3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 56 ª LEGISLATURA
Comissão do Esporte
(Audiência Pública Extraordinária (semipresencial))
Em 22 de Novembro de 2021 (Segunda-Feira)
às 14 horas e 30 minutos
Horário (Texto com redação final.)
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O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Boa tarde a todos.
Declaro aberta a presente reunião de audiência pública, que está sendo realizada em atendimento ao Requerimento nº 56, de 2021, de minha autoria, Deputado Julio Cesar Ribeiro, para debater o uso da tecnologia nas pequenas e médias empresas e nos entes governamentais ligados ao setor do esporte.
Antes de iniciarmos este evento, esclareço os procedimentos a serem adotados na condução desta audiência pública.
Faremos primeiro a abertura da audiência com a presença do Exmo. Ministro da Cidadania e, em seguida, conduziremos as três Mesas temáticas.
Tenho a honra de anunciar e desde já agradecer, de forma muito especial, a presença do nosso querido amigo Ministro João Roma, Ministro de Estado da Cidadania e Deputado Federal.
Obrigado, Ministro.
Quero também convidar para se sentar conosco o Sr. Maurício Fernandez, Presidente da ABRIESP — Associação Brasileira da Indústria do Esporte.
É com grande satisfação que inicio mais um debate nesta Comissão voltado ao crescimento e desenvolvimento do setor esportivo em todo o País. Com a presença de autoridades, discutiremos nesta tarde o uso da tecnologia nas pequenas e médias empresas e nos entes governamentais ligados ao esporte.
A indústria do esporte é um segmento que vem ganhando destaque no cenário mundial. No Brasil, também está avançando a passos largos, no que diz respeito à inovação dos serviços e produtos esportivos. Conectados a esse avanço, também estamos à frente com revoluções digital e tecnológica. O mundo esportivo é formado por particularidades e engloba uma série de técnicas e estratégias que objetivam o melhor desempenho dos atletas. Com o passar dos anos, novos métodos, acessórios e objetos passaram a ser desenvolvidos e implementados nas rotinas dos treinos dos esportistas, com o intuito de proporcionar comodidade e explorar o que há de melhor em diversas modalidades.
Nesse sentido, o uso da tecnologia tem sido um aliado nas práticas esportivas. A existência de centros de pesquisas e testes para desenvolver e aprimorar as inovações nesse setor é uma realidade. Quem acompanha grandes competições muitas vezes não imagina a tecnologia por trás de cada equipamento utilizado em diversas modalidades e o quanto isso evoluiu ao longo do tempo. Na natação, por exemplo, as câmeras personalizadas instaladas no fundo da piscina proporcionam resultados assertivos tanto para os árbitros como também durante os treinamentos. No futebol, a chegada do árbitro assistente de vídeo tornou as partidas mais justas, sem mencionar a questão das bolas chipadas, que estão diretamente ligadas ao relógio do juiz. Já no atletismo, as roupas e os calçados chegam a possuir uma tecnologia apropriada. Os equipamentos também sofreram grandes mudanças ao longo dos anos.
Diante de tantas revoluções e evoluções, podemos afirmar que a influência da tecnologia está presente em praticamente todos os esportes.
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É exatamente essa revolução tecnológica que nos traz aqui hoje. Queremos descobrir novas formas de utilização da tecnologia nas empresas e nas entidades governamentais ligadas ao esporte, visando ao mercado exterior e à atração de investimentos.
Desejo um bom debate a todos. Que os encaminhamentos sejam os melhores possíveis.
Neste momento, antes de passar a palavra ao Ministro João Roma, quero dizer que fui pessoalmente ao seu gabinete, e ele me garantiu que estaria aqui. Tenho acompanhado o trabalho que o Ministro vem desempenhando, que é de muita relevância para o nosso País. Sabemos como é corrida a agenda de um Ministro, mas ele assumiu o compromisso de estar aqui. Eu falei que daria a palavra primeiramente a ele, pois sei dos seus compromissos. Depois, vou deixá-lo à vontade para dar continuidade às suas agendas.
Para nós, é uma honra muito grande receber V.Exa., que é um Deputado Federal de sucesso na Bahia e vem demonstrando isso à frente do Ministério. Parabéns pelo seu trabalho, Ministro! Muito obrigado pela sua participação. É uma honra ter V.Exa. aqui.
O SR. MINISTRO JOÃO ROMA - Boa tarde a todas as senhoras e a todos os senhores.
Cumprimento meus colegas Parlamentares, meu querido Deputado Julio Cesar Ribeiro, 1º Vice-Presidente desta Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, que vem desempenhando um excelente trabalho. V.Exa. é um Deputado que tem muita identidade com o setor do esporte, com a política pública voltada para o esporte no Brasil, um Deputado que está sempre atento.
Eu sempre gosto de comentar que o Deputado Julio Cesar não se deixa levar pela omissão. Ele é observador. Ele acompanha as agendas. Se um evento não vai bem, por exemplo, ou se há algum comentário, ele prontamente já liga, informa e nos ajuda. Então, eu já vou chamá-lo de "Coministro" da Cidadania, porque V.Exa. tem sido realmente um Deputado parceiro, um Deputado proativo, que não apenas desempenha o seu papel de representar os eleitores do Distrito Federal, que o colocaram nessa cadeira, mas também está atento a uma pauta tão importante para todo o Brasil, que é a pauta do esporte.
O esporte tem orgulhado cada vez mais o nosso Brasil, trazido alegria e também demonstrado ser uma importante ferramenta de transformação social, colocando muitas camadas da nossa população em caminhos virtuosos, em caminhos de superação.
Este ano é muito especial para o nosso Ministério. Neste ano, foram realizadas as Olimpíadas e as Paralimpíadas de Tóquio, com um número recorde de medalhas conquistadas pelo Brasil. Eu tive muito orgulho, Deputado Julio Cesar Ribeiro, de estar lá em Tóquio representando o Governo Federal na abertura das Olimpíadas.
Neste ano, nós batemos o recorde de concessões de Bolsa Atleta e de Bolsa Pódio, tidas pela maioria dos atletas como fundamental ferramenta para que eles consigam seguir adiante e superar suas marcas, porque é uma política pública permanente. É através desse tipo de suporte que muitos atletas deixam de passar privações em alguns momentos. Alguns inclusive conquistam grandes façanhas para o nosso Brasil e, às vezes, até recebem uma premiação em dinheiro, mas aquilo é esporádico, é pontual, não é permanente.
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Portanto, para que o atleta possa de fato superar suas marcas e ter foco completo na sua atividade, é muito importante haver políticas públicas duradouras, que deem todo o suporte e estejam próximas a esses atletas.
Neste ano, recentemente, nós tivemos a realização dos Jogos Escolares Brasileiros — JEBs, que passaram 17 anos sem serem realizados, Deputado Julio. Há 17 anos, não ocorriam os JEBs no Brasil. Sem dúvida alguma, foi um grande sucesso, com a participação de crianças, de delegações de todos os Estados do Brasil e do Distrito Federal. Vimos muitos estudantes, inclusive crianças, voltando para suas cidades e sendo recebidos com desfile em carro de bombeiro. Isso atua na autoestima das famílias e desses jovens atletas. Isso é um estímulo para a nossa sociedade encontrar, cada vez mais, um caminho de engajamento, um caminho de práticas saudáveis. Então, realmente há muitos pontos a comemorar.
Teremos ainda a Surdolimpíada, que vai ser realizada entre os dias 4 e 7 de dezembro. É um evento também muito importante, um evento que busca, cada vez mais, a pauta da inclusão, para dar sentido e encaminhamento para que muitas pessoas demonstrem suas capacidades, com a possibilidade de superação de marcas, de recordes.
Então, são muitas as ações que nos deixam muito felizes à frente desta Pasta do Ministério da Cidadania, que também é responsável pela política do esporte no Brasil.
A infraestrutura esportiva no Brasil tem avançado bastante. Nós temos hoje quase 3 mil contratos ativos, algo que vai além de 2 bilhões de reais em repasses do Governo Federal para a área de infraestrutura. Já tivemos mais de 1.083 infraestruturas consolidadas e entregues. Com a Lei de Incentivo ao Esporte, que é um quesito mais burocrático do Ministério, mas igualmente transformador, nós conseguimos também dar exemplo. Toda a estrutura da Secretaria Especial do Esporte está de parabéns, dirigida pelo nosso Secretário Especial Marcelo Magalhães. Nós conseguimos zerar a fila de prestação de contas da Lei de Incentivo ao Esporte. Além disso, tivemos um número recorde: mais de 2.500 projetos novos foram apresentados para a Lei de Incentivo ao Esporte.
Então, são ações fundamentais que mostram a importância de políticas públicas vinculadas ao esporte. Como isso tem sido transformador e essencial para a nossa sociedade!
Houve um feito também, a contrapartida de alguns atletas medalhistas olímpicos que retornaram ao Brasil e participaram de iniciativas. Em outro viés de política do Ministério da Cidadania, nós cuidamos também da prevenção e da superação do uso de substâncias químicas, de drogas. Esses atletas participaram de um projeto chamado Campeões da Vida e visitaram várias pessoas que, cotidianamente, lutam para superar as mazelas do mundo das drogas. Esses atletas também entregaram medalhas, para dizer: "Olha, eu fui a Tóquio, conquistei uma medalha para o Brasil, superei minhas marcas. E você tem se superado a cada dia. Portanto, você também é um campeão". São cenas muito comoventes, que tocam o coração de todos nós.
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Isso já transformou a realidade de muitas dessas pessoas. Houve história de filho que viu o vídeo do pai recebendo uma medalha dessa e pediu à mãe para visitar o pai, que estava longe do seu convívio em razão da dependência química, que tinha desestruturado toda a família. Trata-se de uma reestruturação de laços familiares, de novos horizontes para muitos brasileiros. Com o exemplo, com o estímulo do que o esporte tem feito, isso tem sido, sim, de grande ajuda para construirmos uma sociedade cada vez mais harmônica, para que possamos nos orgulhar cada vez mais do nosso Brasil e não ter vergonha do nosso País.
Eu fico permanentemente à disposição dessas iniciativas, Deputado Julio. A tecnologia transforma muita coisa. Agora mesmo, eu vim de uma reunião com o Ministro Marcos Pontes, nosso astronauta. Conversávamos especificamente sobre a implementação do Auxílio Brasil, o novo programa permanente de transferência de renda do Governo Federal, com suas diversas ferramentas e com a integração de políticas públicas voltadas para ir além de ofertar a essa camada da nossa população uma proteção à sua situação de vulnerabilidade, para ofertar a ela, sim, a capacidade e a possibilidade de transformação social, através de regras de emancipação, através de incentivos, como o Programa de Bolsas de Iniciação Científica, que pagará até mil reais para a família que tiver o filho classificado numa olimpíada escolar de matemática ou português.
Então, são muitas ferramentas, são muitos estímulos. E nós, cada vez mais, podemos observar como é importante aliar as novas práticas à mudança desses paradigmas todos, tanto na tecnologia de informação e comunicação quanto nos novos caminhos de fronteiras energéticas que o Brasil tem trilhado, com energias renováveis, como a solar e a eólica. Imagine, Deputado Julio: só lá no meu Estado da Bahia, que tem o Rio São Francisco, tem hidrelétricas, hoje mais de 70% da energia produzida é de fonte renovável. O Estado do Rio Grande do Norte está superavitário na geração de energia elétrica de fonte renovável também.
Então, são avanços significativos neste momento que o Brasil tem vivido.
Agora, com o leilão do 5G, imaginem o que isso pode impactar em transformação, com todas as BRs do Brasil, por exemplo, cobertas com sinal 5G, com sinal de Internet. Imaginem como isso pode interferir na melhoria da logística, da segurança, no aprimoramento dos transportes, para possibilitar que muitas pessoas desenvolvam atividades, com acesso ao conhecimento, acesso à informação, com cursos a distância.
Eu acho que o Brasil está vivendo especificamente uma mudança de paradigma muito grande. E o setor do esporte, sem dúvida nenhuma, que está sempre na vanguarda, tem que também estar atento a todas essas ferramentas que estão disponibilizadas, não apenas com equipamentos, mas também com a disseminação de conhecimento, desde a área da nutrição até o tipo de treinamento, até o acesso a informações sobre modalidades esportivas. Nós somos, sim, o "país do futebol", mas existem muitas modalidades olímpicas que devem ser facultadas, até para que possamos incluir muitos talentos aqui no Brasil. E, muitas vezes, isso se dá meramente através de uma informação. As pessoas nem sequer conhecem determinadas modalidades esportivas.
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A utilização da tecnologia como aliada é necessária para, cada vez mais, potencializar essa importante ferramenta de transformação social, que é o esporte, uma ferramenta que busca uma sociedade saudável, uma sociedade que possa, sim, trilhar caminhos virtuosos, com engajamento, para incluir cada vez mais os diversos brasileiros, para possibilitar que eles superem seus limites. Tudo isso é sempre muito bem-vindo para conseguirmos superar inclusive as nossas limitações de burocracia, de estrutura de poder público, para alcançar uma quantidade cada vez maior de brasileiros.
Parabéns pelo tema discutido hoje! Eu permaneço um tempo ainda aqui na Comissão, Deputado Julio, caso haja a eventualidade de alguma pergunta específica; mas daqui a pouco eu vou ter que me ausentar, porque, de fato, nós estamos numa semana muito importante. Nesta semana, deve ser apreciada aqui na Câmara a Medida Provisória do Auxílio Brasil, de relatoria do Deputado Marcelo Aro. Também está em andamento a PEC dos Precatórios, que está sendo analisada no Senado. A Câmara dos Deputados já aprovou essa PEC, já recebeu os meus agradecimentos, assim como do Presidente Bolsonaro, pela sensibilidade ao tratar de uma matéria importante. Não se trata de uma matéria de Governo, mas, sim, de uma matéria do Estado brasileiro, que busca neste momento, uma vez que a pandemia está passando, mas que os efeitos sociais e econômicos dessa pandemia ainda perduram e vão ainda deixar as suas marcas na nossa sociedade, um mecanismo para reforçar a política social do Governo para as pessoas mais necessitadas, as que estão na faixa da pobreza e extrema pobreza, pessoas que muitas vezes nem sequer têm como arcar com necessidades básicas, pessoas que ainda enfrentam o dilema da insegurança alimentar e nutricional, pessoas que literalmente muitas vezes passam fome, o que é inadmissível num país que produz alimentos para alimentar mais de 1 bilhão de pessoas, fornece um em cada cinco pratos de comida no mundo e desperdiça mais de 30% do que produz. Então, não é por escassez de alimento que nós temos uma realidade tão triste como essa.
Nós temos que somar esforços, sim, para viabilizar a esses brasileiros e a essas brasileiras o mínimo de condição que o Governo possa disponibilizar, no caso, garantindo que cada um dos integrantes do programa não receba menos de 400 reais. É nosso papel sensibilizar os Senadores para a importância e urgência dessa matéria.
Eu agradeço a oportunidade de poder ocupar este espaço para falar um pouco do que o Ministério da Cidadania tem feito em relação ao esporte e me coloco à disposição.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Ministro, sou eu que agradeço, juntamente com todos os convidados que aqui estão, a sua presença, com um conteúdo tão valioso como esse que V.Exa. nos traz nesta tarde.
Já que V.Exa. me qualificou como "Coministro" do Esporte, eu queria só acrescentar à sua fala que, além de tudo isso que o Ministério já fez, ainda realizou também os JUBs — Jogos Universitários Brasileiros, que aconteceram aqui em Brasília e só foram possíveis graças ao empenho de V.Exa. e de todo o secretariado da Secretaria Especial do Esporte, na pessoa do Marcelo. Estiveram em Brasília 4 mil universitários durante quase 10 dias. Isso movimentou a economia em quase 15 milhões de reais. Foi mais uma ação que o Ministério desenvolveu de forma perfeita.
