Horário | (Texto com redação final.) |
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Boa tarde a todos.
Nessa série de audiências públicas, convidamos as confederações que possivelmente estarão nos Jogos Olímpicos de 2020 ou mesmo aquelas que não estarão, mas fazem parte do Comitê Olímpico Brasileiro e de todo esse processo de debate sobre a política pública esportiva, que nasce aqui no Congresso Nacional, em relação à liberação de verbas públicas, à apresentação de projetos de lei e às ações ligadas à Secretaria Nacional do Esporte. Tudo nasce primeiro na Comissão. São 25 Comissões de diversas áreas de políticas públicas. A Comissão do Esporte é uma dessas 25 Comissões. Então, daqui saem o ordenamento e a porcentagem de ações que vão ser investidas nas secretarias. Tudo isso nasce aqui na Comissão do Esporte.
Quando vocês virem aquele orçamento sendo aplicado — antes era pelo antigo Ministério do Esporte, atualmente é pelo Ministério da Cidadania —, fiquem certos de que isso nasce aqui. Nós temos uma quantidade "x" de Deputados na Comissão, mas é menor a quantidade de Deputados que realmente se dedicam e têm uma ligação muito forte com o esporte.
Juntamente com o Secretário Executivo Lindberg, nós tentamos direcionar, da melhor forma possível, o investimento público no desenvolvimento esportivo.
Tema da audiência: Preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Foram convidadas a participar as Confederações de Badminton, Ginástica, Golfe, Tênis e Tênis de Mesa.
Esta audiência pública está sendo realizada em atenção ao Requerimento nº 57, de 2019, de iniciativa do Deputado Luiz Lima, com a finalidade de debater a preparação dos atletas brasileiros para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 com as Confederações de Badminton, Ginástica, Golfe, Tênis e Tênis de Mesa.
A título de organização, tendo em vista a falta de espaço para todos na Mesa, informo que formaremos cinco Mesas de convidados, uma Mesa para cada confederação. Iniciaremos com a Confederação de Golfe, seguida das Confederações de Badminton, Ginástica, Tênis e Tênis de Mesa.
Antes de passar às exposições dos nossos convidados, informo as regras de condução dos trabalhos desta audiência pública. Os convidados deverão limitar-se ao tema em debate para suas exposições. Os Presidentes de Confederação disporão de 15 minutos, e os atletas de 10 minutos, não podendo ser interrompidos.
Comunico também que esta audiência pública está sendo transmitida pelo portal e-Democracia, com o link disponível na página da Comissão do Esporte, no portal da Câmara.
Dando início à Mesa com a Confederação Brasileira de Golfe, informo que o Sr. Euclides Antonio Gusi, Presidente da Confederação Brasileira de Golfe, não pôde comparecer por causa de outro compromisso anteriormente agendado. Participará da audiência, por meio de videoconferência, o Sr. Pablo de La Rua, membro da Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Golfe.
Pablo, muito obrigado. Eu não sei se você está vendo a minha imagem agora, mas eu tenho no meu bolso três bolinhas de golfe: uma mais antiga, uma amarelinha e outra mais nova. Vocês não vão acreditar onde eu acho essas bolinhas de golfe. É no Lago Paranoá. Toda quarta-feira de manhã, eu nado perto da Ponte JK e vou margeando o Clube de Golfe. No fundo do clube, eu sempre acho uma bolinha. Eu já tenho 28 bolinhas como esta aqui. Eu acho que, até o final do ano que vem, eu chego a 100 bolinhas.
(Risos.)
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Pablo, muito obrigado pela sua participação. Eu queria que você ficasse bem à vontade para falar, em 10 minutos ou em até 15 minutos, como está a situação do golfe hoje.
Atletas do golfe, que é um esporte muito antigo, participaram das Olimpíadas de Saint Louis, lá no início, em 1904, e depois ficaram 112 anos sem participar das Olimpíadas. Voltaram a competir em Olimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016, e agora, em Tóquio, se eu não me engano, 60 atletas do grupo masculino, e 60 atletas do grupo feminino participarão.
Boa tarde a todos. Eu estou num evento na cidade de Londrina. Por isso não pude comparecer à reunião com vocês.
Na verdade, é um pouco complicado falar do golfe. Nós somos hoje, aproximadamente, 200 profissionais, metade dos quais são atletas profissionais. Nós jogamos, por ano, de 10 a 12 competições no nosso País. Mas é muito complicado. Infelizmente, não conseguimos viver de jogos no nosso País, temos que partir para outros ramos, tipo dar aulas e cuidar de campos. Não conseguimos viver das competições propriamente ditas o tempo todo ou nos dedicarmos somente a isso.
Hoje, para o ranking das Olimpíadas, estaria dentro o brasileiro Adilson da Silva, um atleta que compete na África do Sul — por isso ranqueia mundialmente, através dessas competições na África do Sul e de competições na Europa. Então, para o Brasil hoje nada vale para o ranking mundial, a não ser dois eventos. Um deles é o Campeonato Latino-Americano. Somente os seis primeiros colocados nesse evento pontuam para o ranking mundial. Dessa forma, fica um pouco difícil para nós conquistar vagas para as Olimpíadas, é claro.
Tudo isso envolve aquilo que você acabou de dizer: o incentivo ao esporte, o incentivo do País, do Governo ao esporte. É claro que a confederação tem feito um trabalho bacana, tem melhorado nessa última gestão — uma gestão e meia —, a do Sr. Euclides, que inclusive está em competição no Paraguai, na Copa Los Andes, o maior evento da América do Sul para amadores. A confederação se volta mais para os amadores. Já o golfe profissional foi deixado um pouquinho de lado e está engatinhando de novo ou tem dado passos bem pequenos ou braçadas compassadas, bem pequenas, para tentar resgatar o seu caminho ou voltar a ter um field competitivo em campeonatos que possam fazer com que os jogadores voltem a ser atletas novamente, a pensar única e exclusivamente em competir, o que é o mais difícil que temos visto hoje em nosso esporte.
Como eu havia dito antes, estamos jogando a 11ª etapa do ano. O nosso líder do ranking hoje tem aproximadamente 35 mil reais em bolsa durante o ano todo. Acho que todos sabem que, com essa quantia, dividida em 11 meses que temos até agora, de maneira alguma é possível sobreviver.
Então, essa falta de incentivo, não digo só da parte pública, mas também da parte privada, é um pouco complicada, ao nosso ver.
Nós nos reunimos nessas competições, somos todos amigos, por estarmos competindo sempre os mesmos — são 40, 50 atletas —, e competimos por nossa conta. Nós conversamos com os próprios clubes, conseguimos um apoio e vamos atrás desses campeonatos, para poder estar em competência, para poder jogar um sul-americano, um latino-americano e, aí sim, tentar minimamente obter os pontos para o ranking mundial.
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Então, sobre as Olimpíadas em Tóquio, no ano que vem, somente esses dois ou três atletas que jogam fora do País podem pontuar para o ranking mundial. Mas esses três — no caso seriam o Adilson, o Rodrigo e o Alexandre Rocha — estão bem encaminhados. É bem provável que pelo menos um deles vá competir no ano que vem.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ótimo.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Pablo, eu gostaria de saber, já que infelizmente está ausente aqui o Presidente Euclides Antonio Gusi, e não há nenhum representante da confederação, se você tem algumas informações sobre número de federações, número de atletas hoje filiados à Confederação Brasileira. Como funcionam o campeonato brasileiro e os campeonatos estaduais? Vocês são vinculados a clubes, a instituições? As inscrições são individuais? A participação da comissão de atletas nas decisões da confederação acontece?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Está ótimo.
O SR. PABLO DE LA RUA (Participação por videoconferência.) - Quanto à representação dos atletas na confederação, foi mudado o estatuto em assembleia 1 mês atrás. Hoje existem dois representantes profissionais, dois representantes amadores, duas representantes amadoras e um árbitro — foi feita essa nova colocação dentro da confederação —, mais as cinco federações filiadas à CBG, as federações paulistas, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e do Nordeste. Então, são essas federações, mais os atletas que têm direito a voto na confederação hoje.
Nós profissionais somos uma parte — entre aspas — "independente" da confederação. Somos filiados diretamente a ela, com uma membresía, digamos assim, sem custo algum, mas andamos com as nossas próprias pernas. A confederação não faz eventos profissionais, a não ser esses dois eventos do PGA Tour Latinoamérica, que são torneios do ranking latino-americano que a confederação sedia. Mas, indiretamente, acaba sendo complicado para nós competir, tendo em vista que jogamos 12 brasileiros num field de 144 latino-americanos. Então, é uma competência um pouco complicada, tendo em vista que eles jogam 25, 30 torneios ao ano, e nós jogamos 10, 12 torneios ao ano. Diretamente, os profissionais trabalham nos clubes. Esses clubes são filiados à federação e, consequentemente, são filiados à confederação.
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Eu posso citar cinco talvez, no máximo oito jogadores que não trabalham num clube, que são especificamente atletas do golfe. Os demais têm o seu emprego, trabalham no clube, dão aulas ou cuidam do campo. É lógico que eles sempre têm liberdade para competir durante o calendário de competições.
Como eu disse há pouco, nós estamos aqui num torneio com os 12 primeiros do ranking nacional. Esta é a etapa final, é um torneio entre os 12 primeiros colocados. Todos jogam contra todos. O campeão leva um montante e pontua para o ranking, que acaba nesse evento, no caso.
Sobre sugestões, como eu disse, nós profissionais somos uma área independente, digamos assim, mas há uma parte política também. Existia uma associação dos profissionais, que acabou nos desapontando muito, e a confederação aproveitou a oportunidade e nos acolheu, digamos assim, para ser um de seus braços. Com a entrada do Euclides, há 4 anos, se eu não estiver enganado, nós conseguimos essa brecha um pouquinho maior e estamos tentando trabalhar junto com ele para conseguir uma coisa a mais para nós profissionais, o que é bem complicado.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Pablo.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Agora melhorou. Já está registrada a sua imagem.
Pablo, eu queria agradecer muito a sua participação. É claro que eu gostaria de ter recebido aqui o Presidente da Confederação Brasileira de Golfe ou um representante da confederação, para termos uma ideia melhor dos eventos organizados pela confederação, dos valores recebidos, como estão sendo aplicados, sejam em viagens, sejam em torneios preparatórios.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Em Japeri. Isso mesmo, Pablo.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - São 72 buracos.
O SR. PABLO DE LA RUA (Participação por videoconferência.) - Eu que agradeço o convite e faço questão de, numa próxima ocasião, estar presente. Realmente houve este evento, e estando entre os 12 primeiros do ranking, eu não tinha como faltar, até porque é um evento importante para nós. Mas numa outra ocasião eu faço questão de estar aí com vocês para tentar lutar pelo meu esporte.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Pablo.
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Disponha. Foi um prazer recebê-lo. Sucesso na competição aí.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Muito obrigado.
Vou convidar para compor a Mesa agora o Sr. Francisco Ferraz de Carvalho, Presidente da Confederação Brasileira de Badminton; o Sr. José Roberto Santini Campos, Superintendente da Confederação Brasileira de Badminton; e a Fabiana da Silva, membro da Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Badminton. (Pausa.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ah, que bacana!
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ah, que bacana, que legal! Fique à vontade, Fabiana.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Em Barcelona. E teve sucesso, com o pessoal da Indonésia, logo na estreia. No Brasil — eu li sobre isto hoje —, o primeiro torneio organizado de badminton ocorreu em 1983. A confederação nasceu em 1993. Não é isso? É uma das confederações mais recentes que nós temos no esporte brasileiro. O esporte me remete muito ao projeto social do Sebastião, que acontece lá no Rio, que está sempre na mídia. O Ygor também está brilhando agora no Campeonato Pan-Americano.
Fique à vontade, Francisco. Eu gostaria muito de saber como está o andamento da Confederação Brasileira de Badminton, em que estratégias vocês têm pensado para difundir o esporte, se é só com a promoção de eventos ou também com o aumento do número de praticantes, de filiados.
Quero também saudar os meus amigos do Comitê Olímpico do Brasil. Nós vemos aqui representantes da ginástica, do tênis de mesa, do tênis. Na pessoa da Fabiana, gostaria de saudar todos os atletas presentes nesta reunião.
Deputado, obrigado por escutar as confederações brasileiras. Isso é muito importante, ou seja, termos a capacidade de expressar, de mostrar como trabalhamos no dia a dia. Eu acho que esse papel é muito bom, a ótima comunicação entre os Poderes, seja via Comitê Olímpico, seja via confederação, que é uma organização sem fins lucrativos, e também via Ministério da Cidadania, do qual faz parte o antigo Ministério do Esporte. Acho que essa comunicação é muito importante.
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Temos um programa de excelência com o qual buscamos não só o perfil de alta gestão dentro de uma confederação, no âmbito empresarial, como também resultados internacionais dos nossos atletas, como processo de formação também.
No decorrer da nossa fala vamos mostrar um pouquinho desse contexto dentro da Confederação Brasileira de Badminton, através dos eslaides que trouxemos. Vamos apresentar a forma como a confederação trabalha. O nosso Superintendente José Roberto Santini vai apresentar todos os detalhes. Depois podemos concluir com a Fabiana, representante da nossa Comissão de Atletas.
(Pausa.)
(Segue-se exibição de imagens.)
É óbvio que vamos falar do nosso planejamento estratégico. Geramos o planejamento do ciclo de 2016, em 2013 fomos fieis a ele e agora o estamos revisando, para 2024. É um planejamento estratégico que tem duração até 2028. É óbvio que ele é vivo. Então, ele está sendo efetivamente acertado. Dentro desse planejamento estratégico estão ações, programas, projetos, apoio a atletas. Vamos mostrar os resultados de tudo isso.
Hoje 20 Estados brasileiros têm federação de badminton. É uma modalidade que cresce muito, a todo momento. Temos hoje quase 2.300 atletas filiados, algo em torno de 200 mil praticantes e 52 técnicos capacitados. São técnicos e professores escolares capacitados ao longo do tempo.
Aqui vemos alguns resultados. A Confederação Brasileira de Badminton tem a gestão do badminton olímpico e do parabadminton. Vemos aqui o Ygor, que ganhou a primeira medalha de ouro da modalidade, em Lima, onde conquistamos mais quatro medalhas, inclusive com a Fabiana, na dupla feminina. Vemos ali o Fabrício e a Jaqueline, os atletas que ganharam dois bronzes, em dupla mista, a Jaqueline, na dupla feminina, e o Fabrício, na dupla masculina. Aqui estão os atletas do parabadminton. Conquistamos dez medalhas nos Jogos Parapan. O Vítor é o nosso atleta com potencial para a Paraolimpíada de Tóquio. Hoje ele é o quarto do mundo no nível da sua deficiência.
Esse aí é um trabalho feito periodicamente. Analisamos onde estamos, quais são as ameaças, o que é o mercado, quais são as forças. Isso tudo gera a nossa condição de gestão, como o Presidente falou.
Aqui vemos as competições, os indicadores importantes, os jogos sul-americanos, os jogos olímpicos. O badminton tem medalha em Jogos Olímpicos, nos Jogos Olímpicos da Juventude. Foi a sua primeira conquista. Temos uma medalha de bronze, obtida agora, na Argentina. Dentro da nossa gestão houve dois ciclos. Conquistamos, em Jogos Pan-Americanos, oito medalhas: uma de ouro, duas de prata e cinco de bronze. Antes disso, havia sido conquistada uma medalha de bronze em 2007 e uma medalha de bronze em 2011.
Aqui vemos vários indicadores. Como o Presidente falou, a nossa gestão não é simplesmente da boca para fora.
Hoje nós somos a única confederação esportiva — e se eu estiver falando besteira, perdoem-me, mas era até a semana passada — que tem a certificação ISO 9000. Já faz 2 anos que a nossa gestão é certificada por uma empresa americana.
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Aqui vemos os resultados na parte de governança. Nós vemos ali alguns indicadores. O COB tem um indicador que mede a parte de gestão, ética e transparência, que inclusive faz parte da medição, da definição referente a repasse de verbas. Tivemos um desempenho muito bom. É óbvio que temos que nos comparar com aqueles que têm o mesmo nível de receita que nós. Então, dentre os nossos pares, os que têm o mesmo nível de receita, estamos num nível muito bom e muito adiantado.
Aqui vemos todo o processo com o qual nós trabalhamos, desde a entrada no esporte até os resultados e a qualificação. Cada vez mais o objetivo é qualificar as entregas e fortalecer as seleções.
Dando continuidade àquele assunto, nós temos contato com poder público, federações internacionais, mídias, fãs e patrocinadores.
O badminton é um esporte que cativa, é um esporte da família, é um esporte que cresce a cada momento, até pela empatia. É o pai e a mãe jogando, é o filho praticando. Para o último campeonato 400 atletas se inscreveram. Quando nós começamos a nossa gestão, havia um campeonato brasileiro, em média, com 180 atletas a 200 atletas. Hoje nós atingimos o número de 400 atletas. A previsão é de que, em Salvador, na primeira etapa de 2020, haja 500 atletas, numa mesma competição. Serão 4 dias de competição. Então, será uma estrutura extremamente grande. Serão no mínimo 8 quadras, para os 4 dias de competição, com jogos das 9 horas da manhã até as 8 horas da noite. É uma modalidade apaixonante.
