minha parente falou também. Agora, o Congresso para mim também é a casa da vergonha, que atropela os nossos direitos, que atropela a nossa vida, o nosso modo de viver no Brasil. A troco de que eles estão com pressa para aprovar PL 191, de 2020, da mineração que já acontece clandestinamente? Vamos lembrar que os nossos parentes e as crianças são sugados pelo maquinário da mineração.

Essa é a marca do Brasil hoje. O Congresso quer legalizar a atividade de mineração nas nossas terras sem fazer uma discussão se é isso que queremos ou se é isso que não queremos. Não existe debate. Cadê a democracia de que falamos tanto no Brasil. Na prática, o que acontece para cima de nós é autoritarismo no Brasil. Para cima dos povos indígenas acontece autoritarismo do Parlamento e do Governo. Não existe democracia para nós.

Por isso, a minha fala é breve, porque não há muito o que comemorar, mas quero lembrar que vamos lutar sempre. Nós vamos resistir. Já resistimos mais de 500 anos. Que venham mais 500 anos! Estaremos aqui no Brasil. Nós vamos lutar pela existência, pelo futuro da nossa geração.

Eis que eu deixo essa mensagem neste dia dos povos indígenas. Agradeço a oportunidade à nossa Deputada Joenia Wapichana. O nosso partido também sempre está apoiando a nossa luta, como a nossa representante aqui no Congresso Nacional e como já houve na história do Brasil, na década de 80, o nosso finado Mário Juruna. Hoje isso se repete. E que venham mais Parlamentares indígenas este ano! De repente, realmente possa funcionar a democracia no Brasil.

11:16

Nós estamos lutando para isso, nós vamos resistir a tudo e a todos, à politicagem, à maldade que acontece conosco. Essa é a minha palavra, é o recado que eu deixo aqui na Casa do Parlamento do Brasil, no Congresso Nacional.

Para finalizar, eu não queria tirar a máscara, eu queria falar com a máscara e de óculos também, porque aqui é a Casa da vergonha, da corrupção e a Casa da falta de respeito conosco neste Parlamento, no Brasil, vamos dizer assim. É isso.

Muito bom dia a todos. Vamos comemorar, talvez, a tristeza, o sangue que aconteceu, mas a luta continua, e vamos resistir sempre.

Muito obrigado. (Palmas.)

A SRA. PRESIDENTE (Joenia Wapichana. REDE - RR) - Obrigada, Sr. Rafael Weree.

Para quem acompanha essa trajetória do Rafael, ele é neto do primeiro Deputado Federal indígena, Mário Juruna. Então, o nosso reconhecimento a Mário Juruna, em memória dele, porque abriu esse espaço e mostrou que os povos indígenas têm essa capacidade, sim, de ser representante político de seu próprio povo.

Parabéns.

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