Horário | (Texto com redação final.) |
---|---|
09:16
|
O SR. PRESIDENTE (Dr. Frederico. PATRIOTA - MG) - Bom dia a todos.
Informo aos Srs. Parlamentares que esta reunião está sendo transmitida ao vivo pela Internet no site da Câmara dos Deputados e no portal e-Democracia, para ampliar a participação social por meio da interação digital.
Informo ainda que as imagens, o áudio e o vídeo estarão disponíveis para serem baixados na página desta Comissão logo após o encerramento dos trabalhos.
Esta reunião de audiência pública foi convocada nos termos do Requerimento nº 83, de 2021, de autoria do Deputado Hiran Gonçalves, subscrito pelas Deputadas Daniela do Waguinho e Carla Dickson, aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família, para conscientização sobre as doenças cardiovasculares e apoio para a criação da Campanha Agosto Azul Vermelho, da Saúde.
Anuncio a participação, por videoconferência, do Dr. Bruno de Lima Naves, Presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular; do Dr. Marcelo Moraes, Diretor Científico da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular; do Dr. Marcelo Burihan, Diretor de Publicações da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular; do Dr. Francesco Evangelista Botelho, Secretário-Geral da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular; e do nosso querido amigo e ilustre Parlamentar Dr. Luiz Ovando, Deputado Federal, do PSL do Mato Grosso do Sul, e médico cardiologista.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Frederico. PATRIOTA - MG) - Pois não.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Frederico. PATRIOTA - MG) - Deve estar havendo algum problema técnico, porque eu estou com a câmera aberta.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Frederico. PATRIOTA - MG) - Eu é que lhe agradeço. Esse trabalho virtual é sensacional porque nos permite exercer um excelente trabalho a várias distâncias, mas às vezes acontecem pequenos problemas técnicos.
Comunico aos senhores membros desta Comissão que o tempo destinado a cada convidado para fazer a sua exposição será de 15 minutos, prorrogáveis a juízo desta Presidência, não podendo o expositor ser aparteado. Os Deputados inscritos para interpelar os convidados poderão fazê-lo estritamente sobre o assunto da exposição, pelo prazo de 3 minutos, tendo o interpelado igual tempo para responder, facultadas a réplica e a tréplica pelo mesmo prazo, não sendo permitido ao orador interpelar quaisquer dos presentes.
Dando início aos trabalhos, passo a palavra, por 15 minutos, ao Dr. Bruno de Lima Naves, Presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, para que ele possa colocar aqui para este Parlamento e para toda a população brasileira a importância dessa campanha para a conscientização sobre as doenças cardiovasculares.
|
09:20
|
O SR. HIRAN GONÇALVES (PP - RR) - Presidente Frederico e o meu querido Naves também, S.Exas. me dão licença? Estou meio ofegante porque vim para cá correndo. Eu estava, desde cedo, no HOB operando e aí fiquei preocupado de não chegar a tempo. Obrigado, meu querido amigo Deputado Frederico, por presidir com tanta qualidade a nossa audiência pública.
Eu quero dar bom dia a todos e pedir, mais uma vez, desculpas pelo meu atraso. Agradeço a presença de todos os colegas a esta audiência pública que visa à mobilização em torno dessa data importante para a cirurgia cardiovascular.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Frederico. PATRIOTA - MG) - Eu é que lhe agradeço e parabenizo V.Exa. pelo brilhante requerimento, pela brilhante organização desta audiência pública. Fiquei honrado em poder participar da abertura dela. Agora sei que a conclusão dos trabalhos será primorosa, sob sua batuta. Estamos aqui acompanhando com muito interesse para aprendermos muito mais sobre as doenças cardiovasculares e sua importância.
O SR. PRESIDENTE (Hiran Gonçalves. PP - RR) - Um abraço, querido. Desejo-lhe também tudo de bom.
(Segue-se exibição de imagens.)
Foi nossa a solicitação de criar a Campanha Agosto Azul Vermelho para a conscientização sobre as doenças vasculares. Meu nome é Bruno Naves e sou o Presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.
A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular é uma associação sem fins lucrativos que tem o objetivo de defender os interesses dos médicos das especialidades de angiologia e de cirurgia vascular e das suas respectivas áreas de atuação, bem como de promover o aprimoramento profissional, estimular a produção científica e divulgar as especialidades e as áreas de atuação que representa.
Nós estamos presentes em 23 Estados do Brasil, cada um com a sua regional. Somos 4 mil associados e a segunda maior sociedade de angiologia e cirurgia vascular do mundo. Essa sociedade foi criada em 1952 e, no ano que vem, completaremos os nossos 70 anos.
Qual é o nosso propósito? Criar a Campanha Agosto Azul Vermelho para a conscientização sobre as doenças vasculares, prestar informações de qualidade, motivar as pessoas a práticas de hábitos saudáveis, pois melhor que tratar da doença é cuidar da saúde, e, por fim, mas não menos importante, gerar economia dos gastos públicos e desospitalização, melhorando a oferta de vagas hospitalares em outras enfermidades.
|
09:24
|
A nossa justificativa: segundo a Organização Pan-Americana de Saúde e a OMS, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Mais pessoas morrem anualmente por essas enfermidades do que por qualquer outra causa. Estima-se que 17,9 milhões de pessoas morreram por doenças cardiovasculares em 2016, o que representa 31% de todas as mortes em âmbito global. Desses óbitos, estima-se que 85% ocorrem devido a ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.