A modalidade já é olímpica desde as Olimpíadas de Barcelona, respondendo ao que o Luiz perguntou. Então a modalidade vai participar pela oitava vez dos Jogos Olímpicos.
Dentro do cenário de competição, nós realizamos quatro eventos, torneios nacionais de badminton, por ano, e três eventos nacionais de parabadminton. Todos os eventos nacionais de parabadminton são realizados no CBBD, em São Paulo, onde há toda a logística e a estrutura necessárias para receber os paratletas. Nós participamos do Campeonato Mundial de Badminton e de Parabadminton e do Mundial Júnior. As etapas internacionais que nós realizamos no Brasil são uma etapa júnior, todos os anos, três competições internacionais, com pontuação para o ranking nacional, e as competições de parabadminton internacionais, que são raras hoje no cenário, principalmente para Tóquio. Em fevereiro nós vamos participar de uma competição que vai ser extremamente importante para a classificação.
As conquistas em Lima, que são recentes, foram as seguintes: no parabadminton, uma medalha de ouro e quatro medalhas de bronze, como eu já falei, num total de cinco medalhas. De forma inédita, nós fomos os segundos colocados no quadro de medalhas da competição, perdendo só para o Canadá. Saímos na frente dos Estados Unidos. Foi a primeira vez que isso aconteceu. O Brasil foi o único país que ganhou medalha de ouro, fora o Canadá, que ganhou as outras quatro medalhas de ouro.
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Nos jogos de parabadminton, nós fomos os primeiros colocados no quadro de medalhas da modalidade, com quatro medalhas de ouro, quatro medalhas de prata e duas medalhas de bronze, num total de dez medalhas.
Na parte de gestão, nós recebemos alguns reconhecimentos. Como eu falei, além da certificação, além do indicador GET, nós fomos premiados agora, junto com o tênis de mesa. Estamos entre as cinco confederações premiadas pelo Rating Integra, com nota de avaliação A — são três. Também isso mostra que o processo de gestão, de trabalho, de que temos falado está efetivamente gerando e sustentando o crescimento esportivo. Nós entendemos que, sem gestão, não se suporta o crescimento esportivo.
Aí está a consequência de tudo isso: em 2009, eram 10 as federações, e hoje são 20; o número de praticantes subiu de 50 mil para 270 mil; o número de filiados passou de 400 para 2.300; o número de clubes passou de 22 para 76; o número de árbitros passou de 8 para 124; quanto aos torneios, eram 4 e agora são 8, anuais; os recursos financeiros passaram de 800 mil, naquela época, para 3 milhões — é o valor ao qual devemos chegar neste ano; em termos de medalhas, foram 1 de bronze e, em 2018, 1 de ouro, 2 de prata e 5 de bronze, ou seja, foram 10 medalhas. Perdão — eu não sei fazer conta —, foram oito.
(Risos.)
Quanto ao número de inscrições de atletas, nós passamos de 120 para 350. Chegamos a 400 inscrições recentemente, para a competição do Paraná.
Esse é um indicador que nós consideramos extremamente importante, é o cenário daquilo que eu falei, o planejamento estratégico, é justamente o reconhecimento da gestão. Em 2014, tínhamos a LAP — para quem não é da área esclareço que LAP é a sigla de Lei Agnelo/Piva —, mais verba extra, aquilo que nós negociamos com o COB ao longo do ano. Essa era a receita. Em relação à despesa, tínhamos o AA, o Auxílio Atleta — nós não damos salário a atleta, nós ajudamos o atleta com as despesas; eu vou falar exatamente o que é o Auxílio Atleta: ele serve só para a alimentação do atleta —, mais os custos de competição. A outra parte da despesa inclui número de competições e percentual dessa despesa perante o recebimento. Em 2014, nós participamos de 14 competições — realizamos e participamos —, com 30% do valor do orçamento exclusivamente gastos com Auxílio Atleta e competições.
Em relação a competições, basicamente — nós não estamos falando aqui de organização de campeonato brasileiro, mas de competições que geram pontos para o ranking internacional, não estamos falando de organização de campeonato brasileiro —, estamos com 30% do valor, 28%, 25%, 29%, 38%. Estamos chegando neste ano a 39%. O objetivo, para o ano que vem, pelo planejamento que foi realizado, é de chegarmos a 43%.
Além disso, nós temos os custos inerentes a um atleta, o que não está aqui. Para o atleta que joga nos Estados Unidos, são necessários a passagem, o seguro, a hospedagem, a inscrição e mais a ajuda de custo de alimentação. Só que, para ir bem competitivamente, ele precisa de técnico, que não está aqui; de CT — Centro de Treinamento; de preparador físico; de fisioterapeuta.
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Numa parceria com a Prefeitura de Americana, temos à disposição o Centro de Treinamento, a custo zero. É um ginásio exclusivo para nós, 24 horas por dia.
Isso tudo gera um custo adicional na mesma proporção. Isso significa que, quando eu falo em 30%, são 60%. Então, em 2024, serão 56%, 50%, 58%. O valor, a quantidade que investimos efetivamente no atleta é importante e está dando resultado. Deu resultado em 2016, porque conseguimos, independentemente de o Brasil ter sido sede ou não, classificar dois atletas. Não foram só o Ygor e a Lohainny, foram os resultados na simples masculina e na simples feminina. Houve lotação máxima e ingressos esgotados em todos os jogos do Brasil. Isso é resultado do trabalho.
No cenário para Tóquio, se o nosso ranking fechasse hoje — ele fechará no dia 31 de abril —, nós teríamos a Fabiana brigando diretamente pela vaga, em simples feminina, o Ygor classificado, e as três duplas — masculina, feminina e mista — em condições de chegar muito perto da equipe do Canadá, que é a nossa briga. Então, hoje nós estamos nesse cenário. Faremos um investimento muito forte a partir do final do ano. Para o ano que vem, até abril, há previsão de aproximadamente oito competições internacionais, com nível alto, muito alto. Vamos brigar para chegar a Tóquio com, no mínimo, dois atletas e, no máximo, com pelo menos uma dupla. Esse é o objetivo para Tóquio 2020.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - José Roberto, a sua apresentação foi muito clara, muito direta e de fácil entendimento, tanto sobre a aplicação dos recursos quanto do crescimento da modalidade nos últimos 10 anos. E o crescimento da modalidade teve um reflexo, que foram os resultados, as medalhas. É algo que acontece naturalmente.
É um esporte do qual eu não tenho noção de valores, se é caro, se é barato, porque nunca fui atleta de badminton. O que sei é que é praticado numa quadra menor do que a quadra de tênis, e que você tem a facilidade de praticá-lo na quadra de uma escola, por exemplo, com vários campos. É claro que não pode ter o problema do vento. Tem que ser um local protegido do vento.
O SR. JOSÉ ROBERTO SANTINI CAMPOS - Eu acho que são dois os aspectos, Luiz. A parte de organização, de gestão é fundamental, como falei. É nisso que acreditamos. Não conseguimos crescer em areia movediça. Nós temos que ter estrutura, sustentação. Levamos quase 3 anos para ter isso, para crescer sustentavelmente. Esse é o grande objetivo na nossa gestão. Então, estamos crescendo sustentavelmente. O segundo aspecto é a participação dos clubes, o que é importante. Porém, o que acontece? Como a modalidade é pouco conhecida no Brasil, foi importante a tomada de ação da confederação. O que ela fez? Foi buscar um técnico estrangeiro. Não porque o estrangeiro é melhor, mas porque o estrangeiro havia jogado nas Olimpíadas, e nós nunca tínhamos jogado nas Olimpíadas.
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Então, fomos buscar um técnico de fora, com participação em três Jogos Olímpicos, que falava a língua portuguesa. É português, é ex-atleta e estava migrando da condição de atleta para a de técnico. Além disso, logicamente, nós precisávamos tratar a seleção como um clube. Hoje os nossos clubes não têm a estrutura de um clube de futebol, em que você pega o atleta 2 dias antes da competição. Então, num determinado momento, estamos fazendo o papel de clube. Por isso temos a seleção que chamamos de "integral" dentro do nosso cenário.
O que queremos e imaginamos, num período frequente para a frente, é não ter essa necessidade, e que os clubes comecem a avançar. Estamos potencializando a qualificação dos técnicos e a participação dos atletas em clínicas. Em todos os campeonatos nacionais há clínicas de desenvolvimento, após os campeonatos, que envolvem atletas sub-17 e sub-15. Agora, por exemplo, nós temos uma delegação de 65 atletas — não estão o Presidente nem eu, porque nós não tínhamos recursos — jogando o Campeonato Sul-Americano, em Guayaquil, nas categorias sub-11 a adulto. Não é a equipe principal, mas jogar essa competição é um fomento para aqueles atletas que vão chegar ao Sul-Americano, e não vão parar aí. O Sul-Americano é fundamental. Nós valorizamos isso.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Muito obrigado, José Roberto. Eu faço votos de que vocês consigam abraçar o maior número de atletas, inclusive aqueles amadores, que são 230 mil, praticantes. Não é? Se vocês conseguirem fazer da confederação uma grande promotora de eventos da modalidade, mesmo que não seja competição oficial, isso a fortalecerá muito.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Eu observo muito isso em esportes como o triatlo em águas abertas. As maiores competições hoje não são realizadas pelas confederações.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Por favor, Francisco. Fique à vontade.
A confederação calcula a média de 250 mil praticantes. E o cálculo que fazemos é do badminton dentro das escolas. As crianças praticam o badminton dentro das escolas, na aula de Educação Física. É um projeto que a Confederação Brasileira tem, o do badminton escolar. Então, chegamos a todas as capitais, a todos os Estados, e fazemos essa base de cálculo dentro da escola. Mas, se pegarmos o nosso orçamento hoje e o dividirmos por essa quantidade de pessoas, o resultado desse cálculo seria R$9,30 por pessoa. Em 12 meses, isso seria equivalente a menos de 1 real. Olha o investimento. Como você trabalha para que um valor tão baixo atenda a essa quantidade de pessoas? Para otimizar o recurso, você trabalha com a economia de escala. O que é economia de escala? Eu vou lhe dar um exemplo.
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Se um técnico trabalha com dez, com um trabalho de fomento e desenvolvimento, daqui a pouco essa turma vai ter 40 alunos. Então, isso é economia de escala. Com pouco recurso, consegue-se atender um maior número de pessoas. Essa é a nossa filosofia na Confederação Brasileira: fazer que o esporte chegue a todos os clubes, a todas as escolas e a todos os cantos do País. Que se consiga descobrir, buscar e formar esses atletas para uma seleção brasileira.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Francisco.
Passo a palavra à Fabiana, representante da Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Badminton. A Fabiana começou de forma inusitada, pois praticava vela na Praia de Charitas e foi convidada a participar do badminton.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Nós descobrimos tudo.
A SRA. FABIANA DA SILVA - Vou contar minha história no badminton. Na verdade, eu fazia vela. No início, eu participava do Projeto Grael, da família Grael, dos medalhistas olímpicos Torben Grael e Lars Grael. Um dia, meu treinador viu que não tinha vento. Ele estava com raquetes e petecas no porta-malas do carro e ele apresentou, simplesmente: "Vamos jogar badminton, não tem vento". E, como o badminton dá para jogar num local aberto quando não tem vento, começamos a brincar por hobby na praia. Eu comecei a jogar na praia e acabei trocando a vela pelo badminton, porque normalmente as competições sempre coincidiam nos finais de semana. Então, meu treinador da vela falou: "Você vai ter que começar a optar entre um e outro". Acabei trocando a vela pelo badminton. Comecei em um projeto social na vela, da família Grael, e acabei migrando para outro projeto social na minha cidade, que é Niterói. Atualmente eu treino na Seleção Brasileira, em Americana, e não jogo mais por Niterói. Eu jogo no Clube Fonte São Paulo, que é de Campinas.
(Segue-se exibição de imagens.)
Esses aqui são os representantes da comissão atualmente. Está no modelo antigo, não está no modelo atual. Ainda estamos em fase de transição, porque a comissão vai se separar em atletas olímpicos e paraolímpicos. Estamos em fase de transição para o modelo atual, até para termos mais representatividade no ENABAD, nas assembleias gerais, e termos mais poder de voto.
É importante a Comissão de Atletas, pois somos o meio de comunicação entre os atletas e a CBBD, que é a Confederação Brasileira de Badminton. Essa comissão atua representando junto à CBBD os anseios dos atletas, apresenta propostas e sugestões para o desenvolvimento da modalidade, participa da assembleia geral e do ENABAD, leva aos atletas os conhecimentos referentes ao regulamento e à gestão da CBBD e defende o direito dos atletas. Normalmente, quando há algum problema de convocação, os atletas enviam e-mail para a comissão, e nós tentamos fazer essa ponte entre a CBBD e os atletas.
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Quanto ao sistema de eleições para a comissão, os representantes da Comissão de Atletas são eleitos através da votação direta pelos atletas que estão regularmente filiados à CBBD. Para se candidatar, o atleta deverá ter disputado, no mínimo, dois torneios no mesmo ano, internacional ou nacional. Também abrimos vaga para ex-atletas se candidatarem — eles não podem ter atuado em competições por, no mínimo, 12 meses. Os atletas não podem estar respondendo ou cumprindo alguma penalidade de órgãos esportivos, do COI, do COB ou mesmo da CBBD, e devem ter 18 anos até a data que antecede a eleição.
Como estávamos falando sobre Tóquio, algumas sugestões que a comissão tem para o Programa de Classificação Olímpica para Tóquio são essas: viabilizar um planejamento individual para cada atleta, de acordo com as reais chances de classificação na sua categoria. Como o José Roberto Santini estava conversando, cada atleta pode concorrer em uma categoria, individual ou dupla. A classificação pode ser nessas categorias. Então, às vezes precisamos ter um planejamento individualizado, porque nem sempre aqueles que estão concorrendo à vaga para Tóquio na simples conseguem jogar os mesmos torneios de um duplista, por exemplo. Às vezes o duplista consegue jogar um torneio maior, e o simplista ainda precisa de mais pontos em torneios menores. Uma das sugestões do planejamento a que nos referimos é viabilizar isso.
Outras sugestões são: participar estrategicamente de torneios internacionais, para possibilitar que o atleta consiga fazer os pontos necessários para sua classificação. Precisamos jogar mais torneios internacionais para conseguir a classificação para Tóquio e melhorar o ranking mundial; trabalhar com uma equipe multidisciplinar para otimizar o desempenho e o resultado em quadra — aquele negócio, precisamos de uma equipe multidisciplinar para melhorar o desempenho e também para o atleta só focar no seu desempenho em quadra e entregar os resultados esperados; realizar intercâmbio de treinamentos, de que também necessitamos um pouco mais. Essas são sugestões para a classificação olímpica. É isso.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Fabiana, eu adorei, principalmente essa sugestão do programa. Eu queria saber se a Comissão de Atletas na Confederação Brasileira de Badminton é independente, se ela sofre alguma sugestão do Presidente da Confederação. Vocês têm um relacionamento transparente e aberto? Como funciona?
A SRA. FABIANA DA SILVA - Nos encontros no ENABAD sempre há votação para o regulamento novo que é aprovado para o ano seguinte. A confederação não tem muito poder de voto. Então, exatamente por isso é que vai se adequar ao modelo atual, justamente para ter mais poder de votos, porque quando entra em votação, os Presidentes de Federações... Nós não temos tanto poder de voto.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - O que é o ENABAD, Fabiana?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - E ele acontece todo ano em um lugar específico, ou varia?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ótimo.
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15:33
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - A um voto de quantos?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Você sabe como funciona isso, Francisco?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Existe a participação dos clubes, da confederação, dos técnicos...
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Entendi. Então, cada confederação tem peso 1?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Os atletas valem uma federação?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ah, eles têm sete votos. Está ótimo. Entendi.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Está ótimo.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Certo. Entendi. Bacana.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - E essa eleição é aberta a todos os atletas?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Federados.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Excelente!
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Haverá ainda a apresentação de mais três confederações.
A Ordem do Dia abrirá por volta das 17 horas, no plenário, e eu tenho que ir correndo para participar. Hoje nós vamos ter uma sessão conjunta com Senadores e Deputados Federais. É uma sessão que anda um pouquinho devagar, porque a Câmara dos Deputados é um pouquinho mais rápida do que o Senado. O Senado acerta, mas é em um ritmo um pouquinho mais lento. E, como a sessão é conjunta, ela demora um pouquinho mais.
Agora, eu gostaria de chamar a Presidente da Confederação Brasileira de Ginástica, Maria Luciene Cacho Resende; o Coordenador-Geral da Confederação Brasileira de Ginástica, Henrique Motta; e a Presidente da Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Ginástica, Natália Azevedo Gaudio.
(Pausa.)
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15:37
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Maria Luciene, obrigado por atender ao convite desta Comissão do Esporte. A ginástica, juntamente com a natação, o atletismo, a luta olímpica e o water polo, são esportes antigos. Desde 1896, desde os primeiros jogos olímpicos, a ginástica está presente. E nós temos imagens interessantes da ginástica antiga. É muito bacana quando vemos isso. Podemos ver não só os uniformes, mas também os movimentos, como mudaram, em 124 anos, praticamente.
