Horário | (Texto com redação final.) |
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Boa tarde a todos. Muito obrigado pela presença. É uma satisfação recebê-los aqui.
Informo que cinco confederações estarão presentes — assim espero e faço votos — nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. Esta audiência pública faz parte de uma série de audiências públicas que estão sendo realizadas aqui nesta Comissão.
Para entendermos melhor cada confederação, esta Comissão está fazendo um resumo sobre cada confederação para saber como cada uma está se comportando na organização da sua modalidade ou das suas modalidades, como estão sendo empregados os recursos, como está sendo a participação dos atletas nas Comissões. A Comissão, que tem Lindberg Aziz Cury Júnior como Secretário-Executivo, está organizando um estudo que nos permitirá ter, ao final, uma real opinião a respeito de como anda cada confederação.
Então, fiquem bem à vontade, durante o tempo de vocês, para fazer as suas explanações que sentirem vontade de fazer.
Preparação dos atletas para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Estão presentes hoje nesta Comissão as Confederações Brasileiras de Ciclismo, de Hipismo, de Levantamento de Peso, de Tiro com Arco e de Tiro Esportivo.
Esta audiência pública está sendo realizada em atenção ao Requerimento nº 57, de 2019, de iniciativa do Deputado Luiz Lima, com a finalidade de debater a preparação dos atletas brasileiros para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, hoje com as confederações de ciclismo, de hipismo, de levantamento de peso, de tiro com arco e de tiro esportivo.
A título de organização, informo que, tendo em vista a falta de espaço para todos à mesa, formaremos cinco Mesas de convidados, uma para cada confederação.
Convido para compor a Mesa do ciclismo o Sr. José Luiz Vasconcellos, Presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo; o Sr. Fernando Ruiz Fermino, Gestor de Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Ciclismo; e o Sr. Leandro Carvalho da Fonseca, membro da Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Ciclismo.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Estrada.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Pista e mountain bike.
Eu só peço a você, Vasconcellos, que se atenha ao tempo, porque teremos a participação de cinco confederações hoje na Comissão. Solicito a todos que falem dentro do tempo estimulado para que eu não tenha que me ausentar da Comissão em função da Ordem do Dia no plenário. As votações acontecem às terças e quartas-feiras.
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O ciclismo, como foi bem dito pelo Deputado, é dividido em cinco disciplinas: o ciclismo BMX Park, o ciclismo BMX Racing, o ciclismo de estrada, o ciclismo mountain bike e o ciclismo pista, que é realizado no velódromo. Essas cinco disciplinas são disputadas nos Jogos Olímpicos e são 66 medalhas em jogo. É dessa forma, então, que é praticado o ciclismo. São modalidades distantes, são atletas diferentes. O ciclismo de estrada geralmente pode fazer um pista, mas o pisteiro é o pisteiro. O ciclismo BMX Racing e o ciclismo mountain bike são exclusivos. Cada um tem a sua tribo, vamos dizer assim, e tem as suas exigências.
Nós verificamos que é preciso ter cinco campeonatos brasileiros distintos, cinco jogos pan-americanos, cinco mundiais, e assim sucessivamente. Nós gerenciamos a nossa disciplina dessa forma.
A Confederação Brasileira de Ciclismo tem 14 funcionários e atua na sua sede em Londrina, no Paraná. Nós temos trabalhado dessa forma.
(Segue-se exibição de imagens.)
Aqui eu apresento a nossa missão: promover, desenvolver e disciplinar o ciclismo no território nacional; preparar seleções na busca da excelência de resultados; e contribuir com o seu crescimento como prática saudável e meio de transporte sustentável.
E temos como visão: projetar o ciclismo no cenário esportivo nacional e internacional, prezando pela transparência e seriedade do trabalho desenvolvido perante as organizações e filiados.
A confederação, como o Presidente já disse, foi fundada em 1979, ou seja, tem 40 anos. A sua sede está situada em Londrina.
A União Ciclística Internacional é o órgão máximo do ciclismo em âmbito mundial, no âmbito das Américas e da COPACI. Vale destacar que o nosso Presidente é membro da Comissão de BMX na UCI e é Presidente da Comissão Pan-Americana de Paraciclismo.
Este aqui é um organograma da nossa confederação. A assembleia é formada pelas federações e pela Comissão de Atletas. Temos a Justiça Desportiva, o Conselho Fiscal, a Presidência e quatro departamentos: Alto Rendimento, Técnico Administrativo, Administrativo Financeiro e Paraciclismo.
A confederação teve uma evolução bastante grande na sua gestão. E isso se deu também em parte pelo GET, que é uma ferramenta utilizada pelo Comitê Olímpico para justamente ajudar as confederações a desenvolverem a sua gestão. Vale destacar aqui que, recentemente, no próprio site do Governo saiu uma matéria em que a nossa confederação é citada até com destaque na gestão, no GET.
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O ciclismo olímpico disputa 66 medalhas. São 22 provas divididas em cinco disciplinas. Cada disciplina, como o Presidente já disse, tem sua particularidade, sua característica e seu ambiente desportivo diferente. Essa é uma dificuldade maior para fazer a gestão da modalidade como um todo, mas também é uma oportunidade para nós, haja vista que o Brasil hoje é o quarto maior fabricante de bicicletas do mundo, tem uma frota de aproximadamente 70 milhões de bicicletas. Então, de um lado, é dificultoso fazer essa gestão, mas, de outro, também existem oportunidades.
O paraciclismo disputa 114 medalhas. As provas no paraciclismo acontecem no velódromo e na rua. Os atletas são classificados de acordo com as suas deficiências. Então, temos atletas com deficiência visual e com deficiência física. No caso de atleta com deficiência visual, a bicicleta tem dois assentos: na frente, vai a pessoa que enxerga; atrás, vai o atleta deficiente visual. Além das bicicletas convencionais, existem as handbikes e triciclos. Há uma adaptação para que o paraciclismo também integre o esporte.
As Olimpíadas do Rio contribuíram bastante para o ciclismo. Temos aqui nessa primeira imagem o velódromo do Rio, onde foi disputado o Campeonato Mundial de Paraciclismo no ano passado. Esse ambiente também tem sido utilizado para treinamento das seleções principais. No local tem uma escolinha que trabalha em parceria com a Confederação Brasileira de Ciclismo. Nós estamos utilizando os recursos do Maria Lenk para complemento da preparação esportiva desses atletas, com treinamentos em academia, assessoramento na parte de fisiologia e recuperação muscular.
O velódromo de Indaiatuba também é um legado olímpico. É uma pista aberta, mas apresenta todas as características de uma pista internacional e não deixa nada a desejar. Também existe um trabalho sendo desenvolvido lá de iniciação e treinamento de equipes. Inclusive aqui também ocorrem concentrações da seleção e de treinamentos também.
A pista de BMX de Londrina é uma pista no padrão mundial. O que diferencia é a altura da rampa de largada que atende a esse padrão. Em relação à pista do Rio de Janeiro, nós temos um projeto, junto com a Prefeitura do Rio e o Comitê Olímpico, para adaptação dessa pista, porque nas condições atuais ela só serve para atletas de alto rendimento. Então, o projeto visa construir um gate de largada mais baixo e a revitalização da pista. Esse projeto já está elaborado e está em fase agora de apresentação.
As principais realizações da confederação ao longo desses últimos anos foi o Campeonato Pan-Americano de BMX realizado na cidade de Americana neste ano. Também realizamos campeonatos nacionais de todas as cinco disciplinas, tanto na categoria elite como na categoria júnior. Então, pelo menos dez eventos nacionais foram realizados. Nós realizamos também o Campeonato Brasileiro de Paraciclismo. Além das cinco disciplinas olímpicas, as competições de paraciclismo também são realizadas pela confederação.
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Falando um pouco agora mais especificamente sobre o paraciclismo, como eu já disse, no ano passado foi realizado no velódromo do Rio de Janeiro o Campeonato Mundial de Paraciclismo. Neste ano e no ano passado foi realizado aqui no Brasil o Campeonato Pan-Americano de Paraciclismo. Esse é um evento que já se repetiu e tende a se repetir e a entrar para o calendário internacional — assim esperamos.
Outro evento realizado pelo Paraciclismo é a Copa Brasil de Paraciclismo, realizada em algumas etapas, sagrando-se campeão o atleta que obtiver o melhor resultado em todas elas. E há também o Campeonato Brasileiro de Paraciclismo.
Está prevista para o próximo ciclo olímpico a realização ainda este ano do Campeonato Pan-Americano Master, do Campeonato Pan-Americano de Downhill, do Circuito Pan-Americano de Paraciclismo. Em 2021, está prevista a Copa do Mundo de Mountain Bike, e ela também está prevista para 2022.
Vale destacar que, além das modalidades olímpicas e do paraciclismo, existem algumas outras disciplinas que também são administradas pela Confederação, além do Ciclismo Master e do Downhill.
Quanto aos resultados obtidos nesses últimos anos no ciclismo olímpico, no Rio 2016 o melhor resultado foi o 7º lugar no ciclismo feminino. Em Lima, foram conquistadas quatro medalhas de prata e uma de bronze. Em Toronto, uma de bronze; em Guadalajara, uma de bronze, o que mostra a evolução do ciclismo em jogos pan-americanos.
Em 2008, tivemos uma medalha de ouro no Mundial de Mountain Bike; obtivemos um terceiro lugar no campeonato Mundial de BMX, em 2018; e, neste ano, o quinto lugar em uma das etapas da Copa do Mundo de BMX.
No paraciclismo, foram conquistados estes resultados: no Rio 2016, uma medalha prata e uma de bronze; em Lima, 3 ouros; em Toronto, 3 ouros; em Guadalajara, 3 ouros, o que evidencia a consolidação de um bom trabalho.
Há as medalhas conquistadas em Copas do Mundo, em Campeonatos Mundiais e em etapas de Copas do Mundo tanto de pistas quanto de rua.
A preparação para Tóquio no ciclismo olímpico vem se dando com a expectativa de seis atletas classificados. Eu digo que é uma expectativa porque nem todos ainda conquistaram suas vagas. O sistema de classificação olímpica se dá por meio do ranking olímpico, que é aberto 2 anos antes dos Jogos Olímpicos, e os três atletas melhores ranqueados de cada nação somam pontos para a nação.
Nesse calendário há uma disciplina que se encerrou agora no dia 28, e as outras quatro se encerrarão em meados de maio e junho do ano que vem. Então, ainda há um grande caminho a ser percorrido. Essa preparação vai se dar com participação em competições, porque, se esses pontos são disputados, esse ranking existe. Temos de participar dessas competições para podemos pontuar. Obviamente, as competições que distribuem maior quantidade de pontos também são as mais complexas e difíceis de se conquistar esses pontos. E existem competições que oferecem um número menor de pontuação, que são um pouco mais fácil de conquistar. Está previsto um recurso para a preparação desses atletas, de acordo com o programa de cada um a ser definido posteriormente.
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A preparação para os Jogos Paralímpicos é bastante similar. Hoje, seis atletas estão classificados, mais um piloto, que é a pessoa que vai conduzir a bicicleta de quem tem deficiência visual.
O sistema de classificação também é parecido com o sistema olímpico. Existe o ranking olímpico e a preparação vai se dar em competições para se buscar os pontos, mantendo-se as vagas conquistadas. Há verbas e recursos destinados para esses treinamentos e os resultados esperados são três medalhas.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Fermino.
O SR. LEANDRO DE CARVALHO DA FONSECA - Obrigado. Agradeço ao Deputado Luiz Lima o convite para estarmos presentes.
A Comissão Nacional de Atletas foi criada em 2017. Foi uma das primeiras a serem criadas. Isso faz com que o ciclista se aproxime mais da Confederação Brasileira de Ciclismo. Muito ciclista que não tinha aquela ligação direta com a Confederação hoje consegue ter.
Hoje há três atletas na Comissão. Então, tudo o que é decidido com atletas é passado para a Comissão e, da Comissão, é levado para a CBC. Tentamos resumir o melhor para todos os atletas. Tentamos atender todos os atletas que têm alguma dúvida a ser esclarecida. Então, tentamos passar-lhes o máximo de informações possível. Isso é muito interessante para o ciclismo em geral. O contato é muito grande entre a Comissão e a CBC, então acabamos levando algumas ideias dos atletas para a CBC. Algumas delas dependem do orçamento para que sejam aprovadas. E, em relação a outras ideias, não há como adquirir. Então, fazemos com que todos cresçam junto, em geral.
Há 3 anos estamos juntos, então vem crescendo bastante o desenvolvimento do nosso ciclismo. Tempos atrás, como em 2008, não havia tanto ciclismo em qualquer modalidade. Hoje, vem crescendo bastante juntamente com o trabalho que estamos fazendo. Então, ela vem crescendo bastante e a tendência é de que cresça mais ainda. Há vários projetos, inclusive o de incentivar a categoria de base.
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Leandro.
Vasconcellos, eu queria fazer algumas perguntas. A primeira é ligada à Secretaria Especial de Esporte, que vai ao encontro do combate ao doping. Eu sei que estão investindo nisso. Se eu não me engano, ocorreram 33 casos. O ciclismo é uma modalidade, assim como a natação, esportes cíclicos, de altíssimo rendimento, de provas individuais, provas que requerem uma preparação física no limiar, para se conseguir uma medalha — digo limiar entre o que é permitido e o que não permitido.
O SR. JOSÉ LUIZ VASCONCELLOS - Deputado Luiz Lima, o doping é uma questão de todos os esportes. Até mesmo quem vai a uma academia quer saber algumas poções mágicas. Mas o ciclismo em si é uma disciplina que faz muitos exames. Por exemplo, é referência mundial pelo COE em função das criações dos exames, e o primeiro passaporte biológico foi criado dentro do ciclismo da Confederação Internacional.
Então, realmente todos os eventos de ciclismo, em todas as suas disciplinas, não são válidos para um ranking se não tiverem o exame de doping.
Todos os exames são feitos e tem se constatado que alguns estão usando algumas substâncias ilícitas. É natural que isso aconteça porque estão sendo feitos os controles. Na Confederação, tempos atrás, todos esses exames eram de responsabilidade da Confederação, e isso tinha um custo muito alto. Mesmo assim nós fazíamos os exames.
Hoje, as coisas mudaram em razão da formação do ABCD e da questão das despesas para fazer esse controle, que diminuíram bastante. Hoje, com os acertos que nós temos com a ADCD, se formos fazer um exame de urina, ou exames completos, de sangue, por exemplo, só pagamos, às vezes, a hospedagem, a alimentação, e todo o transporte é por conta deles.
São aleatórios. Não é a Confederação que decide em qual é o evento em que eles estarão. Nós passamos o calendário no começo do ano e eles fazem, então, este ou aquele evento, de acordo com o que eles achem interessante.