No Brasil, 10% da população acima de 60 anos apresentam obstruções arteriais sintomáticas em membros inferiores, fato que aumenta o risco de morrer e de complicações graves, como amputações e insuficiência renal.
As doenças mais comuns que vamos divulgar em nossa campanha são: aneurisma de aorta abdominal; insuficiência venosa crônica, as varizes; trombose venosa profunda; pé diabético; doença das artérias carótidas, o chamado AVC; e a doença arterial obstrutiva periférica.
Para se ter uma ideia, a pessoa com pé diabético tem 46 vezes mais chances de amputação. Há complicações também para quem tem varizes, aneurisma, doença arterial periférica e por aí vai.
A doença arterial obstrutiva periférica é extremamente comum. Nos Estados Unidos, essa doença acomete 5% da população, e isso tem um significado extremamente importante. Vejam, senhores, que, de 1,3 milhão de internações por doença arterial periférica na Alemanha, 5% são levados a amputações maiores e, em quase 6% dos casos, há mortalidade.
Eu vou falar apenas do que está em negrito, porque os números falam por si só. O custo total anual para hospitalização de pacientes com doença arterial periférica é de 6,31 bilhões de dólares.
O custo hospitalar estimado é de 5 mil reais por paciente, e o SUS repassa ao hospital muito menos que isso, o que gera um déficit para cada paciente.
No tratamento ambulatorial, conseguimos reduzir em 7 dias a internação e em 10 mil reais o custo total do tratamento. Esse é um dado extremamente importante. Precisamos cuidar da saúde dessas pessoas para não ter que interná-las.
Os impactos socioeconômicos da infecção do pé diabético são tremendos. A prevalência da doença arterial periférica chega a 30% nos diabéticos com mais de 50 anos, levando a uma chance de amputação 46 vezes maior. Dessas amputações, 85% poderiam ser evitadas.
|
09:28
|
Nos Estados Unidos, em 2012, na hospitalização por diabetes mellitus, 43% das internações levaram a gastos de 176 bilhões de dólares.
Aí vemos também os custos relacionados a internações no SUS, em 2014: 14,3% do custo de todas as internações, 126 milhões de dólares, é devido a doenças cardiovasculares, em particular, ao diabetes mellitus. O custo para o SUS é de 6,1 bilhões de dólares.
Então, um aprimoramento na gestão da doença arterial periférica pode melhorar a qualidade de vida relacionada à saúde do paciente e reduzir muito o impacto econômico e social.
O Brasil é o País com o maior número de pessoas com diabetes, e estima-se que metade delas nem sequer sabe que possui o problema.
Apesar dessas altas taxas de mortalidade e de incapacitação laboral definitiva, essas doenças são, na sua maioria, quando diagnosticadas precocemente, evitáveis e controladas com informação de qualidade e mudanças simples de hábitos. Citamos alguns: cessar o tabagismo, que é fundamental; fazer atividade física regular; ter cuidado com a alimentação, evitando excesso de sal, açúcar, farinha branca e gorduras de origem animal; manter peso compatível com a altura e índice de massa corporal normal; evitar a imobilização prolongada; e fazer controle médico da saúde com regularidade. É isso o que preconizamos.
Diante desses panoramas, queremos criar a Campanha Agosto Azul Vermelho. Essas cores representam, em todos os livros médicos, as veias, em azul, e as artérias, em vermelho. Nesse mês, comemora-se o Dia do Cirurgião Vascular, em 15 de agosto. Nós queremos motivar as pessoas a cuidarem melhor de si mesmas: melhorar a imunidade, a autoestima, a saúde vascular; prevenir complicações decorrentes das doenças vasculares, como amputações pelo pé diabético, o acidente vascular cerebral, a embolia pulmonar, os aneurismas rotos, as amputações por falta de circulação. Enfim, queremos atuar na conscientização das pessoas, na prevenção da saúde e no bem-estar da população.
Do ponto de vista de saúde pública e seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde, se o nosso objetivo for alcançado, poderemos indicar ao poder público políticas que terão grande alcance sanitário e social, como, por exemplo: políticas abrangentes para controle do tabaco; campanhas de conscientização para reduzir a ingestão de alimentos ricos em gorduras, açúcares e sal; construção de vias para caminhadas e ciclismo com o objetivo de aumentar a prática de atividades físicas; estratégias para reduzir o uso abusivo do álcool; fornecimento de refeições saudáveis para crianças no ambiente escolar; campanhas de atendimento médico à população.
Fizemos um projeto piloto este ano para verificar a viabilidade da campanha e sua aceitação, mesmo sendo um ano completamente atípico, por causa da pandemia, quando não poderíamos fazer campanhas presenciais.
Na imagem, vemos o logo principal da campanha: "Valorize a Vida. Cuide da sua saúde vascular". A ideia é falar de vida, e não ficar só falando de doença. A madrinha da nossa campanha foi a atriz Cláudia Raia, que, nas redes sociais, é um fenômeno: ela tem quase 8 milhões de seguidores, o que facilitou muito o conhecimento da nossa campanha.