Eu gostaria de ouvir um pouco como funciona a Confederação Brasileira de Ginástica hoje no nosso País, as diversas modalidades que acompanham a Confederação e basicamente a preparação para os Jogos Olímpicos de 2020. Essa é a finalidade desta Comissão. Mas fique à vontade se quiser abordar outros temas ligados à ginástica.
Gostaria de parabenizar a iniciativa do Deputado Luiz Lima, pelo Requerimento nº 57, de 2019. Muito nos honra a nós, que somos do esporte, estar presentes nesta nobre Casa, a Câmara dos Deputados, especialmente na Comissão do Esporte, e ter aqui ao nosso lado dois colegas de Federação, que são o Ferraz e o Rafael. Isso nos honra muito como Confederação e faz com que o esporte tenha uma importância muito grande na sociedade. Nós temos uma responsabilidade muito grande, que é desenvolver o esporte, assumindo tudo com muita transparência e ética, em respeito às modalidades, aos atletas, enfim, à comunidade do nosso esporte.
Ao meu lado, encontra-se a grande ginasta Natália Gaudio, que é a Presidente da Comissão dos Atletas, representando todos os demais, e também o nosso Coordenador-Geral Henrique Motta, ex-ginasta.
Com certeza, nós gostaríamos de passar a todas as pessoas presentes a mensagem da ginástica, de que é bom praticar esporte.
A ginástica realmente teve a época da calistenia, como o nosso Deputado disse, era uma coisa mais militar. Hoje, a ginástica é muito mais popular. Chamava-se ginástica olímpica; agora, chama-se ginástica. Há 7 modalidades dentro da nossa Confederação e três modalidades olímpicas: a ginástica artística, a ginástica rítmica e a ginástica de trampolim.
Por sinal, nós completamos 41 anos de existência ontem. E nós comemoramos esse fato em um grande evento, que foi realizado em Londrina. Todas as equipes do Brasil estavam lá participando: crianças, jovens, adultos — foram todas as categorias. E temos o prazer de nos fazer presentes hoje nesta Comissão.
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O SR. HENRIQUE MOTTA - Boa tarde a todos. Quero cumprimentar também as autoridades presentes. Muito obrigado pela oportunidade, Deputado.
É uma honra, para mim, como ex-atleta da modalidade, poder representar a ginástica hoje, uma modalidade que conquistou medalhas nas duas edições dos últimos Jogos Olímpicos, conquistou medalhas nas duas edições dos últimos Jogos Olímpicos da Juventude e também conquistou medalhas de ouro nos campeonatos mundiais nos últimos dois ciclos olímpicos. Então, é uma honra muito grande.
(Segue-se exibição de imagens.)
Como a Presidente acabou de explicar, as modalidades são divididas em olímpicas e não olímpicas. Trabalhamos com todas elas, com prioridade para as modalidades olímpicas, mas não com exclusividade. Então, tratamos de todas as modalidades da ginástica: trampolim, ginástica artística masculina e feminina, ginástica rítmica, aeróbica, acrobática e ginástica para todos.
Na nossa estrutura, temos hoje obviamente órgãos independentes. Temos a presidência da confederação; a gestão executiva, dividida na parte administrativa e na parte técnica; temos a secretaria técnica, que cuida de eventos; as seleções; os comitês técnicos, que fazem os regulamentos; os centros de excelência, dos quais vamos falar um pouco mais para a frente; e, na parte da administração e financeira, temos finanças, pessoas, projetos e o administrativo. É uma estrutura bem grande para fazer com que, no final, cheguemos aos melhores resultados.
Aqui vemos uma comparação dos nossos resultados esportivos. Nos últimos 30 anos, nós não tínhamos medalhas olímpicas, tínhamos 38 medalhas em jogos pan-americanos e 5 medalhas em campeonatos mundiais. Nos últimos 10 anos, na gestão atual, conquistamos 4 medalhas olímpicas, 40 medalhas em jogos pan-americanos e 7 medalhas em campeonatos mundiais. Isso desde a fundação da Confederação Brasileira de Ginástica, em 1978.
Então, são resultados muito expressivos, que também vão ao encontro hoje dos recursos que obtivemos. A Caixa Econômica passou a patrocinar a ginástica desde o ano de 2006. Hoje os nossos recursos financeiros estão divididos entre a Lei Agnelo/Piva, a Caixa Econômica Federal e também o convênio que sustenta a seleção de ginástica rítmica, que vive em Aracaju. Temos esses três grandes polos de recursos financeiros.
Obviamente a Caixa foi um grande benefício para a ginástica do Brasil. Todas as medalhas olímpicas vieram após a entrada da Caixa na ginástica. Então, é de suma importância para nós termos essa tríade para que possamos fazer o melhor trabalho possível.
Atualmente temos 24 federações, mais de 13 mil atletas cadastrados e 105 clubes inscritos em eventos nacionais no ano de 2019. São números bem expressivos, que fazem com que possamos trabalhar com mais clareza tendo esses dados.
Neste ano de 2019, são 11 campeonatos brasileiros, 5 torneios nacionais e 5 torneios regionais. Há uma divisão de campeonatos brasileiros e torneios nacionais. O campeonato brasileiro é o evento de elite da modalidade. Ele ajuda a capacitar os atletas no mais alto nível da ginástica, e os torneios nacionais visam à massificação da modalidade. Além disso, em uma das modalidades, a ginástica rítmica, temos hoje 5 torneios regionais, porque os torneios nacionais ficaram tão grandes que já não comportam mais. Então, temos um torneio regional em cada região do Brasil para que o atleta possa se classificar para os torneios nacionais.
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Nesse ano de Jogos Olímpicos, não vai haver Campeonato Mundial, Campeonato Mundial da Juventude, nem Jogos Olímpicos da Juventude, então o número é um pouco menor, mas, mesmo assim, é um número muito expressivo. Orgulha-nos muito participar de 30 eventos internacionais. Isso dá muito trabalho, mas nós saímos bastante satisfeitos no final.
A ginástica tem três grandes eventos que podem classificar para os Jogos Olímpicos: os Campeonatos Mundiais, as etapas de Copas do Mundo e os Campeonatos Continentais, que no nosso caso é um Campeonato Pan-Americano que ocorre em 2020.
Já temos representação garantida com as equipes de ginástica artística masculina e de ginástica artística feminina e estamos em busca de mais vagas nos campeonatos continentais. No nosso caso, é um Pan-Americano que vai ocorrer nos Estados Unidos, em maio de 2020, e nas etapas de Copas do Mundo, que já começaram no ano passado e agora se prolongam pelo próximo ano também.
Realização de estágios de treinamento. Temos dois centros de treinamento: um no Rio de Janeiro, em parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro da ginástica artística; outro em Aracaju, um centro de treinamento para ginástica rítmica.
Além disso, na preparação, temos competições internacionais estratégicas. No último evento que a Presidente citou, nós ficamos até tarde fechando o planejamento de competições internacionais estratégicas.
Há intercâmbio de treinadores para as seleções brasileiras; trabalho conjunto entre as coordenações técnicas que cuidam das seleções brasileiras e os comitês técnicos que fazem os regulamentos nacionais. Essa sinergia, para nós, é muito importante: olhar a ginástica do Brasil e, ao mesmo tempo, olhar o trabalho das seleções brasileiras.
Temos a contratação de treinadores estrangeiros. Hoje, há treinadores estrangeiros na ginástica artística feminina e também treinadores que vêm prestar consultoria, em determinados momentos, para a ginástica do Brasil.
Há um planejamento integrado entre todas as categorias. Temos uma divisão de quatro categorias na ginástica, desde o pré-infantil até o adulto, com um planejamento integrado.
Também utilizamos o campeonato nacional como um grande evento de preparação para os Jogos Olímpicos. Nós vemos a importância de valorizar os eventos nacionais, pois isso faz com que possamos gerar mais prática do esporte. É muito importante termos um olhar cuidadoso diante dos eventos nacionais. Dessa forma, poderemos evoluir cada vez mais.
O nosso objetivo estratégico para os Jogos Olímpicos é avançar a um maior número de finais. Esse foi um dos motivos do grande sucesso da ginástica, de ter sido um dos esportes que mais conquistaram medalhas dos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Naquele momento, nós avançamos para 11 finais. Quando há um panorama muito grande de finais, a possibilidade de medalhas é muito maior.
Naquela preparação, recordo que eu já estava arbitrando as competições da ginástica artística masculina, e nós preparávamos o ginasta Arthur Nory para buscar uma medalha na barra fixa, que era o melhor aparelho dele, aparelho em que ele foi campeão mundial há menos de 1 mês. No final, ele acaba conquistando uma medalha no solo. Nós tivemos dois pódios naquele momento.
Esse evento deixou muito claro que o nosso objetivo estratégico estava correto: quanto mais possibilidades de finais tivermos, mais chances de medalhas. Entrou na final, a chance de uma medalha olímpica aumenta muito, porque são só oito participantes, e o pódio tem três lugares. Mantivemos, portanto, esse objetivo estratégico para as próximas Olimpíadas.
Vejam algumas outras conquistas da ginástica. Em 2016, nós fomos o terceiro esporte com maior audiência, assistido por 49 milhões de pessoas.
Nós temos a consciência de que a ginástica agrada muito ao público. As pessoas buscam muito a ginástica hoje, é uma modalidade muito assistida.
Diante disso, fizemos vários investimentos para que também fossem transmitidos os eventos nacionais. Temos hoje uma parceria com a TV NSports, que transmite os nossos eventos para todo o Brasil. Além disso, temos uma geração de conteúdo nas redes sociais e também contratamos a Effect Sport, uma das maiores empresas de marketing esportivo do Brasil.
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Com esses dois polos, nós conseguimos passar a nossa missão, a nossa visão, os nossos valores da ginástica e ser, de fato, a voz da ginástica do Brasil e do que vão fazer esses novos atletas que buscam a prática da ginástica.
Continuando nas outras conquistas, temos os seminários nacionais. Participamos, nesse evento, do II Seminário Nacional de Ginástica Rítmica. Fizemos um programa de integridade, que visa a que o esporte seja exemplo em diversas práticas, no combate ao dopping, ao racismo, ao abuso, a todos esses tipos de práticas que vemos na sociedade, e esperamos que o esporte seja, de fato, um exemplo para todas as áreas.
Estamos fazendo uma evolução da marca, buscando um novo logotipo, com mudança de cores, dando uma nova cara. De acordo com o entendimento do estudo de marketing envolvido, isso traz mais praticantes.
Temos uma parceria com o Comitê Brasileiro de Clubes, para que possamos olhar a ginástica como um todo no País, desde a Confederação, que administra, regula e fomenta, até os clubes, que formam o atleta no dia a dia, tentando olhar todo esse espectro da ginástica do Brasil.
Agora vemos uma parte que nos orgulha muito. Hoje nós temos 16 centros de alto rendimento espalhados pelo País. A Confederação Brasileira de Ginástica fez a maior compra de equipamentos da história da Spieth, que é a marca de aparelhos mais utilizada no mundo hoje. Temos aparelhos nas cinco regiões do Brasil, que é um objetivo também estratégico da Confederação. Esses aparelhos chegaram ao Brasil em 2015, quando a Presidente da Confederação entendeu que obviamente o nosso melhor caminho era equipar o País inteiro, para termos atletas de todo o País. Isso fez com que hoje nós tenhamos na Seleção Brasileira atletas de diversos locais.
Aqui estão alguns exemplos de centros de alto rendimento em Aracaju, mas existem esses centros nas cinco regiões, no Rio de Janeiro e em cidades no Sul, no Sudeste, no Centro-Oeste. Fizemos isso no alto rendimento, na parte final da pirâmide. Ao mesmo tempo, com o apoio da Caixa Econômica Federal, temos os Centros de Excelência Caixa Jovem Promessa de Ginástica, que visam à base, ao início, à massificação.
Em muitos locais, esses centros de alto rendimento concentram também os Centros Jovem Promessa, de massificação. Conseguimos, portanto, no mesmo local massificar e qualificar esses atletas, o que é de suma importância para nós. Esse é um dos nossos projetos-chave.
Toda vez que falamos dos centros de treinamento e dos centros de excelência, todo mundo gosta muito dessa parte do processo, porque é a cara da ginástica do Brasil. É isso o que esperamos ter como valor, não só conquistar medalhas, mas também fazer com que cada vez mais as pessoas pratiquem ginástica no Brasil. São mais de 1.500 alunos cadastrados em todo o Brasil. Por acaso, na última foto, é a Natália dando uma aula de ginástica rítmica para as crianças.
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Nos Jogos Sul-Americanos, fomos a modalidade que conquistou mais medalhas, de todos os esportes. Levamos 33 medalhas, sendo 19 de ouro, 10 de prata e 4 de bronze.
Em campeonatos mundiais, neste ciclo olímpico, conquistamos 2 medalhas, sendo 1 medalha de ouro e 1 medalha de prata, e 20 finais.
E agora, nos Jogos de Lima, conquistamos 5 medalhas de ouro, 5 medalhas de prata, 6 medalhas de bronze. Pela primeira vez na história, um país sem ser Estados Unidos ou Cuba foi o líder de medalhas na ginástica artística. Então, o Brasil finalizou a competição à frente dos Estados Unidos, o que para nós também é motivo de muito orgulho. Os Estados Unidos são uma potência na ginástica, e nós terminamos, na ginástica artística, como o País mais vitorioso. Foi um trabalho muito árduo, mas que estamos, todo dia, buscando. Eu me orgulho muito de poder estar aqui representando a Confederação Brasileira de Ginástica, tão vitoriosa, e buscando cada vez mais resultados.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Muito bom, Henrique.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - E a ginástica artística? Desculpa, vou... Na ginástica artística, há mais meninos ou meninas?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Das nossas quatro medalhas, se eu não me engano, foram duas com o Zanetti, uma com o Nory e outra com o Diego, não é?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - As quatro com o masculino.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Isso é coincidência? Porque no esporte também existe coincidência. Você poderia ter um Guga na versão feminina, ou um Guga na versão masculina. Não é?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Certo.
O SR. HENRIQUE MOTTA - E essa entrada de equipamentos no País veio tanto para a ginástica artística masculina e feminina, quanto para a ginástica rítmica e a ginástica de trampolim. Veio para as quatro modalidades olímpicas. Hoje, a ginástica artística masculina é que detém o maior número de resultados em jogos olímpicos, mas, ao mesmo tempo, a ginástica artística feminina também tem diversos resultados em campeonatos mundiais.
Nas últimas Olimpíadas, a Rebeca Andrade classificou-se na terceira posição para a final. Na final, não conquistou medalha, mas trabalhamos com todas elas iguais. Neste momento, a ginástica artística masculina é quem detém o maior número de medalhas. A ginástica artística feminina tem o maior número de praticantes, e a ginástica rítmica é que tem, de longe, o maior número de atletas.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - E você não vê nenhuma ligação entre a transição do aprendizado, do desenvolvimento, para o alto rendimento? Você acha que, no masculino, essa entrada no alto rendimento tem menos barreiras do que tem no feminino? Você acredita, ou você não consegue perceber essa relação?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ou o feminino é mais difícil em nível mundial? Como é que é?
O SR. HENRIQUE MOTTA - Há dois pontos. Um são os regulamentos técnicos. A ginástica artística masculina tem regulamentos técnicos muito desenvolvidos no Brasil. E há outro ponto: a ginástica artística feminina hoje tem uma predominância de um país como os Estados Unidos, que está muito à frente dos outros países.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Que tem uma participação feminina muito grande. É isso?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Entendi.
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O SR. HENRIQUE MOTTA - No último campeonato mundial da ginástica artística feminina, das seis medalhas de ouro, eles conquistaram cinco medalhas, e isso quando eles não obtêm primeiro lugar e segundo lugar. Então existe, sim, essa análise apresentada. Na ginástica artística masculina, as medalhas estão muito mais espalhadas. Filipinas foram ouro...
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Seria, mais ou menos, como se tivéssemos uma NBA dos Estados Unidos? Como não temos, nós temos uma dificuldade do nosso basquete muito em função dos Estados Unidos. Está bem. Entendi.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Sim, entendi.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Pode, por favor.
A SRA. MARIA LUCIENE CACHO RESENDE - A nossa preocupação, além do alto rendimento, é com a base, que é o futuro. Então, nós temos os Centros de Excelência Caixa Jovem Promessa, espalhados em todo o território nacional, com ginástica rítmica, ginástica artística masculina e feminina. Há esse centro no Amazonas, por exemplo. Os centros estão em todo o País. Isso nos orgulha muito, porque é um patrocínio junto à a Caixa Econômica Federal, que nos proporcionou disseminar cada vez mais o nosso esporte.
Há muitas crianças cujos pais incentivam bastante a prática de esporte. Isso faz com que possamos, cada vez mais, nos preocupar com esse futuro. Os campeonatos, o pré-infantil e o infantil de todas as modalidades estão lotados, e o nível técnico é alto. Nós tivemos a possibilidade de vir agora do campeonato de conjunto, que é um trabalho de coreografia e de sincronismo, que requer muita união com o grupo. Esse é um trabalho da base até o alto rendimento, e nós vimos o resultado.