A Confederação, no lado de fazer com que haja o ensinamento do não uso, conta com o nosso Conselho de Ética. Prestamos as nossas palestras nos campeonatos nacionais, inclusive foi solicitado à Comissão que ocorresse no Campeonato Brasileiro de Ciclismo Juniores, em Maringá, e foi um excelente trabalho feito.
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Presidente Vasconcellos, hoje já estão garantidas seis vagas ou seis atletas? As vagas são ligadas aos atletas ou a vaga é do atleta? Como funciona isso?
O SR. JOSÉ LUIZ VASCONCELLOS - Por exemplo, no ciclismo de estrada nós não vamos nos classificar. O ciclismo BMX é que está em evidência, junto com o ciclismo mountain bike e o ciclismo de pista. No BMX Park nós não nos classificamos, e no ciclismo nós não temos classificação, até em função dos recursos que temos para participar de todos esses eventos com cinco disciplinas olímpicas.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - No feminino, a melhor colocação ocorreu em 2004 ou em 2008, não é? Ela disputava as Olimpíadas de Inverno.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - A Jaqueline Mourão, é verdade. Foi em 2004 ou em 2008.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - A Jaqueline é ótima.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Vasconcellos, muito obrigado pela sua presença.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ótimo. Que bom! Que você consiga transmitir para a Confederação Brasileira de Ciclismo a voz dos atletas. Certamente, ouvem-se muito mais os atletas do que se ouviam no passado.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ele era o recordista em altura. O recorde ainda é dele ou não?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - No Brasil, é. Ele continua magrinho?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Que bom! Ele foi aos Jogos Olímpicos comigo em Sidney, em 2000. Não sei foi a última Olimpíada dele. Não sei se ele foi a Atenas.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - É verdade. E é o único esporte, junto com o pentatlo moderno, que tem a participação do cavalo.
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(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - E o hipismo já está classificado para Tóquio, pela participação no Pan-Americano, não é?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Então, ótimo! Vamos lá!
Os convidados deverão limitar-se ao tema em debate para as suas exposições. Os presidentes das confederações disporão de 15 minutos, e os atletas, de 10 minutos, não podendo ser interrompidos. Após as exposições de todos os convidados, serão abertos os debates. Os Deputados interessados em fazer perguntas aos palestrantes deverão inscrever-se previamente e poderão fazê-lo estritamente sobre o assunto da exposição, pelo prazo de 3 minutos. Comunico também que esta audiência pública está sendo transmitida pelo portal e-Democracia, com link disponível na página da Comissão do Esporte, no portal da Câmara.
(Segue-se exibição de imagens.)
A Confederação Brasileira de Hipismo foi fundada em 1941. Tem sede própria no Rio de Janeiro. A nossa primeira Olimpíada foi em 1948. Participamos de quase todas as edições. Temos três medalhas olímpicas e quatro paralímpicas.
Este é o nosso organograma. É muito recente a formação com a Comissão de Atletas no Conselho de Administração. Estamos começando a caminhar com esse novo organograma.
Já diminuímos bastante o número de colaboradores — temos só 11. Estamos conseguindo fazer um bom trabalho
Neste eslaide, estão os marcos legais que vimos seguindo, a legislação que tentamos acompanhar. É uma evolução, desde a Lei Pelé, em 1998. As confederações começaram a se adaptar, e a nossa também. Em 2017, o COB, com o programa GET, fez com que nos alinhássemos a novas políticas. Estamos mudando bastante nesse sentido. Em 2018, entramos no RATING, com o CPB. Definimos nossa missão e visão e revisamos os estatutos. Em 2019, houve eleição do Conselho de Administração. Pela primeira vez, elegemos os nossos atletas. No mesmo ano, criamos o portal da transparência.
Nossa confederação é formada basicamente por 21 federações regionais, 2 entidades vinculadas — Comissão de Desportos do Exército e Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos de Hipismo.
Nós temos um problema com o cadastro dos nossos atletas, porque muitos deles são vinculados aos clubes, e não às federações. Então, eles não chegam direto na confederação. O número de atletas é maior que o que se tem registro. No alto rendimento, inclusive, temos poucos atletas registrados, perante o nosso universo, que é bem extenso.
Neste eslaide, trago um pouco do que estamos fazendo. Nós estamos regularizando algumas federações. Das 21 filiadas de que falei, várias tinham problemas, os quais estamos solucionando. Estamos financiando quem quer alterar o estatuto para se adequar à toda aquela legislação, o que não é fácil. Estamos incentivando os clubes, porque eles são ligados às federações, e não à confederação.
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Então, para não atrapalhar esse caminho, por enquanto, estamos apoiando os clubes, porque são eles que estão fazendo os eventos, na maioria dos casos, além dos comitês organizadores.
Nós estamos capacitando bastante os nossos oficiais. É muito importante essa capacitação. Também temos trabalhado bastante para melhorar o treinamento de atletas. Estamos focando a nossa base nesses cursos de instrutores. É bem interessante.
Eu acho bom citar a parte financeira, porque nós estamos tentando deixar um pouco a ajuda pública. Eu vejo que muitas confederações vivem só de verba pública. Eu acho que isso tem que mudar.
Então, como vocês podem observar ali, dos nossos recursos, 41% são da Lei Agnelo/Piva — 26% vêm do COB, e 15%, do CPB. Recursos próprios, que nós tiramos das nossas taxas, somam 23%. De repasse da federação internacional, são 12%. Além disso, nós temos criado vários eventos, várias maneiras para conseguir captar recurso dentro dos nossos circuitos, com alguns projetos, para ter mais verba para utilizar no esporte — são 22%.
O começo da gestão foi bem complicado. Nós tivemos que regularizar bastante o passivo da gestão anterior. Havia muitas dívidas. A maioria já está liquidada, e o caixa está regular. Está maravilhoso isso. A nossa dificuldade é por causa de uns convênios antigos que foram reabertos pelo TCU, pela CGU. Nós perdemos muito tempo com essa prestação de contas. No Comitê Olímpico, não estava atualizada a nossa prestação de contas. Então, agora nós temos que prestar contas de 2015 e 2016, que são gestões passadas. Isso demanda muito trabalho, e nós acabamos não focando no esporte. Mas nós vamos terminar. Mais um ano e acabamos com essa prestação de conta.
Pensando em tudo isso, nós analisamos nossa confederação. Tinha muita falta de controle dos recursos, ineficiência nos processos, informalidade nos controles. Nas empresas, isso é normal, mas nas confederações ainda era uma novidade. Nós implantamos boas práticas, criamos nossa missão e visão, criamos nossa marca. Em nosso sistema financeiro hoje, analisamos qualquer despesa, sabemos para qual departamento foi, em qual modalidade e onde foi recebido. Isso é muito bom para o planejamento estratégico, que é o próximo passo. Nós temos acompanhado as nossas auditorias externas, que são bem importantes. Temos acompanhado o que eles têm falado.
Nós temos nove modalidades. No adestramento, tem o plano do cavalo, as suas andaduras. O salto é o que nos garante nossos principais resultados. O CCE é o nosso triatlo. O tambor tem as balizas. O paraequestre nos deu muitas medalhas. É tão importante se engajar nesse processo! Aproveito para agradecer a presença do Presidente da ANDE, Dornelles, que faz um trabalho maravilhoso de equoterapia. O enduro é prova de resistência, com cavalos fazendo 160 quilômetros num dia. Rédeas também é um adestramento, com várias figuras interessantes. É muito forte nos Estados Unidos. Atrelagem também é bem bacana. Não é só um passeio de carruagem. É uma prova de bastante emoção. Está começando a crescer no País. O volteio é a nossa ginástica.
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Nós fizemos alguns eventos importantes. O XTC é um programa que nós criamos. Está bem legal. Há também alguns circuitos regionais — Centro-Oeste, Norte e Nordeste —, além de desafios para a modalidade de adestramento. As seletivas do Sul-Americano são com os nossos jovens do salto. Está bem legal. Nós temos ganhado quase tudo. Está ficando até um pouco sem graça na América do Sul. Nós vamos para lá e ganhamos todas as medalhas possíveis. Os números são incríveis.
(Exibição de vídeo.)
O SR. RONALDO BITTENCOURT FILHO - Nós só perdemos uma medalha de ouro. As outras todas nós conquistamos. A nossa categoria de base é bem legal. Eu quis trazer o vídeo porque o nosso atleta é esse aí, é o cavalo. É um conjunto, mas o que nos apaixona é o cavalo. Eu quero sempre trazer as imagens dos cavalos. Participamos do Pan-Americano. Nós temos ganhado tudo. A Argentina nos fazia frente, mas agora não. Eles ganharam uma medalha, as outras todas foram do Brasil.
A logística para levar esses cavalos, 47 no total, é muito difícil, além da parte financeira. É muito complexo. Acho que os outros presidentes sabem da minha luta para fazer esse transporte, sabem como é difícil.
Parabéns aos pais, que nos ajudam muito. Nós conseguimos verba com eles. Há proprietários investindo. É bem legal.
Vejam alguns títulos importantes que ganhamos: fomos campeões no ODESUR, no Sul-Americano, para classificação para o Pan-Americano. Essas são as Copas das Nações da equipe de salto. Nossa última medalha tinha sido em 1900 e 50 e pouco. Até me esqueci o ano. Agora, todo ano ganhamos uma. É como se fosse o nosso Grand Slam. Fomos à Inglaterra e ganhamos dos melhores do mundo. No outro ano, fomos à França e ganhamos. Todo ano, temos vencido uma competição dessa, que é bem importante. É como se estivéssemos vencendo as Olimpíadas. Então, nós temos nível para chegar lá.
Uma preparação que quis citar foi a desse cavaleiro que ganhou uma medalha inédita para o Brasil. Nós nunca havíamos tido um campeão individual do Pan-Americano. O Marlon Zanotelli, um garoto espetacular do Nordeste, treina na Europa há vários anos. Para ele chegar ao Pan, só neste ano, ele participou de 315 competições, com 28 cavalos diferentes, foi para 26 cidades, em 14 países diferentes pelo mundo. Ganhou esse tanto de medalha que vocês estão vendo no eslaide. Ele foi nosso campeão Pan-Americano. É muito investimento, muita dedicação. Ninguém aqui conhece o que é final de semana em casa, não. Os nossos atletas são exemplares mesmo. Eu tenho muito orgulho deles.
(Exibição de vídeo.)
O SR. RONALDO BITTENCOURT FILHO - No Pan-Americano de Lima também tivemos uma medalha inédita no salto. Conseguimos vaga nas três modalidades: adestramento, CCE e salto. Então, foi inédita essa nossa participação para a preparação para Tóquio.
Essa é a turma do CCE, que é o nosso triatlo — junta as três modalidades. Essa é a parte do cross. É bem complicada. Além da velocidade, tem os obstáculos naturais. Nós tivemos a medalha de bronze individual, o que é muito importante. Ganhar dos americanos e dos canadenses não é brincadeira, com o investimento que fazem e a qualidade que têm.
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A placa ali diz tudo: “From Lima to Tokyo”, de Lima para Tóquio. Eles estavam lá, subiram, ganharam essa vaga. É isso que fomos fazer lá.
Nossa preparação para os Jogos Olímpicos, a estrutura que precisamos, os treinadores, a credencial que estamos buscando, as competições que estamos preparando. É muito difícil a nossa preparação, tem que ser quase toda na Europa e nos Estados Unidos. As medalhas prováveis imaginamos que sejam importantes, temos chance em várias modalidades, em algumas só queremos ganhar experiência.
Temos um problema grave, que é a questão sanitária. Para nos prepararmos para um evento desses, não podemos ir direto para a Europa. É uma complicação incrível, temos que ir para os Estados Unidos antes de ir para a Europa, temos que fazer quarentena. Tem cavalo nosso que não pode entrar nos Estados Unidos. Então é bem complexo e isso está dificultando muito o nosso esporte.
Fora isso, temos uma logística bem difícil para levar os nossos cavalos e eles são muito sensíveis. Imagine transportá-los num caminhão e depois colocá-los dentro de um avião. Tivemos o voo para o Pan-Americano adiado por 1 dia. Esses cavalos são atletas e não podem ficar presos numa cocheira por 1 dia. Então, perde-se todo o nosso trabalho. É muito preocupante. Essa imagem é do Pan-Americano, quando, de madrugada, estávamos recebendo os cavalos. Qualquer estresse... Tem cavalo que nem quer sair do caminhão, pode se machucar a qualquer momento, então nossa preocupação é grande.
Os tratadores estrangeiros são super bem qualificados. No caminhão tinha um garanhão e uma égua, que tentávamos separar. São atletas super vitaminados. Então, temos total cuidado com eles para não haver acidente. Inclusive, sempre levamos o cavalo reserva. Às vezes não podemos levar a ração dos cavalos para outros países e a mudança de ração dá problema, então temos que procurar nos adequar.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Ronaldo, por suas explicações.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ele atuava como técnico da Irlanda?
O SR. RONALDO BITTENCOURT FILHO - Ele atuava como técnico até recentemente. Ele é vitorioso também como técnico, está ganhando tudo, mas ele está focado. Inclusive, o contrato dele diz que pode participar pelo Brasil. Ele tem tentado chegar a esse alto nível. Como cavalheiro, é indiscutível, todos os atletas, a comissão técnica o colocariam na equipe. Sabemos que é um conjunto, o hipismo precisa de um cavalo, e ele está tentando chegar a esse nível novamente. Ele está com um cavalo novo. E precisamos muito dos proprietários. Por incrível que pareça, o Rodrigo dificilmente tem o próprio cavalo, há sempre um proprietário e às vezes há estrangeiros investindo. Então, tendo um cavalo, ele vai estar sim em Tóquio.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ronaldo, me tire uma dúvida. Nós já temos, e o Jorge estava me falando, ótimos cavalos nascendo em nosso País e até sendo exportados. Essa representatividade de um cavalo estrangeiro, de um cavalo francês, de um cavalo belga, como é feita essa escalação do País? Você já sai daqui com um cavalo fixo para montar?
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O SR. RONALDO BITTENCOURT FILHO - A Olimpíada é nosso único evento que precisa ter a participação de propriedade de um brasileiro, os outros todos não. Em nosso esporte, normalmente os proprietários, os patrocinadores são suecos, americanos, não há muito deles no País, mas na Olimpíada sim. Nosso alto nível está na Europa e nos Estados Unidos. Alguns montam para proprietários brasileiros, outros montam cavalos de proprietários europeus.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Para a Olimpíada, só proprietário brasileiro.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Agora tem a palavra o Jorge, vencedor da Copa Ouro este ano aqui em Brasília, representando a Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Hipismo.