Então, ela colocou também nos dedos as cores da campanha, azul e vermelho. "Valorize a Vida. Cuide da sua saúde vascular".
|
09:32
|
Fizemos um site específico para a campanha, que explica exatamente como é a campanha, as doenças de que falamos — as doenças venosas, as doenças arteriais — e as principais recomendações. Procuramos passar isso em todos os materiais que nós fizemos.
Falamos das varizes, que são extremamente comuns. Falamos das tromboses, de quais são os sinais, os sintomas, a prevenção e o tratamento, que é a nossa principal motivação. Falamos da relação entre trombose e câncer. A segunda principal causa de morte em pacientes com câncer é a trombose. Às vezes, isso é esquecido pelas pessoas. Falamos de trombose e viagens. Falamos de alimentação e da prática de diminuir o colesterol. Fizemos um esclarecimento sobre mitos e verdades extremamente importante.
Tivemos inúmeros apoiadores da campanha de uma forma interessante. Foi um apoio espontâneo. As pessoas perceberam que estávamos falando de valorização da vida e da saúde e começaram a apoiar. Tivemos mais de 40 artistas e apoiadores culturais. Pessoas que nem imaginávamos começaram a colocar o dedinho e falar: "Olhem, vamos participar dessa campanha". E foi um sucesso tremendo.
Aqui está mais um grupo: colegas, apoiadores, presidentes das nossas 23 regionais, artistas de teatro, televisão e rádio. Enfim, foi um apoio total.
Por isso, senhores, em nome da instituição que eu represento, dos seus 4 mil associados e, principalmente, em nome da população brasileira, que merece informações com qualidade para que possa tomar atitudes saudáveis e viver mais e melhor, eu solicito a aprovação do nosso pedido.
A ideia, gente, é muito simples. Hoje em dia, vivemos num mundo estranho — no mínimo, estranho —, onde existem muitas fake news. É importante que a população tenha informação com qualidade. Quem tem informação tem vida, tem saúde. Pretendemos ser um gatilho motivacional, para que a pessoa que tem uma informação de qualidade possa mudar hábitos de vida.
Queremos que as pessoas troquem a farmácia pela academia, procurem ter uma atitude saudável diante da vida. Isso é o que nós apoiamos, essa é a nossa solicitação. Peço o apoio dos senhores para essa solicitação legítima. Eu tenho absoluta e plena convicção de que, se conseguirmos criar o Agosto Azul Vermelho, uma campanha perene, vamos conseguir ajudar e muito a população brasileira e diminuir os gastos com internação.
O SR. PRESIDENTE (Hiran Gonçalves. PP - RR) - Muito obrigado, Presidente Bruno.
|
09:36
|
O SR. PRESIDENTE (Hiran Gonçalves. PP - RR) - Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Hiran Gonçalves. PP - RR) - Tudo bem.
O SR. DR. MARCELO BURIHAN - Muito obrigado, Deputado Dr. Hiran Gonçalves, Deputado Dr. Frederico, Deputado Dr. Luiz Ovando. Obrigado a toda a Comissão de Seguridade Social e Família.
Não vou me estender porque o Dr. Bruno Naves já fez uma excelente apresentação de todas as nossas propostas. A proposta fundamental é a conscientização da população para que, através da Campanha Agosto Azul Vermelho, ela tenha noção, conhecimento das doenças vasculares. A população acredita que o cirurgião vascular só trata de varizes, não é, Dr. Bruno? E esse leque de informações que a campanha trará com o conhecimento de diversas doenças que podem muito bem ser prevenidas é de extrema importância.
Nós temos o Setembro Amarelo, o Outubro Rosa, o Novembro Azul. E o Agosto Azul Vermelho trará conscientização para diversos tipos de doenças que a população não sabe que existe, e muitos médicos também acabam desconhecendo ou não tornando aquilo um fato importante.
Por exemplo, o Dr. Bruno citou a Trombose Venosa Profunda. A Trombose Venosa ou Tromboembolismo Venoso é uma das maiores causas de morte no mundo. A cada 37 segundos, morre uma pessoa com embolia pulmonar, com Tromboembolismo Venoso. Há mais de 10 milhões de casos de Tromboembolismo Venoso no Ocidente por ano.
Então, a prevenção disso leva, logicamente, a se minimizarem óbitos em nossa população e custos relacionados ao nosso Sistema Único de Saúde, muito bem demonstrados pelo Dr. Bruno, quando citou a Doença Arterosclerótica também. Essa doença no mundo é uma das maiores causas de óbito.
Se relacionarmos as doenças vasculares, mostrando à população que elas existem, mostrando como elas podem ser prevenidas, a tendência é que a população tenha uma melhor qualidade de vida, com um menor custo para o nosso Sistema Único de Saúde, podendo, consequentemente, modificar essa linha de investimentos para o bem-estar em vez do tratamento. Vamos tentar fazer essa prevenção para que a população não chegue a ter essas doenças e haja uma diminuição do número de óbitos. E a campanha de conscientização do Agosto Azul Vermelho sobre doenças vasculares tende a isso.
Eu quero mais uma vez agradecer à Comissão de Seguridade Social e Família, principalmente ao Deputado Dr. Hiran Gonçalves e ao Deputado Dr. Frederico, por estarmos aqui. Tenho absoluta certeza, assim como o Dr. Bruno Naves, de que teremos essa Campanha Agosto Azul Vermelho aprovada por esta Comissão.
|
09:40
|
O SR. PRESIDENTE (Hiran Gonçalves. PP - RR) - Muito obrigado, querido colega Marcelo.