Nós estamos no caminho certo quanto a isso. Estamos buscando alcançar e chegar a mais medalhas olímpicas no Jogos em Tóquio. Lutamos por todos. Além dessas modalidades, também temos outras modalidades, como aeróbica. Saímos agora de uma Ginastrada imensa, com a maior delegação do Brasil, que tinha 500 participantes. Então, isso tudo divulga o nome do nosso País e mostra a prática da nossa ginástica.
Então, Deputado, ficamos muito felizes com todo o desenvolvimento e crescimento da ginástica. E equipar o País foi muito importante. Logo no início da nossa gestão, eu olhava e via que tínhamos tudo para crescer. Este é um País tão grande, é quase um continente! Como iríamos fazer? Nós saíamos com uma carreta, somente com pouquíssimos equipamentos, às vezes; era o que nós tínhamos. Hoje temos equipamentos oficiais, homologados pela Federação Internacional. Isso faz com que o crescimento seja igual. A potência do Brasil hoje é igual à de qualquer outro país.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Presidente Maria Luciene.
A SRA. NATÁLIA AZEVEDO GAUDIO - Eu agradeço. Agradeço muito essa oportunidade de estar aqui hoje na Câmara. É muito importante para nós, atletas, estarmos aqui representando os outros atletas da Comissão.
Hoje sou Presidente da Comissão de Atletas da CBG. Nós temos 9 participantes, mas estamos nessa transição para atender às novas regras. Nós vamos passar a ter 14 participantes. Nós temos o Presidente, o Vice e os outros que participam da Comissão, de todas as modalidades da ginástica, tanto as olímpicas quanto as não olímpicas.
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16:01
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Eu faço ginástica rítmica, pratico esse esporte há 20 anos. Comecei aos 6 aninhos. Fui participante das Olimpíadas Rio 2016. Fui medalhista no Pan de Lima, medalha de bronze, como viram na foto. Dos Jogos Sul-Americanos eu também trouxe quatro medalhas de ouro. Agora, estamos lutando por essa vaga para Tóquio. A ginástica rítmica ainda não está classificada, mas temos grande chance, estamos trabalhando duro para isso. Teremos um campeonato classificatório em maio do ano que vem nos Estados Unidos, um campeonato continental que vai dar uma vaga para o nosso continente, e temos grandes chances. Estamos batalhando por essa vaga, brigando principalmente com os Estados Unidos e o Canadá, que são outros países muito fortes na GR. Mas, visando outras competições, no Pan-Americano, por exemplo, estávamos figurando entre os medalhistas, no Mundial também estávamos entre os melhores da América. Então, temos chances reais de conquistar essa vaga.
Eu queria falar também sobre a importância da Comissão de Atletas. Desde que foi criada essa comissão, nós temos participado ativamente das assembleias da CBG, temos também o poder de voto, o que é muito importante. Estar lá participando, representando os outros atletas, tendo voz, levando as propostas dos atletas, isso é totalmente diferente, totalmente importante. Eu posso estar conversando sempre com os outros atletas que participam da comissão. Temos grupos no WhatsApp, às vezes fazemos reuniões on-line por Skype para manter sempre esse contato e saber o que eles estão precisando, qual a necessidade deles.
Este ano apresentamos um pedido para a CBG de um aparelho, porque um atleta não estava tendo acesso a esse aparelho da ginástica de trampolim. Ele era atleta da Seleção, mas não estava tendo acesso ao aparelho por conta de clube, etc. Apresentamos a proposta, e ela foi atendida pela CBG. Então, estamos vendo que a comissão realmente está funcionando, está trazendo resultados, e que as nossas propostas estão sendo atendidas. Isso é muito importante.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ótimo, Natália.
A SRA. NATÁLIA AZEVEDO GAUDIO - Isso. Eu sou a Presidente. O nosso Vice-Presidente é do trampolim. Os outros participantes estão em várias modalidades, tanto as olímpicas quanto as não olímpicas. Temos a participação da ginástica artística masculina e feminina, da ginástica aeróbica, da ginástica acrobática, da ginástica geral; temos participantes de cada modalidade. Então, temos bastante representatividade.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ótimo, Natália.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - E como eu estava falando com a Presidente Maria Luciene, havia até a participação da UNOPAR muito forte.
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16:05
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Eu gostaria de saber se, além desses centros de treinamento, houve um aumento no envolvimento de universidades ou de clubes, como o badminton apresentou, ou se vocês estão realmente focando nos centros de treinamento. Isso eu quero saber em relação à promoção da ginástica rítmica, que é a sua modalidade, Natália.
A SRA. NATÁLIA AZEVEDO GAUDIO - O que eu vejo hoje, a nossa realidade é que a ginástica está crescendo muito, principalmente depois das Olimpíadas Rio 2016. Eu acho que tivemos grande visibilidade. O Brasil inteiro estava acompanhando a nossa participação, e isso gerou um interesse muito grande das pessoas pela ginástica rítmica.
Hoje, por exemplo, no meu Estado do Espírito Santo, não existe uma escola que não tenha ginástica rítmica. Todas as escolas, tanto os particulares quanto as públicas, têm escolinha de ginástica rítmica. Isso é muito bonito de ver, porque nos festivais chegamos a ter 400 crianças participando, crianças que praticam o esporte na escola mesmo.
Eu, por exemplo, comecei na minha escola, o Colégio São José, com 6 aninhos. No colégio fui descoberta e passei a treinar na Seleção capixaba. Essa inclusão do esporte na escola está crescendo muito também na ginástica. Em todo lugar eu vejo isso. Em Aracaju, por exemplo, que eu visito muito por conta de a Seleção ter a sede lá, as meninas do conjunto treinam lá, vejo isso. Eu como Seleção individual treino na minha cidade mesmo, mas temos diversos encontros em Aracaju para poder unir a Seleção inteira e fazer esses treinamentos específicos.
Em dezembro, já temos um encontro marcado, inclusive vai vir uma técnica estrangeira para nos acompanhar. E esse treinamento é todo focado para Tóquio, para a nossa preparação, para a nossa classificação. Então, esses encontros são muito importantes também. E quando estamos lá, sempre fazemos apresentações dentro de escolas, sempre vamos lá visitar.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - O que é mais difícil: a bola, a massa ou a fita? Eu acho que é a fita.
A SRA. NATÁLIA AZEVEDO GAUDIO - A fita é bem difícil, mas a massa também. Eu acho que por serem dois aparelhos e ter que controlar os dois, em cada mão tem de estar controlando o aparelho, então é um aparelho bem difícil. A fita é difícil porque é muito comprida, tem 6 metros, e não se pode deixá-la parada momento nenhum. Então, todos os aparelhos são difíceis, não tem nenhum fácil. Mas eu gosto de todos, não tenho um preferido, não.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Natália, muito obrigado pela sua participação.
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16:09
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Aliás, eu sou fiscal, sim. Eu sou fiscal porque eu sou um Deputado. Eu sou responsável por alterar, criar e revogar leis, só que vocês estão aqui como convidados.
A participação de vocês está sendo muito oportuna. É claro que se houver alguma coisa de errado dentro de cada confederação, não serei eu, neste momento, tratando vocês como convidados, que irei tocar em algum ponto que vá causar constrangimento, já que vocês são convidados. Essa é minha visão como Parlamentar, como cidadão e como ex-atleta olímpico.
Então, essa aqui é a melhor intenção possível para nós, através desta Comissão e do Secretário-Executivo da Comissão, o Lindberg, para traçarmos um panorama e passarmos para os Deputados desta Comissão a nossa opinião sobre cada confederação, não destruindo nenhuma confederação, longe disso, mas valorizando mais aquelas que nos informam sobre quão bem elas estão sendo administradas, ou não, para formarmos uma opinião e termos uma influência aqui nesta Casa em relação à Secretaria Nacional de Esporte, o que nós temos muito. Quem manda no País é, primeiro, o Presidente, juntamente com a Câmara de Deputados, ou melhor, com o Congresso Nacional.
O SR. HENRIQUE MOTTA - Um dos nossos valores é a transparência. Entendemos perfeitamente essa necessidade. Então, agradecemos muito o convite.
Hoje, como a Natália acabou de citar, a Confederação Brasileira de Ginástica tem sede em Aracaju. Isso também foi um dos grandes motivos para fazermos com que o Brasil todo praticasse ginástica. Como a Natália disse, as escolas praticam ginástica hoje, e isso foi um ganho muito grande. Existe uma capacitação muito grande. Cada vez mais vemos que, se conseguirmos capacitar os treinadores, as pessoas envolvidas com a ginástica, vamos crescer ainda mais, porque um treinador é capaz de formar 50 atletas durante a sua carreira.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Excelente. Obrigado, Henrique.
A SRA. MARIA LUCIENE CACHO RESENDE - Deputado, eu quero aproveitar a oportunidade para parabenizá-lo muito e a esta Comissão, porque é nesta Casa que se discute tudo o que é benéfico para o povo. E é importante ver o senhor, além de outros, falando sobre o esporte. Vejam quanta visibilidade, quanto mapeamento. As pessoas que não têm conhecimento ficam conhecendo o esporte aqui, e isso é muito importante. A ginástica, por exemplo, tem sete modalidades — nós dizemos sete famílias. Às vezes, as pessoas conhecem somente uma modalidade dentro da ginástica e não conhecem as demais.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado.
A SRA. NATÁLIA AZEVEDO GAUDIO - Eu queria agradecer também, Deputado, pelo convite. Para mim é um orgulho muito grande representar a Comissão de Atletas como Presidente. Além disso, eu sou estudante de Direito. Então, para mim está sendo uma experiência muito legal e que está acrescentando muito hoje à minha carreira, tanto de atleta, como na de advogada, futuramente. (Risos.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Que legal!
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16:13
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Natália, se você tiver vontade de conhecer o Congresso e o seu funcionamento, esta é uma oportunidade muito bacana, porque só existe um Congresso Nacional brasileiro, e é aqui. Então, pessoas até sem formação universitária, que convivem aqui desde os seus 18, 19 anos, e hoje estão com 40, 45 anos, adquirem habilidades específicas da política brasileira, que só aprendem vivendo isso aqui.
Lendo jornal e assistindo a televisão, você tem uma vaga noção. Eu vejo muitos programas políticos na televisão e parece que eu estou vendo Mesa Redonda de futebol — o pessoal chuta pra caramba. Às vezes, não está acontecendo nada do que eles estão falando. Para mim, que estou no olho do furacão, então, é uma lição de vida estar aqui, fique certa disso. E isso é tanto nos aspectos positivos, como nos negativos.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Que bacana! Que legal!
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Não, não. Houve uma participação anterior.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ele esteve presente em Atenas, em 1896, também, e perdurou até os Jogos de Paris, em 1924. Depois foi removido dos Jogos Olímpicos e voltou a partir da edição de Amsterdã, em 1928.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Aí, México, 1968, e Los Angeles, 1984. E retornou em Seul, 1988. Exatamente.
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Exatamente. Estávamos falando de alguns centros de tênis até lá no Rio, não é?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Lá no Recreio.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Eu, quando era pequeno, fui a um evento de tênis.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - É, eu estou com 41.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Foi muito bacana. Eu ia até falar isso sobre a ginástica agora. Hoje, a ginástica tem um apelo muito grande com o Nory, com o Diego, nas redes sociais. Naquela época, em 1991, é impressionante como havia apelo com o Cássio Motta e o Jaime Oncins, não é?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Sim, o Mattar também.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Tenho a recordação desse evento no estacionamento do BarraShopping, na parte de trás do BarraShopping.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Muito impactante. Eu lembro que estava um sol de tipo 11 horas da manhã. Estava muito quente e muito calor. Lembro uma partida do Cássio Motta. Moreno, não é? Panturrilha fortona. Tinha um estilo de jogo diferente.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - É bacana, bacana.
Eu fico com dó aqui porque temos poucas semanas para realizar as audiências com as confederações e temos que colocar 5 ou 4, não é? Eu gostaria de fazer uma audiência com cada confederação. A conversa é muito bacana, e acabamos entendendo melhor a modalidade quando conversamos mais sobre um atleta, sobre determinado evento, sobre uma época.
O SR. RAFAEL BITTENCOURT WESTRUPP - Não há dúvida. Parabenizo já os colegas das outras confederações. É uma pena que tenhamos que sintetizar tanto para nos adequarmos aos 15 minutos, mas, mesmo assim, é louvável a iniciativa, Deputado. Acho que esta é uma oportunidade única para podermos falar abertamente sobre as confederações, sobre a nossa realidade nua e crua.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Esse desafio é bacana também, Rafael. Há o TED nos Estados Unidos, não é? Dar uma palestra em 1 hora ou 1 hora e meia é mole, mas falar sobre a própria vida em 6 minutos dá trabalho.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Aí se tem que montar com bastante calma, não é?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Você não vai ter 6 minutos. Serão 15 minutos, o que é mole.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Por favor, Rafael.
O SR. RAFAEL BITTENCOURT WESTRUPP - Nós temos pessoas também capacitadas na Confederação enquanto gestores, executivos, mas que estão envolvidas diretamente num grande evento que se inicia já na quinta-feira, lá em Florianópolis, na sede da CBT. Então, fiz mesmo questão, a convite do Lindberg, de vir apresentar.
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O SR. RAFAEL BITTENCOURT WESTRUPP - Vamos iniciar esta audiência pública, primeiramente agradecendo mais uma vez o convite e a oportunidade de poder falar deste esporte, no meu caso o tênis, esporte que faz parte da minha vida desde os 6 anos de idade e que me fez assumir o desafio de estar à frente da Confederação Brasileira de Tênis desde março de 2017.
(Segue-se exibição de imagens.)
Eu trouxe aqui uma introdução muito rápida, que fala sobre a minha gestão, que teve início em março de 2017. Tenho aqui as modalidades geridas pela Confederação Brasileira de Tênis: tênis, tênis em cadeira de rodas e beach tennis, que desde dezembro de 2013 está sob o guarda-chuva da CBT.
Fizemos a criação de um Conselho Consultivo, com pessoas que tenham ou notoriedade no meio corporativo ou grande expressão na nossa modalidade, como é o caso do Rafael Kuerten, irmão do Gustavo Kuerten, que hoje é do nosso Conselho. Temos ainda uma cadeira para um atleta que hoje é o nosso atleta de maior expressão, o Marcelo Melo. Temos o Christian Burgos, da área de comunicação, o Rogério Melzi, ex-Presidente do Grupo Estácio e hoje na Cyrela, que também fazem parte do nosso Conselho. E eu ocupo uma das cadeiras dentro do Conselho Consultivo. Dentro desse perfil de componentes do Conselho, conseguimos englobar forças importantes para construir, de forma conjunta, esse planejamento e esse mote de gestão.
Transparência é algo que vem em primeiro lugar. Este aí é um print de tela do nosso site. Fiz questão de colocar esta tela inicial do dia 3 de dezembro, que é o Dia Nacional do Tênis. Por que o Dia Nacional do Tênis é o dia 3 de dezembro? Porque foi o dia em que o Guga se tornou o número um do mundo, dia em que ele jogou a ATP Finals Lisboa no ano 2000.
Então, agora, no próximo dia 3 de dezembro, iremos realizar mais uma ação na sede da CBT. Finalmente, a gente pode falar, com muito orgulho, que tem uma sede própria, em Florianópolis, com cinco quadras de tênis, compartilhando o espaço com a Federação Catarinense de Tênis. Até então, a Confederação, infelizmente, só tinha uma casa alugada em São Paulo, sem quadras, mas hoje conseguiu ir mais à frente. E vou mostrar um pouquinho a nossa sede.
Aqui, ainda falando em transparência, temos um print de tela com a nossa missão, visão e valores. Na coluna da esquerda, na parte institucional, o acesso documental, seja de balanços, de números, de atas, de reuniões, seja de organograma. Qualquer informação inerente à Confederação Brasileira de Tênis encontra-se no nosso site. Deixei aqui também o print de tela da parte institucional.
Sobre os nossos principais projetos esportivos realizados no período de 2017 e 2019, posso dizer que mais de 100 torneios por ano, entre as categorias infantojuvenis, profissionais, seniores, tênis em cadeira de rodas e beach tennis, são realizados ou diretamente pela Confederação ou em parceria com as 26 Federações estaduais.
Hoje nós temos 26 Federações filiadas. Somente o Estado de Roraima ainda não tem Federação, mas já existe o aceno de um grupo de pessoas engajadas lá, de ex-tenistas, de tenistas de alto rendimento, que participaram de programas universitários nos Estados Unidos, que moram em Roraima e que acenaram para constituir uma Federação e completar, assim, as 27 Unidades Federativas, representadas pela Federação de Tênis.
Aqui temos o apoio financeiro que demos aos técnicos em viagens internacionais em 2017, 2018 e 2019. Falamos de técnicos porque a gente entende que a capacitação, sobre a qual vou falar mais para frente, tem, sim, que passar pela parte teórica, pelos cursos que já realizamos há muitos anos. Mais de 6 mil professores já passaram pelos nossos cursos. O Deputado falou, em relação à Câmara, que é na prática, que é vivendo isso aqui que aprendem sobre política.