O SR. JORGE LUIS FIGUEIREDO RAMOS PASSAMANI - Bom, saindo da zona de conforto... Eu estava conversando e acho que a minha zona de conforto é estar montando, isso aqui para mim é novo. Mas estou muito empolgado.
Primeiramente, quero agradecer ao Deputado Luiz Lima. Muito obrigado por estar aqui. E desde já, quero agradecer como atleta, em nome de todas as modalidades.
Continuando o que o Ronaldo falou, vou dar uma opinião um pouco mais técnica e um pouco mais de atleta. Como ele citou, há pouco ganhei uma prova aqui em Brasília, em maio, num evento muito bacana. Hoje eu sou atleta, mas tomei esse viés de querer dar aula, de querer participar dessa maneira, e estou muito empolgado com isso.
(Segue-se exibição de imagens.)
Como o Ronaldo falou, é a Confederação Brasileira de Hipismo e os desafios que temos para Olimpíada e Paralimpíada de Tokyo 2020.
Eu sou representante dos atletas do hipismo. Dentro dessa modalidade, há nove segmentos, dentre eles o que está em negrito são modalidades olímpicas: adestramento olímpico; atrelagem (ainda não é olímpica); CCE, é olímpico; enduro (não é olímpico); paraequestre, é olímpico; rédea (ainda não é olímpica); salto, a nossa maior expressividade, é olímpico; tambor; e volteio, que é como se fosse a nossa ginástica em cima do cavalo.
O nosso processo eleitoral este ano — como está mudando a formulação toda — foi através de votação. Então, abrimos uma votação no site da CBH e todos os atletas puderam se candidatar, obedecendo determinados requisitos. Atletas maiores de 16 anos, com o ID em dia, que é a identificação, e o registro da CBH poderiam participar. Houve campanha no Instagram e, graças a Deus, dentre todos os atletas, fui escolhido juntamente com uma comissão de atletas.
Devido a essa quantidade de modalidades — eu sou da modalidade salto, mas não entendo tanto da particularidade de rédeas ou enduro — estou me cercando de pessoas que entendem bastante do assunto para podermos dirigir isso aí da melhor maneira possível.
Esta é a comissão hoje: Jorge Luís Figueiredo Ramos Passamani, sou eu; José Roberto Reynoso; Eduardo Barreto; Marcio Appel; Marcos Fernandes; Yara e Sergio de Fiori.
O nosso estatuto traz as regras de ocupação desse cargo. Como o Ronaldo explicou, hoje somos 21 federações no País e há um percentual para podermos atuar e formar a nossa comissão.
Vou falar um pouco da importância da Comissão dos Atletas. É um órgão consultivo, então, como nosso amigo do ciclismo citou, temos a obrigação de levar e trazer informação, desde a mais simples.
Quando um atleta da base me faz uma pergunta, quer tirar alguma dúvida, eu estou sempre disposto a falar. E levo complexidades um pouco maiores para o nosso Presidente, que também é atleta. O Ronaldo saltou durante muitos anos, então é muito bom, porque podemos conversar tête-à-tête. Quando eu vou bater de frente ou conversar sobre alguma coisa, ele entende muito bem o que está falando e o que eu estou expressando. Ele é muito participativo e fala direto com a equipe. Não sei como ele dá conta de tudo. É impressionante o envolvimento que hoje o Ronaldo tem assessorando todo esse trabalho.
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Eu entrei agora em maio, no finalzinho de abril para maio, então, popularmente falando, eu já "peguei o bonde andando" e estou me adaptando.
Sobre a participação no processo decisório, hoje a Comissão dos Atletas participa do Conselho de Administração da CBH, ou seja, para qualquer decisão importante de cunho administrativo, eu também estou lá para concordar ou discordar.
Há compromisso com a boa governança. Elogio à parte, eu acho que a CBH vem fazendo uma boa governança há anos. Eu acompanho isso desde atleta. Apareceu ali na imagem aqueles atletas de rendimento e eu me vi ali, porque eu fui aquele atleta de rendimento. Hoje eu consigo ver uma boa governança na gestão do Ronaldo, com meritocracia, com austeridade, com transparência. É muito legal ver isso.
É um canal de comunicação entre os atletas, visando sempre essa parte esportiva. Hoje só se fala em Tóquio e estamos bem focados nessa missão.
Há a preocupação de promover o esporte mais limpo possível, que foi uma das questões que o senhor fez e também sobre o doping e tudo. Eu fiz o meu canal do Instagram e passei aos atletas. Tivemos uma palestra da ABCD aqui em Brasília, em maio. Eu faço ali um pouco de propaganda para divulgar esse viés. Isso é uma das coisas do esporte limpo.
Há envolvimento com a preparação para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. E sobre a participação da parte estratégica, como eu falei, hoje participamos da parte administrativa. A CBH faz bem feito esse trabalho de planejamento estratégico. Então, aonde queremos chegar? A Tóquio 2020 e à medalha. Onde estamos hoje? Essa análise é mais importante quando comparo com o que Ronaldo falou: queremos ganhar lá, mas o que eu tenho que fazer agora? Onde é que estou hoje? Qual é o meu nível de fato, para saber se realmente vamos pleitear essa vaga ou não? E o que podemos fazer? Qual é a medida maior que podemos ter?
Voltando à parte inicial, um dos envolvimentos maiores está sendo essa briga do Ronaldo na busca de um técnico. Hoje o técnico do Brasil chama-se Philippe Guerdat, um suíço, pai do número um do mundo. Foi ele quem levou a atual campeã olímpica, em 2016, ao Rio. E ele é o técnico do Brasil. Ele se propôs a treinar a equipe brasileira sem remuneração alguma. Basicamente, ele disse assim: “Eu treino vocês, vou dar resultado e depois vocês me pagam, ok?” “Ok”. E fomos para o Pan-Americano, agora sob o treinamento dele.
Eu estava dizendo ao Deputado que sou dessa geração que tem o Stephan, que saltou em 2016, o Felipe Amaral, que está na Europa, o Pepê, o Marlon, o Pedro Veniss. O Rodrigo Lambre é um pouco mais velho, mas temos acesso. E há unanimidade: a permanência do técnico faz uma diferença absurda. É aquela outra parte, o que fazer para atingir o objetivo final?
Hoje, na modalidade de salto, temos o Philippe Guerdat.
Vou falar um pouco — o Ronaldo já falou — sobre os resultados de Lima em 2019. Tivemos bons resultados.
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Esta medalha é inédita. Estamos falando de um maranhense que foi dar aula. O pai dele é o Mário Zanotelli, meu segundo pai no nível Nordeste. Falar da família dele é resumir assim: eles venderam o apartamento, compraram um furgão, colocaram um cavalo lá atrás, no caminhão, e passaram quase 1 ano vivendo assim. São cinco irmãos. O Marlon devia ter 12 anos quando disse: "Eu vou ganhar, eu vou chegar! Eu vou chegar!" Nessa época eu morava em Brasília, mas tinha notícia de um moleque talentoso que morava lá em Fortaleza. Hoje eu moro em Fortaleza e sei que eles têm um projeto muito bacana e muito audacioso com a Escola de Equitação Christus. Ver o Marlon nesse nível é encantador.
Esta é a medalha por equipes. Quando eu vi a palestra dele, sobre ciclismo, eu pensei: "Caramba, olha a quantidade de medalhas que eles podem disputar!" No hipismo, na verdade, são duas de adestramento, duas de salto, duas do CCE e duas do paralímpico. E acabou. Nós não temos essa possibilidade de ganhar tanta medalha. E é suado para caramba! Sou só eu e o cavalo. Imaginem se o cavalo acorda com torcicolo! A logística, na verdade, tem tudo para dar errado. Nós vamos eliminando fatores para aquilo acontecer. Então, é muito difícil. Isso aí é muito bacana. Estes são o Marlon, o Pedro Veniss, o Rodrigo e o Eduardo, Duda.
Esta é a nossa equipe de adestramento: o João Oliva, o Leandro, o Pedro e o João Santos. Também conquistaram um bronze muito suado lá em Lima.
Esta é a medalha de segundo lugar no Pan-Americano em CCE. Foi surreal. Tínhamos mais um atleta, que não está na foto, o Ruy Leme. Na prova classificatória, difícil pra caramba de ganhar, ele caiu do cavalo e se machucou, mas comemorou no hospital. O Brasil suou, levando em consideração que, para ir para Tóquio, o Brasil só poderia fazer prata e desbancar o favorito, Canadá. E aconteceu isso, o Ronaldo tem uma veia boa, deu sorte, e tudo deu certo. Então, todas as três metas que nós tínhamos para bater no Paraguai nós batemos. Faltam as paralímpicas, mas estamos...
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Jorge. Obrigado pela sua participação.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Passa rápido!
O SR. JORGE LUIS FIGUEIREDO RAMOS PASSAMANI - Na verdade, quem ganha a vaga é o País. Nós ganhamos a participação lá, mas existe um processo de seleção. Temos hoje um técnico que monta a equipe que vai participar.
Houve alteração no regulamento: anteriormente a equipe era formada por quatro cavaleiros e um reserva, e hoje é formada por três cavaleiros e um reserva. Teoricamente, isso melhora muito a nossa chance. Acho que para nós vai ser legal, vai ser boa essa mudança.
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15:31
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Jorge, e poderia haver uma mulher ali entre vocês, não é?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Por isso o número de medalhas é menor.
O SR. JORGE LUIS FIGUEIREDO RAMOS PASSAMANI - Também. É um esporte que não tem masculino e feminino. As mulheres são muito boas, há várias de muita expressão. A mulher que mais ganhou dinheiro em premiação no Global Champions Tour é a Edwina Tops-Alexander. Mulher é outra raça, é melhor em tudo mesmo, é mais organizada.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ronaldo, são 21 as federações e 2 as instituições militares, não é isso?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Está ótimo.
O SR. RONALDO BITTENCOURT FILHO - Eles são filiados às federações, e não à confederação. Então, não temos acesso. Estamos trabalhando para ter isso, para ter os números e poder estudar mais o esporte no Brasil. Temos isso, mas não no computador, nos nossos programas. Estamos fazendo um trabalho para ter esse mapeamento, para ter mais dados e analisar o esporte.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Ronaldo. Obrigado pela presença de vocês.
Eu gostaria de convidar a compor a Mesa a Confederação Brasileira de Levantamento de Pesos, através do seu Presidente, Enrique Monteiro Dias. Gostaria de convidar também a Emily Rosa Figueiredo, membro da Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Levantamento de Pesos. O halterofilismo também está presente, desde a primeira Olimpíada, desde 1892. Certamente é um dos esportes que mais disputa medalhas nos jogos Olímpicos e é super tradicional.
Respondendo à sua pergunta — logo em seguida farei a apresentação —, eu estou na confederação há 6 anos. Em alguns momentos, estive trabalhando conjuntamente com V.Exa. no antigo Ministério do Esporte.
E hoje nós estamos bem organizados administrativamente, com uma parte de governança junto ao COB aberta a toda a comunidade. É divulgada abertamente. E é um prazer muito grande informar sobre isso.
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(Segue-se exibição de imagens.)
Dividimos a estrutura da Confederação Brasileira de Levantamento de Pesos em três partes: administrativa, financeira e técnica. Conforme o Ronaldo falou, eu entrei na confederação há 6 anos. A transição foi um pouco complexa, tínhamos até dificuldade no sentido de que o auditor independente assinasse a nossa auditoria. Então ela veio com parecer adverso. Hoje ela já está praticamente regularizada.
Temos a sede em Belo Horizonte. Como a grande maioria das confederações, a nossa é de 1979. Uma vez que a CBD foi extinta, as confederações foram sendo fundadas. A nossa tem uma das menores estruturas, entre as confederações brasileiras. Eu fico às vezes com inveja ao ouvir aqui que o ciclismo tem 14 funcionários e o hipismo, 11. Nós temos na parte administrativa somente dois funcionários. E convivemos apenas com recursos oriundos da Lei Agnelo/Piva. Nós somos obrigados a ter essa estrutura muito enxuta, porque toda essa parte, seja de auditoria independente, seja de assembleias gerais, tudo isso é vinculado à manutenção da entidade. Temos um limitador muito apertado, os 25%, enquanto o CPB tem um percentual maior. Então temos que trabalhar muito na gestão para nos enquadrar dentro desse percentual.
Após 2016, nós tivemos uma diminuição significativa na parte financeira. Nós tínhamos o patrocínio da PETROBRAS e hoje não contamos com nenhum tipo de verba própria que não seja oriunda da Lei Agnelo/Piva.
Quanto à parte técnica, nós não possuímos um CT próprio. Os atletas treinam nos seus próprios Estados, no seus próprios clubes. Nós não tivemos nenhum legado em termos de material esportivo da Rio 2016. O Deputado estava lá. Foi adquirido um grande quantitativo de material esportivo — uma parte está sendo utilizada pela Marinha, mas a grande maioria está armazenada, aguardando destinação —, seja do levantamento de peso, seja do paraolímpico, que, no caso deste último, não é vinculado a nós, e sim ao CPB.
Partindo dessa situação específica, como não tivemos esse legado, nós fomos atrás de alguns fabricantes e assinamos um termo de cooperação técnica com a melhor marca de material esportivo de levantamento de peso, o que nos permitiu hoje ter materiais de primeira qualidade, entre os existentes no mundo. Realizamos os nossos eventos nacionais com 100% desse material homologado, da marca Eleiko, reconhecida por todos, pelos atletas não só do levantamento de peso como também de outras modalidades.
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Em eventos internacionais, até pouco tempo atrás, o nível do Brasil era Pan-Americano. Nós ganhamos medalhas históricas em alguns Jogos Sul-Americanos e Pan-Americanos. Hoje, em termos de jogos olímpicos e campeonatos mundiais, nós temos chance na categoria adulta, com o Fernando. Essa chance de disputa de medalhas em jogos é real.
Nós estamos tendo recorde de participação e resultados, apesar da diminuição do recurso, principalmente do patrocínio. Nós permanecemos com participação em todos os eventos, inclusive tendo resultados na categoria de base, desde 2015. A propósito, a Emily foi medalhista mundial no Sub-17. Em 2017, 2018 e 2019, conseguimos medalhas em campeonatos mundiais, mesmo a diretriz sendo muitas vezes o imediatismo, que seriam os jogos do Rio 2016 ou 2020. Então, estamos também olhando a parte da base.