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Daqui a pouquinho, o Luciano, Presidente da CBDU, estará conosco também participando desta audiência.
Já vejo o Herbert ali.
Queria passar a palavra ao Sr. Maurício Fernandez, Presidente da ABRIESP — Associação Brasileira da Indústria do Esporte, que fará um resumo de tudo aquilo de que nós iremos tratar nesta tarde e também trará notícias de um grande evento que será realizado no ano que vem, capitaneado pelo Ministério da Cidadania.
Com a palavra Maurício Fernandez.
Obrigado, Maurício.
O SR. MAURÍCIO FERNANDEZ - Deputado Julio Cesar, queria agradecer uma vez mais a deferência dada ao setor produtivo esportivo no seu formato indústria, comércio e serviço. A ocasião em que levamos nossa pauta ao Ministro Roma, em audiência solicitada pelo senhor, foi de grande valia para que houvesse uma percepção desse setor produtivo, que é de grande importância para o Brasil — é um setor que exporta, é um setor que emprega, é um setor que paga impostos.
Nesse nosso trajeto, que se iniciou com o Deputado Marcos Pereira, que, como Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, nos recebeu de braços abertos dentro do seu Ministério, pudemos nos desenvolver. E agora, com o trabalho desta Comissão do Esporte, apoiados pelo Secretário Lindberg, e com esse trabalho que nós vamos apresentar aqui, queremos expandir as fronteiras.
Como bem citou o Deputado Julio Cesar, numa ação que nós fizemos em conjunto com três Deputados republicanos num evento em Munique, na ISPO, houve a oportunidade de se ter uma percepção mais forte do que é a indústria esportiva. Daí as coisas começaram a acontecer. O Deputado Julio Cesar, junto aos demais Deputados republicanos, sensibilizados, criaram a oportunidade de trazer para Brasília um grande investimento do setor produtivo, com um grande congresso do setor público e do setor privado.
Eu vou passar rapidamente uns eslaides para a compreensão do que nós queremos colocar, agradecendo, mais uma vez, a esta Comissão que nos recebe.
(Segue-se exibição de imagens.)
Nós estamos juntando pedaços, montando o quebra-cabeça, o puzzle desse evento.
É importante mostrar para vocês o tamanho do setor produtivo esportivo. É um grande setor. Existem trabalhos efetivos aqui em Brasília que nos permitem quantificá-lo. Todas as quantificações que vinham sendo feitas são especificamente para mostrar quantas quadras existem no Brasil, o que existe de jogos de basquete, de vôlei. Agora, esse trabalho da indústria diz quantos bilhões de reais nós movimentamos. Já fizemos várias apostas. Acreditamos que o setor esportivo, se não é o terceiro, é o quarto maior do Brasil, em função de tudo o que ele envolve de serviço, indústria e comércio.
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Aqui, eu apresento alguns números relativos ao impacto do futebol, como o crescimento do PIB do setor, do mercado esportivo, que pode crescer ainda mais. Espera-se 5% de crescimento ao ano até 2025.
Essa parte do esporte na economia tem sido abraçada pelo Presidente Carlos Melles. Numa outra audiência que o Deputado Julio Cesar fez, ele acabou entendendo que esse setor produtivo deveria ser mensurado pela pequena e média empresa. O SEBRAE já está caminhando nesse processo. Tudo isso nos aproximará das oportunidades.
Já existem dois trabalhos encaminhados, um pelo SEBRAE, e outro pela FIESP, pelo Dr. Mario Frugiuele, que conseguiu uma verba este ano. O SEBRAE já está trabalhando com a Fundação Getulio Vargas. Existem outras iniciativas, como o Panzetti mesmo sabe, já acontecendo em outras partes do Brasil. Nós queremos juntar os esforços para podermos levantar qual é o tamanho do esporte na economia, número que poderá ser apresentado em várias entidades ou associações e em vários Ministérios.
Vou apresentar rapidamente alguns números cedidos pelo Comitê Brasileiro de Clubes. Sei que o esporte universitário tem outros números. Aqui está o crescimento de participantes nos jogos; a divisão por territórios pelo CBC; os campeonatos brasileiros interclubes — o crescimento vem acontecendo; os beneficiados dos campeonatos interclubes; e como os esportes vêm contribuindo nos Jogos Olímpicos.
Este, rapidamente, é um organograma um pouco complicado. Isso vem sendo feito desde 2012. Hoje, particularmente, nós queremos nos relacionar com todas as Secretarias dentro do Ministério da Cidadania, para tratar de temas que vão desde levantamento do setor produtivo até inovação e exportação. Esta parte diz respeito à Lei de Incentivo ao Esporte, um processo muito importante; esta diz respeito à capacitação do gestor para ele poder captar essas verbas; e esta diz respeito ao relacionamento do esporte com todos esses órgãos aqui presentes: Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovações, das Relações Exteriores, da Saúde, da Educação, do Turismo, da Economia e da Cidadania.
Do Turismo, em particular, temos a presença da Débora. Trouxemos também a EMBRATUR, inserida na parte de atração de investimento, para eles sentirem a importância que tem o esporte para a atração de investimento. Nós vamos entrar em assuntos semelhantes.
No organograma, existe toda uma parte que mostra os setores do esporte, particularmente com a sua indústria: inovação, normalização, exportação e integração com o setor público. Além disso, temos as emendas, que são verbas que vão nos auxiliar, como ocorrerá no caso do evento, e temos uma matriz de relações entre as entidades junto com a indústria.
Este evento começou em 2014, em São Paulo. Nós vamos desenvolver um trabalho em conjunto com as várias entidades aqui presentes e espalhadas pelo Brasil afora e, mais adiante, o instituto vai apresentar um desfecho, que vai acontecer aqui em Brasília. Trata-se da integração do setor público com o setor privado. Este Road Show do Esporte aconteceu em oito cidades do Estado de São Paulo.
Agora, ao final, o instituto vai apresentar o que pretende fazer em relação à capacitação de gestores.
Vamos tratar agora um pouco de Alemanha. Daqui a pouco o Cônsul Mauro vai falar. Nós estivemos também, por intermédio do Deputado Julio Cesar, com o Carlos França.
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Pedimos apoio a todos as SECOMs do Brasil e do mundo todo para podermos divulgar este nosso evento. Contamos com a participação do Deputado Julio na última ISPO Academy, em Munique, onde estivemos com os três Deputados. Foi daí que nasceu a iniciativa.
Nós também acabamos de voltar de Dubai, onde recebemos um prêmio de inovação. A Confederação Nacional de Serviços nos apoiou — o Dácio está aí presente —, e compramos o estande. A APEX esteve presente, e nós levamos nossas startups.
O que é importante no próximo quadro que vai acontecer é a nossa intenção. Na parte de atração de investimento, nós vamos falar de BRICS.
Fizemos um evento em 25 de novembro de 2020, que juntou o Marcos Troyjo, Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento — NDB, trazido com o auxílio do nosso amigo Paranhos, com o Sergio Segovia, Presidente da APEX na ocasião. Fizemos um grande evento com os BRICS para a atração de investimento. Tivemos participantes da Índia, da China, da Rússia, da África do Sul. E vamos repetir a experiência.
Ministro, no dia 16 de dezembro — eu já havia convidado o seu gabinete —, nós vamos fazer a segunda edição desse BRICS Infrastructure Investment Forum para falarmos de atração de investimento através dos BRICS. Vamos reunir, de novo, o Presidente do Banco dos BRICS e integrantes dos cinco países para falarmos como é que o esporte pode se beneficiar com a ação dos BRICS. Convidamos o Deputado Julio Cesar para participar e gostaríamos da presença de todos vocês no acompanhamento de como é que os BRICS podem financiar a infraestrutura esportiva.
Basicamente é isso que eu tinha a dizer. Nós vamos agora dar sequência tratando da questão de inovação, que é muito importante. Como é que a inovação pode fazer diferença para o esporte? Como é que as startups podem trazer uma diferença?
O Ricardo vai entrar on-line. Ele vai explicar como é que nós estivemos agora em Dubai com o sport tech. O Brasil inovou na GITEX. O Ministro do Turismo de Dubai criou uma oportunidade dentro da maior feira de tecnologia do Oriente Médio, junto com a Expo Dubai, o que fez com que o Brasil criasse na área de sport tech, sobre o qual o Ricardo vai falar agora. Já passarei a palavra para ele.
Essa é a forma de nós podermos inovar. O prêmio de inovação que nós vamos desenvolver aqui no Brasil vai trazer iniciativas — o Deputado Julio Cesar já vai apoiá-lo, junto com o Vereador Rodrigo Goulart, de São Paulo. Nós vamos fazer uma premiação nacional e uma internacional aqui em Brasília. Depois, vamos levar nossos vencedores para a Copa do Mundo no Catar e para Dubai. O Brasil está inovando mais uma vez.
Passo a palavra para o Ricardo.
Obrigado, Ministro.
Obrigado, Deputado Julio.
O SR. RICARDO SILVA - Boa tarde a todos.
Todos estão me escutando?
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Estamos escutando muito bem. Pode falar, Ricardo.
O SR. RICARDO SILVA - Boa tarde, Ministro da Cidadania João Roma, Deputado Julio Cesar Ribeiro, Maurício Fernandez. Obrigado pelo convite, pela oportunidade de estar aqui apresentando um pouco desse trabalho.
Parabéns a todos os que estão nos assistindo presencialmente e on-line.
(Segue-se exibição de imagens.)
Eu vou falar rapidamente sobre inovação, tecnologia, acessibilidade e sustentabilidade. Cada vez mais, isso está integrado.
Quando nós falamos sobre isso, não podemos nos esquecer do trabalho feito pela Secretaria Especial do Esporte. Inclusive, contamos aqui com a presença do Bruno, que participou de um dos prêmios realizados em São Paulo, on-line. Ele conhece bem o tema, até por ter vivido na Alemanha.
Então, através da Secretaria Especial do Esporte e das demais secretarias, nós entendemos que pode ser realizado um avanço nessa área de tecnologia nos próximos meses e, se Deus quiser, nos próximos anos.
Eu vou avançar um pouquinho mais para falarmos da ISPO, que o Maurício mencionou rapidamente.
A ISPO é a maior feira do mundo da indústria do esporte. Ela é realizada em Munique, no antigo aeroporto da cidade. São 18 pavilhões em uma área de 200 mil metros quadrados. O que você pensar na área de inovação da indústria do esporte passa por lá. Na última edição, realizada antes da pandemia, houve 80 mil visitantes e 120 países presentes.
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Por que nós comentamos isso antes? Como mencionado pelo Maurício — e o Deputado Julio tem ciência do fato —, foi fomentada lá atrás, logo depois da Copa do Mundo, a necessidade de desenvolver o setor e dar visibilidade à tecnologia associada ao esporte, à saúde e ao lazer.
Então, em 2019, é realizado um prêmio. Esse prêmio consegue, junto com a ISPO, ter um apoio para levar os vencedores à Alemanha. Na primeira edição, nós temos a presença e o apoio da CNS, através do Luigi Nese, que é o Presidente da confederação. Aqui, representando o Município, está o Vereador Rodrigo Goulart; e, representando a FIESP, aqui está o Victor. Inclusive menciono aqui, de novo, o Mario Frugiuele, que é um grande incentivador disso e hoje está à frente do CODE na FIESP. E aqui estão os vencedores.
Aqui é mostrada a presença do Mauro, nosso querido amigo Embaixador, hoje Cônsul em Munique. Ele conhece muito bem essa indústria do esporte, é praticante do esporte. Aqui estão as diversas reuniões temáticas com a presença do Deputado Julio.
Quando avançamos um pouco, aqui está a participação das startups brasileiras, que se apresentaram no palco principal. O Deputado Julio abriu os trabalhos. Aqui são mostradas as startups ao final, podendo dar o testemunho delas sobre a importância de se apresentarem ao mercado internacional, de trocarem informações.
Por que nós mencionamos isso? Porque vamos chegar agora a Dubai. As últimas duas edições da GITEX, em 2019 e em 2020, foram vencidas por duas startups brasileiras, as duas na área de educação. E a competição entre startups promovida por eles é considerada a Copa do Mundo. Eu vou entrar em detalhes um pouco mais para a frente.
Vocês podem ver aqui o crescimento das entidades que apoiam o prêmio. Inclusive, depois da edição do prêmio de 2019, surgiram algumas outras iniciativas pelo Brasil apoiando a inovação e a tecnologia no esporte.
Por que acontece isso? As duas startups que venceram tiveram uma conversa com os organizadores da feira, e nós propusemos a eles criar uma vertical de sport tech. E eles falaram: "Qual é o universo de sport tech que vocês podem nos apresentar?" Aí eu, rapidamente, mostro: mídia, broadcasting, análise de dados de engajamento dos fãs, dos estádios, área de patrocínio dos esportes e performance de atletas.
Com esse cenário, eles rapidamente entenderam e criaram uma área chamada economia criativa, que reúne esporte, música, arte. Aí, num evento que, na edição de 2019, tinha 750 startups, 75 países, 19 setores de tecnologia, mas ainda não tinha o esporte, num fórum de diversos setores que era realizado, com 350 palestrantes de 30 países, com mais de 400 investidores, nós apresentamos a ideia, apresentamos um formato e partimos para a realização.
A GITEX reconhece a importância das startups brasileiras. Ela cria inclusive toda uma divulgação. E, na primeira competição das sports techs, tivemos duas brasileiras na final: a StadiumGo!, que é a primeira fintech do esporte, que ganhou a edição do prêmio aqui no Brasil — uma menina de 29 anos é quem está à frente disso —; e a TacticUP, na área do futebol.
Avançando, indo para o pit, para a competição, aqui nós temos a StadiumGo! se apresentando. Aqui temos a TacticUP, de Minas Gerais, na área do futebol. E aqui está o vencedor, cujo produto foi muito bem feito — essa primeira edição foi vencida por uma startup da Arábia Saudita.
Nós vamos para as imagens da área do fórum. É preciso mostrar um pouco do que é esse universo de tecnologia que acontece no mundo.
Tivemos a honra — fico muito feliz com isso — de poder ter a presença do fundador da Reebok, John Foster, hoje com 85 anos, contando a história dele, como surgiu a Reebok em um formato de startup.
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Aqui à direita está Christian Lau, CTO do Los Angeles Football Club, hoje o time mais valioso da MLS, que é a principal liga de futebol americana.
Aqui está o representante da La Liga, que hoje é a referência global no uso de tecnologia na área digital, na área de transmissão.
Aqui, à minha direita, vestido com paletó branco, está o CTO do PGA European Tour e do Ryder Cup, que aproveitou para lá fazer uma prévia do lançamento das novas tecnologias que estão sendo apresentadas agora em janeiro num dos torneios mais importantes que existem no Oriente Médio e que será realizado em Dubai.
Aqui, vestido de preto, está nosso convidado especial, representando o Brasil, Felipe Ribbe, do Atlético Mineiro. Esse foi o primeiro clube brasileiro a pensar em inovação, criar uma área e fomentar isso.
Continuando, mostramos com a presença do Ministro Marcos Pontes, citado agora pelo Ministro. O Maurício reuniu-se com os diretores da feira, e isso propiciou uma visita guiada pelos (ininteligível), por um dos representantes da feira, com a presença do Ministro e do representante da Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo, o Chuí, que foi jogador de basquete. Foi apresentado tudo o que propusemos e que foi realizado lá.
Com isso avançamos. Aqui está o encontro do Ministro Marcos Pontes com a Bruna, conhecendo um pouco da solução dela, a primeira fintech do esporte no mundo, que eu saiba. Estão presentes o Paulo Alvim e também o Embaixador Igreja. Aqui está o representante da CNS, o Dácio Pretoni, que vi que está presente também no plenário.