Assim também entendemos. Os nossos técnicos aprendem vivenciando o circuito. Dessa forma, podemos oferecer essa condição para o desenvolvimento deles e naturalmente para impactar no desenvolvimento do tênis no Brasil.
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Quanto ao apoio financeiro aos atletas juvenis, aos atletas profissionais, isso vem pelo Auxílio Atleta, seja com repasse direto na conta do atleta, seja com apoio relativo a despesas de logística, com passagens aéreas, hospedagens e/ou alimentação.
Na última linha, temos a criação do Comitê Nacional de Treinadores, o que foi fundamental. Ele foi criado em 2017 e está subdividido por categorias: Sub-12, Sub-16, Sub-18 e Profissional. Esses técnicos, mais para frente listados, têm o poder direto de decisão para convocações para seleções sul-americanas, mundiais e representativas nos diversos níveis do tênis no Brasil.
Projetos esportivos realizados ainda no tênis. Transição Juniors Pro. O que é o Transição Juniors Pro? Os tenistas juvenis hoje de grande destaque participam deste programa viajando com tenistas já consolidados profissionais e com despesas pagas pela Confederação, para poderem se ambientar de uma maneira menos traumática. No ano passado a gente teve um número muito expressivo de atletas, só ficando atrás dos Estados Unidos, Deputado, entre os melhores juvenis masculinos do mundo. Pela primeira vez na história, um tenista juvenil brasileiro ganhou o US Open, que é o Thiago Wild, e oito tenistas brasileiros estavam entre os cem melhores tenistas juvenis do mundo, só ficando atrás, como falei, dos Estados Unidos, que tinham quinze tenistas, empatados com a França e na frente da Austrália, da Inglaterra e de outras grandes potências do tênis.
O Brasil tem essa tradição. E nós detectamos que a maior dificuldade ocorria quando o tenista deixava de ser um Top 100 no Juvenil e vira a chave para o profissional. Começamos a oferecer, então, a oportunidade para que eles se ambientassem da melhor maneira e não sentissem tanto essa dificuldade. Da mesma forma, esses tenistas juvenis já fazem parte da equipe da Copa Davis e também da equipe da Fed Cups, que são as seleções principais, masculina e feminina, profissionais do Brasil.
Criamos também uma base na Europa. A Confederação fez um contrato de parceria com a BTT, que é uma academia de Barcelona. O Orlando Luz, ex-número um do mundo juvenil, e o Felipe Meligeni vão completar agora 24 meses morando lá com todas as despesas pagas de alimentação, hospedagem e treinamento. Cada um subiu mais de 500 posições no ranking mundial profissional. Quando eles foram para lá, eles estavam em cerca de 950 no ranking na ATP; hoje eles estão em torno de 350. Portanto, subiram muito.
Lamentavelmente, em função da limitação financeira, nós tivemos um momento muito importante dentro da Confederação, que foi a época em que tínhamos o patrocínio dos Correios. Hoje não temos mais esse patrocínio. E agora, dia 31 de dezembro de 2019, este projeto da nossa base de treinamento na Europa vai se encerrar, mas vamos entregar uma base de treinamento na cidade de Itajaí, para que esses atletas possam treinar no Itamirim Clube de Campo, também novamente com todas as despesas pagas de treinamento e hospedagem.
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16:29
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O nosso campeonato brasileiro infantojuvenil se tornou na sua grande maioria, até o ano de 2019, o CBI — Campeonato Brasileiro Interclubes. A partir de 2020, os principais torneios infantojuvenis do Brasil vão ser no convênio com o CBC. Os atletas vinculados a clubes filiados ou vinculados ao CBC terão a passagem aérea e hospedagem totalmente pagas, num impacto em torno de 10 milhões de reais de economia para os pais, os técnicos e os tenistas. Mais para frente eu vou mostrar isso.
Os critérios e inserção de atletas nos projetos do apoio dos recursos da Lei Agnelo/Piva, do COB, são nada mais nada menos do que os próprios critérios estipulados pelo COB por meio de suas instruções normativas. Então, nós só seguimos a lei.
Em relação aos resultados obtidos da Copa Davis, Deputado, eu tive a grata alegria de poder conversar com Jaime Oncins. A Confederação o trouxe hoje. Ele é o novo capitão do Copa Davis. Estreamos em setembro contra o País de Barbados, jogamos na cidade de Criciúma, saímos vitoriosos e nos classificamos para, em março do ano que vem, jogar contra a Austrália, na Austrália.
Então, Jaime Oncins hoje é capitão da Copa Davis, como eu falei. Na foto há vários jogadores. A equipe titular é composta por cinco, mas há vários jogadores ali justamente porque nós damos oportunidade para que os juvenis venham passar aquela semana com os profissionais, para evoluir o quanto antes.
Ali ficou cortado o nome. A Roberta Burzagli é a capitã — está ali "Robert", mas é "Roberta". Ela também é jogadora profissional de grande destaque. Há 10 anos, faz parte da Federação Internacional de Tênis como a responsável pelo calendário europeu feminino. Nós conseguimos também, depois de quase 10 anos, vencer o zonal Fed Cup na Colômbia, contra todos os países da América. Inclui-se aí o Canadá e os Estados Unidos. Nós nos classificamos para jogar na Eslováquia e, agora em fevereiro, jogaremos contra a Alemanha, no Brasil, em Florianópolis, no Costão do Santinho, nos dias 7 e 8 de fevereiro de 2020.
Sobre os resultados obtidos no Pan Americano, o João Menezes ganhou medalha de ouro na simples. Ele faz parte já do programa da confederação desde os seus 16 anos de idade, participando dos torneiros infantojuvenis, inclusive sendo campeão de duplas do US Open, junto com outro menino que fazia parte do programa também, o Rafael Matos. Foi um grande resultado para o tênis do Brasil. A Carol Meligeni e a Luísa Stefani são ambas medalhistas em duplas, medalha de bronze no Pan de Lima. Então, nós tivemos uma medalha de ouro e uma medalha de bronze no Pan Americano.
Aqui são os atletas apoiados. Não vou ler todos os nomes, mas nós temos aqui. Ele varia de acordo com o ranking, com as métricas que nós estabelecemos. O atleta tem que apresentar resultados para poder ter o benefício. Aí vocês me perguntam: "Rafael, como vocês fazem a análise dessas métricas?" São vários os indicadores, até o comportamental é avaliado, mas basicamente é o desempenho em torneios e ranking de forma que, a cada 6 meses, esses resultados são revisados, para que nós possamos dar continuidade ou não ou entender o nível de aporte que se dará para esses jogadores.
Sobre os técnicos do Comitê Nacional, todos os nomes desses técnicos que eu falei que fazem parte dos Comitês Nacionais, das categorias Sub-12, Sub-14 e até 16, 18 e transição, que têm esse poder de decisão para as convocações e até para o planejamento estratégico da área técnica específica, como calendários, ações de treinamento. Então, essa é a participação efetiva dos técnicos também.
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16:33
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Quanto aos resultados obtidos no Juvenil, como eu falei, os principais foram oito atletas entre os 100 melhores do mundo juvenil.
O campeão do US Open foi o Thiago Wild, no ano passado. Pela primeira vez na história, tivemos um campeão no US Open na categoria simples, porque em duplas o Bruno Soares também já foi campeão uma vez no profissional.
Tivemos um campeão de duplas este ano em Roland Garros, o Matheus Puccinelli, em 2019. Fomos o segundo melhor país no ranking da ITF masculino 2018, como eu falei. Só ficamos atrás dos Estados Unidos. Ficamos em terceiro lugar no Phillipe Chatrier, que é um prêmio que a federação francesa oferece para os países que têm os melhores resultados entre todos os países na disputa do Juvenil de Roland Garros.
Conquistamos a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, ano passado, em Buenos Aires, com Gilbert Klier Junior. Obtivemos a classificação das equipes de 16 anos, masculina e feminina, para o Mundial. Fazia muito tempo que o Brasil não classificava o naipe masculino e feminino para o Mundial Juvenil 16 anos. Normalmente, nós classificávamos só o masculino. Nos anos de 2017, 2018 e 2019, nós classificamos o feminino também. Tivemos também a classificação das equipes de 14 anos, masculina e feminina, para o Mundial 2019. Então, foi uma evolução nítida das categorias de base, o que joga luz para um futuro promissor, principalmente pelos programas de transição e ambientação ao profissional.
Os benefícios do CBC, como eu já falei, foram o impacto de 10 milhões mais ou menos de economia para os pais, técnicos e tenistas, com hospedagem e passagem aérea para praticamente todos os tenistas, 384 por etapa. No ano que vem serão 10 etapas, o que impactará em 3.840 tenistas beneficiados do ano 2020, fora os técnicos, que também viajam com as despesas pagas.
Os valores são totalmente abertos, transparentes. Aqui, vemos o que se gasta em cada evento, seja para a organização, seja para a participação. O BTT ali é a academia de Barcelona, onde investimos 300 mil reais por ano, para que esses dois tenistas possam morar, comer e treinar.
Aqui estão os valores investidos no tênis juvenil. Entre parênteses está "área fim". Área fim, Deputado, é diretamente na ponta, diretamente no atleta, no técnico, na participação. A área meio seria a administrativa. Então,1.575 milhão de reais investidos na área fim do tênis infantojuvenil, que é a base, base de alto rendimento.
No beach tennis, fomos tricampeões mundiais. Ganhamos agora na Rússia de novo. Vou passar rapidamente, porque o meu tempo acabou. Peço mais 30 segundinhos mais, Deputado. Apoio para participação do Pan-Americano; estruturação de um departamento exclusivo, embora não seja uma modalidade olímpica, está no nosso guarda-chuva. Nós não podemos usar recursos da Lei Agnelo/Piva; só podemos utilizar a verba própria. Mas mesmo assim estruturamos um departamento exclusivo, com coordenador nacional, com assistente, com toda a estrutura do sistema integrado da Confederação para que os beachtenistas possam usufruir. E o impacto já são esses resultados no Mundial da Rússia, onde nós ganhamos por 2 anos seguidos, no ano passado e esse ano, por equipes.
O Brasil foi campeão Pan-Americano 2017. Enfim, todos os resultados estão aí na tela. E agora, na ANOC, nos jogos de Doha, jogos mundiais de praia, das 12 medalhas de todas as modalidades que o Brasil participou, quatro vieram pelo beach tennis. Então, nós tivemos ouro, prata e bronze.
Os valores investidos no beach tennis — área fim de novo, Deputado. Foram 400 mil reais de verbas próprias da Confederação para o beach tennis.
Quanto ao tênis em cadeira de rodas, Ymanitu é um tenista de cadeira de rodas e é da comissão de atletas da Confederação; a CBT é filiada ao CPB — Comitê Paralímpico Brasileiro. Também temos um departamento específico. O nosso Vice-Presidente, Jesus Tajra, é um executivo do tênis em cadeira de rodas, mas temos uma pessoa focada só na inserção no sistema do CPB, na execução dos projetos e prestação de contas, e temos outro assistente. Eles são totalmente dedicados a isso.
Foram doadas mais de 50 cadeiras de rodas para escolinhas de tênis.
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Eu tive a grata oportunidade, desde que eu assumi a Presidência, de viajar pelo Brasil. E há 3 semanas, entre tantas cidades que eu pude conhecer, fui a Rio Branco, no Acre. Levamos junto o paratenista Rafael Medeiros, um tenista em cadeira de rodas top 50 no mundo, justamente para fazer uma exibição com os tenistas em cadeiras de rodas de Rio Branco, no Acre, que jogam pelas doações das cadeiras que a Confederação fez para os Estados. A CBT não só doa as cadeiras, mas também oferece curso de capacitação para professores de tênis em cadeira de rodas. Isso nos dá muita alegria para que possamos entender que há uma capilarização também nessa modalidade no Brasil.
Como principais resultados no tênis em cadeira de rodas, temos o top 10 no ranking mundial, na categoria Quad, com o Ymanitu; o top 13, no mundial profissional, com Daniel Rodrigues; o top 20 com a Natália, que agora está afastada; e o Brasil foi vice-campeão de duplas em Roland Garros, com o Ymanitu.
Numa parceria que temos com Roland Garros, a Confederação Brasileira de Tênis conseguiu um wild card, um convite para que o Ymanitu jogasse em Roland Garros. Pela primeira vez na história, um tenista em cadeira de rodas participou de um Grand Slam. Pela parceria institucional que a CBT tem com a federação francesa, conseguimos esse wild card para o Ymanitu.
Os valores investidos na área fim, volto a dizer, foram de 1 milhão e 280 mil reais diretamente nos tenistas em cadeira de rodas, seja em participação em torneios, seja na realização de torneios, para os quais oferecemos inscrição de graça para os nossos tenistas em cadeira de rodas. Isso inclui hospedagem e alimentação dentro dos torneios, o Projeto Juniors e a própria aquisição de cadeiras de rodas.
Educação continuada para professores de tênis. Como eu já falei, 6 mil professores foram capacitados nos cursos de capacitação. Temos o Selo Ouro da Federação Internacional de Tênis, pela qualidade dos materiais bibliográficos criados pela própria Confederação e também pelo sistema pedagógico dos cursos; e o contínuo desenvolvimento da modalidade.
Educação continuada para árbitros de tênis. Muitos dos participantes dos projetos sociais apoiados pela Confederação, como a nossa representante de atletas do badminton, seguiram uma carreira e galgaram, lograram uma profissão. O Brasil, no ano passado, foi o país recordista em número de árbitros, Deputado, no Torneio de Wimbledon, que é um dos maiores torneios do mundo. Tivemos 13 árbitros de linha, com uma diária de 150 libras por dia; é o que eles recebem para trabalhar em Wimbledon. Isso também nos gratifica muito, porque essa formação é o caminho não só para o alto rendimento, mas também para a formação profissional e as oportunidades de trabalho.
Temos projetos futuros para o beach tennis e para o tênis de cadeira de rodas. Mais 50 cadeiras foram adquiridas.
Esta foto é de ontem, eu consegui colocar hoje na apresentação aqui. Falta colocar as rodas, está terminando a linha de produção. E mais 50 cadeiras serão doadas até o final do ano para as federações estaduais.
Esta é a foto do momento da parceria que firmamos com Roland Garros, que impactou no wild card do tênis em cadeira de rodas, o convite. Temos o Roland Garros Amador, que é um campeonato brasileiro por classes. Amanhã haverá um coquetel de inauguração aqui, no Iate Clube de Brasília. Se o Deputado estiver por aqui e os demais presentes, ficam todos convidados. A partir de quinta-feira, iniciam-se os jogos e vão até domingo. E temos também o Roland Garros juvenil no Brasil, onde o menino e a menina que ganham a etapa no Brasil vão com todas as despesas pagas para Paris e participam da rodada final para ganhar um convite na chave principal também do juvenil.
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16:41
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Isso aqui eu trago em primeira mão para vocês: há 2 semanas, nós assinamos também com Wimbledon, eu estive lá. Nós vamos fazer, pela primeira vez na história das Américas, o campeonato juvenil, na grama natural. Nós estamos construindo 8 quadras na cidade de Bragança Paulista, em parceria com a academia HWT, onde realizaremos o campeonato para a garotada sub-14. Os campeões do masculino e as campeãs do feminino irão com seus técnicos, com todas as despesas pagas, para jogar no templo sagrado do tênis, o All England Lawn Tennis Club, em Wimbledon. E, junto a isso, virão também os treinadores da federação inglesa para dar cursos de capacitação aos nossos técnicos sobre treinamento do jogo na grama.
Rapidamente, passarei um vídeo de 1 minuto, para mostrar a nossa sede e a Semana de Treinamento Internacional que nós realizamos, como pré-temporada, na sede da CBT, que se inicia, como eu já falei, na quinta-feira agora — por isso os nossos gestores não puderam estar presentes. E só será possível realizá-la porque, graças a Deus, hoje nós temos uma sede, nós temos uma entidade saneada, uma entidade equacionada financeiramente, embora com uma redução de cerca de 80% do seu orçamento. Quando nós assumimos a gestão, o orçamento da Confederação estava em torno de 20 milhões de reais. Hoje nós trabalhamos com cerca de 5 milhões a 5,5 milhões de reais. E, mesmo assim, conseguimos dar essa produtividade para a entidade.
(Exibição de vídeo.)
O SR. RAFAEL BITTENCOURT WESTRUPP - Esta é a nossa sede, em Florianópolis, onde reunimos toda a turma para treinar durante 10 dias.
A nossa sede tem 5 quadras de tênis. Foi palco de grandes eventos, na época em que era só a sede da Federação Catarinense de Tênis, como Copa Davis, Torneio WTA.
Na nossa sede, temos a presença do nosso maior ídolo, o Guga, que passa a semana interagindo com a criançada, passando todo o seu conhecimento; ex-tenistas, como Marcus Hocevar, o número 30 do mundo; Thomaz Koch, uma das lendas do tênis brasileiro; tenistas juvenis, profissionais, e também de outros países, que vêm para ter essa interação conosco; Bruno Soares, um dos maiores expoentes atuais do nosso tênis; o Ymanitu, numa ação em cadeiras de rodas
Deputado, eu gostaria de falar que haverá uma nova eleição, de acordo com essa adaptação atual das mudanças de leis estatutárias.