Quanto à preparação para os Jogos Olímpicos de 2020, já estamos basicamente com atletas formados, como o Fernando, que já tem 18 anos de treinamento, e algumas atletas oriundas de base que ganharam medalhas em mundiais em 2017, 2018 e 2019. Hoje nós temos sete pessoas disputando as vagas para os Jogos Olímpicos. O critério para essas vagas foi alterado. As vagas passaram a ser individuais, ou seja, do atleta. Antes a vaga era do país. Então, nós temos três homens e quatro mulheres participando dentro do critério, que é bastante complexo, por 18 meses, com a obrigatoriedade de cada atleta participar de pelo menos seis pré-olímpicos. Há também outras regras, mas estamos dando todas as condições para que esses sete atletas participem desses pré-requisitos e consigam a vaga.
Quanto ao termo de cooperação, nós participamos inclusive de um camping no ano passado, na prévia do campeonato mundial Sub-20. Lá tivemos uma vice-campeã, e eles cederam 100% das condições do centro de treinamento, sem qualquer custo para nós. Nós estamos fazendo o acompanhamento técnico desses sete atletas e dando a possibilidade de participarem de quaisquer pré-olímpicos que eles tenham solicitado à Confederação. Ainda em referência ao termo de cooperação, houve a possibilidade dessa aquisição de materiais esportivos de última geração.
A preparação para os ciclos olímpicos 2016, 2020 e 2024. Quando nós entramos, tudo era Rio 2016, Rio 2016 e Rio 2016 e quase tudo era proibido para eventos de base, porque o foco era o Rio de Janeiro. Mesmo assim, através de negociações, acabamos permitindo a participação de todos os atletas em todos os eventos internacionais oficiais da Federação Internacional.
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Nós estamos desenvolvendo a estrutura nos Estados. Então, temos apoiado a realização de eventos. Antes, cada Estado era responsável pela sua organização individual. Com isso, estamos conseguindo alguns resultados inéditos nas categorias de base, ou seja, nas categorias de idade, o Sub-17 e o Sub-20. Tivemos nove medalhas nos últimos 4 anos em categorias de base, o que é inédito para o levantamento de peso.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Enrique, pelas explicações. Faço votos para que aqueles equipamentos que ainda estão estocados sejam utilizados rapidamente. Foram equipamentos muito caros para o nosso País. São equipamentos da marca Eleiko e de uma marca chinesa. Não lembro o nome dela...
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Poxa, foi muito bom!
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - É muito caro... O que nós vimos lá de despesa é impressionante. Eu fico muito feliz...
O SR. ENRIQUE MONTERO DIAS - Lamentavelmente esse material não veio. Ele está sendo guardado. Parte dele está sendo utilizado pela Marinha, mas é um quantitativo muito pequeno em relação ao total do material adquirido, não só para o levantamento de peso. Em conversas com o próprio CPB, tivemos a informação de que eles também não foram agraciados, vamos dizer assim, até o momento, nessa distribuição.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Os equipamentos dos Jogos Olímpicos foram caros.
O SR. ENRIQUE MONTERO DIAS - Conto com o apoio de vocês ainda. Não abrimos mão deles, mas temos essa dificuldade. Hoje nós temos todo esse material da Eleiko à nossa disposição. Hoje os nossos eventos nacionais estão melhores do que a grande maioria, se não for 100%, dos jogos pan-americanos e sul-americanos. Os eventos nacionais estão melhores do que os pan-americanos no tocante a campeonatos da modalidade.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Enrique, pela sua participação.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Poxa, você melhorou! Boa! Que bom, não é?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Emily, fique à vontade. Conte um pouquinho para nós como está sendo a sua experiência. Você treinou no CEFAN e agora está treinando em São Paulo. Queremos saber como estão as suas perspectivas e como estão as perspectivas dos atletas hoje de levantamento de peso. Nós tivemos, se não me engano, cinco participações em 2016 na modalidade. Acho que o Fernando foi o melhor colocado, não foi isso, Enrique?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - O Fernando e a Rose.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Os dois ficaram na quinta posição.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Pelo resultado dos Jogos Pan-Americanos de Lima, sendo ele campeão, já está classificado ou não?
O SR. ENRIQUE MONTERO DIAS - Não, os Jogos Pan-Americanos não são classificatórios.
Os critérios de classificação para os Jogos Olímpicos pela Federação Internacional são muito complexos e envolvem as principais características. Em 18 meses, o atleta tem que competir em pelo menos seis Pré-Olímpicos, divididos em três semestres. Existem eventos ouro, prata. A fórmula é complexa, mas a grande vantagem agora é que a vaga não é mais do país, e, sim, do atleta. Então, são 14 os atletas por categoria de peso corporal que competirão.
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15:47
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - No máximo, são duas inscrições por país?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Enrique.
A nossa Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Levantamento de Peso é recente também. Não estamos há muito tempo em contato direto com a confederação através da comissão, mas, durante esse tempo, mudou bastante coisa. As coisas foram ficando um pouco mais claras para os atletas. Hoje a confederação tem um contato mais direto com a comissão, porque há poucas federações no Brasil. O contato era um pouco mais complicado em relação às competições, em relação às informações de como seriam realizadas as seletivas de competição. Hoje em dia é por índice e por quem tem mais chance de ir para a Olimpíada.
Nós tivemos uma boa base no Sub-17. Quando eu competi o Sub-17, eu tive uma boa base. Hoje em dia nós também temos uma boa base de Sub-17. Só que, como o Enrique falou, há a questão do material. É difícil consegui-lo. Há Estados que têm muito potencial de atleta mas não têm investimento. E eu posso dizer que o levantamento de peso é um esporte bem democrático. Uma menina de 1,5 metro de altura pode competir e uma menina de 2 metros de altura também pode competir. Não importa o peso corporal ou a categoria de idade. Ele é um esporte que você pode pegar a pessoa mais fraquinha e torná-la mais forte. Você também pode pegar a pessoa mais forte e colocar para competir também.
Eu acho que é muito importante os atletas terem voz dentro da confederação. É importante principalmente que os Presidentes de confederação escutem o que os atletas têm para falar, porque nós vivemos o dia a dia do esporte, nós sabemos o quanto é sacrificante estar lá todos os dias para treinar. Dar resultado é muito importante, sim, mas precisamos de apoio e de voz.
Eu acho que todas as confederações estão um pouco melhor hoje em dia, graças à criação da Comissão de Atletas. Investimentos em treinador, em material, em local, são, sim, muito importantes, mas é preciso ouvir o que o atleta tem para falar, porque, às vezes, as pessoas fantasiam uma solução simples, mas, na verdade, não é nada daquilo.
Eu não sou Presidente da Comissão, mas eu venho, em nome da Comissão de Atletas, agradecer a oportunidade de estar aqui falando e me expressando pelos atletas que não estão aqui. O levantamento de peso é um esporte que não tem tantos atletas como nós gostaríamos. Não temos 12 mil atletas competindo no Brasil, infelizmente. Nós gostaríamos de ter, de ser uma grande potência, mas, mesmo com poucos atletas, conseguimos resultados impressionantes. Somos cinco medalhistas mundiais — quatro mulheres e o Fernando. Eu sei que Tóquio 2020 é só o primeiro passo.
O Rio 2016 foi meio às pressas, era uma coisa imediatista, sem preparação, mas eu tenho certeza que em Tóquio o Brasil tem grande chance, sim, de ganhar uma medalha no masculino; e, em Paris, com certeza, mais de uma medalha no levantamento de peso.
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Pergunta não falta.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Existe o levantamento de peso lá — não é, Enrique?
O Amazonas é um Estado enorme, naquela Vila Olímpica de Manaus tem muita gente que mora ali mesmo, que treina ali. E há situações muito parecidas no Brasil, em que os equipamentos são básicos mas que você pode possibilitar a iniciação do jovem no esporte. É mais fácil você ter um equipamento de levantamento de peso do que construir uma piscina, por exemplo, ou ter uma estrutura do hipismo.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - O judô também é mais fácil. Para o ciclismo, ter a pista já exige um custo muito alto.
A SRA. EMILY ROSA FIGUEIREDO - Centro de levantamento de peso sem qualquer vínculo com a confederação só existe um, que é o do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes — CEFAN. Há o Clube Recreativo de Minas, mas ele não chega a ser um centro de levantamento de peso. No CEFAN, nós temos o centro de levantamento de peso mais equipado da América Latina. Ele tem todos os equipamentos do Rio 2016. Ele não é de uso exclusivo, mas é das Forças Armadas. E nesse projeto nós conseguimos alcançar muitas crianças. Ele é um berço de atletas.
Hoje eu treino em São Paulo, não treino mais na Marinha, mas eu sou atleta militar e posso falar, porque eu cresci ali dentro. Eu vi que saímos de uma salinha de 6 plataformas para um ginásio de trinta e poucas plataformas e melhor equipado. Isso é resultado de trabalho, de conversa, de reuniões, de atletas dando resultado.
Eu fui medalhista mundial numa salinha de sete plataformas. Eu não precisei de uma superestrutura. É preciso treinadores bons, investimentos da confederação e acreditar nos atletas. Nós precisamos que alguém acredite em nós, que nos incentive, que nos leve para competir, porque precisamos de experiência para chegar ao Mundial e ganhar uma medalha inédita. As mulheres, no levantamento de peso, só começaram participar de Olimpíada em 2000. Então, as mulheres estão competindo só há 19 anos.
Eu acho muito importante não só a questão de se construir um super CT, mas também de investimentos em treinadores, em pessoas que estejam dispostas a trabalhar, digamos assim. A Comissão de Atletas hoje está muito bem estruturada. Hoje temos voz para chegar e conversar. Eu espero que sempre possamos ser ouvidos pelos Presidentes de confederações e de federações. Eu espero que eles entendam que o atleta é a base e que somos importantes tanto quanto qualquer organização.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Emily.
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15:55
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Presidente Enrique, faço votos que o senhor leve a Emily para palestrar sobre o levantamento de peso no Brasil. Quando estive à frente do Ministério do Esporte, nós fizemos o máximo para que no Bolsa Atleta estivesse incluída uma obrigação dos atletas, principalmente os olímpicos, como retribuição pelo recurso público: eles teriam que viajar o País e palestrar naquelas cidades mais distantes, para cativar os atletas. Assim, de alguma forma, pudemos contribuir com esta Casa.
O SR. JULIO CESAR RIBEIRO (REPUBLICANOS - DF) - Antes de mais nada, parabéns e boa tarde a todos!
É um prazer estar aqui. Sou um dos autores, junto com V.Exa., dessas reuniões que estão sendo feitas aqui para conversar com as confederações.
Em 2012, Deputado Luiz Lima, quando cheguei aqui em Brasília — sou de São Paulo —, falávamos muito sobre futebol. Brasília só falava de futebol, onde nós andávamos. Quando fui Secretário de Esporte, eu tentei mudar isso. Brasília, na verdade, tem que ser de todas as modalidades, não só do futebol. Nós conseguimos ampliar isso, principalmente na questão das artes marciais. Hoje Brasília é muito forte nessa área. Aqui ocorrem, em quase todos os finais de semana, eventos de jiu-jitsu, caratê, judô, tae-kwon-do. Até wushu internacional trouxemos para cá.
Ouvi a Emily falando. Na verdade, eu nunca tive a oportunidade de conversar com alguém da Confederação ou de Federação de Levantamento de Peso. Acho que é importante nós começarmos a dialogar aqui em Brasília, onde eu posso contribuir muito. Nós somos apaixonados pelo esporte e podemos realmente alavancá-lo.
O SR. JULIO CESAR RIBEIRO (REPUBLICANOS - DF) - Ainda mais o pedido vindo de um grande amigo e parceiro, o Deputado Luiz Lima, é agora que eu tenho que abraçar isso mesmo. Na verdade, essa é uma ordem.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Deputado Julio.
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O SR. VICENTE FERNANDO BLUMENSCHEIN - Não. No Alto Xingu nós fizemos uma competição, e eu estou conseguindo agora do Governo do Estado do Mato Grosso a verba necessária para implementar no Xingu o tiro com arco. Junto com o tiro com arco, estamos querendo levar a luta e a canoagem, que são esportes tradicionais...
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Tradicionais do Alto Xingu, da tribo yawalapiti, do cacique Canato.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - O cacique Canato veio uma vez aqui, Jorge. Eu fui entrar com ele no plenário, e fizeram-no botar uma gravata. Como o cacique Canato não tinha gravata, um Deputado falou assim: "Luiz Lima, deixa que eu tenho uma gravata. Eu sou o rei do nó". O Deputado fez um nó horrível no Cacique Canato. Era melhor ele entrar sem gravata. Mas uma das regras aqui da Casa é usar gravata no plenário. Aqui na Comissão, não! Aqui eu posso estar sem. Depois eu boto.
(Segue-se exibição de imagens.)
Queremos mostrar um pequeno histórico da Confederação Brasileira de Tiro com Arco. Em 1955, chegou o primeiro equipamento de tiro com arco no Brasil, trazido de Portugal, mais precisamente de Lisboa, por um piloto da Panair. Em 1958, foi fundada a Federação Metropolitana de Arco e Flecha no Rio de Janeiro. Em 1972, nós nos filiamos à Federação Internacional de Tiro com Arco, quando ainda fazíamos parte da CBF — Confederação Brasileira de Futebol. Em 1980, nós participamos dos primeiros torneios internacionais como integrantes da Confederação Brasileira de Desportos Terrestres. Em 1991, fundamos a Confederação. Em 2011, montamos nosso centro de treinamento na cidade de Maricá, no Rio de Janeiro.
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A Confederação Brasileira de Tiro com Arco atua sob a égide da lei Pelé, tem por objeto os interesses do arqueirismo no Brasil, é uma associação civil privada sem fins lucrativos cuja sede fica em Maricá, e recebe exclusivamente verbas provenientes da Lei Agnelo/Piva. Até 6, 7 anos atrás, havia 4 federações filiadas; hoje, nós estamos com 19 federações filiadas e aproximadamente 800 atletas confederados. Há 119 clubes no Brasil que praticam tiro com arco, mas apenas 70 são clubes ativos.
Esse eslaide mostra bem a evolução do nosso esporte. Até 1992, nas Olimpíadas de Barcelona, a prova era considerada "open", e o atleta ia representar o seu país desde que alcançasse 1.200 pontos em uma competição da Federação Internacional de Tiro com Arco. Havia pouco apoio à base. Não havia base nesse período. Nas Olimpíadas de 1996, 2000 e 2008, o Brasil ficou sem representação no tiro com arco. Por quê? Porque as regras mudaram: até 1992, atirávamos a uma distância de 90, 70, 50 e 30 metros; depois, passamos a atirar só a 70 metros, com um sistema de mata-mata — como o pênalti no futebol —, no qual a vaga tinha que ser conquistada em pelo menos três competições internacionais. A vaga é conquistada para o país, não para o atleta.