O quisemos mostrar é o seguinte: a função é abrir as portas para as grandes mentes, para as soluções inovadoras que o Brasil tem. O Brasil é muito conhecido na área de fintech, na área agrícola e na área de edutech. Este ano foram investidos 35 bilhões de reais só nessa área de tecnologia. E damos um exemplo: a partir do momento em que a Bruna ganhou, ela esteve no Estado de São Paulo. Nesta foto veiculada pela meio&mensagem, aqui em cima, ela está com Luigi Nese, da CNS. Nesta foto veiculada pela Veja, ela está num evento do Ronaldo Fenômeno. Por que quisemos unir os dois?
Este é mais um lançamento realizado na GITEX. O último vencedor da GITEX foi o JADE Autism, que é um trabalho fantástico realizado pelo Ronaldo. Ele fez uma parceria com o Atlético Mineiro, a partir da qual eles vão realizar esse trabalho voltado para o autismo, um trabalho fantástico na área de educação.
O que entendemos? Entendemos, o que, inclusive, é a percepção de quem esteve lá presente...
Aqui a TacticUP está mencionando como foi importante a participação deles lá em Dubai.
Aqui está o maior fundo de venture capital da Hungria. Hoje 5% são utilizados na área de sport tech, e eles devem aumentar esse investimento.
Aqui está a percepção do Atlético Mineiro como clube brasileiro que participou lá. Ele está falando sobre qual foi a importância.
Houve reuniões de trabalho realizadas com autoridades que estiveram presentes.
Aqui está um pouquinho do que deve acontecer no ano de 2022, um calendário-tentativa, com a realização do prêmio nacional de sport tech, mencionado pelo Maurício, mais o congresso internacional, sobre o qual o Herbert, aí presente, vai entrar em detalhes. Haverá a realização de um evento internacional de sport tech que vai culminar em Dubai em outubro, na segunda edição — ficamos muito honrados de ser representantes deles no Brasil —, e depois, em novembro, em Munique.
Isso aqui é um resumo. Tentei ser o mais sucinto possível, mas acho que deu para ter uma ideia do trabalho que pode ser feito e está sendo feito pelas startups brasileiras no cenário internacional.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Obrigado, Ricardo Silva, pela sua participação muito esclarecedora.
Quero só registrar que o Ricardo Silva é Conselheiro e Diretor de Novos Negócios da Associação Latino-Americana de Gestores de Instalações Desportivas — ALAGID. Ele participou por videoconferência deste painel que já estamos iniciando.
Quero dizer que neste painel teremos a participação do Sr. Christoph Rapp, Diretor da Messe München. Também ouviremos o Sr. José Mauro da Fonseca, Cônsul do Brasil em Munique; o Sr. Flávio Luiz Barros da Costa, Coordenador dos Negócios de Saúde e Bem-Estar do SEBRAE; e o Sr. Conselheiro Luis Fernando Corrêa da Silva Machado, Chefe da Divisão de Promoção Tecnológica, representando o Ministério das Relações Exteriores.
Convido agora o Sr. Christoph Rapp a se pronunciar e fazer aqui sua participação por videoconferência.
O SR. CHRISTOPH RAPP - (Manifestação em língua estrangeira.)
O SR. INTÉRPRETE - O Sr. Christoph Rapp é Diretor da Messe München/ISPO e vai fazer um breve resumo do acontecimento do ano de 2022.
O SR. CHRISTOPH RAPP - (Manifestação em língua estrangeira.)
O SR. INTÉRPRETE - O esporte vem se tornando, cada vez mais, uma ferramenta política de inclusão social e tem crescido muito no mundo, principalmente pós-pandemia.
O SR. CHRISTOPH RAPP - (Manifestação em língua estrangeira.)
O SR. INTÉRPRETE - A ISPO vem se programando. Neste ano de pandemia, houve quatro extensões. Para o ano de 2022, estão planejados dois grandes eventos. Não vão fazer o de janeiro, mas vão fazer um em junho e, depois, outro em novembro. Vão fazer dois grandes eventos presenciais novamente, voltando à atividade presencial.
O SR. CHRISTOPH RAPP - (Manifestação em língua estrangeira.)
15:29
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O SR. INTÉRPRETE - A ISPO este ano terá um evento presencial em junho. A dimensão da ISPO o Julio conheceu junto com os Deputados Ossesio Silva e Roberto Alves. Eles viram o tamanho da feira. Eles vão trabalhar a sustentabilidade do esporte como ferramenta. E na data de novembro terá mais destaque a grande feira, porém, com a inovação tecnológica no esporte.
O SR. CHRISTOPH RAPP - (Manifestação em língua estrangeira.)
O SR. INTÉRPRETE - Este ano o destaque maior da feira presencial será em novembro. Nós já estamos fazendo a pré-seletiva para Dubai e Munique com os prêmios que o Julio Cesar promove junto com o Deputado Vavá Martins — o prêmio de inovação. Nós vamos levar os nossos vencedores tanto para Dubai quanto para Munique. A ISPO de Munique será presencial também com um grande destaque para as startups.
O SR. CHRISTOPH RAPP - (Manifestação em língua estrangeira.)
O SR. INTÉRPRETE - Ele dá boas-vindas ao Brasil, recordando que nós estivemos, Ministro, com o Secretário de Futebol Ronaldo e tivemos a ideia de o Ministério da Cidadania, através da Secretaria do Futebol, abraçar a ideia de fazer o prêmio para as startups aqui no Brasil, com a emenda do Deputado Julio Cesar, e finalizar depois em Munique, com essa grande oportunidade.
O SR. CHRISTOPH RAPP - (Manifestação em língua estrangeira.)
O SR. INTÉRPRETE - Todos serão muito bem-vindos a Munique no próximo ano na maior feira de esportes do mundo.
Muito obrigado. Agradeço ao Deputado Julio Cesar e ao Ministro a oportunidade de estar presente no Congresso.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Obrigado, Sr. Christoph.
Convido o nosso queridíssimo Cônsul do Brasil em Munique, Sr. José Mauro Fonseca, a fazer uso da palavra.
V.Exa. tem a palavra.
O SR. JOSÉ MAURO FONSECA - Muito boa tarde aos senhores no Brasil — aqui já é noite.
15:33
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Antes de mais nada, obrigado pela oportunidade de participar desta reunião com V.Exas.
Aproveito a ocasião para saudar o Ministro João Roma; o Deputado Julio Cesar Ribeiro; o Sr. Maurício Fernandez; o Secretário de Esportes, Bruno Souza, que eu conheci durante a minha última passagem ao Brasil; e, naturalmente, o Ricardo Silva, que conheço da primeira edição da Expo, da qual eu participei.
Todos sabem bem que a ISPO é um acrônimo do inglês international trade fair for sporting goods and sports fashion, que vem reunir todos os principais players, agentes econômicos, prestadores de serviços, fabricantes de produtos vinculados ao setor esportivo.
Por que o setor esportivo merece e deve participar de um evento que concentra fabricantes e prestadores de serviços como a ISPO? Essencialmente, porque, organizado, o setor esportivo brasileiro teria uma grande oportunidade, num evento como esse, que é uma imensa vitrine, de promover a nossa capacidade de prestar serviços e de preparar técnicos especializados em esportes, nos quais o Brasil tem renomada competência. Também teriam oportunidade os fabricantes de produtos que têm uma tecnologia diferenciada e avançada, além de produtores de moda vinculada ao setor esportivo.
Que eles venham, auxiliados por esse perfil do setor que a Fundação Getulio Vargas e o SEBRAE estão organizando, e usem de uma estratégia de longo prazo para apresentar o setor brasileiro ao mercado internacional. Isso, naturalmente, gerará mais empregos, maiores dividendos para o setor brasileiro, divisas para a nossa economia, que é exatamente o que se busca quando se procura o mercado internacional.
Eu não posso deixar de enfatizar a relevância de uma organização e de uma estratégia para se participar de um evento desses com maior garantia de ter o sucesso que se pretende.
15:37
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Eu gostaria de lembrar a V.Exas. que tivemos, por ocasião da visita do Secretário de Esportes, em fevereiro de 2020, a oportunidade de visitar, por exemplo, os sete locais a que Portugal esteve presente. E, nessas sete áreas da feira, Portugal essencialmente vendia confecção, fabricando para grandes marcas de esportes de verão e de inverno, e tecidos tecnológicos — impermeáveis, resistentes à água, que protegem a pele contra o sol, etc. Eles tinham a expectativa, quando começaram a participar da ISPO, de vender, em 5 anos, 3 bilhões, mas superaram essa marca muito antes da meta. Participam deste evento com grande sucesso, graças ao esforço e disciplina na hora de criar uma estratégia de longo prazo.
Então, é isso o que a ISPO vai trazer. A ISPO está na Alemanha porque esse é um dos maiores mercados de esportes do planeta. Estou vendo que há uma estimativa de que nosso setor fature 10 bilhões de dólares; o mercado alemão tem a expectativa de faturar 80 bilhões de dólares. E é por essa grande atratividade e prática do esporte, que é sinônimo de qualidade de vida, que a ISPO se tornou esse gigante que é, de concentração de praça de atividade esportiva e de comércio vinculado ao esporte.
Era isso que eu tinha a dizer.
Muito obrigado a V.Exas. Aguardo a oportunidade de responder a perguntas se V.Exas. as tiverem.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Muito obrigado, nosso queridíssimo Cônsul José Mauro Fonseca, que tão bem nos recebeu em janeiro de 2020, quando estivemos aí com uma delegação do Brasil. Grato em revê-lo.
Convido o Sr. Flávio Barros a, também por videoconferência, utilizar da palavra neste momento.
Seja bem-vindo.
Muito obrigado.
O SR. FLÁVIO LUIZ BARROS DA COSTA - Boa tarde, Sr. Ministro.
Boa tarde, Deputado. Boa tarde a todos os participantes.
Eu represento aqui o SEBRAE. O nosso presidente não pôde participar, e eu o estou representando.
É uma honra e um prazer estar aqui e participar desse grande movimento que está acontecendo.
O SEBRAE é a casa do empreendedorismo brasileiro. Ele está fomentando os pequenos negócios. E, na indústria, no comércio e nos serviços do esporte existe uma grande parcela de pequenos negócios. Não existem só os grandes empreendimentos, nem só os empreendimentos governamentais. Mas nós sabemos que há uma grande parcela deles e estamos empenhados em identificar toda essa parcela — podemos até admitir que não sabemos o total de tudo.
O empreendedorismo está muito interligado à inovação. Então, o empresário só consegue se manter na sua atividade, gerando renda e faturamento, se inovar, se criar sempre uma coisa nova para o seu consumidor.
15:41
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Nós verificamos, durante a pandemia, que causou esse malefício todo — e que está causando ainda, é óbvio que não como no ano passado —, que as empresas se reinventaram. Muitas empresas, cerca de 70%, estão usando aplicativos para divulgação, para efetuar vendas, e isso é tecnologia. Essas pequenas empresas precisaram se reinventar.
Em uma pesquisa que fizemos, nós verificamos que os negócios que mais se aproximaram do público foram os que mais inovaram, como, por exemplo, academias e empresas de educação. No caso das academias, por exemplo, 73% delas inovaram. Nós vemos tendências do fitness para 2022: serviços disponíveis 24 horas; aulas ao vivo on demand; práticas restaurativas; treinos ao ar livre; prática de exercícios por meio de tecnologias digitais. Nós vemos aqui uma série de inovações, e o SEBRAE, na sua missão de empreendedorismo, tem a finalidade de auxiliar, apoiar o pequeno empresário.
Eu já vi até o nosso amigo Fernando falando sobre o grande estudo que a FIESP está fazendo do mapeamento da cadeia do esporte no Brasil, trazendo grandes números, que ninguém imaginava: participação no PIB grandiosa, grande número de pessoas trabalhando na cadeia. Nós, do SEBRAE, que trabalhamos com o micro e o pequeno empreendedor, precisamos mapear não os grandes números, que vão servir, é óbvio, mas os números ligados ao nosso público, ligados ao pequeno negócio, ao microempreendedor, ao microempresário, para que nós possamos auxiliar, apoiar e desenvolver políticas de apoio ao empreendedorismo nesse segmento.
Como foi anunciado anteriormente, estamos em vias de contratar a FGV para realizar um estudo para nós mapearmos qual é a participação do micro e do pequeno empresário dentro dessa grande cadeia do esporte. Esse é um intento nosso, que já foi divulgado e está em vias de acontecer. É óbvio que não vai ser para o final deste ano, mas mais à frente eu acredito que nós já tenhamos esses números, de maneira a apoiar e fazer essa parcela do empresariado ligado ao mundo esportivo gerar renda, emprego, melhorar sua condição de vida. Esse é um dos nossos grandes intentos, porque nós não tínhamos os dados sobre a cadeia do esporte ligada ao pequeno empresário.
15:45
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Temos algumas soluções atualmente, como o Up Digital e o ALI, este ligado ao Ministério da Economia através do Programa Brasil Mais, que está atendendo 120 mil empresários, assistidos por meio dos agentes locais de inovação, melhorando a qualidade de gestão desses negócios, e temos empresas ligadas ao esporte. Outro grande programa é o nosso SEBRAETEC, que oferece 250 soluções e consultorias de alto nível subsidiadas, fazendo o pequeno e o microempresário crescer, melhorar, transformar seu negócio.
Era essa a minha fala, para mostrar aos senhores o que nós pretendemos com todo esse pacote. Estamos à disposição e tentando, o máximo que pudermos, ganhar velocidade, porque, queiramos ou não, estávamos um pouco atrasados. Houve muito desenvolvimento, infelizmente, por conta de uma pandemia. Mas houve muita melhora, muita rapidez no crescimento dos negócios, principalmente por conta de inovação, e o SEBRAE não pode ficar para trás. Ele tem que auxiliar e apoiar o pequeno, em especial o pequeno da cadeia do esporte.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Agradeço ao Flávio Barros a participação. Peço que transmita um abraço do amigo, Deputado Julio, ao Presidente do SEBRAE, Carlos Melles.
Terminando este bloco, quero convidar para fazer uso da palavra o Conselheiro Luis Fernando Corrêa da Silva Machado, que também participará do debate por videoconferência.
Boa tarde, conselheiro, seja bem-vindo.
O SR. LUIS FERNANDO CORRÊA DA SILVA MACHADO - Boa tarde. Eu quero cumprimentar o Ministro da Cidadania, João Roma, todas as Deputadas e todos os Deputados da Comissão, por meio do Deputado Julio Cesar Ribeiro, o nosso Cônsul-Geral em Munique, Embaixador José Mauro da Fonseca Costa Couto, e todos os presentes.
É um prazer poder falar da atuação do Itamaraty — que acho não ser muito conhecida — na área de promoção tecnológica. Creio que todos estão muito a par do que é uma atuação mais tradicional nessa área de ciência, tecnologia e inovação: a negociação de tratados internacionais, a organização de comissões mistas intergovernamentais, a participação em organismos internacionais que lidam com ciência e inovação.
Cada vez mais, o Itamaraty vem atuando nessa área de apoio à internacionalização do sistema brasileiro de ciência, tecnologia e inovação, que abrange institutos de pesquisas tradicionais, parques tecnológicos e startups, na atração de investimentos por setor e na divulgação do Brasil como Nação inovadora. Isso se dá por meio da nossa rede de embaixadas e consulados no exterior, dotada de setores de ciência, tecnologia e inovação, os quais estão capacitados para atender às demandas tanto de pesquisadores quanto de empreendedores na área de inovação tecnológica.
Desde 2017, todas essas iniciativas passaram a ser reunidas dentro do chamado Programa de Diplomacia da Inovação, que tem um caráter anual.
15:49
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Nós já publicamos as iniciativas do próximo ano na página eletrônica do Itamaraty, na seção de Ciência, Tecnologia e Inovação. Inclusive, convido todos a darem uma olhada. A maioria das ações tem caráter multissetorial e pode ser de muita valia para essa vertical que é o sports tech.