O SR. PRESIDENTE (Hiran Gonçalves. PP - RR) - Então, vou passar a palavra a esta liderança aqui na Câmara dos Deputados, a este homem que é uma referência em saúde no Mato Grosso do Sul e no Brasil, meu querido amigo Deputado Dr. Luiz Ovando.
O SR. DR. LUIZ OVANDO (PSL - MS) - Bom dia, meu nobre Deputado e colega distinto, colega duas vezes, médico e Deputado, Hiran Gonçalves. É sempre uma grande satisfação poder participar de uma atividade parlamentar presidida por V.Exa.
Eu quero nesta oportunidade saudar o Dr. Bruno Naves, Presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, e o Dr. Marcelo Burihan, estendendo os meus cumprimentos a todos aqueles que participam da reunião presencialmente, tendo como exemplo a nossa querida colega Carmen Zanotto, já citada por V.Exa.
Agradeço ao nosso Presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, Dr. Luizinho, colega nosso também.
Meus queridos, eu quero nesta oportunidade fazer uma meditação sobre algumas questões, principalmente no que diz respeito à prevenção das doenças cardiovasculares.
O Dr. Bruno e o Dr. Marcelo já chamaram a atenção para os eventos de Tromboembolismo Venoso. Quero dizer que nós vivemos — e vou mostrar alguns dados — principalmente na busca da prevenção. E, quando falamos em prevenção, é importante lembrar que nós não somos eternos; nós nos desgastamos, nós envelhecemos.
Eu gosto muito de fazer referências bíblicas. E aqui nós temos Salmos 102:25-26, que fala que Deus fundou a terra e que os céus são obras das mãos dele; e que esse céu e essa terra envelhecerão como um vestido. Então, isso aqui fala da dimensão material.
Já o Profeta Isaías fala: "E todo o exército dos céus se gastará..." Isso mostra que, do ponto de vista material, nada é eterno. Nós somos matéria e, sendo matéria, não podemos nos esquecer de preservar o que pudermos do ponto de vista de continuidade.
Agora, falo do coração. Provérbios 4:23, fala do sábio e profeta Salomão: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida". E o coração é um órgão fantástico. É importante que nos atentemos para isso. O coração é o centro da vida, tanto do ponto de vista material quanto do ponto de vista espiritual. É importante que nos atentemos para isso, porque o coração é aquele servo fiel, obediente, que responde prontamente às solicitações orgânicas, tanto do ponto de vista neurológico, emocional, quanto também do ponto de vista material, objetivo, fisiológico, principalmente diante das adversidades.
É importante que cuidemos dele porque, de forma geral, precisamos retardar esse desgaste cardiovascular.
|
09:44
|
Para começarmos objetivamente, já que estamos falando de dimensão material, é importante que atentemos para os chamados fatores de risco, uma vez que o tema é exatamente a prevenção. Infelizmente estamos vivendo um período de pobres hábitos dietéticos. Estamos ficando inativos cada vez mais. E, de maneira geral, o tabagismo está recrudescendo, está voltando. O que temos que fazer de forma bastante contundente é celebrar o combate feito pelo Prof. Mário Rigatto em relação ao tabagismo. É importante atentar para esses maus hábitos, porque eles envelhecem o sistema cardiovascular de forma precoce. A inatividade e o excesso de alimentos, principalmente, levam à obesidade, que é a raiz de todos os males, levando à disfunção endotelial e problemas metabólicos.
Aí nós criamos situações assintomáticas, a princípio, aparentemente, como: as dislipidemias; a própria hipertensão, conhecida como o "assassino silencioso"; a diabetes, que é uma doença extremamente sorrateira, porque já vem desgastando o sistema cardiovascular anos antes de aparecerem os primeiros sintomas de hiperglicemia e, consequentemente, as alterações inflamatórias; o processo de trombose, já muito bem lembrado; e os riscos de arritmia. Dessas condições todas, nós temos as condições subclínicas de doença vascular como um todo. É importante a questão vascular. O vaso é por onde passa o sangue, e o sangue é a vida. Isso está lá em Levíticos 17:11. A fonte da vida é o sangue, e é lá que começam os sintomas — depois de 30 a 40 anos de desgaste cardiovascular — que culminam em coronariopatia, arritmia, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e distúrbios cognitivos, que acabam levando o indivíduo à morte.
Vamos começar falando de uma situação importante que citamos inicialmente, que é exatamente a questão da diabetes. Aqui podemos observar que anos antes do diagnóstico já se tem uma resistência à insulina. Isso é importante porque essa resistência à insulina ninguém nem detecta. Ela é consequência dos maus hábitos de que falamos aqui, dos pobres hábitos dietéticos. Nós começamos a comer muito, carregamos nos ombros mais de 10 bilhões de anos de escassez e, quando sentamos à mesa, fica muito difícil controlar isso. É preciso sabedoria, é preciso autodeterminação e é preciso treinamento constante. Nós precisamos estar lembrando às pessoas que não se deve comer exageradamente, porque isso leva à resistência à insulina.
Nós podemos observar nesse gráfico a função das células beta. Inicialmente, pela solicitação em excesso da necessidade do metabolismo, no caso, da glicose, nós começamos a levar as células beta a um desgaste progressivo. E, antes mesmo que os sintomas sejam detectados, nós já temos complicações cardiovasculares, principalmente o problema macrovascular. Depois, quando aparece no marco zero, nós começamos com os problemas microvasculares.