A nova eleição da Comissão de Atletas será no dia 12 de dezembro, na sede da CBT, onde ocorrerá o Campeonato Brasileiro Interclubes. Esperamos um pouco mais para chamar essa nova eleição da Comissão de Atletas justamente para que ela tenha o maior número de atletas na sede da CBT, no dia da eleição, para que haja uma participação maciça e efetiva desses atletas.
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16:45
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Presidente Rafael, foi ótima a apresentação.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Diretamente nos clubes.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ótimo! Entendi.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Foram três. Está certo: 1997, 2000 e 2001, quando ele deu a Mercedes para o Larri.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Estou misturando tudo na minha cabeça.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Eu me lembro da roupa amarela da Diadora, em 1997.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Marcante, não é?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Bacana!
Ymanitu, obrigado pela sua presença, você está representando todos os atletas, através da Comissão de Atletas. É muito bacana recebê-lo. Fique à vontade para contar um pouco da sua percepção em relação ao tênis e de como vocês estão participando frente à organização do tênis, junto com a Confederação.
O SR. YMANITU GEON DA SILVA - Eu queria agradecer aqui o convite do Deputado para estarmos participando da Comissão e também agradecer a presença de todas as outras Confederações. Este é um momento importante para nós atletas e para a Confederação.
Na época, eu me candidatei ao cargo de Presidente para mostrar um pouquinho do que é o tênis em cadeira de rodas para todos. Temos a mesma rotina de treinamentos, a mesma rotina de treinos que têm o Bruno Soares, o Marcelo Melo... Neste ano mesmo, eu fiz 19 torneios, contei com o apoio da CBT em 16 torneios, fiquei em torno de 10 semanas fora de casa. Então, temos a mesma rotina que um atleta profissional tem.
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16:49
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Um dos motivos por que me candidatei a Presidente do Conselho dos Atletas foi para mostrar isso. E o investimento que a CBT vem fazendo está dando resultado. Prova disso é que consegui realizar um feito histórico para o tênis em cadeira de rodas, fui o primeiro atleta a disputar um Grand Slam em Roland Garros, um Grand Slam que teve um gostinho ótimo para nós brasileiros, porque foi quando o Guga foi tricampeão. Além disso, eu venho figurando por 3 anos seguidos no top 10 do ranking mundial. Fiquei, em 2017, na oitava posição; em 2018, na nona colocação; e em 2019, na décima colocação.
Antes do acidente, eu jogava tênis normal. Depois que sofri o acidente, comecei a jogar tênis em cadeira de rodas. Um fato importante que o Presidente colocou ali é esse aporte via CBC, porque, quando eu jogava no juvenil, um dos motivos por que eu tive que parar de jogar à época foi a falta de condições da minha família de poder fazer esse investimento para que eu jogasse. Então, quando a Confederação, junto com o CBC, fornece esse investimento para que os atletas juvenis possam rodar o circuito com essa isenção de inscrição e de passagem, isso é fundamental para o crescimento da modalidade. Este é um ponto fundamental: a Confederação vem fazendo investimento.
E eu, como Presidente do conselho, participo das duas assembleias que a CBT faz. Eu tenho voz ativa nessa assembleia, verifico onde há investimento dos recursos, onde os recursos são aplicados. Com certeza, essa transparência que existe nas contas da CBT é fundamental, é de suma importância para nós atletas. Dá um suporte, dá segurança saber que os recursos estão sendo bem aplicados. E agora, como o próprio Presidente falou, essa quantidade de atletas vai aumentar. Todos nós vamos ter direito a voto na próxima eleição para Presidente. É muito importante isso.
Como eu falei, estar dentro dessa Comissão de Atletas é motivo de orgulho para mim, porque posso mostrar todo o trabalho do tênis em cadeira de rodas que a própria CBT faz, e é um trabalho vitorioso. Nós vamos levá-lo para as Paralimpíadas de Tóquio, para tentar conquistar a tão sonhada medalha paralímpica, sendo ela também um motivo de orgulho para a CBT.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ymanitu, a Comissão tem quantos atletas?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Então há 58 atletas aptos a se candidatar para 13 vagas. Seria isso?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - E quais atletas estão aptos a escolher os seus representantes? A partir de quantos anos os atletas têm que estar federados? Há alguma regra que limita esse colégio eleitoral? Como funciona?
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16:53
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O SR. RAFAEL BITTENCOURT WESTRUPP - Posso contribuir, Deputado? Para se candidatar tem que fazer parte de uma faixa de ranking do beach tennis, do tênis em cadeira de rodas e do tênis para andante, que é o tênis normal.
Pode votar todo e qualquer tenista filiado à Confederação Brasileira de Tênis com no mínimo 18 anos de idade. Essa é a nossa primeira eleição com maior número de colégio eleitoral, logicamente para o futuro pode haver alguma adaptação, e isso compreende, em números absolutos de potencial de colégio eleitoral. Hoje, 1.300 atletas estão aptos a votar.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - E eles têm que estar presentes?
O SR. RAFAEL BITTENCOURT WESTRUPP - Vai ser presencial a votação. Nós teremos a participação já garantida no torneio de mais ou menos 240 tenistas, que estarão no local para votar. A nossa maior preocupação é justamente, primeiro, ter número de candidatos suficientes porque essa é uma dificuldade também.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Essa vai ser maior eleição para presidente em uma confederação em número de atletas?
O SR. RAFAEL BITTENCOURT WESTRUPP - Não sei, não posso falar em relação às outras confederações, Deputado. Eu sei que é a nossa maior eleição, a nossa enquanto Confederação Brasileira de Tênis. Lembro que na primeira eleição para a Comissão de Atletas — eu nem era Presidente — apenas 17 pessoas votaram.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Mas essa iniciativa de trazer os atletas durante um evento da própria Confederação, ou seja, um campeonato brasileiro da modalidade, foi muito interessante.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - É muito interessante.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Excelente, Rafael.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Ymanitu. Muito obrigado pela sua presença.
Muito obrigado, Presidente Rafael por ter aceitado o convite. Desculpe-nos a correria, mas é por causa do horário.
Eu gostaria de convidar para comporem a Mesa o CEO da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, o Sr. Geraldo Ricardo Hruschka Campestrini; o Secretário-Geral da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, o Sr. Pablo Marcelo Frias Ribeiro; e o membro da Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Alexandre Macieira Ank.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - De Juiz de Fora, é carioca de Juiz de Fora.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - É verdade. Torce para o Flamengo também?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Olha aí, Pedro!
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Muito obrigado, Presidente Geraldo e Pablo, pela presença de vocês.
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16:57
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Viemos de uma participação do Hugo Calderano, igualando-se ao Hugo Hoyama, em 1996, chegando até as oitavas de final. Eu lembro que, em 1996, perdemos o Cláudio Kano — não foi isso? — num acidente de moto, semanas antes das Olimpíadas. Eu estive nas Olimpíadas de Atlanta e me recordo: foi um acidente de moto em São Paulo. Junto com o Hugo Hoyama, ele era um dos grandes nomes do tênis de mesa. Mando um abraço aos familiares do querido Cláudio Kano.
Geraldo, fique à vontade, apresente um pouco a sua confederação, fale como a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa está investindo tanto na modalidade olímpica quanto na modalidade paralímpica, já que detém essas duas responsabilidades, e como está sendo a preparação para os Jogos Olímpicos de 2020, seja em eventos, seja em eventos de treinamento, seja em aplicação de recursos. Fique à vontade.
(Segue-se exibição de imagens.)
Nós preparamos uma agenda para estes nossos 15 minutos sugerida pelo Lindberg com base em: apresentação da Confederação; resultados de destaque de 2019; projeção para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos — também atuamos nas duas frentes, não fazemos distinção, então, vamos apresentar os resultados de ambos os segmentos; e considerações gerais que julgamos importantes e relevantes para o momento em que estamos hoje.
Este eslaide mostra um pouco da nossa missão, visão e valores. Este trabalho foi feito em 2016, do qual eu participei ainda como consultor. Estou há 1 ano no cargo de CEO da Confederação, com a proposta de executar esse planejamento estratégico que foi desenhado à época. E esta é a nossa missão: organizar e difundir o tênis de mesa em âmbito nacional no Brasil.
Esta é um pouco da nossa estrutura profissional. Estamos tentando buscar uma separação clara do ambiente institucional, estatutário, do ambiente executivo. Estão neste eslaide todas as nossas instâncias estatutárias: Conselho Fiscal, Conselho de Ética. Na nova formatação do estatuto, colocamos as Comissões ligadas ao Conselho de Administração, para buscar uma visão estratégica do Conselho de Administração e, ao mesmo tempo, operacional, para responder o nosso dia a dia. No ambiente executivo, está a nossa atividade-fim, a parte técnica, com projetos especiais, realização de eventos e seleções. É o nosso coração, o coração da entidade. Toda ela funciona para responder e prestar bons serviços operacionais. E, agora, estamos estruturando uma área de marketing e desenvolvimento, que se iniciou basicamente em outubro deste ano, para buscarmos também outras frentes e outras propostas da visão da modalidade.
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Este é um desenho que mostra a nossa pirâmide — é claro que todas as modalidades têm este desenho. Trabalhamos dentro do planejamento estratégico para entender cada uma destas partes. Obviamente, a nossa atividade-fim é olhar para a elite internacional e talentos internacionais, para ter esse alimento tanto no olímpico quanto no paralímpico, mas buscando as ações que fazem frente, buscam ter mais atletas, ter mais fãs, os praticantes de lazer, os praticantes de pingue-pongue, as diferentes manifestações que o tênis de mesa possui. E como dialogamos com esses praticantes e fãs da modalidade é um desafio que temos colocado no nosso plano de trabalho.
Este é um pouco do desenho de como atuamos em cada uma destas áreas, os projetos de destaque que desenvolvemos. No caso da elite internacional, existe a Seleção Permanente — no caso do paralímpico; ela não ocorre no olímpico, porque a grande maioria, senão todos os atletas, está em clubes, e clubes europeus, com calendário diferente, então, reúnem-se periodicamente para competições pontuais. E, com relação a talentos, há os nossos projetos principais, como o Diamantes do Futuro e os Polos de Desenvolvimento Regional, que foi um projeto redesenhado para este ano vindo dos CTs estaduais. Agora temos dez polos de desenvolvimento focados na base, na detecção de talentos e no desenvolvimento desses talentos.
Este eslaide mostra alguns grandes números da entidade. O nosso faturamento em 2018 foi de 6 milhões, e basicamente 90% são oriundos da Lei Agnelo/Piva. Tivemos registrados pouco mais de 3.600 membros filiados, que pagam uma anuidade, que participam das nossas competições. São 22 federações filiadas, 21 funcionários — basicamente, metade desse contingente, pouco mais da metade, trabalha na parte administrativa e financeira, principalmente para responder o uso desses recursos da Lei Agnelo/Piva. Este ano, há 316 clubes registrados. Eu fiz um apanhado: 80% desses clubes estão concentrados nestes dez Estados, principalmente em São Paulo, Santa Catarina e Paraná.
Este é um pouco do desenho do nosso orçamento para este ano. Ele se repete, com algum incremento. Há um destaque: fechamos um patrocínio no meio do ano com a Tibhar, uma empresa alemã de material esportivo de tênis de mesa. E, entre permutas e recursos de patrocínio, devemos fechar um faturamento na base de 7,5 milhões para este ano.
Aqui também é um pouco mais do desenho dos nossos atletas filiados. Temos mantido uma base, nos últimos 8 ou 9 anos, de pouco mais de 3 mil atletas registrados, sendo 7% deles do segmento paralímpico; 20% do segmento feminino — é um desafio importante aumentarmos esse segmento; e 45% pertencentes à base, com atletas de até 17 anos.
Este eslaide mostra um pouco das áreas foco relativas ao nosso planejamento estratégico. Como comentei: elite internacional, elite nacional — competições nacionais. Vamos fazer o Campeonato Brasileiro em dezembro.
Vai ser o nosso recorde de inscritos, com mais de 1.300 atletas inscritos, juntos olímpicos, paralímpicos, veteranos, base. Enfim, vai ser um grande evento. Fica o convite para quem estiver em São Paulo, de 11 a 15 de dezembro, no Centro Paralímpico Brasileiro.
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E há praticantes de lazer, o que foi comentado; universidade do tênis de mesa, aí aglutinando todas as ações de capacitação de árbitro, treinadores, gestores, as parcerias que estamos trabalhando agora com universidades também para subsidiar, melhorar, fazer evoluir continuamente essa parte de capacitação; comunicação, marketing e negócios, com ações de comunicação, parcerias também com a TVN Sports, o que já foi citado aqui, para as transmissões das competições nacionais, um apanhado melhor nessa área de comunicação; e administrativo, operacional e governança, cada um com o seu mapa estratégico e indicadores de performance.
Relativamente a resultados deste ano, há alguns destaques do Pan-Americano: ouro do Calderano no individual; prata da equipe feminina; bronze da masculina; bronze, no individual também, da Bruna Takahashi; e prata de duplas mistas. Foram colocados como outros resultados o ouro do masculino nas duplas e o bronze do feminino nas duplas também, porque eles não fazem parte do quadro do programa olímpico.
E há destaques de resultados mundiais: o Calderano como número 6 do mundo atualmente. E não é só isso, há cinco atletas hoje no top 100 do mundo, também um feito inédito para o tênis de mesa no naipe masculino. E também no naipe feminino houve o alcance do número 51 pela Bruna Takahashi, o que também é um destaque importante.
Todas as nossas equipes estão classificadas para os Jogos Olímpicos, a masculina e a feminina. E haverá a classificatória olímpica para duplas mistas, que vai ocorrer em abril de 2020.
Nos Jogos Paralímpicos, no Parapan-Americano, em que pese a ausência do Israel Stroh e da Bruna Alexandre, que são destaques, atletas importantes nos Jogos Paralímpicos, por questões de classificação eles não participaram do Parapan-Americano, obtivemos nove medalhas de ouro, seis de prata, nove de bronze. E 70% da delegação que esteve em Lima conquistou medalhas, dos 30 atletas presentes. E aí estão os destaques: o ouro da Bruna Alexandre no Aberto da China e outros resultados relevantes.
Projeção para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Para os Jogos Olímpicos, nós fizemos o mesmo desenho. Como eu comentei, as equipes masculina e feminina foram classificadas. Consequentemente, dois atletas da masculina e dois atletas da feminina também foram classificados e vão ser colocados por ranking. E há as duplas mistas, que, no latino-americano, em abril, têm boa chance de classificação também. E os Jogos Olímpicos para o tênis de mesa serão de 25 de julho a 7 de agosto.
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No paralímpico há também alguns destaques, classificados por meio dos Jogos Parapan-Americanos e outros, como comentei, que são os casos do Israel e da Bruna Alexandre, que devem se classificar por ranking.
Há outras chances de classificação, até 30 de março, por ranking internacional ou pela seletiva mundial em Lasko. Nós acreditamos que mais quatro atletas podem ter chances de classificação para as Paralimpíadas.
Aqui podemos ver as datas e também o mapa de eventos importantes para o segmento paralímpico no ano, na mesma dinâmica, com training-camp em São Paulo, um pouco mais curto, e depois a aclimatação idêntica no Japão.
Considerações Gerais. É importante destacar da onde vêm todos esses projetos, não são só os de 2016. Há uma importante construção anterior na Confederação.
O destaque é que acreditamos muito num projeto que foi realizado com um objetivo ambicioso à época, de ver o Brasil figurando entre as principais potências globais da modalidade, uma vez que o país não tinha tradição em âmbito internacional. Tinha em âmbito Pan-americano, como foi citado com o Hugo Hoyama, com o Cláudio Kano, etc. Mas em âmbito internacional a competitividade era um pouco mais distante.
Para atingir essa meta, esse sonho, foi contratado à época, no período do ciclo preparatório para Rio 2016, um pouco antes, em 2010, o Michel Gadal, que é um treinador francês, campeão mundial na França como treinador.
Ele desenhou para o Brasil, adaptou para o Brasil, a rota do alto nível, que seguimos hoje como uma matriz importante para todos os nossos projetos na área técnica, seja olímpicos ou paralímpicos.
Ele tem descrito os processos de seleção, a organização de competições, a formação de treinadores, a detecção e formação de talentos e as filosofias de treinamento.
É a partir desse projeto que surgem os principais talentos que formam hoje a base da nossa seleção, tanto olímpica como paralímpica. É basicamente ela que seguimos para chegar, no caso do Calderano, ao número 6 do mundo hoje.
Ele foi fruto desse projeto, desde a identificação do talento à colocação em um centro de treinamento concentrado em São Caetano; depois a parceria com o clube alemão em Ochsenhausen; o investimento no treinador também francês, que continua com ele até hoje, que é o Jean René. Então, há todo um projeto desenhado e pensados cientificamente para alcançar os esses resultados e os investimentos serem mantidos.
Mostro aqui a trajetória dele em termos de ranking. Ele fechou 2018 como o número 9 do mundo e o atleta que mais teve vitórias no ano de 2018. Hoje, é o atleta número 6 do mundo, em nível competitivo ótimo para as grandes potências do esporte. Então acho que é sempre importante frisar que, no âmbito técnico, há essa estrutura de projetos.