Nós temos, para startups, a oportunidade de participação em feiras, muitas das quais nós realizamos em conjunto com a APEX Brasil, que incluem a Web Summit, em Lisboa; a South Summit, em Madrid; a Viva Technology, em Paris, e até a Feira TNW, nos Países Baixos. Incluem ainda ações que têm uma fase de capacitação mais densa, como o próprio Programa StartOut Brasil, que terá edições em 2022 em Santiago e em Chicago, e ações que reúnem diversas dimensões, como a Semana de Inovação Brasil-China.
Todas essas iniciativas estariam abertas a essa vertical. Até o Ricardo deu o exemplo da participação na GITEX 2021, no ano passado. Tanto o stand brasileiro quanto a ida dos empresários foi apoiado pelo Programa de Diplomacia Inovação. Nós tivemos muita felicidade de ver a (ininteligível) como uma das vencedoras — a (ininteligível) venceu a edição anterior e também já participou dos nossos programas de internacionalização. Isso tudo é para dizer que é uma jornada dos empreendedores, um longo caminho.
Nós vemos que a internacionalização não é só exportar, não é só receber investimento, conseguir um distribuidor lá fora, mas é fazer essas conexões, é conhecer as tendências, é estar a par para que as soluções tecnológicas brasileiras sejam competitivas no plano internacional. Por isso é muito importante essa conexão constante com os ambientes de inovação estrangeiros.
Portanto, gostaríamos de nos colocar à disposição dos senhores. Acho que é importante começar a definir os mercados e construir ações. Nós já viemos fazendo isso, por exemplo, com vários outros setores, como o setor das fintechs, que foi aqui mencionado pelo Ricardo. Nós temos feito várias atividades, mesmo digitais, de conexão de mercados que acho que são muito importantes para começar a tornar mais conhecido esse setor brasileiro no exterior. É algo que já está à disposição dos empreendedores e que pode ser mais bem utilizado. Nós vemos o setor de sports techs ganhando densidade e maturidade no Brasil. Eu considero que ele já está pronto para começar essa jornada de internacionalização, e nós nos colocamos à disposição para apoiar esse início.
Sr. Presidente, agradeço a oportunidade.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Obrigado, Conselheiro Luis Fernando Corrêa da Silva Machado, pela sua participação.
Declaro encerrada esta primeira Mesa, que tratou de inovação e oportunidades.
15:53
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Tenho a honra de convidar para compor a segunda Mesa, em que trataremos de atração de investimentos no esporte, a Sra. Débora Moraes da Cunha Gonçalves, Secretária Nacional de Atração de Investimentos, do Ministério do Turismo; o Sr. Maurício Fernandez, Presidente da Associação Brasileira da Indústria do Esporte — ABRIESP; o Sr. Roberto Paranhos, Presidente da Câmara de Comércio Brasil-Índia; por videoconferência, o Sr. Mario Frugiuele, Diretor-Titular do Comitê do Desporto da Federação da Indústria de São Paulo — CODE/FIESP; o Sr. Bruno Bezerra de Menezes Souza, Secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, que também está participando por videoconferência; a Sra. Claudine Bichara de Oliveira, Gerente de Geração de Receitas da EMBRATUR; e o Sr. Thomas Timm, Vice-Presidente da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha.
Lembro que os convidados deverão limitar-se ao tema em debate e disporão de 5 minutos para suas considerações.
Concedo a palavra ao Sr. Maurício Fernandez, que vai explanar sobre esse tema agora.
O SR. MAURÍCIO FERNANDEZ - Obrigado, Deputado Julio, mais uma vez, por esta oportunidade para a indústria.
Nós pedimos a participação do Thomas Timm, Vice-Presidente da Câmara Brasil-Alemanha, que esteve na nossa reunião lá em Munique, em 2020. Ele pegou um avião só para essa reunião; foi e voltou, encontrou conosco. E pedi ao Roberto Paranhos também que fizesse parte da Mesa, porque ele correpresenta a Índia. Particularmente, o Brasil já tem um representante, que é o Rolf Pickert, representante da Messe Muenchen, e a feira de Munique tem a sua frente em todos os países do BRICS.
Vou apresentar rapidamente esses slides para falar sobre BRICS e atração de investimentos. Pedi ao Paranhos para participar porque ele tem um profundo conhecimento junto à CNI e a várias frentes, e ao Mario Frugiuele também, que nos sensibiliza com essa participação pelo CODE, que é o braço do esporte dentro da FIESP. Ele vai entrar em breve.
Vou apresentar rapidamente os eslaides do BRICS. Nós, no dia 16 de julho, fizemos o convite ao Deputado Julio Cesar Ribeiro e ao Ministro João Roma para que estejam presentes no nosso evento do BRICS em São Paulo, enfatizando que nós queremos sugerir ao Congresso Internacional de Capacitação de Gestores do Esporte, que tem o Herbert como coordenador, que inclua o tema BRICS e atração de investimentos na discussão.
(Segue-se exibição de imagens.)
Os eslaides são esses. Esse foi o último encontro que nós realizamos. Nele estavam presentes o Presidente da APEX e o Presidente do Banco do BRICS.
No eslaide seguinte, vemos o Marcos Troyjo, que fez uma palestra na época.
Nós convidamos vários países a estarem presentes. A Índia também teve o Invest India presente — quando o Paranhos falar, ele vai fazer uma rápida citação.
Esses são alguns dos integrantes desse evento, que foi um grande sucesso e onde pudemos abordar também como o esporte pode se beneficiar.
Está aí o Governo chinês, a CNSG.
Basicamente, é isso.
Quero chamar atenção para o evento do BRICS que vai acontecer no dia 16 de dezembro, data próxima à do Congresso Internacional de Capacitação de Gestores do Esporte, que tem por objetivo trazer investimentos para os gestores públicos, a fim de que eles possam atender essa demanda que se apresenta.
Essa é minha apresentação.
Obrigado, Deputado Julio Cesar. Muito agradecido.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - E o vídeo? O senhor vai passar o vídeo?
O SR. MAURÍCIO FERNANDEZ - Vamos passar o vídeo. Quem está participando desse vídeo é o representante do Governo chinês, da CNSG, que é um braço do Governo chinês, da GAS — General Administration of Sport. O Randy Zhang, que representa a CNSG, já participou de eventos anteriores, juntamente com o seu diretor.
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(Exibição de vídeo.)
O SR. MAURÍCIO FERNANDEZ - O Randy representa o China National Sports Group, que é parte da GAS — General Administration of Sport of China, que corresponde ao nosso Ministério do Esporte. Ele esteve no Brasil conosco em 2017 e 2018 e vem fazendo um trabalho de nos aproximar mais dos investimentos.
Eles construíram as arenas esportivas da Olimpíada de Inverno. Eles também criaram o BRICS Sports Union na China — nós assinamos o MoU. Ele vai participar no nosso fórum, Deputado Julio, agora no dia 16 de dezembro, para colocar a parte da Índia junto, e virá ao Brasil — se tudo correr bem e houver oportunidade, ele gostaria de estar no Brasil tanto no evento sobre inovação quanto no congresso, que vai acontecer em abril e em maio.
Basicamente, esse é o recado da China.
Temos aqui o Roberto Paranhos, que falará sobre a Índia, e estamos juntando os países do BRICS para falar a respeito de atração de investimentos para o esporte nas nossas construções esportivas.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Obrigado.
Dando sequência, convidamos o Sr. Mario Frugiuele, que também vai participar conosco por videoconferência.
Boa tarde, Sr. Mario. Seja bem-vindo.
O SR. MARIO FRUGIUELE - Boa tarde. É um prazer estar aqui com os senhores.
Cumprimento a Mesa e todos os demais na figura do Deputado Julio Cesar e na figura do Ministro João Roma.
Na verdade, essa questão da atração de investimentos para o esporte passa diretamente por um trabalho que nós estamos realizando aqui na FIESP, que é a devida mensuração do que representa a cadeia produtiva da indústria do esporte na geração de empregos no nosso País e na participação do PIB nacional.
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Talvez o principal incentivo à inovação tecnológica e à consequente atração de investimentos seja justamente dar importância ao setor em que se está trabalhando. Se você tem um setor pujante e importante dentro da economia, esse setor vai ensejar o desenvolvimento de novas tecnologias e inovações, porque isso tudo vai dar resultado em função da própria dinâmica desse setor e da produtividade que essas inovações tecnológicas trazem para o processo.
O Maurício Fernandez faz parte do grupo do CODE — Comitê da Cadeia Produtiva do Desporto da FIESP e tem acompanhado junto conosco todo esse desenvolvimento de apoio ao esporte. Dentro do CODE, o que nós entendemos é que a cadeia produtiva é forte à medida que o esporte é forte. Então, nós apoiamos o esporte como um todo, fazemos um trabalho forte de ações em prol do esporte em todos os ângulos do próprio esporte.
Nós temos uma situação muito interessante. Através do trabalho que estamos desenvolvendo e ultimando, temos agora números que poderão dar uma visão mais clara de como se pode investir e atrair investimentos para o setor.
Na verdade, já temos notícias de alguns países que querem investir no Brasil e procuram algumas associações até fora do esporte, porque eles têm interesse em investir no esporte brasileiro, devido à importância que já enxergam dentro desse setor.
Então, o que nós estamos fazendo é mostrar essa importância com os números que estamos desenvolvendo e levantando para definir exatamente a importância do esporte na economia brasileira e na geração de empregos. Em toda a cadeia do esporte nacional hoje, existem aproximadamente 1 milhão e 700 mil trabalhadores. Portanto, essa é uma forte geradora de empregos e participa com cerca de 1,4% do PIB nacional, que é um número muito forte.
De acordo com um levantamento feito pela OMS em 180 países, o Brasil é um dos países mais sedentários do mundo — a média de sedentarismo mundial é de cerca de 24%, e o Brasil tem uma média de 44% de sedentarismo. Então, se nós fizermos um trabalho dirigido, organizado, planejado, com a união de todos os entes que defendem o esporte, poderemos trazer o Brasil para a média mundial e, teoricamente, reverter 20% de ganho percentual na população brasileira, o que representa 40 milhões de habitantes.
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Trazendo para o mercado 40 milhões de consumidores representa adquirir praticamente uma França de consumidores. Isso, sem grandes evoluções ou investimentos iniciais, já está aí. É um mercado novo que aparece. Nós costumamos dizer no CODE que o esporte é ganha-ganha. Não tem como você perder no esporte.
Esta é a nossa bandeira: trazer esse novo trabalho, que é inédito no Brasil, demonstrando o que é realmente essa cadeia e sensibilizar o poder público no sentido de que ele, efetivamente, entendendo a importância dessa cadeia do esporte e da atividade física, faça um planejamento e uma estratégia de desenvolvimento maior para o setor.
Era o que tinha a dizer.
Obrigado a todos.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Obrigado, Mario Frugiuele, pela sua participação.
Convido agora o Bruno Souza, Secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, que também irá participar por videoconferência.
Bruno, seja bem-vindo. Muito obrigado pela sua presença.
O SR. BRUNO BEZERRA DE MENEZES SOUZA - Muito obrigado, Julio Cesar e Maurício, mais uma vez, pelo convite.
Obrigado, Ricardo, José Mauro, Luis Fernando e todos os que acompanham o nosso trabalho e o meu empenho em falar um pouco sobre tecnologia no esporte, um tema de que eu gosto muito.
Ao representar, mais uma vez, o Ministro João Roma e o Marcelo Magalhães, eu não posso deixar de saudar o nosso queridíssimo Secretário de Futebol, Ronaldo Lima, que também participa desta audiência pública.
Os debates acerca dos aspectos econômicos que envolvem a indústria do esporte representam um pontapé inicial para a busca de oportunidades de desenvolvimento do desporto no Brasil, dentro de toda a sua real capacidade.
A SNEAR, Secretaria de que hoje faço parte, busca a inovação, vide principalmente o programa que nós fizemos de digitalizar o Bolsa Atleta neste ano de pandemia. Nós conseguimos digitalizar esse programa, que vem desde 2004. Os atletas — pasmem! — ainda enviavam 70 mil documentos físicos ao Ministério do Esporte para que fossem analisados! E hoje tudo é digitalizado. Apenas com um clique, com o envio e a assinatura eletrônica, esses atletas conseguem ter o reconhecimento para o Bolsa Atleta.
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Há algumas alternativas que ampliam o investimento no esporte brasileiro de forma a buscar um retorno mais amplo de todas as partes envolvidas: investidores, indústrias, confederações e demais instituições do esporte.
O Brasil se firma como uma potência econômica, e a indústria do esporte, as organizações e atividades econômicas relacionadas à produção e ao consumo dele, tratam de gerar vendas, lucros e garantir entretenimentos e emoções para o público em geral envolvido. Quanto maior o interesse e a participação da população nesses temas ligados ao desporto, maior será o consumo dentro do esporte.
Em números, sobre oportunidades de investimento, dados do IBGE de 2011 ainda apontam que a prática esportiva representou 1,9% do PIB, considerando crescente a consciência e a necessidade da prática esportiva. Indo até 2005, pudemos chegar a 5% do PIB. Então, vemos que, se houver investimento no ramo, seguiremos em crescimento. O relatório anual do Year in Sports aponta que a prática esportiva foi o principal método encontrado pelas pessoas para saírem e se manterem ativas em meio às restrições da COVID-19. Uma pesquisa da Polar indicou que o treino funcional ou o treino caseiro aumentou em 94% durante a pandemia. Dados apontam ainda que, no Brasil, o número de praticantes de atividade física, logo após o primeiro período da pandemia, subiu muito acima do esperado. Passaram de 43% a 73% aqueles que fazem algum tipo de atividade esportiva.
Para o legado esportivo, pensamos, é claro, em desenvolver e capacitar, como disse muito bem o Maurício anteriormente, os centros de treinamento já existentes, como o Ministro citou. Precisamos desenvolvê-los tecnologicamente. Eu tive a oportunidade de viver na Alemanha durante muitos anos e sei que hoje as grandes peneiras nacionais do esporte acontecem mediante tecnologia também.
Temos centros que não conseguimos gerir, e eles são muito caros. Na visita que fiz a Blumenau, por exemplo, a um dos maiores centros do esporte nacional, o SESI, tive conhecimento de que o SESI custa hoje ao Município de Blumenau 150 mil reais por mês, dos quais, 85 mil reais são só em energia. Por que não transformá-los, então, em energia solar, tirando, assim, esse custo do orçamento público, e investir, de fato, na ponta ou no desenvolvimento esportivo em geral? Esse é um dos grandes problemas que temos no Brasil. Criamos equipamentos, não conseguimos geri-los nem buscamos tecnologia para que eles sejam mais sustentáveis. Quanto a investimentos públicos no esporte de alto rendimento, o Ministro citou alguns. Somos um dos países que mais investem. Brigamos para estar no quadro de medalhas, mas com baixo investimento em relação aos nossos oponentes. E os nossos oponentes, os dez primeiros no quadro de medalhas, como China, Estados Unidos, Alemanha, dentre outros, têm um investimento tecnológico muito grande.
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Ao considerar os principais desafios nos investimentos, buscamos também inovar através de programas governamentais nas três esferas — federal, estadual e municipal. Temos alguns problemas e desafios em relação às nomenclaturas. Além das CNAEs, NCMs, os relatórios da balança comercial preliminar de cada mês, emitidos pelo Ministério da Economia, apresentam incongruências ao trazerem, por exemplo, artigos esportivos na mesma categoria de carrinhos de bebê, de brinquedos, de jogos, o que impede uma avaliação melhor e fiel do que está ocorrendo com as importações e exportações no ramo esportivo. Para identificar essas peculiaridades, precisamos ir mais a fundo. E há também a alta incidência tributária, que pesa sobre equipamentos esportivos e causa um grande efeito negativo em busca por empresas, indústrias e investimentos que possam se interessar na entrada do capital no País para investimentos no ramo esportivo.