Nós conseguimos vaga para um atleta em Pequim e para um atleta em Londres. Em 2016, nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos aqui no Brasil, estivemos com a equipe completa por sermos o país sede. Para 2020, em Tóquio, o Brasil já está com a vaga olímpica previamente classificada para um atleta e, na Paraolimpíada, com uma vaga do feminino já conquistada. Ainda há duas competições com possibilidade para levarmos mais atletas, uma no México e uma em Berlim.
O centro de treinamento é de 2010, 2011, quando começamos a montá-lo. Nós fizemos um convênio com a Prefeitura de Maricá, retiramos a molecada da rua e trouxemos para dentro da Confederação. Levamos o tiro com arco para as escolas. No masculino, por exemplo, dos seis atletas que teoricamente formam a seleção atual, três são de Maricá. Então, a nossa base está muito forte no nosso centro de treinamento, no nosso legado. Toda aquela evolução que nós vimos lá está sendo proveniente do que nós fizemos aqui como base.
É lógico que não é o único. Hoje em dia, por exemplo, temos o Speria, que faz um trabalho fantástico com base.
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Mas, para conseguirmos a vaga, fizemos esse longo caminho, desde aquelas provas de 1.200 pontos, passando 12 anos ser ir a uma Olimpíada, para depois retornarmos.
Nosso organograma: Assembleia-Geral, Tribunal de Justiça, Conselho Fiscal, Conselho Administrativo, Presidência, Diretorias, Comitês, Diretor Paralímpica — é uma exigência haver uma diretoria paralímpica separada da diretoria olímpica —, Comitê Técnico e Comitês de Árbitros e de Atletas.
Os Comitês Técnicos, de Árbitros e de Atletas, têm direito a voto nas nossas assembleias há um bom tempo, bem antes de ser solicitado pela legislação atual.
Temos a Coordenação Técnica; a Assessoria Financeira, com dois funcionários; além de auxiliar técnico interno e auxiliar técnico externo, cada qual com um funcionário; assistente administrativo.
Essa parte administrativa conta com dois funcionários. Eu tenho, portanto, três funcionários para tocar toda a Confederação. Somos também a que tem um dos menores números — 50% a mais que você.
Recebemos, através da Lei Agnelo Piva, 2 milhões e 815 mil reais este ano. E recebemos do Comitê Parolímpico Brasileiro 1 milhão e 300 mil reais.
Essa verba do Comitê Paraolímpico Brasileiro, na verdade, é de 1 milhão de reais. Esses 300 mil reais foram um plus que o Comitê Paralímpico nos deu, em razão de nossos resultados, para formarmos um time, uma equipe mais forte do que a gente tinha. Temos uma atleta hoje que é a sexta no ranking mundial. Ela já foi a primeira e a segunda no ranqueamento mundial. Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, ela ficou em quinto lugar. Ela foi a atleta brasileira de tiro com arco que obteve a segunda melhor classificação.
Para obter três vagas em 2019, vamos usar 14% da verba que temos. Para a melhoria de processos internos e gestão é pouca coisa, 7 mil e poucos reais. Na matemática, apareceu como 0%.
Para classificarmos dois atletas entre os oito primeiros do mundo, vamos gastar 22% da nossa verba. Para aumentar a base, gastaremos 34% da nossa verba. As novas fontes de recursos aparecem também com 0%, porque é um valor pequeno. Para ampliar o suporte dos atletas e das federações, gastamos 17%. E, para ampliar a presença na escola e universidades, gastamos 13%.
A nossa estrutura administrativa, nosso quadro administrativo, como eu já disse, conta com três colaboradores.
Eles operam todas as necessidades da governança. É uma governança bem elaborada, legítima, transparente. Toda a nossa governança está em nosso site — como vocês podem ver aqui. Todos eles têm uma expertise muito grande e atuam para melhorar a nossa governança.
Aqui apresento o nosso atleta masculino e a melhor atleta paralímpica.
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No Arco Recurvo, que é o único reconhecido como modalidade olímpica pelo Comitê Olímpico Internacional, nosso atleta mais expressivo é o Marcus D'Almeida. E, no Arco Composto, que não é permitido nos Jogos Olímpicos, somente nos Jogos Paralímpicos, temos a Jane Karla, atleta que já foi a primeira no ranking mundial e que hoje é a sexta. Ambos conquistaram as vagas no Olímpico e no Paralímpico para o Brasil.
Aqui foi a conquista da medalha de prata em Lima, também pelo Marcus Vinicius D'Almeida. Ele esteve, agora, em um campeonato militar na China, em Wuhan. Houve um campeonato militar lá, e ele faz parte da equipe da Aeronáutica. Ele ganhou a medalha de ouro nessa competição, nos Jogos Olímpicos Militares, na China.
Nas Paralimpíadas temos a vaga conquistada pela atleta Ana. No campeonato mundial, na Holanda, tivemos a Jane, que atualmente é a sexta no ranking.
No primeiro semestre de 2020 teremos, ainda, as classificatórias nos Jogos de Tóquio. Teremos o Pan-americano e o Parapan-Americano no México. No final do ano, na República Tcheca, haverá o Paralímpico. Nos Jogos Olímpicos, em Monterrey, no México, teremos a possibilidade de uma vaga. A última possibilidade de vaga será em Berlim.
Essa é a nossa equipe. Estamos aplicando nossas verbas em treinos, aclimatação, convocação da seleção permanente em favor dos potenciais da modalidade rumo a Tóquio.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Parabéns, Presidente Vicente.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Mas eu vou. Eu tenho que ir.
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - E qual é a distância para o indoor?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Cláudio Contrucci, andiamo. Não precisa ser presto.
(Risos.)
(Segue-se exibição de imagens.)
Meu nome é Cláudio Contrucci, sou atleta do tiro com arco há 23 anos, também sou árbitro continental e técnico de tiro com arco nível 3. Fui selecionado pelos atletas para ser o Presidente do Comitê de Atletas. Então, vou falar um pouquinho sobre a história do Comitê de Atletas.
O Comitê de Atletas da CBTARCO é um órgão colegiado composto por representantes de atletas eleitos direta e democraticamente pelos atletas da Confederação. O cargo de representante de atleta não é remunerado. O Comitê de Atletas tem por objetivo ser o principal canal de comunicação entre os atletas e a CBTARCO, representando os atletas no âmbito dos órgãos de conselho técnico e administração, participando de algumas decisões e dando sugestões para o planejamento anual das competições, regulamentos das seletivas, índices técnicos, critérios de seleção para escolha de atletas que representarão o Brasil em campeonatos internacionais, olímpicos e paralímpicos.
Essa é a história do nosso comitê. Ele foi constituído em 2014, em razão das exigências da Lei Pelé. A sua primeira formação foi com três membros eleitos democraticamente pelos atletas. O Comitê de Atletas tinha direito a somente um voto, que era o do Presidente, eleito entre os membros do comitê.
Em 2017, foi eleita uma nova chapa, para o novo ciclo olímpico, de novos três membros. Em outubro de 2018, foi realizada uma eleição complementar para atender a Portaria nº 115, quando ficamos com uma representação de sete atletas, sete representantes. Mas só tínhamos direito a voto nas assembleias eletivas, não nas ordinárias. Nós também não participávamos de comitês de administração.
A partir de abril de 2019, com a mudança do estatuto da Confederação, para atender as Portarias nºs 392 e 115, os representantes de atletas passaram a ter também o direito de voto nas assembleias ordinárias e de participação no Conselho de Administração.
Hoje somos um total de 9 representantes. Essa é a composição do nosso quadro de representantes. Eu sou o Presidente. O Marcus Vinicius, atleta olímpico com medalha, é o Vice-Presidente. Também temos em nossa composição atletas da categoria de arco composto, como o Marcelo Roriz e a Cecília.
Temos atletas master também. É importante destacar que atletas que têm muitos anos em tiro com arco também têm coisas boas a passar e experiência. Os atletas olímpicos Edson Kim e Anne Marcelle também fazem parte do comitê. Ainda este ano está programada mais uma eleição complementar para que o comitê atinja a proporção de um terço do colegiado.
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A comunicação com os atletas é feita da seguinte forma: por e-mail — os atletas entram em contato via e-mail para fazer solicitações —, sem que seja exposta a identidade do atleta, ou pelo grupo do Comitê de Atletas no Facebook, onde compartilhamos as informações dos campeonatos, notícias, etc.
No primeiro ano da minha gestão, fiz uma enquete nesse grupo do Facebook para descobrir o que os atletas achavam importante ser levado à Confederação Brasileira na Assembleia. Eles fizeram uma indicação de temas, e depois foi feita uma votação dos temas, para ver os mais importantes a serem levados à confederação.
A comunicação entre os membros do comitê é feita por via virtual, WhatsApp, periodicamente, sempre que existe uma demanda de atletas ou acontece uma assembleia ou uma reunião do Conselho de Administração, para nos posicionarmos sobre as pautas das reuniões e debater os temas a serem levados pelo Comitê de Atletas aos respectivos eventos.
Quanto à participação do Comitê de Atletas nas decisões estratégicas da Confederação e na preparação dos Jogos Olímpicos de Tóquio e outras competições, o Presidente do Comitê de Atletas hoje faz parte do Conselho de Administração e desde de 2008 está participando de algumas decisões e dando sugestões para o planejamento anual das competições, regulamentos das seletivas, critérios de escolha dos representantes das Olimpíadas e Paraolimpíadas, cronograma de treinamento nacional e internacional, entre outras coisas. Logicamente, ainda existe uma certa resistência da Confederação em relação a algumas propostas do Comitê de Atletas, mas eu acredito que a interação será aprimorada com o tempo.
Vou falar agora sobre a dificuldade de aquisição de equipamentos. Hoje o tiro com arco enfrenta uma grande dificuldade em adquirir equipamentos competitivos e de alta qualidade para que seus atletas possam competir em igualdade de condições com seus oponentes no exterior. Hoje um equipamento de ponta completo custa em torno de 3.500 dólares nos Estados Unidos, e a sua importação pela confederação e por clubes e atletas a torna por demais onerosa por causa das taxas e impostos nacionais e de importação. A sugestão seria a isenção desses impostos às confederações esportivas e também aos clubes que estão filiados ao CBC — Comitê Brasileiro de Clubes. O COB está dando uma grande ajuda aos clubes para o fomento da base e a divulgação dos esportes de alto rendimento.
É preciso ampliar investimento no desenvolvimento da base. Pensando nas próximas Olimpíadas e Paraolimpíadas, necessitamos de novos atletas.
Para que isso aconteça, é necessário um maior investimento financeiro e humano no fomento dessa base, tais como: aumento no investimento anual à confederação destinado exclusivamente à base; contratação de equipe multidisciplinar — técnico, preparador físico e fisioterapeuta — em todas as federações filiadas à confederação para ensinar a modalidade; investimento na atualização e especialização dos técnicos e educadores físicos para que se mantenham atualizados e aumentem o nível técnico dos seus atletas em formação com técnicas mais eficientes.
O principal foco aqui são os atletas, mas não podemos esquecer que temos um grande aliado: os técnicos. Muitas vezes, eles são deixados de lado e passam por muitas dificuldades. Hoje a remuneração do técnico e do preparador físico geralmente não é boa. Na nossa modalidade, temos algumas dificuldades, e uma delas refere-se a equipamentos. Muitas vezes, o próprio técnico, um ex-atleta, empresta o material ao atleta e tal.
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16:23
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Pensando nisso, pensamos que seria interessante de repente a criação de um auxílio ou bolsa técnico federal, nos mesmos moldes do Programa Bolsa Atleta, para dar melhores condições de trabalho e incentivo aos técnicos. Existe esse tipo de benefício tanto em Minas Gerais como em Santa Catarina.
É necessário também aquisição de equipamentos pela confederação e clubes afiliados ao CBC com isenção de impostos, tais como: arcos escola, arcos intermediários, flechas e anteparos.
Precisamos de um maior investimento na manutenção da equipe brasileira. Normalmente isso acontece quando se está para dar o chute para o gol; 2 anos ou até 1 ano antes, o pessoal dá mais apoio aos atletas para poderem conseguir alcançar os índices técnicos necessários. Então, é preciso aumento do investimento anual para a manutenção da equipe brasileira não somente nas vésperas de Jogos Pan-Americanos e Olimpíadas; continuidade do treinamento e apoio aos atletas da seleção com uma equipe multidisciplinar durante todo o ciclo olímpico; manutenção do contrato de trabalho com o técnico — isso é muito importante, porque o técnico é essencial; o técnico da seleção tem que estar presente durante todo o ciclo —; fornecimento de equipamentos de ponta aos atletas da Seleção Brasileira; criação de seletivas semestrais para renovação de membros da seleção, caso seja necessário, e para o descobrimento de novos talentos.
Para finalizar, eu gostaria de fazer alguns agradecimentos. Nós atletas gostaríamos de agradecer ao COB e ao CPB o apoio, o incentivo e o investimento na Confederação Brasileira de Tiro com Arco. Gostaríamos de fazer também um agradecimento especial ao Programa Bolsa Atleta, pois sem ele muitos atletas não conseguiriam manter-se no esporte; um agradecimento às Forças Armadas, em especial à Aeronáutica, pelo apoio e suporte aos nossos atletas de alto rendimento, o que esperamos continue e seja ampliado para mais atletas, pois está sendo fundamental na preparação dos atletas que estão sendo beneficiados; e um agradecimento ao Comitê Brasileiro de Clubes, que vem sendo uma peça fundamental no apoio aos clubes para o desenvolvimento da base e a formação dos atletas.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Cláudio.
Deu para perceber que a comissão de atletas do tiro com arco está muito presente, através da sua participação, já com mais de 20 anos de modalidade, e da participação de jovens atletas. É muito importante a sua preocupação com a base, que o Presidente Vicente também citou ali nos investimentos. Eu tenho certeza de que um dos pontos que você tocou aqui outras modalidades também atravessam, que é a dificuldade de importação de equipamentos que não têm a sua excelência fabricada no Brasil.
Um "gênio", aqui no plenário, fez isso com o revólver e tornou praticamente impossível a importação de uma pistola de qualidade, protegendo a indústria nacional. Mas, quando se vai atirar na rua, ela falha.
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16:27
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O SR. VICENTE FERNANDO BLUMENSCHEIN - Eu queria aproveitar, inclusive um pouco ligado ao que você disse, para dizer que existe um projeto de lei que acaba com o tiro com arco no nosso País, porque ele impede a compra, o uso, a utilização, inclusive por crianças, do arco e das flechas, colocando-os como uma arma que vai ter seu fim, vamos dizer assim.