Aqui em cima, nós vemos que, à medida que os anos passam, a diabetes se agrava. Diabetes agravada é exatamente um processo inflamatório sistêmico vascular que começou lá com o excesso de alimentos. Acontece com aquele indivíduo que progride na vida e diz: "Agora eu posso comer muito". Eu tive um paciente que chegou a uma situação e disse assim: "Doutor, eu trabalhei muito e não tinha comida. Agora que eu tenho comida, eu não posso comer?" É exatamente isso. Então, nós poderemos continuar comendo, mas com moderação, sabedoria e equilíbrio. É fundamental que pensemos dessa forma.
Mostro este eslaide para entendermos um pouquinho mais essa questão. A insulina é fantástica. Quando se fala que vai insulinizar um paciente, ele fica extremamente atordoado. Ele já tem excesso de insulina, e o excesso de insulina na célula tem duas vias basicamente: o receptor da insulina, o IGF, vai para a via do fosfatoinositol-3-quinase, que, na célula, aumenta a captação. O interessante é que isso aumenta a síntese do óxido nítrico, levando à vasodilatação. Essa condição nós chamamos de anti-aterogênica. Isso é importante porque acontece no músculo esquelético. E o nosso músculo esquelético inativo faz com que, infelizmente, nós levemos a insulina para outra via, a do MAPK, mitógeno fósforo quinase, ou seja, nós começamos a ter ativação da proteína quinase. Essa ativação é pró-aterogênica.
|
09:48
|
Vejam que naquele eslaide anterior, que nós já mostramos, a doença está na fase inicial, e o problema macrovascular já se inicia exatamente pelo excesso de insulina, pelo excesso de comida, pelas alterações metabólicas. Então, nós precisamos estar atentos e orientar as pessoas a mexerem a musculatura esquelética, ou seja, serem ativos e comerem exatamente aquilo que se faz necessário, porque, caso contrário, haverá exatamente o crescimento das células, entupindo as artérias, devido à mitógene. Isso é celular e leva à atividade de vasoconstrição para a liberação da Endotelina-1.
Isso aqui é um dado de uma aldeia da Índia e mostra que a diabetes mata muito mais subitamente do que a morte natural. O indivíduo, às vezes, é assintomático, devido à fibrose, devido ao processo isquêmico. A hipertensão leva o indivíduo à morte súbita muito mais do que a morte natural. Vejam que ter uma cicatriz miocárdica é um grande drama. Então, temos que evitar a cicatriz. Para se evitar a cicatriz, é preciso comer adequadamente, evitar as alterações metabólicas e ser ativo fisicamente. Quando o indivíduo não tem história de diabetes, hipertensão ou mesmo infarto, a morte súbita é muito menor do que nessas situações.
Aqui eu quero enfatizar mais uma vez que, dentro dessa história de combate às doenças cardiovasculares, é preciso que tenhamos consciência de que a inatividade física aumenta a coronariopatia, o AVC, a hipertensão, o câncer de cólon, o câncer de mama, a diabetes, a osteoporose e mais esta outra lista gigantesca de problemas que temos aqui. Eu trouxe isso para mostrar que estamos contrariando a lei universal, que é exatamente a lei da mobilidade. Todas as vezes que paramos, todas as vezes que adquirimos alguma coisa que se interpõe entre a nossa mobilidade e a inatividade, nós estamos simplesmente nos predispondo e agravando as situações.
Enfatizando a minha fala, o meu destaque, esse é um trabalho já relativamente antigo que mostra a redução de mortes por coronariopatia diante do tratamento.
Nós, de maneira geral, queremos passar o cateter, puxar o trombo, queremos revascularizar, colocar a prótese, enfim, ter o helicóptero que vai pegar o indivíduo em situação adversa.
Mas vejam só o que se demonstrou em vários períodos, em várias décadas: os Estados Unidos, em relação ao tratamento, conseguem reduzir as mortes em 40%, ao passo que, em relação à redução dos fatores de risco, em 54%. A Nova Zelândia chega a 60%.
E assim vamos vendo outras situações. Vejam que os próprios Estados Unidos, quando aumentam a atividade invasiva, de atuação, de tratamento, eles conseguem apenas reduzir a mortalidade em 47% — e praticamente depois de quase 30 anos. Ou seja, nós queremos, com esse gráfico aqui, dizer o seguinte: é importante reduzir o fator de risco; é importante deixar de ser inativo; é importante pôr a musculatura esquelética em atividade e comer adequadamente, para que verdadeiramente nós possamos ter vida saudável, longa, seguindo a orientação bíblica, que diz que nós somos feitos para viver 120 anos.
|
09:52
|
Alguns estudos, inclusive o que Fiuza-Luces publicou no Phisiology, em 2013, mostram que também há outra forma de se tratar a pessoa que não quer fazer exercício: tomar a polipílula. Em relação à pílula, é exatamente esta a questão: você consegue reduzir a pressão diastólica comparativamente ao exercício — à esquerda do zero, há benefício.
Vamos ter aqui, tanto na pressão sistólica quanto na diastólica, benefícios. Mas, quando vamos para o colesterol e o LDL, vemos que a polipílula, comparada à atividade física, não ganha da atividade física de forma significativa. Isso mostra que, além disso, nós temos outros grandes benefícios da atividade física.