A Secretaria vem trabalhando muito junto ao Ministério da Economia e ao Congresso Nacional com leis voltadas a esse tema, para que o Brasil consiga reverter o alto gasto com tributações e investimentos diretos no esporte, refletindo assim o crescimento total do ramo, e também das indústrias, das empresas e das instituições que crescerão através da ampliação e visibilidade, ao concretizarem esses investimentos.
Ao se aumentar o consumo de produtos esportivos no Brasil, aumenta-se a arrecadação com impostos dos mesmos. Vamos usar o exemplo do skate. Dois meses antes das Olimpíadas, conseguimos, através de um decreto presidencial, abaixar a tributação do skate, que era taxado como brinquedo. Conseguimos, através do Exmo. Sr. Marcelo Magalhães, junto ao Presidente da República, a queda de 20% para 2%, o que fez crescer o investimento e trazer resultado, como o já conquistado por essa modalidade.
É necessário que se tenha uma noção sistêmica e intersetorial do esporte de supply chain, em que um sistema maior não isolado envolve várias vertentes, desde a cadeia produtiva, com foco na entrega, que atenderá a necessidade, até o sistema de valor, que agrega mais valor no atendimento à necessidade. O Brasil possui um enorme potencial de crescimento não só no esporte interno, mas também na difusão e na elevação do nome da indústria, de distribuidores, de fabricantes e de investidores em nível nacional e internacional. Agradeço, mais uma vez, a oportunidade de participação nesta reunião ao Deputado Julio Cesar, que é um combatente no esporte. Nós estamos à disposição para ajudar nesse sentido. O investimento no esporte trará mais resultados não só no alto rendimento, mas também na saúde da população e na economia do País. Meu muito obrigado, Deputado Julio Cesar e Maurício, mais uma vez, pela oportunidade de participar.
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O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Obrigado, Bruno Souza, Secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, pelas suas palavras.
Convido agora para falar a Sra. Débora Moraes da Cunha Gonçalves, neste ato representando o nosso querido Ministro Gilson Machado.
Seja bem-vinda!
A SRA. DÉBORA MORAES DA CUNHA GONÇALVES - Obrigada, Deputado Julio Cesar, pelo convite para estar aqui. Boa tarde, senhoras e senhores, demais Parlamentares.
Maurício, obrigada pelo convite. Sei que você intercedeu por isso.
Deputado, por coincidência, a primeira pauta da minha fala é justamente sobre impostos para importação de veleiros. O turismo anda muito próximo aos esportes. No tocante ao turismo em águas — digo turismo em águas porque, se falarmos só turismo náutico, faremos injustiça com a pesca esportiva e com outras formas de turismo em águas, como o mergulho e tantos outros —, na última quinta-feira, foi aprovada pelo GECEX — Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior a inclusão de barcos a vela na lista de exceções à tarifa externa comum do MERCOSUL. A medida assegura em torno de 20% de redução do valor total dos tributos da importação de veleiros, e isso vai fomentar, e muito, a modalidade esportiva. O recorde de medalhas do Brasil é na vela. Vamos fomentar esse esporte através do turismo náutico, que, querendo ou não, também é um atrativo turístico. Foi bem pontuada agora pelo Secretário Bruno a questão dos impostos, e temos essa grande notícia, que foi muito positiva, principalmente para o turismo náutico, na última semana.
Quanto à inserção do turismo e do esporte, temos toda a parte do ecoturismo, que envolve caminhada, hiking, mergulho, stand up, kitesurf, ciclismo, canoagem e tantas outras modalidades que encontramos como atrativos turísticos nos nossos parques nacionais. Hoje estamos junto com o MMA trabalhando em quatro estudos para concessões de parques nacionais. O MMA trabalha em mais 50 parques junto ao BNDES. Todos esses parques e ativos fazem parte de um grande portal de investimentos do Ministério do Turismo, que fica no site investimento.turismo.gov.br, que está aberto para cadastro de projetos tanto públicos quanto privados, desde que tenham cunho turístico. Eu vou ter aqui em Brasília, por exemplo, uma piscina de ondas cadastrada; o boulevard do Estádio Mané Garrincha também, tudo isso para atrair investimentos para o turismo e, consequentemente, para o esporte no Brasil, em algumas situações, é claro.
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Então, essa é uma plataforma que está aberta para as mais diversas áreas e os mais diversos projetos. Temos desde os greenfields, com terrenos para o turismo, até os resorts seis estrelas, passando pelos parques nacionais atrativos do Revive. Tudo isso nós podemos abarcar, e — por que não? — também atrativos do esporte que tenham finalidades turísticas, como uma piscina de ondas que tenha a prática do surfe ou qualquer outro atrativo que envolva o ecoturismo.
Tudo isso é muito bem-vindo no nosso site e fica exposto para o mundo. Por exemplo, o Ministro, recentemente, esteve na Semana do Brasil na Expo Dubai, e esse site foi apresentado a diversos investidores internacionais no evento elaborado pela APEX, de investimentos nas mais diversas áreas. O turismo também estava lá bem muito bem representado. Como bem diz o nosso Ministro, o Brasil é a grande bola de investimento, é o investimento da vez no pós-pandemia, porque nós temos seis biomas, uma mata, uma fauna e uma flora irretocáveis, o que nos dá grandes oportunidades de investimento nas mais diversas áreas, especialmente no ecoturismo. É isto que todo mundo está procurando hoje, no pós-pandemia: o turismo de natureza, o turismo aberto, o turismo em águas. E aqui nós temos a pesca esportiva, o mergulho, os arrecifes artificiais.
Tudo isso está ligado a atividades esportivas, mas também está muito ligado ao turismo. E no que nós do turismo pudermos ajudar para fomentar o esporte nacional, por favor, Deputado, conte conosco.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Obrigado, Débora, pela sua participação.
Convido também a Sra. Claudine Bichara de Oliveira, que vai participar conosco por videoconferência. Ela já está aí?
A SRA. CLAUDINE BICHARA DE OLIVEIRA - Estou aqui, sim.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Boa tarde. Seja bem-vinda!
A SRA. CLAUDINE BICHARA DE OLIVEIRA - Boa tarde a todos.
Eu estou querendo complementar o que a Débora falou sobre o turismo de maneira mais geral e global. A minha área é de geração de recursos. E, obviamente, a captação de investimentos para as nossas áreas — como ela bem disse, o esporte e o turismo andam muito juntos — é absolutamente vital.
Ao falar de tecnologia, eu acho que, como foi dito, a busca de patrocinadores, a divulgação, a apresentação para o mundo das empresas passa, hoje em dia, por tecnologia e, não há sombra de dúvida, por maior eficiência. Talvez eu não vá falar do que foi feito, pois gostaria mais de apontar o que podemos fazer tanto na área de esporte como na área de turismo: justamente organizar nossas bases de dados, para que elas sejam absolutamente transparentes e inteligíveis para quem está interessado em fazer negócios com o Brasil tanto no apoio e no investimento no esporte como no apoio ao turismo.
16:25
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Eu acho que existe um campo de trabalho em conjunto com todas as nossas entidades, principalmente as setoriais, as patronais, o SEBRAE, a capacitação, etc., para dar ferramentas às empresas para elas poderem usar a tecnologia, em especial as PMEs, e se organizar no mundo digital. Eu acho que isso é absolutamente vital para termos maior eficiência na busca de parceiros, na busca de investidores, na busca de clientes, na busca de insumos ou qualquer que seja.
Esse é um dever de casa que o Brasil tem que fazer entre todas essas entidades: ajudar as PMEs a entrar no mundo digital não como consumidoras, mas como comerciantes, sendo elas mesmas protagonistas da sua venda e da sua promoção.
Por exemplo, nessa missão em que fomos a Dubai, nós criamos uma lista das informações absolutamente necessárias que qualquer empreendimento teria que apresentar aos investidores. Essa classificação, que pode, depois, ser passada como está na plataforma de investimentos do Ministério do Turismo, tem que ser traduzida em base de dados, em parâmetros que podem facilitar essa busca.
Isso já é um passo antes da inteligência artificial, que tem que ser a chefe de orquestra. Se, hoje em dia, todos os relacionamentos, mesmo os amorosos, passam por parâmetros digitais e coeficientes, quanto mais no mundo dos negócios!
Esse é um convite para se fazer uma comissão mista para todo mundo trabalhar junto, porque existe uma visão matricial, existe uma coisa que é comum a todos, que é essa organização em base de dados, em coeficientes, em parâmetros que podemos buscar facilmente.
Existe outro trabalho mais vertical, que é ligado a cada setor. Por exemplo, o Secretário Bruno estava dizendo que há uma nomenclatura que não se adapta ao esporte. Nós do turismo também temos que nos organizar em função de outra nomenclatura. Então, eu convido o Congresso — e talvez este seja o trabalho — a ser o mobilizador de uma ação comum entre essas entidades todas juntas, para que o Brasil inteiro ganhe mais eficiência através do uso das tecnologias pelas PMEs.
Essa é minha contribuição a este painel.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Obrigado, Claudine Bichara, pela sua participação. Um grande abraço ao pessoal da EMBRATUR e parabéns pelo trabalho!
Convidamos o Sr. Thomas Timm, que, também por videoconferência, irá participar desta audiência pública.
O SR. THOMAS TIMM - Boa tarde, Deputado Julio Cesar. Muito obrigado pela oportunidade de participar desta audiência.
Maurício, muito obrigado por estar aqui com vocês.
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Eu quero trazer uma informação e sugestão para o trabalho que o Brasil poderia aproveitar, pois está passando por dificuldades na avaliação da sua imagem no cenário internacional, especificamente na Alemanha. Trata-se de vincular as atividades que foram mencionadas e não são conhecidas em profundidade, mostrar de que maneira elas contribuem para o cumprimento dos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas.
(Segue-se exibição de imagens.)
Muitas pessoas não conhecem sustentabilidade, falam de boca cheia, mas sequer sabem que existe essa referência. Então, a Câmara está trabalhando firmemente. Nós estamos alinhando nossas ações aos ODS. Essa é minha sugestão. O setor de esporte não é conflitante. Todo mundo quer promover o esporte, todo mundo está à vontade. O Brasil é conhecido pelas vitórias que o esporte trouxe. Muita coisa foi falada aqui, mas não se conhece a contribuição significativa do esporte para aqueles ODS. Eu vou citar como exemplo a redução da desigualdade, no objetivo 10. Com certeza, o esporte contribui de forma significativa. Educação, qualidade, igualdade de gênero, saúde e bem-estar em primeiro lugar. Ou seja, acho que essa seria uma forma de o Brasil se posicionar e sair dessa discussão sobre desmatamento, Amazônia e quantos quilômetros quadrados foram desmatados nos últimos tempos. Assim, a discussão poderia contribuir para elevar a imagem do Brasil a outro patamar.
Minha sugestão é vincular isso que foi falado, porque é muito importante reconhecer tudo o que está sendo feito, e ninguém conhece lá fora. Ninguém sabe que existe tanta coisa positiva no Brasil. Essa proposta seria uma referência para vincular as ações numa agenda positiva e passar por uma melhoria da imagem do Brasil.
Outra coisa que já está sendo feita é aproveitar o estreito relacionamento com a APEX. Nós da Câmara em São Paulo fizemos um acordo com o Presidente Segovia. Sabemos que existem recursos na APEX que podem ser utilizados na promoção da imagem do Brasil no exterior. A Câmara está aqui há 105 anos, não vai sair do Brasil, e está de braços abertos para atingir o investidor. É preciso convencê-lo, porque o Brasil não é o único País onde ele pode investir. Ele tem um mundo à sua disposição para ser competitivo, para seu produto ser melhor que o da concorrência. Então, quero deixar isso registrado.
Acredito que o Brasil não aproveita o que tem, poderia se tornar uma referência mundial no mundo da sustentabilidade. A tecnologia, principalmente a 5G, vai revolucionar o nosso dia a dia. Isso é totalmente incrível, natural, e já está acontecendo. Mas acho que não está sendo feito um vínculo entre a sustentabilidade e o setor esportivo. Queria muito que esse vínculo fosse feito no futuro.
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Deputado Julio Cesar, eu faço essa sugestão, Maurício, por favor, então, para o futuro, braços abertos, e vamos para frente!
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Obrigado, Thomas Timm, pela sua participação e pelo belíssimo conselho que nos traz. Com certeza, estaremos aqui meditando para tentar viabilizar isso.
Convido agora o Sr. Roberto Paranhos, que está aqui conosco, para também trazer sua contribuição. Eu lhe agradeço a participação.
O SR. ROBERTO PARANHOS - Muito obrigado, Deputado Julio Cesar Ribeiro. Parabéns por presidir esta Comissão sobre esportes, da maior importância para qualquer país, e também por trazer o apoio de vários Ministros, inclusive presencialmente, como é o caso do nosso Ministro da Cidadania, João Roma.
Quero agradecer a Maurício Fernandez, que também convidei para ser diretor da nossa Câmara de Comércio Brasil-Índia. Venho lutando há bastante tempo para aumentar essa relação entre os nossos dois países.
Reforço o que disse o Timm. Parabéns ao Timm e a todos que fizeram suas apresentações. Eu também concordo. Pratiquei sempre muitos esportes. Quando jovem, participei de vários torneios de integração, principalmente na América Latina — jogava basquete, vôlei —, que criam aspectos esportivos e culturais. Um dos meus companheiros com quem joguei, por exemplo, no Paraguai, virou Ministro das Relações Exteriores. Outro virou empresário. Como disse o Timm, o esporte promove, sem diferença de classes, uma integração no mundo. No próprio mundo político, Deputado Julio, vemos que alguns que foram esportistas são hoje Senadores, Deputados. Muitos ganham realmente dimensões nacionais e até internacionais.
Também quero dizer que venho participando de todos os encontros dos BRICS, destacados pelo Maurício. Esse outro lado é importante. É claro que todo esporte é ótimo, é saudável para todo mundo, e cada um escolhe o que quer praticar, mas há muitos países que investem nessa área em favor de sua própria imagem. Não é à toa que China, Estados Unidos, Rússia, Alemanha, vários países da Europa e outros tantos países investem para que crianças se tornem, quando forem jovens, atletas bem-sucedidos. Isso traz sucesso para essas pessoas e, acima de tudo, reflete a imagem do país.
Com o Primeiro-Ministro Narendra Modi, sabemos que a Índia é forte em prática de críquete e rúgbi, mas ganhou medalha em paddle tennis nas Olimpíadas, por exemplo, do Rio de Janeiro. Há um esforço muito grande para que cresça. Um país de quase 1 bilhão e 400 milhões de habitantes tem e, com certeza, terá um número muito grande de competentes atletas. Eu acho que a Índia vem fazendo um esforço nesse sentido.
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A Índia, inclusive, já tem hoje um número importante de times de futebol. Antes de existir a Liga Oficial de Críquete, já existia, graças à competência da FIFA, a estrutura da Federação de Futebol da Índia. Nós mesmos promovemos a ida de um time de primeira liga do Brasil para jogar na Índia com alguns times daquele país. Existe lá um grupo muito conhecido, o Grupo Tata, que tem uma escola de futebol. Tem uma empresa de mineração em Goa, com raízes portuguesas. Lá, por causa disso, o futebol tem grande importância. Também têm escola de futebol, mas não levam esses jovens a participarem do futebol profissional.
Nós acabamos fazendo também um esforço nesse setor. O próprio Roberto Carlos acabou sendo treinador de um time em Calcutá, onde o futebol também tem a sua importância. O Zico acabou sendo técnico em Goa. Portanto, há realmente um espaço. Vários jogadores brasileiros estão lá hoje. Mas a questão vai muito além da venda de jogadores. Convidei o Maurício para estar conosco porque ele é muito ativo nesse setor, com a sua Associação Brasileira da Indústria do Esporte, e o próprio Mario Frugiuele, meu amigo de tantos anos, já foi presidente de um dos clubes dos quais sou sócio em São Paulo, o clube Harmonia de Tênis.