Eu queria pedir apoio a vocês para que esse projeto de lei não seja aprovado. Se for, nem adianta liberar a importação. Não vamos ter como importar alguma coisa que está sendo considerada como uma arma. Não é bem assim, eu acredito que nenhum de vocês tenha conhecimento de algum assalto feito com arco e flecha ou de alguma coisa desse tipo.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Presidente Vicente.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - É o Projeto de Lei nº 2.053, de 2019.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Desculpe, Jefferson.
Não faz ideia? No clube mais tradicional e olímpico do País, o mais bonito, que tem as cores mais bonitas e a torcida mais bonita: no Fluminense, tricolor, de Laranjeiras. O Guilherme Paraense treinava no Fluminense e ganhou nossa primeira medalha de ouro. Não temos a Globo nos promovendo, senão o Fluminense, das cores mais bonitas..., não é Vasconcellos? Mas aqui eu o promovo. A primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos foi de um atleta do Fluminense.
Cumprimento o Sr. Jodson Gomes Edington Junior, Vice-Presidente da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, e a Sra. Janice Gil Teixeira, Presidente da Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo.
Sr. Jodson, vamos, então, falar sobre o tiro esportivo no nosso País. O Felipe Wu, se não me engano, venceu, ganhando medalha de prata em 2016. Isso foi muito comemorado.
Eu gostaria de ouvir do senhor como anda a modalidade no nosso País. Gostaria que o senhor também fizesse uma referência ao Fluminense Football Club, responsável pela primeira medalha de ouro. Essa é uma grande lembrança. No ano que vem vai fazer 100 anos que isso aconteceu. Foi em 1920, se eu não me engano, em Antuérpia.
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16:31
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O SR. JODSON GOMES EDINGTON JUNIOR - Deputado Luiz Lima, é uma satisfação muito grande ter essa oportunidade de representar o tiro esportivo, que é a nossa modalidade esportiva. É importante ressaltar que, para o ano, comemoraremos os 100 anos da primeira medalha, não só de ouro, mas também de prata e de bronze, que foram conquistadas por atiradores da equipe de Guilherme Paraense.
O Fluminense tem uma história muito extensa nessa área. Fui atleta e tive oportunidade de participar de diversos torneios lá no Fluminense. Também atirei no Flamengo, mas o Fluminense sempre teve uma história muito forte nisso. Até hoje tem seu stand, onde se pratica o tiro, e está dentro da CBC.
Temos obrigação de, para o ano, comemorar os 100 anos, junto com o Exército brasileiro, que tem uma tradição muito grande, por conta do Tenente Guilherme Paraense, e junto com o próprio CMTE — Centro Militar de Tiro Esportivo, que tem um grande legado. Isso começou antes, bem antes, para os Jogos Pan-americanos. Ele tem hoje uma representação muito forte no tiro esportivo mundial, por conta de todo o legado dos alvos eletrônicos, de toda a condição que nós temos lá.
(Segue-se exibição de imagens.)
A Confederação Brasileira de Tiro Esportivo iniciou suas atividades em 1906. Não sei se é a mais antiga, mas é uma das mais antigas. Sua influência vem muito da área militar. Hoje, há clubes espalhados pelo País inteiro, principalmente pelos migrantes, que fizeram a história de diversas modalidades, além das olímpicas.
A Confederação iniciou-se em 1906, como eu disse, e hoje a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo envolve 77 modalidades de tiro, além das olímpicas. Atualmente, ela está localizada no centro do Rio de Janeiro. Nosso site é www.cbte.org.bbrasileiro. Temos um grande centro militar de tiro esportivo, onde recentemente aconteceu uma copa do mundo, que gerou 16 vagas para Tóquio. Tivemos um trabalho imenso, sem apoio de Governo. Vamos citar isso já, já.
Temos um site que acompanha bastante a nova mudança de gestão, de governança, de compliance. Estamos bastante atentos a todas as mudanças do Comitê Olímpico, de tudo que está sendo feito para colocar mais transparência em toda a gestão esportiva. Então, a CBTE acompanha todas essas mudanças, assim como diversas outras confederações, que já estão bastante avançadas em relação a isso. Estamos acompanhando isso bastante, para dar à mídia, à imprensa e aos órgãos governamentais condição de ter essa certeza.
Este é nosso organograma: assembleia, presidência, vice-presidência, comissão de atletas. Eu sou o 1º Vice-Presidente da Confederação Brasileira. Já fui atleta, já fui a Jogos Pan-americanos e hoje participo ativamente dessa nova gestão. Tenho a incumbência de tentar levar a Confederação a outro nível de governança, principalmente com a maior proliferação do tiro esportivo no País.
Esta é a nossa administração financeira, que é composta de diversas áreas. Temos uma quantidade de funcionários que é diferente de algumas modalidades e disciplinas que estão aqui.
Temos 15 funcionários na Confederação Brasileira trabalhando bastante não só para o tiro olímpico, mas também para as outras modalidades esportivas que compõem a nossa Confederação. É bastante trabalho, porque há muitas modalidades, diversas armas, diversas disciplinas. Esses 15 funcionários têm um trabalho muito árduo em relação a isso.
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Esta é a nossa estrutura executiva, com os coordenadores e os diretores. Diga-se de passagem que todos trabalham gratuitamente. Só os funcionários são remunerados. Todos os outros, incluindo o Presidente e o Vice-Presidente, trabalham por empenho e dedicação ao esporte.
Estes são os recursos financeiros. Recebemos da Lei Agnelo-Piva 3 milhões e 174 mil reais, que é a previsão até o final do ano. A previsão de recursos próprios até o final do ano era de 1 milhão e 900 mil reais. Porém temos a previsão de despesas, com recursos próprios, de 2 milhões e 150 mil reais. Por que isso? Por causa do apoio que não tivemos para realizar a copa do mundo, que aconteceu no Rio de Janeiro. Trouxemos representantes de 70 países, nada mais, nada menos do que 543 atletas. Essas 16 vagas para as Olimpíadas foram geradas. Não tivemos nenhum apoio do antigo Ministério do Esporte, que hoje é a Secretaria Geral de Esportes. Por conta dessa mudança, houve problemas administrativos, houve perda de processo, voltaram lá. Foi um descaso com o projeto que apresentamos. Tivemos que arcar com todos os custos para realizar o evento. Se não fizéssemos isso, com certeza a Confederação não teria uma boa imagem, assim como o País. Teremos prejuízo este ano, com recursos próprios. Vamos tentar minimizá-lo ao máximo, para que possamos sair do vermelho, por termos tido que assumir a realização desse torneio.
Temos hoje 24 federações diretamente ligadas à Confederação Brasileira de Tiro. Temos a possibilidade de ampliar esse número para 26. Algumas estão tendo problema de gestão. Estamos fazendo um trabalho muito grande nessa área, como foi dito aqui por alguns colegas gestores, para ajudar essas federações a mudar um pouco sua gestão e a acompanhar o ritmo da Confederação e do Comitê Olímpico Brasileiro.
Esta é a quantidade de atletas ativos: 8.000. São 7.559 masculinos e 490 femininos. A quantidade de atletas inscritos é bastante razoável, porém alguns param e deixam suas atividades por conta da lei e de todo o rigor da cobrança e da regulamentação do Exército brasileiro para isso. Alguns param suas atividades por conta disso. Esse é um dos entraves que temos no meio do nosso esporte.
A quantidade de clubes é de 173. Queremos chegar a todos os clubes. Temos um planejamento estratégico já em funcionamento em relação a treinamentos, base, formação de árbitros nacionais, formação de árbitros estrangeiros, formação de técnicos de base, que nunca tivemos. Iniciamos isso este ano e vamos dar continuidade, se Deus quiser, para que possamos ter técnicos brasileiros bem formados e preparados para isso.
A quantidade de disciplinas é de 77, entre olímpicas, paraolímpicas, nacionais e internacionais. A quantidade de modalidades é grande.
Os brasileiros com certificação de técnico são seis, e queremos chegar este ano a quase 50 com formação nacional. Assim, para o ano, eles conseguirão obter algumas certificações internacionais.
Categorias: juvenil, com idade até 15 anos; júnior, de 16 a 20 anos; sênior, de 21 a 55 anos; master... Temos todas essas categorias e modalidades.
Nosso campeonato brasileiro vai acontecer do dia 21 ao dia 24 de novembro, e é bastante extenso. Temos todas essas categorias e premiação para todas elas. As modalidades olímpicas para homens são seis, para mulheres são seis.
Lutamos para conseguir colocar um ou dois atletas, até o final deste ano, se Deus quiser... Não conseguimos agora, na copa do mundo. Não conseguimos vaga para o pan-americano também. Tivemos duas situações muito difíceis: um atleta perdeu por um ponto, outro atleta perdeu por quatro décimos as vagas diretas para as Olimpíadas de Lima. Ganhamos duas medalhas mas, infelizmente, as vagas não vieram. Na copa do mundo, não tivemos a classificação. Agora, o ranking mundial vai gerar as cotas, até encerrarem as etapas que existem, que vão acontecer na Europa.
Há diversas modalidades paraolímpicas, como pistola. Há modalidades não olímpicas, como as provas de 50 metros de carabina, de pistola e de espingarda. Há diversas modalidades nacionais. Todas elas estarão presentes no campeonato brasileiro que será realizado no final do ano, de 21 a 24 de novembro. A modalidade de rifle internacional, em que se atira em alvos a 300 metros e a 600 metros, é muito interessante. A modalidade field target usa armas especiais, todas elas muito dificilmente encontradas aqui.
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Deputado Luiz Lima, V.Exa. citou o histórico da grande conquista da equipe de tiro, que teve uma dificuldade muito grande de chegar até a Antuérpia, na Bélgica. Os atletas tiveram suas armas roubadas, chegaram com fome, chegaram com sono e mal alimentados. O Afrânio conseguiu ajudar um dos atiradores americanos com xadrez, e ele conseguiu o apoio, as armas foram cedidas a ele, assim como as mais de 2 mil munições. Com isso, o Brasil conquistou a primeira medalha no dia 2, que foi o bronze olímpico, com o Afrânio. Depois, conseguiu outra medalha em equipe e, no segundo dia, com Guilherme Paraense, no dia 3, eles conquistaram exatamente a medalha de ouro. Em dois dias, conseguiram o bronze, a prata e o ouro, tudo conquistado numa mesma competição, em condições precárias. Essa história demonstra o espírito olímpico, o esporte e a vontade de vencer. Inclusive, os americanos quiseram recorrer, para que aquilo não pudesse valer, mas as armas já estavam emprestadas, legalmente foram aceitas. A própria comissão aceitou, valeu tudo e esse grande prêmio foi conquistado.
Estes são os selos que homenagearam o Guilherme Paraense. Este ano, aconteceu o congresso brasileiro olímpico, que foi organizado pelo COB. Lá foi exibida a medalha e a arma que ele utilizou. Chamaram de pistola, mas era um revólver, que foi emprestado.
Este é o maior legado que temos no País hoje em relação ao tiro esportivo. Ele não é do Rio 2016, foi criado antes, foi feito antes, para os Jogos Pan-americanos de 2007. Agora, em 2016, foram colocados os alvos eletrônicos, que nós tínhamos alugado em 2007. Agora, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, foi feita a compra e a implantação disso pelo Exército. Graças ao Exército brasileiro e ao Ministério do Esporte conseguimos implantar isso definitivamente. Ficamos com um stand muito bom e de nível mundial. Temos uma estrutura bastante forte em relação a stands de 10 metros, com 60 postos simultâneos; 50 postos em stands de 25 metros; 60 postos em 50 metros; e temos um stand de final, que é exclusivamente para as finais olímpicas, que geram as medalhas. É outra competição, em que os atletas classificados vão disputar as medalhas daquele evento. Temos stands de tiro ao prato com três pedanas e com arquibancada. A arquibancada fica exatamente no ponto onde acontece a final da espingarda masculina e da feminina.
Aqui está presente a atleta Janice, que faz parte da comissão e que foi medalhista nos Jogos Pan-americanos. Ela até hoje pratica o tiro. É um esporte que não tem idade para parar, como em várias outras modalidades.
Mas já tivemos atletas como, por exemplo, um argentino, nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, que, com 64 anos, conseguiu conquistar uma vaga para as Olimpíadas, atirando e disputando os Jogos Pan-Americanos, em 1999, no Canadá. Então, é um esporte longínquo, e não tem idade que possa limitar o atleta.
Esses são os eventos internacionais que realizamos nesses próprios centros: Jogos Pan-Americanos, em 2007; os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, em 2016, com apoio do Ministério e do Exército.
O nosso medalhista nos Jogos Olímpicos de 2016 foi o Felipe Wu, uma grande conquista. Depois de 96 anos voltamos a ganhar uma medalha. Então, graças exatamente ao apoio que se deu e à dedicação desse menino. Quando eu já atirava na categoria Sênior, ele já era Júnior. E ele conseguiu essa medalha inédita para o nosso País.
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16:43
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Temos outros atletas medalhistas em Lima, o Júlio Almeida, que perdeu a vaga para as olimpíadas por 1 ponto. Temos o Roberto Schmidt, nas provas de Fossa Olímpica, tiro de espingarda; e o Leonardo Lustosa, Campeão Mundial Júnior, que já é uma base que está aparecendo no ranking mundial. É o que nos anima a investir ainda mais, para que o futuro seja mais promissor.
Quanto aos eventos internacionais realizados no CMTE, tivemos, recentemente, nesse período de 26 de agosto a 3 de setembro, 16 vagas olímpicas disputadas, 537 atletas, 70 países sendo representados, 920 inscrições e 201 oficiais das delegações.
Tivemos o apoio do Riogaleão, da Polícia Federal, da Receita Federal, do Exército Brasileiro — através do DFPC e do SFPC, que são os órgãos que fiscalizam e de onde emana toda a legislação. Cito o DFPC Brasília, órgão do qual fiz parte. Trata-se de um conselho consultivo do Exército, para que a gente possa melhorar exatamente essa gestão, essa condição da legislação, que é muito rígida para o Tiro Esportivo. Eles confundem e não conseguem separar.
Por isso, peço apoio a esta Casa, a esta Comissão, principalmente a V.Exa., para essa conscientização, ou seja, para separar a modalidade de Tiro Olímpico do treino para um tiro qualquer, um tiro policial ou tiro dado por bandido. Eles acham que essas armas são iguais, não são de categoria diferente. Mas elas são totalmente diferentes. Eu pratico tiro há 40 anos. Sou até hoje um praticante e nunca tivemos um acidente, nunca tivemos sequer um problema com o stand de tiros relacionado ao Tiro Olímpico. Algumas pessoas confundem isso, inclusive a imprensa. Um jornalista já me indagou como existe uma modalidade dessas na olimpíada. Ignorância pura e total do nosso esporte, que exige disciplina, concentração, técnica apurada e condição imensa de todos os participantes, não só de arbitragem ou das condições físicas. Todos praticamos esse esporte e não temos, em nosso histórico, um acidente em relação às olimpíadas.