Para o encerramento, quero dizer aos nobres colegas médicos e ao nobre Deputado Hiran que esse indivíduo aqui é um exemplo que sempre trago, porque ele era ativo fisicamente e depois desapareceu por 5 anos do consultório. Ele corria normalmente 10 quilômetros por dia. Ele chegou para fazer uma avaliação em razão de uma hérnia inguinal. Vejam o triglicérides dele em 2005: 597. Pela escala, ele reconsiderou seu posicionamento e, só com a atividade física, chegou a um triglicérides de 79, tendo inclusive feito uma recrudescência. Ele voltou a ficar inativo, e voltou a aumentar o triglicérides.
Vocês podem observar que a glicose não era significativa, o que mostrava que ele tinha hábitos saudáveis, e tinha inatividade. O próprio colesterol HDL, o LDL e a hemoglobina glicada não são diferentes. O ácido úrico, que era elevado, abaixou só com atividade física. Ele também, naturalmente, deve ter seguido as orientações dietéticas de evitar alimentos que sejam ricos em purina. E chegamos a essa condição de mostrar, de forma contundente, que atividade física faz a diferença e que é o que nós precisamos fazer.
Mostramos aqui também outro eslaide dizendo que o exercício aeróbico reverte a inflamação arterial do idoso. Mostramos que a expressão aórtica das citoquinas pró-inflamatórias (disfunção vascular) reduz a IL-1, a IL-6 e a TNF-alfa, que são elementos pró-inflamatórios. E também são reduzidos os macrófogos e linfócitos aumentados na adventícia. Apenas com 10 a 14 semanas de exercício há uma reversão da expressão gênica dessas citoquinas, mostrando, mais uma vez, que exercício é fundamental.
Então, finalizando a minha fala, quero deixar aqui minha mensagem.
Eu acredito nisso. Sou partidário disso. Insisto com meus pacientes, com os jovens. E, agora, temos — graças a Deus! — uma iniciativa muito boa da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular para alertar a nossa população, de maneira geral, que precisamos ser ativos, porque assim estaremos harmônicos e sincrônicos com a lei universal, que é a lei do movimento.
Eu termino dizendo aquilo que sempre passamos para todos: a saúde está nos movimentos.
Meu muito obrigado, meu nobre Deputado Hiran. Meu grande abraço a todos aqueles que participam das nossas atividades!
|
09:56
|
O SR. PRESIDENTE (Hiran Gonçalves. PP - RR) - Meu querido Deputado Dr. Luiz Ovando, muito, muito obrigado, em nome de todos os participantes desta audiência pública, pela aula.
O SR. DR. LUIZ OVANDO (PSL - MS) - Eu vejo. Ela anda bastante.
O SR. PRESIDENTE (Hiran Gonçalves. PP - RR) - Ela anda bastante aqui dentro. Acho que ela deve andar uns 5 quilômetros por dia aqui dentro. Acho que isso, de certa forma, diminui o peso na consciência dela, que, aliás, é para quem vou passar a palavra.
A SRA. CARMEN ZANOTTO (CIDADANIA - SC) - Muito obrigada, nobre Presidente, Deputado Hiran Gonçalves. Parabéns pela iniciativa desta audiência pública, que vai dar andamento aos textos legais para o Mês Azul e Vermelho das doenças cardiovasculares.
Eu quero saudar todos os nossos convidados, em nome do nosso colega Deputado Dr. Luiz Ovando, que nos deu uma aula e que, aqui no Parlamento, traz a sua experiência de profissional da área da saúde. Destaco, em especial, a sua fala sobre os movimentos, Deputado.
Como enfermeira e gestora que fui, eu sempre tive preocupação com os problemas, Deputado Dr. Hiran Gonçalves, que temos em relação, por exemplo, aos grupos de diabéticos e hipertensos. Não basta entregarmos a medicação a um paciente hipertenso e ele ficar na varanda de sua casa, em especial, os nossos pacientes com mais idade. Por quê? Porque normalmente é no sábado que temos aquela grande feijoada, e só a medicação não vai resolver. Ela auxilia, mas quantos procedimentos cirúrgicos deixariam de ser feitos, quantos pacientes nós poderíamos retirar da fila ou não permitir que entrassem na fila para os procedimentos mais complexos na área da cardiologia se nós tivéssemos ações de prevenção realmente concretas em cada uma de nossas Unidades Básicas de Saúde?
O Sistema Único de Saúde, quando implantou o Núcleo de Apoio à Saúde da Família — NASF, permitia que tivéssemos um profissional de educação física junto com a equipe de saúde, para orientar exatamente isto, a importância de não apenas utilizarmos a medicação — respeitando os casos necessários prescritos —, mas também trabalhamos a prevenção.
E eu tenho certeza que o Mês Azul e Vermelho também exposto aqui por todos os convidados e pelo nobre Deputado Dr. Hiran reforça isso. Esse mês reforça as ações de prevenção e traz um alerta para o quanto ainda no País, em especial em cada uma das nossas comunidades, precisamos destacar isso.