Há um esforço muito grande na cadeia produtiva. Esse é o ponto mais importante. O Mário está levantando esses dados, e já apresentou alguns. Seu companheiro do nosso Ministério da Cidadania, que fez uma apresentação sobre a área do esporte, mencionou quanto representa isso no PIB do nosso País, quantos empregos isso gera.
Já procuramos levar algumas empresas. Uma ou outra foi para a Índia. Algumas desenvolveram, outras acabaram não conseguindo a parceria ideal. E é justamente aquela história de fazer os equipamentos para o esporte. Eu vou fazer o retrofit de um estádio, uma multiarena. Na Índia, as arenas são principalmente para críquete, para rúgbi, e também há algumas de futebol. Busca-se a transformação de estádios em multiarenas, como dizemos hoje. O próprio Brasil já está sendo procurado agora. Há essa história do betting, que é um negócio enorme. Em alguns países, a exemplo do que ocorreu na Inglaterra, procuram se associar e comprar times de futebol, inclusive da primeira liga.
Como citou o Ministro França e também o Timm, o 5G vai expandir para milhões de brasileiros a oportunidade de participarem mais ativamente do mundo digital. Foi o que disse também, há pouco, aquela senhora. Nós também estamos fazendo um grande esforço, ainda mais porque a Índia e o Brasil têm uma enorme vocação para a área de informática, para a área de IT. Então, são altamente criativos. Hoje, os games eletrônicos, segundo os entendidos, representam coisa de 300 bilhões de dólares. Isso é algo maior do que o futebol, é maior do que a liga de basquete americana, é maior do que o beisebol americano. Enfim, esse é, de fato, um mundo de integração.
Nós procuramos, no início, levar toda a questão do fitness para a Índia. O indiano, a exemplo do que foi dito — não sei qual é o número —, não é um grande praticante de esportes, mas poderia ser. É um grande praticante de ioga, que não é um esporte, é uma ação física e também mental. Consta que, no Brasil, há um número de escolas de ioga muito maior do que na Índia. Lá, muitos praticam essa atividade sem que precisem de escola. Só em São Paulo, nós temos uma associação de 400 escolas de ioga.
De qualquer maneira, a coisa mais importante é exatamente essa oportunidade de integração, de cadeia produtiva, em que possamos ter, de fato, um benefício muito maior do que temos hoje, seja na Índia, seja aqui, seja nos demais países do BRICS.
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Como disse o Maurício, o nosso amigo Marcos Troyjo participou de um primeiro evento que nós fizemos. Deve participar, em dezembro, de um segundo, de atualização. O importante é que o New Development Bank foi uma ideia nossa que vingou, da nossa Câmara Brasil-Índia, acabou sendo um banco fortemente voltado à infraestrutura. Mas também, dentro da cadeia produtiva, temos grandes eventos de infraestrutura. A Índia, além das Olimpíadas, participa dos Jogos da Commonwealth. É uma coisa tão grande como as Olimpíadas.
As Olimpíadas, como aconteceu recentemente no Rio de Janeiro, trazem todo um benefício de investimento — prédios, arenas, infraestrutura. A Índia, por exemplo, há não muito tempo, fez esse encontro da Commonwealth, que abrange países que já foram dominados pela Inglaterra e ainda têm vínculo, como Canadá, Austrália, Índia, África do Sul. Essa é uma coisa em que eles fizeram enormes investimentos. Naquele país, o metrô, que tinha 40, 50 quilômetros, passou a ter mais de 100 quilômetros.
Essa visão macro é realmente fundamental. Parabéns, Deputado Julio Cesar Ribeiro, por trazer isso para esta Casa, para o nosso Congresso. Dou parabéns também ao Maurício. De fato, há muito mais além disso. Como eu disse, como alguns disseram aqui, há a integração humana, o convívio. Às vezes, no campo, podem ocorrer algumas discussões maiores entre Argentina e Brasil, mas, no fim, eles se entendem. Pode haver algum clima mais intenso na disputa, mas, depois, são todos amigos. Todos comemoram, celebram os resultados, acima de tudo, individualmente, os seus atletas.
Deputado, nós convidamos, o Maurício e eu, o Embaixador da Índia, Suresh Reddy, para estar aqui presente, mas ele está indo para São Paulo agora à tarde. Ele pediu então que o Primeiro-Secretário da Embaixada, o Sr. Anand Prakash, que está conosco aqui, viesse participar deste evento, buscar essa maior integração. Talvez ele pudesse dizer algumas palavras, dar o seu testemunho sobre o que está ocorrendo.
O Primeiro-Ministro da Índia é um homem de uma visão extraordinária. Ele está fazendo um empenho muito grande, nacional e internacionalmente. Está havendo um grande esforço nessa melhoria e nessa integração da cadeia produtiva do esporte na própria Índia.
Então, Deputado, se o senhor permitir que Anand diga algumas palavras, eu ficarei muito grato.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Pois não.
O SR. ROBERTO PARANHOS - E obrigado pela oportunidade. Agradeço ao Deputado e a todos que estão aqui.
O SR. ANAND PRAKASH - (Manifestação em língua estrangeira.)
O SR. ROBERTO PARANHOS - O Deputado está me pedindo que eu faça a tradução.
O Sr. Anand está dizendo que a Índia, de fato, vem buscando investir mais na parte de infraestrutura. Aliás, nos últimos 20 anos, o crescimento na Índia se deve fortemente à infraestrutura, mas também agora há um forte investimento na área do esporte.
16:45
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O SR. ANAND PRAKASH - (Manifestação em língua estrangeira.)
O SR. ROBERTO PARANHOS - Ele disse — mencionei isto também — que o Primeiro-Ministro da Índia está fazendo um esforço, que a Índia está fazendo um esforço para identificar jovens talentos em todas as áreas. Estão fazendo um esforço grande, porque, de fato, como eu dizia, a imagem de um país acaba se refletindo muito também no desempenho nos Jogos Olímpicos.
O SR. ANAND PRAKASH - (Manifestação em língua estrangeira.)
O SR. ROBERTO PARANHOS - Esse esforço já tem dado resultados. Nessa última Olimpíada, foi o melhor resultado que a Índia já obteve, entre os vários países que participaram desses jogos.
O SR. ANAND PRAKASH - (Manifestação em língua estrangeira.)
O SR. ROBERTO PARANHOS - Ele está dizendo que 70% de todo o esforço está voltado, que toda a cadeia produtiva do esporte está voltada para o críquete, mas, de fato, está crescendo muito o futebol, o tênis. Outras modalidades também estão tendo um desenvolvimento positivo.
O SR. ANAND PRAKASH - (Manifestação em língua estrangeira.)
O SR. ROBERTO PARANHOS - Ele disse que já existe um número bem significativo de jogadores brasileiros que estão atuando no futebol da Índia. Técnicos também estão desempenhando lá suas atividades.
Digo eu agora que muitos amigos da Índia me informaram que, por ocasião das últimas Copas do Mundo, vê-se um número muito grande de meninos e de jovens indianos com a bandeira do Brasil e a camisa da Seleção Brasileira. Como a população é muito grande, há muito mais do que aqui no Brasil.
O SR. ANAND PRAKASH - (Manifestação em língua estrangeira.) (Risos.)
O SR. ROBERTO PARANHOS - Sim, quando se fala em críquete, o poder realmente é indiano; e, quando se fala em futebol no mundo, o poder é brasileiro.
O SR. ANAND PRAKASH - (Manifestação em língua estrangeira.)
O SR. ROBERTO PARANHOS - A seleção feminina de futebol da Índia jogará em Manaus no dia 25. Também está crescendo o futebol feminino na Índia.
O SR. ANAND PRAKASH - (Manifestação em língua estrangeira.)
O SR. ROBERTO PARANHOS - Estão se preparando bastante para o próximo campeonato de futebol feminino asiático.
O SR. ANAND PRAKASH - (Manifestação em língua estrangeira.)
16:49
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O SR. ROBERTO PARANHOS - Por fim, ele agradece a oportunidade.
Thank you very much, Anand.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Obrigado, Primeiro-Secretário da Embaixada da Índia.
O nome dele é...
O SR. ROBERTO PARANHOS - Anand Prakash.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - É esse aí mesmo. (Risos.)
Seja bem-vindo, Primeiro-Secretário! Obrigado pelas palavras. Mande um abraço para o nosso Embaixador. Nós sempre estamos lá na Embaixada, até porque participamos do BRICS. Acho que é importante essa relação com a Embaixada da Índia.
Declaro encerrada esta Mesa, sobre atração de investimentos no esporte. Agradeço a cada um dos senhores e também a cada uma das senhoras e das senhoritas.
Vamos partir para a terceira Mesa. Peço então que voltem aos seus lugares, para que possamos chamar os integrantes da próxima Mesa. Obrigado mais uma vez.
O SR. ROBERTO PARANHOS - Quebrando o protocolo, Deputado, digo que esqueci de mencionar uma coisa muito importante. Maurício e eu estamos trabalhando bastante — nós da Câmara também, com outros objetivos — com a APEX. Já temos um trabalho há muito tempo com a APEX e vamos fazer outros eventos inclusive nessa área da cadeia produtiva do esporte, além das relativas a saúde, defesa, agrobusiness.
Desculpe-me por quebrar o protocolo. Eu queria só registrar esse agradecimento à APEX.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - O.k.
Tenho a honra de convidar para compor esta Mesa, sobre setor público, terceiro setor e empreendedorismo, o Sr. Herbert Felix, Diretor do Instituto Brasil Adentro; o Sr. Humberto Panzetti, representante da Associação Brasileira de Secretários Municipais de Esporte e Lazer e também do CREF4-SP; a Sra. Mariana Dantas, Presidente do Fórum de Gestores Estaduais de Esporte; e o nosso amigo Francesco Farruggia, responsável por um grande evento não só aqui em Brasília, mas também em vários lugares, o Campus Party, que é um sucesso tremendo.
Eu faço questão, Francesco, de ter a sua presença conosco neste último fórum. É uma honra poder tê-lo aqui conosco.
Participarão por videoconferência o Sr. Ronaldo Lima, Secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, e também um grande amigo, o Sr. Sergio Schildt, Presidente do Conselho da Associação Brasileira da Indústria do Esporte — ABRIESP.
Convido para fazer uso da palavra o nosso querido amigo Sr. Ronaldo Lima, que é o Secretário Nacional de Futebol.
Seja bem-vindo, Ronaldo. É um prazer estar com você. (Pausa.)
Como Ronaldo Lima está enfrentando problemas com a conexão, vou passar a palavra a Herbert Felix. Depois tentaremos contato com Ronaldo.
Tem a palavra Herbert Felix.
Seja bem-vindo. Obrigado pela sua participação.
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O SR. HERBERT FELIX - Boa tarde, Deputado Julio. É uma honra participar desta audiência pública, em que pessoas importantes na área do esporte — o nosso amigo Maurício, o Dácio, o Paranhos, o nosso Ministro, que já esteve aqui — tratam de assuntos tão relevantes que nós discutimos há décadas.
Julio foi Secretário de Esporte, assim como eu. Nós somos militantes, Panzetti, há muito tempo e sabemos das dificuldades que atravessamos.
Eu queria iniciar esta fala, Julio, mencionando um seminário que aconteceu em São Paulo, em que o que mais me chamou a atenção foi os testemunhos dos Secretários. Eu fui Secretário de Esporte aqui em Brasília, assim como o nosso amigo Deputado Julio. Então, nós conhecemos bem as dificuldades, conhecemos bem a área. Somos militantes há muitos anos.
Alguns Secretários lá de São Paulo que participaram do 1º Seminário de Capacitação de Gestores Públicos e Privados disseram o seguinte:
(...) Além de compartilharmos desafios, experiências de sucessos, soluções de desafios tão recorrentes em nossas pastas, conseguimos algo único e de grande importância (...) propormos através de um documento (...) compromissos futuros do próximo presidente do Brasil (...).
(...) esse Meeting nos permitiu trocar experiências e pensamentos da melhor forma de retomar nossas atividades (...). Espero que esses encontros sejam mais frequentes, pois acredito que nossa classe unindo forças o Esporte Nacional só tem a ganhar (...).
(...) Espero, particularmente que possamos ter mais destes seminários, pois saímos melhores do que quando entramos.
Eu vou parar por aqui, porque esse foi o ponto principal para mim. Eu fui acadêmico durante muitos anos da minha vida, por quase 3 décadas. Eu dei aula durante muitos anos na Universidade Católica de Brasília. Quando um aluno chega de um jeito e sai de outro, nós ficamos felizes. É a mesma coisa agora. Esse Secretário, nesse seminário que foi feito em São Paulo, disse que espera que aconteçam mais eventos dessa magnitude, para que possamos, então, sair melhores.
Esse, Julio, é o nosso compromisso com o congresso que nós pretendemos fazer. Teve início na ISPO em 2020. Estávamos sentados diante de uma mesa eu, o Maurício, o Julio, o Ossesio. E dissemos: que tal fazermos um congresso de grande magnitude? E o Julio capitaneou isso. Chamo de Julio porque somos amigos há muito tempo. Ele foi Secretário de Esporte como eu e somos correligionários. Eu acho que vi o Célio na plateia. Assim que eu saí da Secretaria, eu passei a Pasta para o Célio, que também foi um grande Secretário. Todos nós somos do Republicanos — e quero deixar isso registrado. Então, a marca do esporte em Brasília é do Republicanos. Nós deixamos registrados nossos compromissos em todo o legado que Brasília tem quando passamos por lá.
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Esse congresso só está acontecendo porque você, Julio, se empenhou e conseguiu, junto aos nossos amigos Vavá, Ossesio e Roberto Alves, mostrar a importância desse evento. Isso é fácil para nós, que somos militantes. Para você me convencer dessa importância, bastam 30 segundos, mas, para convencer pessoas que não tiveram experiência, que não têm know-how na área do esporte, é mais difícil.
Agora há pouco, o Mario disse: "Nós temos 44% de pessoas sedentárias". Isso para mim e para o Célio, que é professor de educação física, é muito. Isso dói no coração, porque há quantos anos nós estamos trabalhando nisso? E esse 1º Congresso Internacional de Capacitação de Gestores do Esporte, o CICGE, conta com a parceria muito forte do Ministério da Cidadania — o nosso Ministro esteve aqui. E falar sobre esporte novamente nem cabe agora, porque o Ministro foi muito feliz nas suas colocações. O Julio também, que é militante, há pouco tratou muito bem dessa importância. Nós sabemos disso e temos esse sentimento dentro de nós.
Então, esse congresso tem o objetivo, meu amigo Panzetti, de capacitar as pessoas.
Qual é o objetivo do esporte, Secretária? A senhora está em uma função muito importante e sabe das necessidades dos nossos gestores, principalmente de quem executa, instrui os autos. Esse é o nosso objetivo.
Eu sou ex-funcionário de carreira. Digo isso porque me aposentei no início do ano — atualmente, sou gestor de política pública governamental — e sei da dificuldade por que nós passamos na instrução de um processo. O Célio está ali e também sabe o tanto que nós sofremos. O Secretário não tem tempo de olhar um processo de A a Z. Ele vai de acordo com as instruções. Esses servidores, infelizmente, não têm o preparo legal que um auditor do Tribunal de Contas ou da CGU tem.