Esse é um pouco do nosso histórico em Jogos Pan-Americanos, onde conquistamos todas essas medalhas. Com certeza, se tivéssemos, como vou apresentar ao final, uma melhor condição, teríamos conquistados mais medalhas.
Aqui apresento os tipos de armas que utilizamos: carabina calibre 22, para a modalidade de 50 metros; espingarda calibre 12, para tiro ao prato; carabina de ar comprimido, para 10 metros; pistola calibre 22, para 25 metros, tanto para homens quanto para mulheres; e pistola de ar comprimido, tanto para homens quanto para mulheres.
Essas não são armas portáteis. As pessoas não as colocam na cintura com facilidade, muito menos são fáceis de serem vendidas para qualquer pessoa. Essas armas são fabricadas em países da Europa, principalmente Alemanha, Áustria e Itália. Todas essas armas têm que ser importadas mediante autorização do Exército.
Infelizmente, não temos incentivo fiscal, além do problema das alíquotas de ICMS em cada Estado. E isso é uma dificuldade, um entrave muito grande para os esportistas.
Esses são os cartuchos importados que devemos ter.
Inclusive, recentemente, fizemos um convênio com uma fábrica internacional, para trazermos cartuchos, mas os preços ainda continuam impraticáveis. Nós gastamos um valor muito mais elevado do que qualquer europeu ou americano, inclusive, para praticar o esporte, consumindo cartuchos, o que não é pouca coisa. São muitos cartuchos. Só para vocês terem uma ideia, atiradores chegam a dar de 40 mil a 80 mil tiros por ano. Imaginem comprar esses cartuchos com preço elevado, com alíquotas elevadas, com IPI, etc.
Olhem que bonito é um stand desses, com todas essas pessoas atirando, sem um acidente, sem um tiro errado, sem qualquer problema. Isso envolve, claro, concentração, regras bem definidas, pessoas preparadas psicologicamente, enfim, tudo para fazer com que isso aconteça com segurança.
Temos aqui fotografias de jovens, como é o caso daqueles três que estão aparecendo no canto superior esquerdo da imagem. Dois ali são da Índia. Um deles tem apenas 17 anos e conquistou medalha de bronze. Há pouco tempo, ele conquistou duas copas do mundo — e com apenas 17 anos. Imaginem com que idade esse atleta de nível internacional, mundial e olímpico começou a atirar.
E nós temos esses entraves no País, pois um atirador não pode ter uma arma de fogo depois dos 18 anos, que é a maioridade penal em nosso País. Até os 25 anos, o Exército também não permite. Entre os 18 anos e 25 anos não há permissão. Antes dos 18 anos, o esportista deve ter autorização judicial. Nós concordamos com isso, mas defendemos que deve haver condições para se portar armas mais facilmente — refiro-me às armas olímpicas, armas esportivas, que não são quaisquer armas. Não defendemos esse tipo de autorização para outras armas, mas para armas olímpicas, para que essas pessoas consigam praticar o esporte e formar a base para o Tiro Esportivo.
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Então, com 17 anos, esse indiano já se tornou campeão mundial, campeão de copas do mundo e conquistou vaga em olimpíada.
Vejam a seriedade que temos em relação a esses árbitros. A área tem total inspeção. Essa quantidade de pessoas tem que passar por lá com equipamentos, acessórios, agasalhos e armas. Tudo é fiscalizado antes da permissão para o atirador ir para o stand de tiros.
Esses são atletas paralímpicos cadeirantes atirando com armas de ar comprimido. A modalidade é o Tiro de Espingarda Masculino e Feminino. Ao centro vemos a foto da Janice, que participou de Jogos Pan-Americanos e foi medalhista.
Essas fotografias nos mostram os equipamentos eletrônicos. Dá gosto de ver tudo isso funcionando 100% desde o Pan-Americano, quando ainda eram alugados. Hoje, depois das olimpíadas, estão funcionando 100%, com todos os resultados saindo on-line, com todos os tiros aparecendo on-line no telão.
Quanto às vagas, temos a possibilidade de, ainda, pelo ranking mundial, até o final do ano, conquistar uma ou duas vagas na Pistola Tiro Rápido ou, quem sabe, até na Pistola de Ar.
O planejamento será apresentado ao COB no final do ano, no fim de novembro. Nesse planejamento constam todas as competições nacionais e internacionais, os treinamentos dirigidos e a preparação técnica que os atletas deverão cumprir até os Jogos de Tóquio, caso venha a classificação. Contamos com apoio do Comitê Olímpico Brasileiro e da Lei Agnelo Piva, que é o mais importante recurso que temos, que é específico, inclusive, para as nossas modalidades.
Através da prática do esporte, dentre os entraves que temos, está principalmente a legislação. O Exército nos ajuda, por um lado, pois há uma legislação específica; de outro, ele é muito cruel em certas exigências que não têm nenhum tipo de justificativa.
Temos, ainda, a lei penal, que permite aos maiores de 18 anos comprar esses equipamentos. Mas a lei não abre mão disso em relação ao esporte, para essas modalidades olímpicas. E nós temos muita coisa a mostrar para eles. Eu tive a oportunidade de atirar do lado de um campeão mundial e olímpico, com 16 anos de idade, na Alemanha. Ele era da Bielorrússia e atirou ao meu lado. Ele tinha apenas 16 anos. Indaga-se: com que idade ele começou a atirar?
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A importação é outro entrave, inclusive para o arco e flecha. Imaginem trazer essas armas com 45% de IPI. E temos alíquotas nesse Estado de 40%, como vou mostrar aqui agora. Então, os impostos federais e estaduais são de máxima importância para que consigamos fazer com que tudo isso possa melhorar, para investirmos mais em nossos atiradores, para praticarem mais. Há atiradores que param o treinamento por falta de importação ou de autorização de verba para importação da munição. Temos alguns Estados com essa condição triste de 25% a 40% do ICMS. Chega-se a um valor percentual de 66% de diferença a mais do que em alguns Estados. Imaginem a Bahia, que tem 40% de ICMS, Rio de Janeiro, 39% de ICMS, Mato Grosso, 37%, além dos 45% de IPI em cima do próprio equipamento, armas e munições. É um percentual muito elevado.
Chamo a atenção para aqueles valores. Para os cartuchos, do mesmo jeito. Temos valores que começam com embalagem de 67 reais a caixinha com 25 cartuchos e outras com 52. São valores absurdos. No milheiro, chega a dar quase 700 reais e quase 35% de diferença. É um absurdo pegarmos uma caixa de cartucho a 67 reais, quando na Europa e nos Estados Unidos — a Janice pode confirmar isto aqui — a mesma caixa de cartuchos, com 25 cartuchos, custa de 3 a 6 dólares. E querem que o atleta participe e pratique essas modalidades.
Então, nós não queremos que baixem as alíquotas para todos os cartuchos e para todas as armas, mas que se atentem principalmente ao tiro esportivo olímpico. Essa modalidade pode trazer muita coisa para a gente.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Jodson, pela excelente apresentação. Você nos trouxe realmente um panorama do esporte desde o seu início até os tempos atuais. Lamento muito pelo não comparecimento ao evento promovido por vocês na Secretaria Nacional de Esportes.
Gostaria de dizer que o Projeto de Lei nº 879, de 2015, do Deputado João Derly, do Rio Grande do Sul, atual Secretário de Esporte e Lazer do Estado do Rio Grande do Sul, que faz menção à isenção em relação aos impostos cobrados para equipamentos esportivos usados por modalidades olímpicas em nosso País. O projeto foi aprovado nesta Comissão e encontra-se na Comissão de Finanças e Tributação. Depois da CFT, vai para a CCJC. Depois, vai a plenário. Depois, o projeto tem todo esse caminho no Senado novamente.
Este ano eu tive um projeto aprovado em 55 dias. Eu consegui um requerimento de urgência. Esse projeto está para ser sancionado pelo Bolsonaro hoje ou amanhã. Ele pulou algumas etapas, mas no Senado passou pelas Comissões. Isso aqui é uma boa notícia.
Janice, como é participar dos jogos olímpicos aos 54 anos, como estreante na modalidade? Eu li aqui o seu histórico. Eu achei muito bacana. Gaúcha, gosta de cachorro, gosta de animal, gosta de fazenda, já jogou handebol, fez remo. E, aos 54 anos, você participa dos jogos olímpicos, a mais experiente da delegação.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Parabéns! Parabéns!
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Muito bom.
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16:55
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(A oradora cumprimenta o Presidente.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Não, eu que agradeço sua presença.
A SRA. JANICE GIL TEIXEIRA - Não, de jeito nenhum. Obrigada por nos chamar e vou complementar as palavras da Emily por nos ouvir. Acho que esse é um começo muito forte. Nós estávamos precisando disso e há 50 anos eu espero isso, porque neste ano eu completei, em setembro, 50 anos da minha primeira medalha no esporte: salto em altura. Tem noção?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Sim.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Sim, sim!
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Bacana.
(Segue-se exibição de imagens.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Você pode voltar a imagem para que eu possa tirar uma foto?
Bom, o Wu também faz parte da comissão, e nós o chamamos de bebê da comissão.
Mas ele é o bebê mais neurótico e mais velho de todos. Ele tem 30 ou 31 anos, mas com mentalidade de 80 anos. Nós ficamos brigando com ele, dizendo: "Tu precisas te preparar". E ele diz: "Não, eu quero ficar, eu quero fazer..." Então, está bem.
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16:59
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Primeira resposta: não estamos em Tóquio, infelizmente. Conforme o nosso Vice-Presidente colocou, temos a chance de, no ano que vem, conquistar essa cota place, pelo ranking internacional, o que para nós — como atleta e comissão de atletas — não é um mérito, porque estamos muito longe dos resultados internacionais. Vamos, mais uma vez, fazer número, e não é a nossa proposta. É bom que vá um representante, mas tecnicamente, para nós, não é um orgulho. Acho que orgulho é o atleta conquistar sua vaga, levar isso por tecnicamente estar preparado. Mas infelizmente não é assim.
O nosso olhar, a nossa visão é, de fato, o planejamento técnico e estratégico. Nós atletas do tiro esportivo tivemos muitos anos de pouca luz, para não dizer de trevas total, e hoje as coisas tomaram outro rumo. Neste momento, acho que o mais importante é ter um planejamento técnico e estratégico de verdade. É muito fácil escrever no papel: "Eu vou fazer um planejamento técnico". Aí copia do computador e me apresenta. Mas isso não funciona assim. Para nós, o mais importante seria isto: planejamento técnico, para que possamos chegar fortes, competir de igual para igual nas competições como os Jogos Sul-Americanos, Pan-Americanos, Jogos Olímpicos. Sempre se vai com um aperto no coração. "Será que vão olhar a lista de baixo para cima?" Enfim, acho que esse não é o propósito.
Quando eu comecei a atirar, o Jodson já estava há tempos no tiro. Até pouco tempo atrás, ele tinha o cabelo bem preto. Depois que ele assumiu a confederação, parece-me que está nevando direto lá na Bahia. Já temos perturbado muito a confederação, não no sentido de brigar, porque de fato não é o propósito desta Comissão. Também não é no sentido de enfrentamento. "Agora nós temos voz e vamos enfrentar". Não funciona assim. Mas vamos brigar muito para que sejamos ouvidos, para que possamos mostrar a eles que um planejamento técnico para o atleta é fundamental, muito mais do que comer. Não adianta o atleta querer, o atleta se esforçar, se não houver de fato esse planejamento. Isso já é algo que estamos sentindo. O nosso desejo é esse.
Ouvi o Jodson comentar sobre a questão da dificuldade. Isso é muito importante para que todos aqui tenham o conhecimento do que é a modalidade de tiro esportivo. Eu coloquei aquela música na apresentação porque, de fato, nós somos muito campeões, senão o tiro esportivo nem existiria no Brasil.
Primeiro, porque enfrentamos uma dificuldade: o atleta do tiro esportivo se paga, em tudo. Ele paga o seu clube, ele paga a sua federação e paga a confederação. Já se parte daí. O que vemos em várias modalidades esportivas é que o atleta, pelo menos, é recompensado com esse apoio. Mas isso não existe no tiro. Pelo que já ouvi do próprio Jodson, isso começa a mudar, porque assim fica inviável.
Quanto à questão do equipamento esportivo para o tiro, eu vou contar um fato rapidamente. Se não for assim, não vou conseguir falar nem a metade do que eu preciso. Quando ganhei a vaga para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro aconteceu uma coisa hilária. Eu ganhei uma espingarda, calibre 12, da fábrica italiana. É uma espingarda que custa entre 8.500 a 9.000 euros. Imaginem! Eu fiquei uma semana sem dormir, porque o nosso sonho é ter uma arma desse porte. Mas eu tive que pagar para a Receita Federal 100% do valor. Não foi 40%, 50%, 60% ou 70%. Eu tive que pagar 100% do valor da espingarda quando eu cheguei ao aeroporto do Rio de Janeiro. Aí fiquei uma semana reclamando e resmungando. Eu disse: "Gente, eu estou nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Não é possível! Alguém pode fazer alguma coisa?" "Não, não pode". Está bem. Paguei.
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17:03
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Conto isso só para vocês terem uma ideia. Temos novos talentos aí, tantos jovens querendo entrar no tiro esportivo. De que maneira? Para uma competição, o pai tem que pagar para o atleta ir e para ele mesmo, para carregar a arma para o filho. Então, o gasto é duplo e fica realmente inviável. Acho que o hipismo consegue ser um pouco pior financeiramente, na questão do custo. Mas o tiro não é uma coisa tão simples e tão barata. Então, para nós, isso é algo que dói demais.
Acho que esta é uma oportunidade muito grande de pedir, por favor, que esta Casa tenha consciência e procure as pessoas responsáveis, no caso o Exército Brasileiro, que — embora tenha o seu mérito, enfim, na questão com os atletas —, fica noite e dia criando regras que nem entendemos o porquê. E ficamos à mercê disso. Um dia é um coronel que resolve colocar uma regra, outro dia é o general que resolveu não sei o quê. E ficamos com cara de "Eu preciso comprar uma arma. Como eu faço?" Eu tenho que solicitar ao Exército Brasileiro o meu certificado de importação. Está bem. Isso leva 6 meses, 1 ano, depende da boa vontade. Comigo não leva esse tempo, porque eu vou pessoalmente lá. Eu os enlouqueço e, então, sai em 2 ou 3 dias. Isso faz parte do feminino, mas, em geral, é assim que funciona.