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A questão da governança foi iniciada em 2015, com processos mais consistentes nessa área. O resultado é que, desde que foram criados os rankings, seja do Sou do Esporte, que agora está no quinto ano, seja do GET, que esteve em primeiro lugar com outras confederações, seja do Rating Integra, que também ficou entre as cinco principais confederações, essa é uma área com que temos tomado bastante cuidado e feito investimentos importantes para evoluir continuamente.
A segunda imagem acho que ilustra bem a situação do tênis de mesa. Ela ilustra a capacidade que temos de integração entre o esporte olímpico e o paralímpico. Essa é uma foto recente do treinamento do Diamantes do Futuro, em que reunimos talentos identificados em processos de detecção para um treinamento sistemático de 4 ou 5 dias. Aqui, novamente, foi no Centro Paralímpico Brasileiro. Acho que esse é bem o retrato de como temos investido e buscado também a renovação de gerações e projetos consistentes no âmbito técnico.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Geraldo. Todo CEO não deixa de ser um pouco Presidente também, não é, com todo o respeito ao Alaor.
(Risos.)
As palavras do Geraldo praticamente explicaram tudo sobre a CBTM. Hoje, eu faço parte do Comitê Executivo da Confederação, juntamente com o Presidente Alaor e o Vilmar, que é o Vice-Presidente. Então, atualmente, não é o Presidente que toma as decisões dentro da CBTM. É tudo descentralizado. Fazemos reuniões para as quais pegamos informações dos comitês de atletas e dos comitês de arbitragem, que dão sugestões. E, nas reuniões, nós podemos tomar decisões em conjunto e em reuniões com o Geraldo também. Assim nós conseguimos fazer o nosso planejamento.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Pablo, a Confederação hoje está presente em quantos Estados, através das Federações? Está nas 27 Unidades da Federação?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Em 22 Estados.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Como o pessoal da ginástica apresentou aqui, existem hoje também centros de treinamento de tênis de mesa nesses Estados?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ótimo.
Em termos de promoção da modalidade, nós vemos que o Hugo Calderano teve uma repercussão muito positiva em 2016. É natural que alguns esportes tenham menos ou mais visibilidade do que outros. Ele está treinando lá na Alemanha. Eu, particularmente, como atleta que fui — atleta olímpico —, sei que é determinante a presença desse atleta aqui também, se ele puder estar presente no País, para difundir a própria modalidade. As pessoas gostam de ver de perto, de tocar e de ver jogar.
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Pablo.
O SR. GERALDO RICARDO HRUSCHKA CAMPESTRINI - É só um aparte. O Calderano esteve no campeonato brasileiro no ano passado, em Concórdia. Neste ano, ele não conseguirá vir, por causa calendário, que está bastante apertado. Mas temos trabalhado num projeto paralelo, especificamente para trazer para cá eventos internacionais, que, de certa forma, também contribuam com a pontuação dele para ranking e, ao mesmo tempo, para que consigamos fazer essa aproximação com o público brasileiro, o que é uma demanda recorrente. Isso foi feito também na época do Guga Kuerten, na Costa do Sauípe.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Muito obrigado, Geraldo. Muito obrigado, Pablo.
Eu tenho uma história bem engraçada. Eu comecei na natação, em 2003. Fui participar de uma competição em Uberlândia. Ao chegar lá, como eu não tinha treinamento adequado, eu não tinha conhecimento. Então, entrei no ginásio e não me classifiquei para a prova de natação. Olhei ali um monte de mesas de pingue-pongue... Se você chamar de pingue-pongue hoje, eu vou levantar e chutar sua canela, está bem? Desculpem-me a brincadeira. Aí eu recebi um convite da pessoa que estava coordenando o evento para jogar tênis de mesa, porque tinha havido desistência de um atleta. Eu falei: "Olha, eu brinquei na escola". Para ele não ter que refazer a chave toda, ele substituiu o nome do atleta pelo meu, me emprestou uma raquete, bateu bola comigo por uns 15 ou 20 minutinhos, e eu fui para o evento. Por incrível que pareça, joguei uma, duas, três partidas e, depois que joguei cinco, falei: "Cara, eu estou na final. Não acredito". Acabei o ano campeão iniciante. Havia mais quatro atletas profissionais ali. Joguei com eles e acabei ficando em terceiro lugar. Eu falei: "Que natação que nada. Vou para o tênis de mesa". Ainda topei um desafio de disputar o regional brasileiro de natação no final do ano, quando conquistei medalhas de bronze nos 50 metros e nos 100 metros. E, na temporada seguinte, abracei o tênis de mesa.
Eu queria aproveitar a oportunidade para fazer uma homenagem ao Luiz Algacir — que Deus o tenha, porque ele faleceu pouco depois da paraolimpíada de Pequim — e ao Welder Knaf. Eles abriram os olhos do mundo e do Brasil para o tênis de mesa paralímpico. Eles venceram a China na disputa por equipes, em 2008, por 3 a 2, e conquistaram pela primeira vez a inédita e tão sonhada medalha no tênis de mesa por equipes.
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(Segue-se exibição de imagens.)
Esta apresentação é da Comissão de Atletas do Tênis de Mesa Olímpico e Paralímpico. A Lígia Silva é a nossa Presidente, eu sou o Vice-Presidente e são membros da Comissão: o Paulo Salmin, atleta paralímpico; a Jennyfer Parinos, atleta paralímpica também; o Thiago Monteiro, atleta olímpico; e a Lin Gui, também atleta olímpica. Somos seis atletas. Todos tivemos participações importantes e ganhamos medalhas em pan-americanos e em parapan-americanos e todos disputaram olimpíadas.
Em 2016, foram abertas as eleições. Eu fui um dos candidatos. A eleição foi feita na sede do Clube de Regatas do Botafogo. Abriu-se a votação on-line posteriormente, tivemos alguns votos e fomos empossados por aclamação, porque não havia concorrente.
Os candidatos interessados em participar devem ter no mínimo 18 anos de idade, satisfazer as condições e os requisitos exigidos no regulamento e não ter cumprido penalidades aplicadas pelo COB, pelo COI, pela CBTM e por outros órgãos nacionais e internacionais. Está disponível no site da CBTM como funcionam a candidatura e a eleição.
Com relação à nossa missão e aos objetivos, a Comissão de Atletas da CBTM tem por missão representar os atletas do tênis de mesa perante a CBTM, fortalecendo os laços de comunicação e interação entre as partes. Temos em comum alguns objetivos, como estabelecer um ambiente de discussão, no qual os atletas do tênis de mesa passam a compartilhar informações e ideias relacionadas aos jogos olímpicos e paralímpicos, aos campeonatos mundiais, aos pan-americanos, aos sul-americanos e a competições de igual natureza.
Também apresentamos propostas para a Confederação, buscando que ela atenda a algumas iniciativas de melhoria. Um exemplo disso é que, nas nossas competições nacionais, eram disputadas competições de paralímpico cadeirante e andante ao mesmo tempo, mas são duas classificações funcionais diferentes. O cadeirante é de um a cinco, e o andante é de seis a dez. O que acontecia? Tínhamos uma participação inicial em que os jogos começavam de manhã. Nós fazíamos duas ou três partidas de manhã, mais duas no início da tarde e, depois, a semifinal e a final, o que era muito desgastante para nós. A partir da conversa e da proposta apresentada à Confederação, os jogos dos cadeirantes eram na parte da manhã e, ao final, o encerramento e a premiação. No final do ano passado, iniciou-se a questão dos andantes à tarde com o mesmo processo. Termina-se a competição, e eles fazem a premiação. Isso diminui o nosso desgaste. Assim podemos retornar à nossa residência para programar melhor as nossas viagens.
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Entre os objetivos da Comissão também estão: analisar a adoção dos melhores modelos, técnicas e padrões para o desenvolvimento dos atletas; representar os direitos e interesses dos atletas do tênis de mesa e formular recomendações a esse respeito; e incentivar a presença feminina no esporte — cada vez mais, acho que isso é muito importante —; e escolher representantes para a Assembleia Geral da CBTM.
Temos participação e voto na Assembleia da Confederação, de acordo com a nova lei. E, a partir daí, procuramos propor situações que sejam importantes para o esporte nacional e para o tênis de mesa.
Vou falar um pouquinho das nossas atribuições. Uma coisa que eu venho ressaltando que é muito importante é a nossa educação quanto a regras antidoping; direitos dos atletas; questões profissionais; parcerias com o Governo, Federações e patrocinadores; treinamento; ética; divulgação da modalidade; questões sociais; e assuntos de interesse do esporte olímpico e paralímpico.
Outra atribuição é manter contato direto com a Comissão de Atletas do Comitê Olímpico Brasileiro. Eu participei do curso de governança juntamente com a Lígia, a nossa Presidente — ela, infelizmente, não está aqui, porque está viajando para uma competição —, e foi muito bacana.
Ainda entre as nossas atribuições está a tarefa de estudar sobre as questões de dopagem e sobre a melhoria do tênis de mesa no Brasil.
Aqui temos algumas funções da Presidência que eu acho que muitos conhecem. As principais são: administrar a Comissão de Atletas; convocar reuniões; presidir reuniões da Comissão; designar assessores, determinando suas funções; e assim por diante.
Ao Vice-Presidente, cargo que eu ocupo, compete substituir o Presidente. Eu desenvolvi esta apresentação, consultando a Presidente, para que pudesse fazê-la da melhor forma possível. E a Presidente da Comissão poderá participar das Assembleias não eletivas da CBTM com direito a voz e voto.
Temos também uma ouvidoria, um canal que está no site da Confederação. É uma linha gratuita através de e-mail, site e fax, para que sejam feitas reclamações e sugestões.
Na nossa relação com a CBTM, participamos em 2019 da Assembleia Geral Ordinária, que alterou o estatuto, e da reunião para definição e discussão sobre o novo modelo das competições do tênis de mesa nacional para 2020. Fizemos uma conferência via Skype, presidida pelo Geraldo e pelo nosso amigo Pablo, quando fizemos alguns comentários e demos algumas sugestões. Escutamos o que eles apresentaram, para chegar a um ponto comum e iniciar esse processo para 2020.
Participamos também de reuniões do Conselho de Administração e da indicação de membros para a Comissão de Ética da CBTM.
Outra ação importante para 2020 foi a realização do maior número de reuniões da Comissão de Atletas, para atrair novos atletas para fazer parte da Comissão, fortalecendo e fomentando cada vez mais ações dessa natureza.
Agora, Deputado Luiz Lima, temos aqui minha visão pessoal, como atleta desde 2003, como cadeirante e como praticante de esportes desde criança. Em clubes, disputei várias modalidades. Eu costumo dizer que o esporte é primordial na vida de toda e qualquer pessoa, e os primeiros laços de convivência com o esporte ocorrem na escola.
Vimos algumas mudanças na lei sobre o sistema de educação que fizeram com que não fosse mais obrigatória a presença do profissional de educação física até o 4º ano do ensino fundamental, para que qualquer um possa ministrar essas aulas. Fica a pergunta: como se vai dar os princípios básicos da mobilidade esportiva, que são visão periférica e deslocamento para frente, para trás, para um lado e para o outro, se não se tem o conhecimento adequado para isso? Eu acho que essas mudanças na lei devem ser estudadas e revistas. Eu acho que, no caso da educação física, a educação está andando na contramão do que falamos do esporte.
Era para acontecer o contrário. Deveríamos ter inserção e um trabalho mais forte na base, para fortalecer as crianças e incentivá-las à prática esportiva. Dessa forma, tiraríamos essas crianças de caminhos errados e da violência.
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Outra coisa que eu acho que deve ser revista também é a questão dos jogos municipais, principalmente em âmbito escolar. Por quê? Eu participei de um projeto de matérias eletivas como professor, e eu acho que esse projeto deveria ser implantado no Brasil. É assim na China, na Alemanha, na França e outros países da Europa. Nesses países, as crianças são indicadas para algumas modalidades de acordo com a aptidão, no primeiro momento, até o 4º ano, e aquelas que se destacam e gostam da modalidade dão continuidade em competições. É um fato que eu acho muito importante.
Outro problema é que, no meu Município, as modalidades que eram para acontecer no primeiro semestre não aconteceram. Acabaram acontecendo no segundo semestre. O meu aluno foi campeão municipal de tênis de mesa, mas não pôde jogar nem o estadual nem o nacional. Se, em 2020, o Município novamente não conseguir realizar os jogos no primeiro semestre, esse meu aluno herda a vaga pelo resultado de 2019, para poder disputar o campeonato estadual e ter chance de disputar o campeonato nacional. Eu acho injusto, porque, no caso desse aluno, que é do juvenil, ele estoura a idade. Fizemos um trabalho de 1 ano e meio, e o menino não vai poder competir. Isso acaba frustrando o atleta. Então, isso deve ser repensado.
Outra coisa de que eu falo muito é quanto a dopagem, que tem sido uma coisa bem polêmica, mas vem crescendo muito, de acordo com a Associação Brasileira de Controle de Dopagem. Uma sugestão minha como atleta é que se faça uma contracartilha. Por quê? Por exemplo, se estou numa competição e tenho febre, dor de cabeça ou dor muscular, o que eu posso tomar? Às vezes, se a pessoa vai a um médico da rede pública ou a um médico particular, eles não têm conhecimento adequado sobre a questão da dopagem. Eles têm grande dificuldade de indicar medicação para nós. A opção é fazer contato diretamente com o médico que apoia a Confederação ou os Comitês Olímpico e Paralímpico. Mas há uma dificuldade muito grande em relação a isso. Poderia, de repente, ser criada uma contracartilha ou uma ouvidoria a respeito disso, para facilitar a nossa vida e evitar o doping por desconhecimento.
Outra questão polêmica é o atraso no Programa Bolsa Atleta. Para 2016, no Rio, isso influenciou muito. O programa atrasou o início do funcionamento, para muitos atletas, em até 1 ano e 3 meses. Vamos ter agora a publicação de edital em dezembro. Eles têm 30 dias para fazer essa publicação. Em janeiro ou fevereiro é que se deve iniciar o processo para programar o pagamento do programa. Isso prejudica muito os atletas para a disputa das etapas nacionais e internacionais em busca do índice. Não basta ser campeão pan-americano. É preciso fazer as etapas obrigatórias. Com essa dificuldade de recursos, não conseguimos cumprir isso e acabamos perdendo uma olimpíada por falta de recursos e de organização em âmbito nacional.
É muito importante essa ajuda. Lógico que buscamos empresas privadas também para apoio, mas acabamos tendo essa dificuldade, principalmente com apoio municipal, que, na maioria das vezes, é quase zero, sobretudo para o esporte paralímpico. Não somos coitadinhos. Como o nosso amigo ali falou, nós treinamos, batalhamos duro e conquistamos resultados importantes. E eu acho que devemos ser valorizados como todo e qualquer atleta.
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Alexandre. Eu agradeço muito a você a exposição, especialmente as suas últimas afirmações.
Eu queria ter conhecimento sobre se há na Câmara de Deputados algum projeto de lei tramitando — eu acredito que já exista — tratando da obrigatoriedade do professor de educação física no ensino fundamental 1 para que lutemos por isso incansavelmente. Eu costumo dizer que, se o Ministério da Educação espirrasse para o esporte, não precisaríamos nem de Ministério do Esporte. Temos 150 bilhões de reais investidos na educação. Se tivéssemos 2% disso voltados para o esporte, já teríamos 3 bilhões de reais em investimento, contra os pouco mais de 500 milhões ou 600 milhões de reais de que dispõe a Secretaria Nacional do Esporte.
Como professor de educação física, eu fico louco quando vou ao Ministério da Educação — aconteceu no Governo passado e neste Governo também —, e vejo professores de educação física antigos que não entendem que competição faz parte do desenvolvimento humano, que competição é incluir também e que as mais antigas universidades do planeta, como Harvard e Cambridge, têm duelo de remo desde o século XIX. Então, é muito difícil ver pessoas na gestão da área da educação física no nosso País que não gostam de esporte. É uma loucura. Eles gostam muito da coisa lúdica.
Nós somos professores, não é, Alexandre. Temos um viés competitivo por natureza, porque somos atletas, ainda mais você, que se tornou cadeirante em 2013 e teve que vencer inúmeros obstáculos e passou a enxergar a vida de uma forma diferente, mas muito mais especial.
Eu queria, Pedro, que encaminhássemos à Secretaria Especial do Esporte um pedido de informação. Aliás, eu estou extremamente arrependido de ter concordado com a proposta de transformar o Ministério do Esporte em Secretaria do Ministério da Cidadania. Se arrependimento matasse, eu estaria morto hoje.
(Palmas.)
Eu queria encaminhar um pedido de informações para saber do Mosiah o porquê do atraso no Programa Bolsa Atleta e para saber da contracartilha do doping, informando a Luisa Parente, que hoje é a Diretora da ABCD. Podemos fazer isso e dar retorno ao Alexandre, para que ele dê esse retorno para as pessoas que ele julgar importantes. Assim poderemos fazer alguma coisa. Temos que tomar conhecimento do projeto de lei sobre o ensino fundamental 1, principalmente na Comissão de Educação, porque temos enorme dificuldade com o esporte.