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Sabemos das dificuldades que o gestor tem na instrução dos autos, por conta da celeridade das legislações, dos atos normativos, dos instrumentos legais. A lei muda e ele não consegue acompanhar tudo. No final, o Secretário entra pelo cano, porque assina em situações nas quais ele nunca imaginou que, mais à frente, a digital dele vai estar marcada, como em uma tomada de conta especial, ou em uma tomada de conta anual, ou em uma improbidade administrativa. Graças a Deus, essa lei agora está reconhecendo a diferença entre dolo, má-fé e falha administrativa. O auditor olhava lá e dizia: "Não, é isso aqui". E, na verdade, não era. Você vai se defender e, no final, consegue provar que não cometeu nenhum ato irregular, mas, infelizmente, nos autos, a má instrução deixa muita margem para isso.
Volto a dizer que o Julio nos ajudou muito nisso, não é, Maurício? Temos que reconhecer que ele bateu firme. Foi um ano de luta para nós formatarmos isso, fazermos as pessoas entenderem. Por isso, nós temos que exaltar muito o Julio. Ele é o pai desse congresso.
Temos como objetivos do congresso: capacitar e discutir diretrizes para as organizações esportivas; fazer parcerias entre Governo e iniciativa privada; promover trocas de experiência entre os atores em seus respectivos setores; fornecer elementos técnicos e administrativos para o planejamento das gestões na área esportiva; capacitar profissionais de educação física, gestores públicos, gestores privados e entidades do terceiro setor do ramo do esporte; incentivar uma gestão produtiva, favorecendo o inter-relacionamento entre o Estado, o Município, o Governo Federal e os entes privados; estabelecer metas para aumentar o financiamento do setor privado aos centros de esportes; disponibilizar o acesso a informações técnicas e administrativas na gestão de projetos; apresentar conceitos e práticas de captação de recursos; preparar os participantes para que estejam aptos a desenvolver projetos inclusivos — desejamos muito a inclusão.
Eu vou aproveitar que o Panzetti está ao meu lado. Ele faz parte do Conselho de Esporte, da Comissão Técnica da Lei de Incentivo. Tenho certeza de que, ao ler os vários projetos, ele vê a carência que as entidades têm no ato de apresentação desses projetos, na construção de ideias, na questão de inclusão, que é muito importante. No início, eu mencionei a fala do Secretário. Quero dizer que o indivíduo tem que entrar, se desenvolver e sair melhor do que entrou, porque aí, sim, se está de acordo com o interesse público. Aí não haverá ninguém para perturbar, porque o interesse público vem em primeiro lugar. Ele é o objetivo, e se alcançou esse objetivo. Sei que o Panzetti sofre muito com esses projetos, e nós ficamos tristes em ver boas ideias sendo apresentadas em projetos mal construídos, gestores que pecam na hora das análises técnicas, por falta de conhecimento, por milhares de erros que, infelizmente, passam por eles.
O que nós queremos, Deputado, com a sua ajuda e, obviamente, com a ajuda do Maurício, do nosso instituto, o Brasil Adentro — e já temos mais de 15 anos nessa área de prática educacional e esportiva, por meio da educação —, é formar essas pessoas, capacitá-las, ajudá-las, para sairmos dessa situação do sedentarismo. Hoje mesmo, nós estamos formando 1.700 alunos em Cuiabá no curso técnico para agentes de saúde, que atualmente ganham 1.200 reais, e que, a partir de amanhã, vão passar a ganhar 2.200 reais, mil reais a mais, porque foram estudar.
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Por fim, gostaria de convidar a todos para participarem desse nosso congresso, que deve acontecer entre abril e maio. Esse segmento é muito importante para nós, no sentido de tentarmos virar essa página e fazer com que isso realmente venha à tona. É preciso que todo o pensamento que nós discutimos em Munique — eu, o Maurício e o Julio, como militantes da educação, do esporte — vire realidade na vida das pessoas, dos gestores públicos, dos gestores privados, para que façam uma prestação de contas bonita, façam um projeto bonito, com início, meio e fim, e que entreguem isso à população.
Muito obrigado pela oportunidade, Julio. Espero que isso seja entregue e que nós saiamos muito felizes desse encontro, já preparando o segundo, porque eu tenho certeza que o primeiro vai ser um grande sucesso.
Muito obrigado a todos. Volto a palavra ao nosso Deputado.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Obrigado, Herbert Felix. Com certeza, será o evento do ano e vai ser um grande sucesso. Já começamos a ver isso nesses dias, no planejamento. Sua explanação foi muito boa.
O Secretário Nacional de Futebol já está conectado conosco.
O SR. RONALDO LIMA - Está me ouvindo agora?
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Eu o estou ouvindo muito bem.
Quero, então, chamar o Secretário Ronaldo Lima. Seja bem-vindo, Ronaldo. Obrigado pela sua participação conosco.
O SR. RONALDO LIMA - Obrigado, Deputado Julio Cesar. Obrigado, Maurício. Ao falar em tecnologia, comecei aqui dando tilt com a minha tecnologia.
Quero iniciar a minha fala pedindo desculpas. Eu estava aqui desde o início, vi as apresentações do Ministro João Roma e do Deputado Julio Cesar. Estou acompanhado do assessor responsável pelo Programa Academia e Futebol, Prof. Luis Verdini, que vai discorrer rapidamente sobre os temas específicos que estamos tratando e sobre a relação da Academia e Futebol com a pesquisa, o desenvolvimento e a importância das startups para a indústria de futebol.
Eu quero falar para os amigos que nos assistem um pouco do Academia e Futebol, projeto que surgiu na Secretaria Nacional de Futebol. Nosso principal objetivo era criar condições para que os profissionais ou estudantes de futebol pudessem ter mais literatura, algo que falta muito no Brasil. O nosso programa funciona a partir da instalação de centros de desenvolvimento de futebol em universidades e institutos federais.
Para os senhores terem uma ideia, nós já temos parcerias com institutos e universidades federais em 27 Estados da Federação, alguns com mais de um instituto ou universidade, de forma que nós já temos o Academia e Futebol abrangendo todo o País. Isso é muito interessante, porque já rendeu literaturas que antes nós não tínhamos. Nós já temos alguns livros editados bem interessantes circulando em universidades. Há pouco, colegas falavam do futebol feminino. Temos uma cartilha, que foi distribuída este ano em todas as escolas públicas, sobre o desenvolvimento do futebol feminino no Espírito Santo, trabalho feito em parceria entre a Universidade do Espírito Santo e a Secretaria Nacional de Futebol.
Portanto, estamos buscando acabar com essa lacuna que era a literatura no futebol. Mas isso demandou outras possibilidades. Eu diria que o Programa Academia e Futebol teve início, mas não tem fim. O limite é o céu.
Eu vou passar a palavra ao Prof. Luis Verdini, para que ele discorra com detalhes sobre o que nós fazemos.
Obrigado.
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O SR. LUIS ANTONIO VERDINI - Boa tarde a todos. Ratifico os cumprimentos do nosso Secretário Ronaldo Lima.
Conforme exposto pelo Secretário e de acordo com a própria nomenclatura do Programa Academia e Futebol, podemos perceber que esse programa visa integrar a área acadêmica, com bastante destaque que vem tendo no Brasil ao longo do tempo, com o futebol, cuja prática tem presença marcante no mundo inteiro — no Brasil, inclusive, isso é inegável. Em termos de resultados, o Brasil já os vem tendo há bastante tempo.
Nós observamos ao longo da história que o Brasil produz resultados no futebol in natura. Paralelamente a isso, há pesquisas no País. Foi daí que a Secretaria criou o Programa Academia e Futebol, para que os dois fossem congruentes, ou seja, pesquisa e o futebol. Nesse aspecto, como bem disse o Secretário, nós já temos convênios firmados em 27 unidades federativas do País e passamos a incentivar a produção de conhecimento.
O encontro fala sobre tecnologia, fala sobre startups. Tecnologia e startup surgem do conhecimento para processar mais conhecimento ainda. Uma vez que o Brasil vem produzindo tudo isso no esporte futebol, como já dissemos, naturalmente, a partir do momento que nós consigamos processar isso, vai ser infinito. Um exemplo prático que nós temos, e foi falado aqui do prêmio de uma tecnologia brasileira, é a Universidade de Viçosa, que é uma das parceiras do Academia e Futebol. Nós estamos agora prestes a conseguir integrar todas as regiões do País e as 27 unidades federativas, porque cada unidade federativa e cada universidade vem produzindo conhecimento diferente.
Um dos nossos parceiros é a Universidade do Acre, que se destaca pela produção de tecnologia. Lá há o curso de tecnólogo. Ali não há tanto destaque na produção de futebol como na Região Sudeste. Nós estamos promovendo encontros para que a Universidade do Acre comece a produzir aplicativos ligados ao futebol, que, infelizmente, hoje ainda é mais polarizado na Região Sudeste. Com esse tipo de conhecimento, buscamos ampliar a produção na cadeia de futebol não só no Brasil como no mundo. Há pouco tempo, nós tivemos conhecimento de um estudo no Brasil em que se mapeou o local de nascimento de jogadores que disputaram a Copa do Mundo pelo Brasil de 1930 a 2014. Quando foi publicado esse trabalho em uma revista belga, o Manchester United, um time inglês, já tinha esse conhecimento, mas não de forma acadêmica.
O mundo, de maneira geral, já vem produzindo conhecimento sobre o futebol brasileiro, e o Academia e Futebol visa preencher essa lacuna científica para que nós possamos multiplicar o conhecimento e colaborar com toda a cadeia produtiva de futebol.
É isso, muito obrigado.
O SR. RONALDO LIMA - Qualquer dúvida, nós estamos à disposição aqui para esclarecê-la.
Só uma informação importante, para finalizar, particularmente para aqueles que vão nos ajudar a trazer investidores. A nossa ação orçamentária é 20JO. Deixo essa informação para todos aqueles que tiverem interesse em trazer uma emenda parlamentar para a Secretaria, que será muito bem-vinda.
Deputado Julio Cesar, muito obrigado. Maurício, um forte abraço. Obrigado a todos aqueles que nos assistem.
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O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Obrigado, Secretário, pela sua participação. Os senhorem sabem que nós temos uma consideração muito grande pelo trabalho belíssimo que vem sendo executado na Secretaria de Esporte. O tema do futebol é realmente a paixão do País.
Quero chamar, para fazer uso da palavra, meu amigo Humberto Panzetti. Mas, antes, registro a presença de Dácio Pretoni, Conselheiro Internacional para Desenvolvimento de Mercado Internacional da Confederação Nacional de Serviços — CNS, que daqui a pouco também vai ter oportunidade de fala. Obrigado pela sua presença.
Então, com a palavra o Sr. Humberto Panzetti.
O SR. HUMBERTO PANZETTI - Deputado, quero, primeiro, agradecer a oportunidade de o setor público poder falar dos grandes desafios que nós tivemos. Quero ainda agradecer ao Maurício Fernandez e parabenizá-lo por todo o trabalho, lutador que é.
Eu não sei se eu vou falar besteira, Maurício, mas o Ronaldo vai assumir o concurso de startup no ano que vem na Secretaria de Futebol, que é um grande passo e demonstra realmente a importância da tecnologia.
Deputado, a pandemia realmente foi um divisor em termos de gestão pública, principalmente no setor em que nós atuamos, o do esporte. Foi falado por dezenas de pessoas o quanto ele representa financeiramente e em termos de negócios. Mas nós temos que pensar no esporte principalmente na questão da atividade física.
Os desafios foram muitos, porque, infelizmente, as Secretarias de Esporte são carentes em termos de orçamento. Gosto de dizer que política pública se faz com orçamento. Política pública sem orçamento é discurso político, e aí o esporte serve para qualquer coisa que as pessoas entendam. Mas esse também foi um momento importante. Tivemos grandes dissabores no entendimento da importância da atividade física. O Governo Federal, de imediato, colocou a atividade física como essencial, mas, infelizmente, não tivemos esse entendimento em todo o Brasil. Isso causou grandes problemas, porque, enquanto se trata atividade física e esporte no discurso de desenvolver saúde, na prática, não se conclui ou não se coloca como atividade essencial, o que causou um dano bastante grande. Para que os senhores tenham uma ideia, só o setor fitness representa 4,5% da nossa população — chega a 10 milhões de pessoas que fazem diariamente alguma atividade física. São 33 mil academias movimentando o setor, gerando empregos, desenvolvendo qualidade de vida, desenvolvendo saúde.
Tivemos grandes debates, mas foi através das plataformas que nós conseguimos caminhar. Tivemos que aprender num setor que não tinha tanta habilidade, e eu falo do setor público, porque o esporte e as Secretarias de Esporte Municipais são atividades-fins, então, elas acontecem na ponta, onde o profissional de educação física atende a população, desenvolve qualidade de vida, desenvolve inclusão social. E houve grande desespero.
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Hoje, Deputado, temos uma grande dificuldade. E aí precisamos agradecer às plataformas que surgiram, porque nós temos uma carência para levantar os números reais, e é através da tecnologia que está sendo possível propor novas políticas. Temos dados que sempre são variados nos três grandes congressos: no Plano Decenal, no PNUD, quando fez o IDH, e, em 2012-2016, no IBGE. Mas agora, não. Agora existe um recrutamento, existe um levantamento no País da importância e da quantidade do esporte, seja em equipamentos, seja em pessoal.
Hoje já estamos enxergando certos gargalos. Um dos grandes gargalos é a questão de que, para você desenvolver políticas de esporte educacional, que é do que a nossa Lei Pelé trata — prioritariamente, o Estado deve atingir esse setor —, infelizmente, nós precisamos de três itens essenciais: equipamento e material esportivo, e o Bruno falou muito bem sobre a má utilização por falta de recurso de custeio; de orçamento, lógico; e de recursos humanos.
Sobre os recursos humanos, nós temos 95% dos Municípios deste País, Deputado Julio, com 53% da folha de pagamento já comprometida. Vimos tentando trazer esse problema à tona para que conseguíssemos uma lei que permitisse a contratação temporária de profissionais de educação física nas cidades, que é onde acontece o esporte. Isso está se fortalecendo, principalmente com o levantamento de dados que demonstram essa necessidade.
A pandemia pode ser superada. Esse mercado que movimenta milhões e emprega milhares de pessoas, que é o segmento fitness, volta a acontecer. Os Municípios, com todas as suas dificuldades, com a diminuição orçamentária que tiveram, voltam a se movimentar através de plataformas digitais. Quando o Herbert falou da minha experiência na Lei de Incentivo, vimos que o esporte aconteceu muito por meio de plataformas tecnológicas. Quer dizer, através dessas ações de tecnologia é que foi possível ao brasileiro, como o Bruno falou lá atrás, voltar a fazer atividades.
É lógico que, para o setor, esse é um grande desafio. No conselho, por exemplo, existe a dificuldade de fiscalização. Quando você avança de forma descontrolada e oferece uma atividade física que deveria e deve ser em benefício da saúde, muitas vezes colocada de forma errada ou deturpada, isso acaba trazendo problemas, e não soluções. Mas, mesmo assim, os conselhos vêm enfrentando esse desafio, criando protocolos para que existam as atividades dentro dessas plataformas e, além de tudo, fiscalizando essas atividades de forma virtual.
É isso. Agradeço, de coração, o direito da participação, para falarmos desses grandes enfrentamentos que o setor público está sofrendo.
Obrigado a todos e boa tarde.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Obrigado, meu amigo Humberto Panzetti, que infelizmente terá que nos deixar agora, porque tem um voo para São Paulo. Mas sua participação aqui foi incrível. O senhor sabe que é uma honra poder recebê-lo. Parabéns pelo trabalho que vem desempenhando em São Paulo por todos nós.
Quero convidar agora para fazer uso da palavra a Sra. Mariana Dantas, Superintendente Especial de Esportes em Sergipe e Presidente do Fórum Nacional de Secretários de Esporte. Diga-se de passagem que a eleição foi em Brasília, quando ela foi eleita Presidente.
Seja bem-vinda e obrigado pela sua participação.