Então, eu vou falar do passado da nossa confederação, que viveu dias em que não tinha absolutamente responsabilidade nenhuma em relação aos atletas e muito menos ao resultado esportivo. Era um encontro de amigos do rei, onde quem podia ir ia, quem não podia não ia. Enfim, graças a Deus, passamos dessa época. Isso foi mérito político da Presidência e Vice-Presidência da confederação atual, que fez muito bem. Mas agora chega. Agora precisamos trabalhar a parte técnica. Então, com todo o mérito do mundo à parte política — e acho que tem que ter, porque ela é importantíssima; afinal, se tem política em casa, tem que ter em qualquer lugar —, o esporte tem que ser visto de outro modo.
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17:07
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Eu não posso mais, como atleta, ir, como fui aos Jogos Pan-Americanos de Lima, sem técnico e com um treinamento em que a Confederação teve que fazer o máximo para me dar o mínimo de munição para eu poder fazer o treinamento, porque o poder público diz as palavras que nós atletas mais ouvimos: "Estamos no vermelho". Ai, que "bom"! "Todo mundo está convocado para a Copa do Mundo em tal lugar". Beleza! Quinze dias antes, dizem: "Ninguém vai mais, porque estamos no vermelho". Isso é triste. Eu chego a esta idade ainda atuando, e pretendo atuar ainda por muito tempo... Por mais que eles desejem que eu me aposente, eu vou muito longe. Infelizmente é impossível pretendermos fazer com que o tiro esportivo se desenvolva no País com esses problemas. Eu acho que, sim, é preciso prestar contas, é preciso mostrar. O.k. Parabéns! Eu também concordo. Eu acho que o Brasil tem que ser passado a limpo, sim, mas não tirando do atleta. Assim fica "bonito", fica "lindo". Passamos o ano todo de 2019, um ano fundamental para o tiro esportivo, quando todas as vagas olímpicas foram preenchidas, sem 1 centavo para poder fazer um trabalho, porque estávamos no vermelho, no azul, no amarelo, não sei, num arco-íris inteiro de questões que o atleta não entende.
Eu acho que é importante os atletas serem convocados, chamados, para vir aqui expor esses problemas. Normalmente a confederação, no seu papel de confederação, vem, mostra a situação com toda a boa vontade, mas a realidade do atleta é outra, não é essa, não.
Eu acho que não podemos mais apenas crucificar uma confederação. Sim, eles têm muitas coisas erradas, mas estão querendo mudar e trabalhar agora. De que maneira? Se todas as entidades, e eu falo de todas, sem exceção, estiverem sempre criando um problema e outro... De fato, ficamos sempre cara a cara com a Confederação. No nosso olhar, eu acho que não é mais assim. Eu acho que precisamos, de fato, ter essa mudança, mas com a ajuda de quem poderá realmente nos ajudar.
De nossa parte, da Comissão de Atletas... Só para que as comissões que estão aqui saibam, nós nos reunimos toda semana, toda quarta-feira, às 8 horas da noite, virtualmente, é óbvio, via Skype, porque eu não acredito em conversinha de WhatsApp de jeito nenhum. Isso é coisa de gente de idade. Eu gosto de olhar para a cara das pessoas. Nós nos reunimos toda quarta-feira, 8 horas da noite. É óbvio que, quando um de nós está competindo, está fora, não pode participar, mas os outros participam. Se eu não estou, a Vice-Presidente assume, justamente para discutirmos as necessidades, discutirmos o que os atletas estão querendo e para nos colocarmos de frente, com armadura e tudo, à Presidência da CBTE, para, pelo menos, podermos mostrar isso a eles.
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17:11
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - No plenário, Janice, podemos dar o discurso como lido durante 1 minuto; nas Breves Comunicações, temos 3 minutos; no Pequeno Expediente, temos 5 minutos; no Grande Expediente, 25 minutos. Para o Grande Expediente, você é sorteado uma vez por ano. Eu me inscrevi hoje para falar no Pequeno Expediente.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Vou falar sobre os narcoditadores da América do Sul e sobre o Foro de São Paulo. O discurso está bem escrito. Vou fazer uma comparação com a Igreja Católica, que apoiava a vinda de escravos para o Brasil e demorou 300 anos para pedir desculpas. Vou perguntar ao final: "Vai demorar 200 anos para pedir desculpas pelo que está fazendo agora novamente?" No entanto, isso é uma opinião política que fugiu ao assunto aqui. Mas há o tempo. Eu tenho que falar tudo isso em 5 minutos. Dá para falar.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Eu estou adorando.
A SRA. JANICE GIL TEIXEIRA - Eu queria fazer também um apelo. Este é um apelo não só dos atletas do tiro esportivo, ele tem também a visão de atletas de muitas modalidades. Não é possível que o Brasil não perceba que um atleta não ter plano de saúde é o fim do mundo. Eu tenho vergonha disso. Numa competição de alto rendimento, nós somos chamados a apresentar um "quilômetro" de exames e tudo mais, pagos com o nosso bolso. Isso é absurdo. Agora chegou o momento em que precisamos tomar vergonha na cara. Acho que é bem essa a frase. Precisamos ver onde e por onde... Eu não sei se é isso vem das Secretarias ou se vem do Governo Federal. Eu não sei. O Comitê Olímpico fazia isso na época, como patrocínio, mas isso simplesmente acabou. "Acabou. Está bom assim. Não há necessidade." É óbvio que eu não vou falar pelo tiro esportivo ou pelo próprio hipismo. Essas são modalidades em que os atletas em geral bancam economicamente muita coisa, mas estou falando aqui de atletas de modalidades que não têm médico. Eles se machucam e não têm como fazer uma fisioterapia porque não têm apoio. "Mas a confederação dá." Dá entre aspas. Pode dar e pode não dar. Se estiver no vermelho, não pode, não é, Jodson? E o atleta morre porque se está no vermelho. Aqui fica o apelo em relação a isso, não para o tiro esportivo, mas para todas as modalidades. Eu acho que isso é algo que tem que ser pensado.
Termino aqui. Quero agradecer a oportunidade de estar com outros presidentes também. Eu sou muito curiosa. Ficou ouvindo e, obviamente, me reforçando junto aos meus companheiros de comissões de atletas, para começarmos a desenhar uma outra cartilha. Mais uma vez, muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Valeu, Janice!
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Mas está certa, tem que ser assim mesmo.
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17:15
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Não, não, mas aí você pega fãs! Você sempre vai ficar de um lado. Aí é bom!
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Ah, eu também moro no Rio. O seu título de eleitor está lá?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - O seu título de eleitor é do Rio?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Não, mas o título de eleitor. Tem que saber o título de eleitor...
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Mas não mudou até hoje?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Mude! Em 2022, para me ajudar! Poxa, não se pode fazer isto aqui, sabia? Agora que eu lembrei...
(Risos.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Eu não falei nada! Vocês me ouviram falar? Não? Então, está.
Presidente, chegou uma mensagem aqui do Ricardo Brenck: "Boa Tarde. Os preparativos para a classificação para Paris 2024 deveriam começar em 2020, no ano que vem. Teremos novo presidente da Confederação de Tiro Esportivo em 2021. A CBTE vai esperar o novo presidente ser eleito para divulgar esse projeto de classificação ou já vai anunciá-lo de imediato?"
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Por favor.
O SR. JODSON GOMES EDINGTON JUNIOR - infelizmente, temos uma pergunta feita por um ex-diretor, que ficou mais de 8 anos dentro da confederação e hoje está fora. Teve nosso apoio inclusive para acompanhar o Felipe Wu, com apoio também do Comitê Olímpico Brasileiro, e faz uma pergunta dessa? Mesmo na época dele nunca houve um planejamento estratégico, que foi feito inclusive no ano passado. Ele já foi atleta e hoje está como dirigente, foi diretor técnico da confederação durante muito tempo.
E nós iniciamos um projeto — Janice é testemunha disso, está aqui para isso — e não estamos fazendo política nenhuma. Iniciamos isso com o apoio do Comitê Olímpico, o que está sendo discutido. A apresentação do planejamento estratégico seria no dia 19 — e algumas confederações já apresentaram —, para ser aprovada inclusive essa verba, e já foi também destinado o valor para o ano de 2020. E nós já temos todo um planejamento feito, que vai ser discutido e aprovado agora pelo Comitê Olímpico Brasileiro.
Nesse planejamento consta toda a preparação técnica: das viagens, das passagens, das hospedagens, de toda a preparação técnica em relação a equipamentos, à equipe, como vai ser selecionada. Já temos toda uma regulamentação, já temos um convênio com a academia italiana, inclusive para a modalidade de Janice. Há técnicos vindo para cá e tudo...
Então, estranha-me muito uma pergunta por parte dele, que não está fazendo parte. E nós contribuímos para que ele pudesse acompanhar Felipe Wu, com apoio do COB, mas também teremos que informar esse tipo de pergunta. Ele poderia contribuir muito mais, coisa que ele não fez na época dele; apenas viajou...
Agora, nós estamos, de fato, fazendo um trabalho árduo, mas estamos colocando em prática o que Janice colocou. Temos um planejamento e o estamos colocando em prática. Vamos dar continuidade a ele. Nós não estamos esperando chegar a 2021, quando acabará a nossa gestão. Nós estamos nos preparando agora para começar também um novo ciclo, para que o tiro esportivo não leve mais 96 anos para ganhar uma medalha em jogos olímpicos, como aconteceu agora.
Então, eu não estou largando a minha família e o meu trabalho gratuitamente, sem receber um tostão. E, como fui atleta, paguei durante muitos anos na minha vida, para vir para cá defender um esporte desse, defender esse espírito olímpico, porque eu fui inclusive injustiçado ao não participar dos Jogos Olímpicos de Atlanta. Eu sei exatamente o que é isso.
Então, parabenizo também toda a sua história em relação ao esporte, à natação. Tenho isso como uma mudança que faremos acontecer. Conto muito com a Janice, com a comissão, porque, como atleta e como dirigente de federação que fui, quero mudar isso, como o COB está mudando. Também queremos que o COB mude, como alguns presidentes inclusive estão lutando para que toda essa gestão mude. Fomos ao TCU defender há pouco tempo, em reuniões, essa transparência.
O GET, que está hoje no COB, é exatamente uma demonstração.
Hoje nós temos uma demonstração financeira para cada evento, para cada verba envolvida. Então, não estamos querendo verba do Governo para gastar de qualquer jeito. Estamos querendo investir de fato no esporte e queremos resultado do esporte.
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17:19
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Então, nós estamos trabalhando sério, vamos trabalhar sério, e pessoas como essa não contribuem de fato com o nosso esporte. Ele não vem perguntar para a confederação antes, sugerir alguma coisa. Vem trazer algum problema para a confederação para apenas criticar. Como Janice tem lutado e viu exatamente o que aconteceu há muitos anos, hoje há uma nova realidade. Nós não queremos política. Não sei nem quem vai ser o próximo presidente da confederação, porque há tantos atletas voltando de clubes e federações. Mas nós queremos que, de fato, o nosso esporte cresça e seja respeitado como instituição, tanto pelo Exército, quanto pela Polícia Federal, por todas as confederações, Comitê Olímpico, CBC, porque neste ano começamos um convênio com o CBC, pela primeira vez. Em todos esses anos, a Confederação nunca fez. Fui buscar isso com apoio de Durval, que manda um forte abraço para o Secretário Lindberg, como grande amigo.
É por isso que venho aqui, respeitosamente, agradecer à Comissão pela oportunidade de fazer esta apresentação, porque na Confederação Brasileiro de Tiro Esportivo nós estamos em outra era, com uma nova gestão, e não vamos ficar só nas palavras. Nós já estamos agindo. E, com certeza, isso vai mudar bastante.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Obrigado, Vice-Presidente Jodson. Obrigado, Janice, pela participação. Obrigado a todos vocês pela participação.
Eu gostaria de deixar registrado aqui que as próximas audiências irão ocorrer nos dias 12 e 26 de novembro.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Por favor, Enrique.
O SR. ENRIQUE MONTERO DIAS - Primeiro, eu saio quase feliz em pagar Imposto de Importação de 110%, depois da apresentação do tiro e das dificuldades, além das taxas obrigatórias, burocráticas das documentações acessórias. Ou seja, eu acho que isso quase atinge a totalidade das confederações, porque são materiais homologados, e normalmente não existem similares nacionais.
Do mesmo jeito que a Janice estava pedindo ajuda para alguns aspectos, seja na parte de isenção de importação, há um custo que nós temos — inclusive grande parte dos atletas não têm conhecimento disso, e até acho que conceitualmente está errado o nome —, que é o Imposto de Renda para transferências ao exterior para pagamento de inscrição, hospedagem e alimentação. Ou seja, eu envio 100 mil dólares para inscrição, mas na realidade eu tenho que pagar à instituição financeira, porque vai ter que haver recolhimento de DARFs, 133.333 reais. Ou seja, 33% a título de Imposto de Renda. Ou seja, eu estou pagando para o...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ENRIQUE MONTERO DIAS - Como Imposto de Renda, eu estou pagando para um prestador estrangeiro, para um serviço realizado no exterior. Ou seja, é uma bitributação. Então, são 33% a mais, que 100% das confederações pagam. E esse dinheiro deixa de ser aplicado no esporte. É uma taxa completamente equivocada. Se fosse alguma outra taxa, etc. Mas, como Imposto de Renda, é completamente equivocado.
Essa parte de ajuda às confederações, ou seja, isso vai para toda a modalidade; não vai para a confederação, e, sim, para os atletas e para a modalidade em si. O percentual de 33% é um percentual muito alto. Não sei se o senhor sabia disso. Ou seja, para uma inscrição com hospedagem e alimentação para qualquer modalidade esportiva, em vez de 1 mil dólares, tenho que mandar 1.333 dólares. Ou seja, é um valor muito alto.
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17:23
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O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Você me interrompeu aos 48 minutos do segundo tempo.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Sério? Por favor. Então, não está encerrada esta audiência pública.
A SRA. JANICE GIL TEIXEIRA - Eu quero fazer um pedido, agora. Não é mais para a Casa, é para todos. Por favor, falem bem dos atletas do tiro esportivo. Não confundam atiradores com atletas de tiro. Eu não atiro para matar ninguém. Eu atiro para quebrar todos os pratos que passarem voando por mim. Mas, gente, se cada um de vocês nos derem essa pequena ajuda, falando bem dos nossos atletas do tiro esportivo, que são atletas como outros, de quaisquer modalidades, isso já nos ajuda muito, porque estamos bem cansados de sermos chamados de atiradores, porque na página A do jornal sai: "O atirador tal matou fulano". E na página B sai: "O atirador tal está indo para uma competição". As pessoas realmente ficam meio...
O SR. PRESIDENTE (Luiz Lima. PSL - RJ) - Muito obrigado, pessoal.
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