Alexandre, o problema do esporte no Brasil é cultural. A minha filha, por exemplo, estudou da 1ª série ao 9º ano num colégio chamado Santo Agostinho, na Barra da Tijuca, caro para caramba, nota dez. A menina acabou o primeiro grau agora e faz uma redação que é uma beleza. Mas ela sempre fez natação num clube. O próprio colégio, que faz parte da elite carioca, não oferece esporte como deveria oferecer. É um colégio que tem recursos, mas não enxerga o esporte como um pilar da educação. Em São Paulo acontece a mesma coisa.
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17:37
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(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - É.
O SR. ALEXANDRE MACIEIRA ANK - Eu estudei a vida inteira em escola pública e costumo dizer que os meus primeiros contatos com o esporte foram dentro da escola. E quando eu sofri o acidente, o que me ajudou muito foi essa veia esportiva criada na escola desde cedo. Eu sofri um acidente com 17 anos, fiquei 12 dias em coma. Se não fosse essa veia esportiva, essa definição, eu não estaria aqui hoje.
Acho importante nós trabalharmos para dar oportunidade a essa criançada de, através do esporte, desenvolver as habilidades de visão periférica e psicomotoras. Há um fato interessante nos esportes de raquete, seja o tênis, seja o badminton ou o tênis de mesa em si, porque estão entre as poucas atividades que ajudam a desenvolver o lado direito do cérebro, que é pouco trabalhado. E trabalha com a amplitude e a concentração. Além disso, ajuda muito principalmente nos estudos, que eu acho fundamental.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Mosiah, senta aqui que você vai me ajudar! Senta aqui!
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Você viu? Ele veio de teletransporte. Foi só falar o nome dele. O Osmar Terra dever ter dado uma tremida lá, porque eu dei um aperto nele agora, aí o cara se mexe. Chegou bem na hora.
Mosiah, o Alexandre é atleta paralímpico do tênis de mesa. Ele fez uma apresentação sobre a Comissão de Atletas do Tênis de Mesa e disse que o Bolsa Atleta está atrasado. Eu não faço parte da Secretaria Nacional do Esporte, mas sou Deputado. Então, eu tenho que ser esse ponto de ligação entre a população e o Governo. Mosiah, esclareça isso para o Alexandre.
Meu comentário sobre o Programa Bolsa Atleta foi o seguinte: sabemos que houve alguns entraves políticos no passado, mas esse é um programa muito importante e ajudou muitos atletas a darem continuidade na carreira. Eu sou um deles. Para se ter ideia, em 2004, quando fui para minha primeira disputa em etapa mundial, fui com recursos próprios. Eu saí de Juiz de Fora e fui de ônibus para a Argentina — 58 horas de viagem. Voltei com duas medalhas de ouro — mais 58 horas de ônibus. Passei a fazer parte do Programa Bolsa Atleta. Devido a esse programa, eu nunca mais tive dificuldade para viajar. Eu conseguia manter presença em uma ou duas etapas internacionais. Mas, ao longo do processo, começou a haver alguns atrasos, por questões não sei se orçamentárias ou políticas. E hoje já há quase 1 ano e 3 meses de atraso no programa.
Gostaria de saber se há a possibilidade de se fazer um estudo e, de repente, ir ajustando isso, porque quando se encerra um ciclo olímpico, como aconteceu no último ano, a ideia é que, ao iniciar o novo ano, nós recebamos os recursos para participar de treinamentos e de competições nacionais e internacionais. E nós recebemos agora, em novembro, a última parcela referente a 2018. E a previsão de recebermos a primeira parcela referente a 2019 é a partir de janeiro ou fevereiro de 2020, porque vai haver a publicação agora em dezembro e, posteriormente, haverá 30 dias para oficializar isso e depois programar o pagamento. De repente, poderia ser estudada a possibilidade — eu sei que há essa questão orçamentária — de melhorar essa questão para nós, atletas.
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17:41
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O SR. MOSIAH RODRIGUES - Alexandre, primeiro, para mim é uma felicidade estar aqui. Esta não é a primeira, nem será a última vez que estarei aqui. Quero dizer também que a tua história não é apenas tua. Viajei de ônibus algumas vezes e acredito que o Deputado Luiz Lima fez isso também. Eu fui aos Jogos Olímpicos de Atenas. Tenho algumas medalhas pan-americanas. Conheço bem o outro lado, a ponta. Sei bem a importância do programa no dia a dia dos atletas. É um programa que tem cerca de 15 anos de criação e implementação. Posso dizer com toda a segurança que o programa cumpre seu papel. Ele chega ao atleta. Esse teu testemunho é muito importante para cada vez mais consolidarmos o programa e reforçarmos esse nosso entendimento.
Alexandre, diretamente na tua carreira o programa investiu um pouco mais de 230 mil reais, 240 mil reais. São valores que consideramos um investimento, porque vai direto para quem precisa. Tu sabes do que precisas no teu dia a dia. Cada modalidade tem a sua necessidade. Isso é bacana. O atleta é gestor desse recurso, e, certamente, esse é um dos pilares que leva uma nação ao sucesso esportivo internacional.
Sobre o formato dele, eu acho que é importante também a tua colocação para tentarmos esclarecer algumas coisas. O Programa Bolsa Atleta usa como referência sempre o resultado do ano anterior ao pleito. Isso não significa que a bolsa é do ano anterior. São coisas distintas. O programa existe, e a bolsa tem início se, por acaso, existir o edital. Então, a partir dali, é possível olharmos essa implementação. Então, o cronograma que está no edital é o cronograma do programa. E, a partir daí, a sua execução começa. Mas eu também consigo entender, quando por exemplo se fala no ano de 2018 referente a outro ano, essa pequena — entre aspas — "confusão" com relação à implementação. Quando tu dizes isso, entendo que o ideal seria publicar o edital em janeiro e não mais no final do ano. Imagino que seja por aí, porque, publicando no começo, tudo começa um pouco mais cedo. O que eu quero dizer com isso tudo é que se publicarmos em janeiro o edital, o resultado sempre vai ser de 2018, sempre vai ser o do ano anterior. A bolsa não é de 2018. Em resumo, essa é a construção.
De qualquer forma, acho que vale a pena destacar que o Ministério, por meio da Secretaria Especial do Esporte, fez um esforço importante este ano. A previsão do nosso orçamento este ano era de 70 milhões de reais, e o Governo colocou entre as metas para os 100 primeiros dias o Programa Bolsa Atleta. O único tema de esporte que havia entre as metas dos 100 primeiros dias de governo era o Programa Bolsa Atleta. A partir daí, conseguirmos, então, trabalhar numa suplementação desse orçamento. Simplesmente dobramos o orçamento do programa em 2019 para conseguir atender a 100% dos atletas, como, por exemplo, o Ymanitu e todos os que estão por aí e têm esse programa como importante subsídio na sua preparação. É importante também na tua fala sobre o cenário das dificuldades colocadas ao longo do último ciclo.
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Eu acho que os pontos positivos da nossa conversa são o fato de que o programa está resistindo a todas as dificuldades e o fato de que nós também conseguirmos recompor o programa e trazer todo mundo para dentro dele, a fim de manter esse suporte Brasília, Brasil
Temos muito o que aperfeiçoar. Já trouxemos à Câmara um PL que foi discutido para melhorar e aperfeiçoar o programa. Isso vai acontecer em breve. Mas essa é obviamente uma construção, e é importante a participação de vocês todos nessa construção.
Vindo para cá, no carro, eu conversava com a Simone, Presidente do Conselho de Atletas do Comitê Paralímpico, exatamente sobre esses temas. Podem ter certeza de que estamos em contato com atletas, com entidades e com todos os interessados não só para resolver esse problema pontual, mas também para aperfeiçoar de forma contínua o Programa Bolsa Atleta. Contamos obviamente com os beneficiários para aperfeiçoar isso cada dia mais.
Quero passar um dado para você. Eu, além de ser atleta, trabalho com palestras motivacionais. Através do Programa Bolsa Atleta, no meu Município, Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais, eu consigo atingir por ano com palestras motivacionais quase 1.500 crianças, contando toda a minha trajetória. Eu busco outros recursos, como patrocínios privados, mas esse programa foi fundamental, porque, pela orientação inicial do Programa Bolsa Atleta, eu desenvolvi uma apresentação pessoal para poder dar palestras motivacionais e fomentar a minha carreira.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Mosiah, eu queria agradecer muito a sua participação de surpresa. Nós trabalhamos juntos durante 12 meses, eu na ocasião como Secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento. Pude perceber, Alexandre, quando convivemos, que o trabalho do Mosiah é muito bacana. Ele é muito competente. Ele recebia cada atleta que visitava a nossa sala. Nós nos emocionávamos muitas vezes com umas histórias com as quais não tem como não se emocionar. Recebíamos ligações, e alguns pais iam lá agradecer pessoalmente. A maioria das pessoas que trabalhavam com o Mosiah na época eram bolsistas — não sei se ainda são —, terceirizados e pessoas que ganhavam muito menos — muito menos mesmo — do que os atletas beneficiados. Havia vários arquivos, e, em determinado momento, tínhamos dificuldade de achar o histórico do atleta. Existe lá toda a trajetória do atleta de anos e anos. É um trabalho muito bacana.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Não, não. Eu sou amigo, mas quando...
Eu hoje recebi um vídeo no telefone que mostrava um sujeito que contrata as pessoas não pelo sorriso, mas pelas pupilas dos olhos, pelo olhar. Quando a pessoa olha com firmeza para o outro e com o olhar doce, sabemos que ela está falando a verdade. Esse vídeo é muito bacana. Eu vi hoje de manhã.
Eu estou vendo o meu amigo Vandinho ali — já vamos encerrar, pessoal — e queria dizer que eu citei aqui o Ministro Osmar Terra, da Cidadania, Ministério que acabou englobando, no início deste Governo, as áreas de desenvolvimento social, esporte e cultura, e quero dizer que o Ministro Osmar Terra é médico e desenvolve um belíssimo trabalho naquelas ações que o Ministério da Cidadania tem a responsabilidade de realizar.
Não tenho dúvida nenhuma de que programas como o Bolsa Atleta, que são de assistência à família, de inclusão, são realizados por ele, até junto com a Primeira-Dama, de maneira muito satisfatória. Mas eu me imagino sendo Ministro de uma Pasta que engloba cultura e esporte, por exemplo. É claro que eu, como atleta olímpico, vou ter a tendência natural de olhar um pouquinho mais para o esporte. Então, o esporte tem que ter, sim, uma pessoa apaixonada por esportes com olhar 100% voltado para o investimento público, para a política pública que determinada ação demanda.
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Por isso, hoje, vendo o atual cenário, tenho certeza de que não há falta de vontade, mas, sim, falta de natureza mesmo, de identificação. Então, eu faço votos, Deputado Julio Cesar Ribeiro, que é um dos maiores incentivadores do esporte aqui no Distrito Federal, de que o esporte, em 2020, tenha uma condução própria e por uma pessoa que esteja 100% voltada para o desenvolvimento da área, seja para inclusão, seja para competição, seja para qualidade de vida. Eu faço este apelo ao meu Presidente Jair Messias Bolsonaro, de quem eu visto a camisa — estou com ele até o fim; onde ele estiver eu estarei junto com ele, protegendo-o e protegendo o nosso Governo.
O SR. JULIO CESAR RIBEIRO (REPUBLICANOS - DF) - Boa tarde. É um prazer estar presente em mais uma audiência que V.Exa. realiza com mais algumas confederações e atletas. Estou vendo aqui as Confederações Brasileiras de Tênis, de Ginástica e de Tênis de Mesa.
Então, é uma honra eu poder estar aqui. O Deputado Luiz Lima também é apaixonado por esporte, assim como o Sr. Mosiah, que é um grande companheiro.
Deputado Luiz Lima, faço das suas palavras as minhas. Vou dar um exemplo: eu estou, pelo meu partido, em três Comissões. Mas a maioria das audiências públicas, das sessões solenes que realizo são voltadas para o esporte, porque é uma matéria por que já estou lutando, aqui em Brasília, desde 2012. Eu já fui Secretário de Esportes e Deputado Distrital, sempre apoiando as modalidades esportivas. Tiramos aquele nome que Brasília tinha de Cidade do Futebol, e hoje ela é a cidade dos esportes, de todas as modalidades, não só de uma modalidade.
Para mim também foi uma grande tristeza quando soubemos que o Esporte se juntaria com a Cidadania e com a Cultura. Hoje a Cultura já não está mais lá. Isso é natural.
Na verdade, por mais que queiramos que seja diferente, o Ministro tem a sua tendência. Eu acho que a questão social, para o Ministro, é muito forte. Acho que ele faz um trabalho muito bonito na área de cidadania. Mas no esporte — vemos isso na prática —, ele não se envolve muito e acaba deixando o tema para o Secretário nacional. Pode-se contar nos dedos as pautas do esporte em ele esteve presente. Ele foi à abertura do Pan, mas isso não quer dizer absolutamente nada.
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Nós precisamos e esperamos que, em 2020, realmente haja um protagonismo muito maior do esporte. O ano é de Olimpíadas, e vamos estar lá, não é, Deputado Luiz Lima? Nós vamos participar do evento, pelo menos de alguns dias.
Quero aproveitar este momento para informar que, no próximo dia 3, na semana que vem, vamos fazer aqui uma sessão solene em homenagem a todos os atletas dos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos. Nós já fizemos o requerimento, e a sessão já está marcada. Falei hoje com o Mizael e com o Presidente do COB, o Paulo Wanderley. Os dois já confirmaram a presença e vão trazer vários atletas, que nós vamos poder homenagear na terça-feira que vem, às 11 horas da manhã, no Plenário Ulysses Guimarães.
Então, eu faço um convite, pessoalmente, às confederações, aos atletas. Queremos fazer esta homenagem porque sabemos do esforço que vocês fizeram nas competições em Lima. Eu estive, com o Mizael, na abertura dos Jogos Parapan-Americanos e quero agora fazer esta homenagem, juntamente com o Deputado Luiz Lima e com outros Deputados que também assinaram o requerimento. Vai ser uma festa linda! Então, vocês todos são nossos convidados.
Esta sessão solene prova que esta Casa tem um olhar para o esporte totalmente diferente nesta legislatura. Com certeza, vamos fazer uma linda festa.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Deputado Julio Cesar Ribeiro, pela sua participação e, mais ainda, pelas suas ações, que valem muito mais do que discursos. V.Exa. promove belas ações no esporte em Brasília. Eu tenho aprendido muito com V.Exa. sobre como fazer essa ligação da política pública com o desenvolvimento esportivo.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - O senhor representa quantos mil profissionais no Brasil, Prof. Jorge?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado.
Eu tenho assistido a algumas audiências públicas que foram realizadas aqui no sentido de difundir o esporte e mostrar sua importância não só como área de eventos competitivos, mas também como área de fomento educacional e promoção da saúde, em busca de minimizarmos a obesidade e o sedentarismo com a atividade física no Brasil. Então, quero cumprimentá-los por isso.
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Prof. Jorge, Presidente do CONFEF, que representa 480 mil professores de educação física brasileiros, peço que o senhor me corrija seu eu estiver errado. Quando eu fiz aquela observação sobre a obrigatoriedade de haver professor de educação física no ensino fundamental I, eu falei alguma besteira?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ele já existe?
O SR. JORGE STEINHILBER - Existe. Nós fizemos uma proposta aqui no sentido de que isso seja resgatado, porque é essencial — não estou nem dizendo "fundamental" — que as crianças de 1ª a 4ª séries tenham aulas de educação física, porque isso impacta não só no seu desenvolvimento físico, mas também no seu desenvolvimento cognitivo, além do desenvolvimento social.
Então, é essencial a aula de educação física para alunos de 1ª a 4ª série e, principalmente, que ela seja conduzida por um profissional de educação física. A obrigatoriedade da aula já existe, na Lei nº 9.696, mas não é obrigatório que ela seja conduzida por um profissional de educação física, o que se impõe para que as crianças tenham esse desenvolvimento pleno que se faz necessário.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Presidente Jorge.
O SR. ALEXANDRE MACIEIRA ANK - Eu costumo dizer muito, nas palestras motivacionais que eu dou em escolas, entidades, empresas, que, com todas as barreiras longitudinais físicas, estruturais ou sociais, eu não me tornei deficiente. Pelo contrário, eu me tornei eficiente, porque, a cada dia que passa, a cada momento, a cada barreira que eu supero e que muitas pessoas superam no seu dia a dia, passamos a nos tornar eficientes, para buscar melhorar a qualidade de vida não só para nós, mas para toda e qualquer pessoa que viva no nosso meio e ao nosso redor. Eu acho que é importantíssimo para mim, como pessoa, para todos os outros brasileiros e para a nossa Pátria poder melhorar a qualidade de vida de toda e qualquer pessoa.
Muito obrigado, Luizinho. Sou seu fã desde criança. Quero parabenizá-lo pelo evento que está realizando aqui, que é muito importante para nós.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Alexandre. Obrigado, Geraldo. Obrigado, Pablo.
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