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A SRA. MARIANA DANTAS - Obrigada, Deputado Julio, pelo convite. Quero agradecer a todos aqui pela presença a esta discussão riquíssima. Eu fui eleita recentemente Presidente do Fórum Nacional de Secretários de Esporte de todo o País, e a minha Secretária Executiva é daqui, a Secretária Giselle, a Secretária de Esporte aqui do Distrito Federal, que me ajuda muito também na condução do fórum. Quero parabenizar todos os palestrantes aqui nesta tarde intensa de hoje.
É lógico que o esporte, de uma maneira geral, precisa da tecnologia, algumas modalidades mais, outras, menos, mas todos precisam dela. Nesse período que nós passamos muito difícil de pandemia, se não fosse o uso da tecnologia, nós estaríamos perdidos — mais do que nós ficamos, para falar a verdade.
O impacto que nós sofremos em decorrência da pandemia não está sendo sentido agora, nós vamos senti-lo nos anos posteriores. Eu também sou profissional de educação física e tenho uma preocupação muito grande com as nossas crianças, com o número enorme de crianças sedentárias que não vão ter a cultura da prática esportiva, da educação física no seu dia a dia, o que vai impactar diretamente na saúde, na educação, na formação do cidadão como um todo.
Uma das grandes vantagens também do uso da tecnologia agora na pandemia foi justamente a aproximação das entidades. Recentemente, mais precisamente neste último final de semana, Sergipe sediou o primeiro curso de Iniciação Esportiva ao Hóquei. Foi o primeiro Estado do Nordeste a fazer esse curso em parceria com a Confederação Brasileira de Hóquei. A modalidade não tem tradição nenhuma no nosso País, muito menos nos Estados do Nordeste, mas nós acreditamos que precisamos inovar para gerar novas oportunidades, e assim está sendo feito.
O nobre colega aqui falou muito bem sobre a questão da capacitação profissional na gestão. Isso é extremamente importante. Na gestão pública, nós vemos muito essa carência, na verdade, no esporte como um todo. O que normalmente acontece? Eu sou atleta, eu sou apaixonada pelo meu esporte e então eu abro a minha academia ou me torno presidente de uma federação esportiva. Ocorre que não estou capacitada para gerir aquela modalidade, para gerir aquele esporte, eu estou movida apenas pela paixão, e é aí que as coisas vão ladeira abaixo. Nós temos que unir, como se diz, a fome com a vontade de comer: temos que trabalhar sempre a capacitação para termos sempre um esporte bem desenvolvido.
Os números do mercado tecnológico no Brasil falam por si. O crescimento do esporte brasileiro também é exponencial, vide o resultado do Brasil nas Olimpíadas e a quantidade de atletas que nós exportamos constantemente.
Nós somos o País onde a plataforma Facebook tem a terceira maior base de usuários, e isso eu estou falando considerando o mundo inteiro. Outros aplicativos, como Uber e Instagram, têm no Brasil o seu segundo maior mercado, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, além de sermos ainda um dos maiores mercados globais do WhatsApp. Então, sem dúvida, a atenção das grandes empresas tecnológicas do mundo está, sim, voltada para o mercado brasileiro, e, logicamente, o esporte tem que navegar nessa onda.
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Vivemos um momento em que a saúde, o esporte e o lazer estão em superevidência. Vimos que, das pessoas que foram acometidas infelizmente pela COVID, as que praticavam atividade física tiveram sequelas muito menores do que a parcela da população sedentária. Então, estamos falando de áreas que nunca foram tão valorizadas como no momento que vivemos.
E temos que aproveitar este momento. O esporte aliado à nutrição, à saúde é um campo aberto para a participação dos jovens, para a ativação de políticas públicas efetivas nessas áreas. E lógico que, para que tenhamos políticas públicas efetivas, temos que ter dados compilados. Temos que ter essa compilação para que possamos direcionar, efetivamente, os nossos recursos e não percamos tempo, que hoje em dia é o nosso bem mais precioso, ou um dos mais preciosos, e direcionar todos os nossos esforços para isso, transformando esses dados em informações úteis para a sociedade.
Como gestora pública, eu acredito muito na firmação de parcerias para que possamos nos desenvolver. Eu sempre digo que o governo sozinho não faz; a iniciativa privada sozinha também não faz. Não basta a sociedade querer, ela tem que atuar também em conjunto.
Um modelo de que eu gosto bastante e que acho que tem tudo a ver com este momento que nós estamos vivendo, principalmente no âmbito tecnológico, é a teoria da tríplice hélice, em que unimos a universidade, a indústria e o governo.
O Brasil, infelizmente, tem uma cultura de dar atenção a um produto que já está pronto. Ele não dá atenção devida ao processo, não acredita naquilo que pode ser um futuro, que pode nos trazer resultados positivos. O esporte é mestre nisso, em acreditar naquela sementinha, naquele pequeno jovem que o técnico olha e diz "esse menino tem talento", e de repente o menino se torna um Neymar, um Ronaldo Fenômeno, enfim, um grande atleta.
Em Sergipe, temos o privilégio de ter a maior jogadora de vôlei de praia da atualidade do mundo, a Duda Lisboa. Ela veio de uma cidade de Sergipe chamada São Cristóvão e hoje é esse fenômeno porque alguém acreditou nela quando ela era criança ainda. Ela fez parte de políticas públicas estaduais e municipais, que fizeram com que ela estivesse hoje no patamar em que está, logicamente com a ajuda da iniciativa privada também.
Então, eu acredito que essa tríplice hélice é capaz de examinar pontos fortes e fracos e preencher lacunas com vistas a desenvolver estratégias de inovação bem-sucedidas, podendo identificar uma fonte generativa do desenvolvimento socioeconômico baseada sempre no conhecimento. E aí vamos unir essas três esferas para que o Brasil invista não só no que já existe hoje, mas também em novas startups, em novas sports techs, como conversamos aqui, que deem respaldo, subsídio para que os governos, sejam eles municipais, estaduais ou federal, possam realmente dar o direcionamento de que o nosso esporte precisa, até porque ele é uma área extremamente transversal.
Eu digo sempre que o esporte, infelizmente, nunca vai ser prioridade. A prioridade no nosso País é sempre a saúde, a educação, a segurança pública. Mas o esporte é transversal em todas essas áreas. Então, se nós tivermos a atividade física, a indústria esportiva bem fortalecida, vamos impactar diretamente essas áreas.
Temos o Ministério da Saúde, as secretarias de saúde estaduais e municipais, que dificilmente têm políticas públicas para a prevenção. Elas atuam na doença, quando o problema já está instalado. Elas não estão atuando na prevenção, na qualidade de vida, na cultura do movimento. E é aí que o esporte também entra.
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Na segurança pública, então, nem se fala. Eu costumo dizer que o esporte traz, na prática, tudo aquilo que a educação preconiza na teoria. Temos o fair play, temos o respeito, temos o saber ganhar, o saber perder, o método, a metodologia, e aí formamos cidadãos mais fortes, mais preparados para a vida.
Então, vejam como conseguimos transcender muito mais os resultados das quadras e das piscinas, muito mais do que as medalhas olímpicas, que são extremamente importantes. Os nossos ídolos trazem para as nossas crianças, para os nossos jovens a vontade de chegar lá, e logicamente o resultado dá a visibilidade de que o nosso País tanto carece, tanto precisa, em todas as áreas. Agora mesmo, recentemente, através da participação brasileira nas Olimpíadas de Tóquio, que foi a melhor participação do nosso País em Olimpíadas, o esporte atraiu todos os olhares mundiais para o Brasil.
Temos que aproveitar o momento e, como foi falado aqui anteriormente, mostrar para o mundo aquilo que temos de melhor. Eu tenho certeza de que o nosso País tem um potencial extremamente importante. Os Estados e os Municípios têm um papel fundamental nessa construção, porque nós estamos na base, nós estamos atuando nas políticas públicas dentro das nossas regiões, o que vai trazer todo esse impacto para todo o País.
Deixo aqui as minhas falas. Agradeço mais uma vez ao Deputado Julio Cesar e a todos os participantes. O Fórum Nacional de Secretários de Esportes está à disposição, sempre, para contribuir para o crescimento e o desenvolvimento do esporte no nosso País.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Obrigado, Secretária, pela sua participação. Sempre é uma honra poder receber a senhora aqui. E parabéns pelo trabalho e pela explanação que fez neste momento.
Quero convidar agora para usar da palavra o meu amigo Francesco Farruggia, que se encontra aqui conosco, do Instituto Campus Party. Ele já está se programando para que, no ano que vem, possamos fazer uma mega Campus Party aqui em Brasília. Em março, não é isso? Eu estive em São Paulo. A estrutura é sensacional. Quero parabenizá-lo pela iniciativa de trazer para Brasília esse grande evento. Para mim, é uma honra recebê-lo aqui na Comissão do Esporte.
O SR. FRANCESCO FARRUGGIA - Obrigadíssimo, Deputado Julio. Vou ser muito rápido, porque sou quase um penetra aqui. Eu estou aqui como assistente, convidado por Maurício Fernandez, graças à gentileza, à generosidade dele — todo mundo gosta dele; eu não vou ser exceção, não é? —, e porque depois descobri que o capitão desta Comissão é você, Deputado Julio.
Eu quero lhe agradecer, Deputado Julio, porque nós hoje, com a fundação Campus Party, temos 13 laboratórios na periferia de Brasília, em favelas, na periferia do DF, em que ensinamos robótica, tecnologia digital, com impressora 3D, drone, enfim, ensinamos programar IoT. Tudo isso levamos para as garotas e os garotos da periferia, que nunca tiveram oportunidade. Graças ao seu apoio, nós hoje temos 13 laboratórios aqui funcionando. Quando eu vi que você capitaneava a Comissão, disse: "Tenho que estar lá".
Obrigado, Maurício, por me convidar.
17:33
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Quero deixar rapidamente duas mensagens.
A primeira: contem com a Campus Party para tudo o que vocês precisarem ligado à tecnologia. Se é sobre startup, se é sobre empresa, ou se há informações a serem passadas, contem com a Campus Party. Nós temos várias edições no Brasil, e vocês podem levar todas as informações que queiram.
A segunda mensagem que quero deixar aqui — e me perdoem os que são fanáticos por exercício físico — é que se deve ter em conta os e-sports.
Nós estamos muito perto, Julio, dos e-sports. Acho que foi o representante da SEBRAE que falou que, hoje, movimentam mais dinheiro que a indústria de cinema e da televisão os e-sports, e não os games, que são outro negócio.
Hoje, uma arena de e-sport comporta 300 mil espectadores ou 500 mil espectadores.
Então, não deixe de dar uma olhada, como Vice-Presidente da Comissão de Esportes, aos e-sports. Por quê? Não competem com o exercício físico.
Eu tenho um filho de 15 anos que pratica 2 horas por dia de academia. Ele joga, assiste e segue os e-sports quase que mais que o futebol tradicional.
Era só isso.
Quero agradecer o convite de Maurício e de vocês todos aqui.
Sorte com todo esse acontecimento que estão anunciando aí, e contem com a Campus para o que precisarem.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Muito obrigado, Francesco.
Você sabe que, todas as vezes que você vier à Câmara, nós sempre estaremos aqui de braços abertos porque você é the best! (Risos.)
Obrigado.
Quero convidar para fazer uso da palavra Dácio Pretoni, que é da Confederação Nacional de Serviços — CNS, a quem quero passar a palavra.
Seja bem-vindo e obrigado pela sua participação.
O SR. DÁCIO PRETONI - Deputado, é uma honra estar aqui e é um prazer em conhecê-lo.
Também estou aqui a convite do Maurício.
É o bom ver o Herbert também. Nós estivemos em Dubai, juntos, durante GITEX — Gulf Innovation Technology Exhibition.
Eis o que eu posso agregar ao que o Francesco colocou: é impressionante o que a tecnologia está fazendo hoje em todos os segmentos, principalmente na área de esporte.
O Brasil, hoje, é um país de serviços — 75% do PIB brasileiro provêm de serviços.
A Confederação Nacional de Serviços vem trabalhando muito forte para que haja uma redução na carga tributária na área de serviços. Com isso nós conseguiremos empregar mais pessoas, investir em segmentos, sendo que obviamente um deles seria o de esportes.
Eu sempre falo que esporte é qualidade de vida, e, dentro do que o Francisco colocou — que o jovem, hoje, gasta muito tempo jogando joguinhos —, poucos são aqueles que fazem esporte físico mesmo. E essa é uma preocupação que nós temos, porque eu acho que a profissão do futuro vai ser fisioterapia, de tantos casos de problemas na cervical e de tendinite! (Risos.)
É complicado isso!
Eu tive a oportunidade de ver na GITEX várias tecnologias no segmento de esporte. Eu fiquei impressionado com uma, de uma empresa chamada Metahero, que escaneia o seu corpo.
Eu estive lá com o Marcos Pontes, eu o coloquei para que fosse escaneado, e eles criaram o avatar dele. Esse avatar pode ser, por exemplo, o seu personagem dentro de um jogo, e você ganha dinheiro em cima de NFT, de Blockchain, e tudo mais.
A CNS patrocinou a Stadium Go, que é a primeira empresa nacional e talvez do mundo na área de Blockchain para clubes de futebol.
17:37
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Então, essa revolução é muito grande. E eu gostaria de dar duas sugestões.
Eu acho que todo projeto, principalmente para a comunidade, na área de esportes, tem que vir junto com uma capacitação técnica. Existe hoje uma demanda gigantesca de mão de obra qualificada na área de programação ou de programas de computação. Só na Microsoft, em nível mundial, são 300 mil pessoas que eles precisam contratar em nível mundial.
Então, será bom se nós conseguirmos unir o útil ao agradável, ou seja, fazer com que a criança e o jovem que vão fazer um esporte também tenham uma capacitação na área de tecnologia, porque isso é da geração deles e assim vão se garantir para o mundo e para o futuro, para algum segmento em que vão trabalhar.
Com o esporte, como a Mariana bem colocou, há a formação de um cidadão: a criança aprende a respeitar o próximo, aprende a participar de uma equipe, aprende que existe hierarquia, aprende a ter horário. Então, isso para ela é uma base muito importante. Mas não devemos esquecer a terceira idade. Muito se fala de esporte para jovem, mas hoje, como o esporte é qualidade de vida e o brasileiro tem uma expectativa maior de vida, eu acho que, dentro dos programas que estão sendo desenvolvidos, nós temos que olhar para o idoso.
Eu viajo muito a China — já fui lá 25 vezes —, onde vejo o idoso numa praça, com seus amigos e amigas, fazendo exercício. É possível ver a qualidade de vida deles, que é muito interessante.
Então, Deputado, deixo essas mensagens.
Obrigado pelo espaço que me deram para eu poder falar não só a parte de esporte, mas também a parte de capacitação na área de tecnologia e de que não devemos esquecer o idoso.
Muito obrigado. Um abraço.
O SR. PRESIDENTE (Julio Cesar Ribeiro. REPUBLICANOS - DF) - Dácio, obrigado pela sua contribuição.
Registro que, por meio do portal e-Democracia, a Laene Oliveira fez uma pergunta: "O setor de esporte possui uma alta tributação, o que torna menos atraente investir no setor". Isso já foi respondido tanto pelo Bruno como pela Débora, que falaram sobre esse assunto.
Declaro encerrada esta terceira Mesa, sobre Setor Público, Terceiro Setor e Empreendedorismo.
Agradeço a presença de todos, em especial a do Maurício, da ABRIESP, que é um campeão porque conseguiu fazer o convite a tantas pessoas de altíssima qualidade, que estiveram conosco até este momento, o que, tenho certeza, engrandeceu muito esta audiência pública.
Quero agradecer a todos da Comissão de Esporte, na pessoa do Lindberg, que também é muito importante, assim como toda a sua equipe, sempre dando apoio incondicional a esta Comissão.
Lembro que está convocada reunião deliberativa extraordinária para amanhã, terça-feira, às 13 horas.
Nada mais havendo a tratar, declaro encerrada a reunião.
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