Eu acho que precisamos mudar um pouquinho também, Deputado Dr. Hiran, e talvez sermos um pouco mais rígidos nas nossas escolas públicas com relação à atividade física. Digo isso porque, quando as crianças aprendem a importância da atividade física na escola, realmente havendo atividade física, as antigas aulas de educação física, poderá haver adultos mais conscientes e sadios.
|
10:00
|
A questão da alimentação é outra coisa muito complexa. Deputado Dr. Luiz Ovando, eu sou da época em que, no nosso hospital pediátrico, havia criança "pé e cabeça", ou seja, uma na cabeceira e outra nos pés, para darmos conta do número de internamentos de crianças desnutridas. E o que estamos enfrentando hoje? A obesidade. Estamos perdendo crianças em razão de sobrepeso, que passou a ser quase uma rotina nas nossas cidades. Precisamos evitar também o sobrepeso das nossas crianças, porque sabemos dos problemas cardiológicos que elas podem ter.
Parabéns por esta iniciativa! Eu acredito na prevenção, sim. É falando, falando e falando que vamos conseguir mudar o comportamento, mas queria reforçar que precisamos, Deputado Dr. Hiran, mudar esse comportamento lá nas nossas Unidades Básicas de Saúde. Lá na atenção primária, precisamos conscientizar, através dos grupos de pacientes, para a importância da atividade física.
Aqui mesmo na Casa, nós corremos bastante, mas muitos de nós não temos essa disciplina de destinar 30 minutos do nosso dia a uma atividade física pontual. A atividade física da rotina, do dia a dia, ajuda-nos, mas precisamos de regularidade. E agora, com a pandemia, precisamos mais do que nunca.
E também esse tema do Mês Azul e Vermelho vai nos mostrar a dificuldade de os nossos pacientes do SUS fazerem os procedimentos mais complexos, especialmente os que estão na fila de espera para uma cirurgia cardíaca.
O SR. PRESIDENTE (Hiran Gonçalves. PP - RR) - Muito obrigado.
O SR. DR. LUIZ OVANDO (PSL - MS) - Deputado Hiran, eu poderia dar uma palavrinha?
O SR. PRESIDENTE (Hiran Gonçalves. PP - RR) - Pois não, meu querido amigo. V.Exa. tem o tempo que desejar.
O SR. DR. LUIZ OVANDO (PSL - MS) - Quero pedir desculpa e licença. Estou aqui em Campo Grande com o pessoal, indo a uma reunião com uma liderança religiosa no nosso gabinete. Mas, antes de sair, eu gostaria de parabenizá-lo pela iniciativa fantástica, oportuna, da proposição do requerimento que foi colocado para essa audiência pública no dia 8 de abril, dia do aniversário da minha esposa, inclusive. Não vou esquecer isso, porque é fundamental.
Quero dizer a V.Exa. que estamos às ordens para participar daquilo que V.Exa. achar conveniente, principalmente estabelecendo o Mês Azul e Vermelho, que é decisivo para que tenhamos uma lembrança e uma celebração constante da importância de preservar o nosso maior aliado, que é o nosso coração.
O SR. PRESIDENTE (Hiran Gonçalves. PP - RR) - Meu querido Deputado Dr. Luiz, eu estava guardando uma surpresa para o final, mas, antes de V.Exa. sair da sala, eu queria lhe dar ciência de que vamos, ao final desta audiência, já protocolar o projeto de lei de criação do Mês Azul e Vermelho.
|
10:04
|
O SR. DR. LUIZ OVANDO (PSL - MS) - Muito obrigado, nobre Deputado Hiran.
O SR. PRESIDENTE (Hiran Gonçalves. PP - RR) - Vou passar para os debates.
O SR. PRESIDENTE (Hiran Gonçalves. PP - RR) - Desculpe, Presidente.
Minhas considerações são só de gratidão. Gratidão a você, Deputado Hiran, que nos acolheu tão bem aí em Brasília e acolheu nossa proposta, nossa solicitação, ao Deputado Dr. Luiz Ovando, ao Deputado Frederico, à Deputada Carmen, enfim, a todos que nos apoiaram.
O SR. PRESIDENTE (Hiran Gonçalves. PP - RR) - Algum dos expositores quer fazer suas considerações finais? Dr. Marcelo?
Quero também só agradecer a toda a Comissão de Seguridade Social e Família, ao senhor, ao Deputado Frederico, ao Deputado Dr. Luiz Ovando, à Deputada Carmen.
Não havendo mais quem queira se manifestar, vamos finalizar esta nossa extremamente importante audiência pública. Como falei, agora há pouco, eu estava guardando para o final esta homenagem à Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.
Institui o mês 'Agosto Azul e Vermelho', dedicado a informar a população sobre os cuidados com a saúde vascular e incentivar a prevenção e tratamento.
Art. 1º Fica instituído em todo o território nacional o mês 'Agosto Azul e Vermelho', dedicado a informar a população sobre os cuidados com a saúde vascular e incentivar a prevenção e tratamento.
Art. 2º No mês de agosto de cada ano, a critério dos gestores, em cooperação com a iniciativa privada, com entidades civis e organizações profissionais e científicas, realizarão campanhas de esclarecimentos, exames e outras ações educativas e preventivas visando ao esclarecimento e incentivo à realização de exames preventivos para a manutenção da saúde vascular, assim como para outras doenças que acometem primordialmente a população feminina.
|
10:08
|
Segundo a organização Pan americana de saúde e a OMS, dados encontrados no link, https://www.paho.org/pt/topicos/doencas-cardiovasculares, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo: mais pessoas morrem anualmente por essas enfermidades do que por qualquer outra causa.
cardiovasculares em 2016, representando 31% de todas as mortes em nível global. Destes óbitos, estima-se que 85% ocorrem devido a ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Mais de três quartos das mortes por doenças cardiovasculares ocorrem em países de baixa e média renda. Das 17 milhões de mortes prematuras (pessoas com menos de 70 anos) por doenças crônicas não transmissíveis, 37% são causadas por doenças cardiovasculares. No Brasil, 10% da população acima de 60 anos apresenta obstruções arteriais sintomáticas em membros inferiores, fato que aumenta o risco de morrer e de complicações graves como amputações e insuficiência renal.
Estamos vivendo um momento inusitado e triste de uma pandemia com proporções inimagináveis. As pessoas estão assustadas, preocupadas, estressadas e com medo de procurar auxílio médico.
Por outro lado, as doenças Vasculares, principalmente as mais comuns, que são os Aneurismas de Aorta Abdominal (AAA), a Insuficiência venosa crônica/Varizes, a Trombose Venosa Profunda (TVP), o pé diabético, a doença das artérias carótidas (AVC) e a Doença Arterial Periférica (DAP), continuam existindo e necessitando de monitoramento constante para que não evoluam para um problema que leve ao afastamento definitivo do trabalho ou à morte.
Curiosamente, apesar das altas taxas de mortalidade e de incapacitação laboral definitiva, estas doenças são na sua maioria, quando diagnosticadas precocemente, evitáveis e controladas, com informação de qualidade e mudança simples de hábitos. Citamos alguns:
3- Cuidar da alimentação evitando excesso de sal, açúcar, farinha branca e gorduras de origem animal.
Nosso propósito: Criar o mês Azul e Vermelho, que são as cores que representam em todos os livros médicos as veias, em azul e as artérias em vermelho. Neste mês de agosto de 2021, mês que também se comemora o dia do Cirurgião Vascular, dia 15 de agosto, devido ao cansaço extremo da população, nosso objetivo é falar de saúde vascular. Não achamos o momento oportuno para falar de doenças. Queremos motivar as pessoas a cuidarem melhor de si mesmas, melhorar a imunidade, autoestima, a saúde vascular, prevenir complicações decorrentes das doenças vasculares como amputações pelo pé diabético, acidente vascular cerebral, embolia pulmonar, aneurismas rotos, amputações por falta de circulação, enfim, atuar na conscientização, prevenção, saúde, bem-estar da população.
|
10:12
|
Do ponto de vista de saúde pública, seguindo orientações da OMS, se o objetivo for alcançado este ano poderemos sugerir algumas atitudes do poder público com grande alcance social, exemplo:
• Construção de vias para caminhada e ciclismo, com o objetivo de aumentar a prática de atividades físicas
• Criar campanhas de atendimento à população no mês Azul e Vermelho, com a participação de médicos associados e apoiadores.
Então, nós vamos já colocar esse projeto de lei no sistema e fornecer o código para todas as Sras. Deputadas e todos os Srs. Deputados que queiram subscrevê-lo e participar como coautores, porque esse projeto, volto a dizer, não é meu, é da sociedade brasileira, tendo à frente a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, que foi a idealizadora desse movimento.
Quero agradecer ao Presidente e à Diretoria da SBACV, a todos os médicos do Brasil de maneira geral, e às equipes multiprofissionais de saúde. Repito que a medicina não se faz só com médicos, ela se faz com uma equipe multidisciplinar. E nós estamos apresentando este projeto em homenagem a essas equipes multidisciplinares, que tratam de preservar a saúde do povo brasileiro e que têm enfrentado esta pandemia com tanta dedicação, ressaltando aqui a importância do nosso Sistema Único de Saúde, que é o maior do mundo e mitigou muito o sofrimento das pessoas durante esta tragédia que abate a humanidade.
Se Deus quiser, ainda no decorrer deste ano, iremos aprovar esse projeto. Solicito aqui a ajuda da nossa Comissão de Seguridade Social e Família, o que tenho certeza de que não nos faltará, tendo à frente o nosso querido Deputado Dr. Luizinho, juntamente com os demais membros da Comissão, para que possamos aprová-lo rapidamente. Como ele deve ser terminativo na Comissão de Constituição e Justiça, eu acho que nós conseguiremos aprová-lo rapidamente.
Quero parabenizar todos que participaram desta audiência pública e os nossos queridos Deputados e Deputadas. Quero agradecer ao nosso querido Deputado Dr. Frederico, que presidiu inicialmente esta audiência pública, substituindo-me pelo meu eventual atraso por conta de uma obrigação que tive um pouco mais cedo. Quero dizer que eu me senti muito honrado com a presença de todos. Agradeço a todos que participaram.
Espero que tenham um excelente final de semana e um feriado prolongado, e que as coisas transcorram na maior tranquilidade no próximo Dia da Pátria, que é o nosso Sete de Setembro.
Nada mais havendo a tratar, encerro a presente reunião, antes convidando todos para a audiência pública hoje, quinta-feira, dia 2 de setembro de 2021, às 14 horas, no Plenário 7, para debater a qualidade do ensino nos cursos de Medicina no País. Isso é mais um retrato daquilo que é o compromisso da nossa Comissão de Seguridade Social e Família com o estado da arte da nossa profissão.
|