1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 56 ª LEGISLATURA
108ª SESSÃO
(Sessão Não Deliberativa Solene)
Em 21 de Maio de 2019 (Terça-Feira)
às 9 horas
Horário (Texto com redação final)
09:12
RF
ABERTURA DA SESSÃO
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos.
LEITURA DA ATA
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Fica dispensada a leitura da ata da sessão anterior.
EXPEDIENTE
(Não há expediente a ser lido.)
HOMENAGEM
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Sessão Solene em Homenagem à Criação do Estado de Israel.
Esta sessão foi requerida por mim, Deputado Marcos Pereira, e pelo Deputado Roberto de Lucena, que já convido para compor a Mesa aqui ao meu lado.
Convido também para compor a Mesa o Deputado Aroldo Martins, do PRB do Paraná; o Deputado Silas Câmara, Presidente da Frente Parlamentar Evangélica; o Sr. Yossi Shelley, Embaixador de Israel no Brasil; a Sra. Ruth Goldberg, Diretora da Confederação Israelita do Brasil; e o Sr. Daniel Leon Bialski, Presidente da Hebraica. (Palmas.)
Convido todos para acompanhar, em posição de respeito, o Hino de Israel, interpretado pelo cantor Claudio Goldman.
(É entoado o Hino de Israel.)
09:16
RF
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Agradeço ao cantor Claudio Goldman por sua interpretação.
Ainda em posição de respeito, vamos ouvir o Hino Nacional.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.) (Palmas.)
09:20
RF
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Convido-os para assistirem ao vídeo institucional.
(Exibição de vídeo.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Passo agora à leitura do pronunciamento do Sr. Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Rodrigo Maia:
"Senhoras e senhores, muito obrigado pela presença de todos nesta sessão solene em homenagem à criação do Estado de Israel, que está completando 71 anos de existência.
Agradecemos, especialmente, aos requerentes da cerimônia, Deputado Marcos Pereira e Deputado Roberto de Lucena, pela iniciativa que fortalece a aproximação entre os países.
Temos relações cordiais históricas com Israel. O Brasil teve a honra de ter um nacional seu, o diplomata Oswaldo Aranha, presidindo a sessão da ONU que aprovou a criação do país. Logo em seguida, apressamo-nos em reconhecer a soberania do novo Estado. E desde então, significativos intercâmbios culturais, comerciais, agrícolas, tecnológicos, de defesa, de inteligência e de pessoas têm dado o tom amistoso dos diálogos Brasil-Israel.
09:24
RF
Quando, em 14 de maio de 1948, Israel proclamou sua independência, poucas pessoas podiam imaginar que, em um lapso de tempo tão curto, se tornaria um ícone do desenvolvimento econômico e industrial. Se considerarmos, ainda, o tamanho relativamente pequeno de seu território e a escassez de recursos naturais, o feito de ter se tornado uma potência ganha contornos ainda mais heroicos e faz a sua população ser merecedora de sinceras congratulações.
As sementes que os israelenses plantaram nesses 71 anos estão dando preciosos frutos. Senhoras e senhores, o futuro já chegou para Israel, e ele é próspero. Se a trajetória do país continuar na direção ascendente, a colheita será ainda mais exitosa, e é exatamente isso que desejamos nesse aniversário.
Desejamos também que a paz duradoura encontre seu caminho para esse pedaço sagrado de terra. Fazemos votos de que sejam selados os acordos necessários para o fim do terrorismo, ameaça que assombra hoje todas as nações do mundo, mas que, infelizmente, tem em Israel uma de suas vítimas preferenciais.
Parabéns ao Estado de Israel por tudo o que construiu nessas primeiras décadas de existência. Nossas congratulações dirigem-se especialmente aos firmes investimentos em educação, que levaram o país ao nível sólido de desenvolvimento em que hoje se encontra; à estabilidade democrática tão fácil de se perder quando a geopolítica se mantém conturbada; e à perseverança indelével de seu povo.
Parabéns, Israel! Felicidades a todos os israelenses!
Muito obrigado." (Palmas.)
Transfiro a Presidência agora ao Deputado Roberto de Lucena, para que eu possa fazer o meu pronunciamento.
(O Sr. Marcos Pereira, 1º Vice-Presidente, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Roberto de Lucena, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno.)
O SR. PRESIDENTE (Roberto de Lucena. PODE - SP) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Marcos Pereira, autor de um dos requerimentos que propuseram a presente sessão solene.
O SR. MARCOS PEREIRA (PRB - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Roberto de Lucena, Deputado Aroldo Martins, Deputado Silas Câmara, Sr. Yossi Shelley, Embaixador de Israel no Brasil; Sra. Ruth Goldberg, Diretora da Confederação Israelita do Brasil — CONIB; e também Sr. Daniel Bialski, Presidente da Hebraica, recebam os meus cumprimentos em nome de todos os que compõem a Mesa. Eu cumprimento os demais participantes desta sessão solene, os Deputados aqui presentes, Otoni de Paula, Marco Feliciano, vários Deputados. Vou pedir licença para não citar o nome de todos, até para não ficar em falta com alguns.
É uma honra participar como Parlamentar das sessões que homenageiam marcos históricos de nações amigas do povo brasileiro. Israel é um país relevante para mim, um porque é o berço da minha fé; outro porque é uma nação que não olha para as dificuldades, mas para o futuro.
Como Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil, estudei o sucesso das empresas israelenses, que estão na vanguarda da 4ª Revolução Industrial, a chamada Indústria 4.0.
09:28
RF
Fiquei muito surpreso ao saber que, mesmo ocupando um território menor do que o Estado de Sergipe, Israel representa um verdadeiro celeiro de tecnologia e inovação de ponta. O país é dono de um PIB superior a 400 bilhões de dólares.
Estima-se que, a cada ano, 1,4 mil startups nasçam por lá — isso significa 1 a cada 6 horas. A cidade de Tel Aviv é considerada o segundo principal hub de startups do mundo, e eu pude ver isso presencialmente, pessoalmente, quando lá estive como Ministro de Indústria e Comércio Exterior.
Com apenas pouco mais de 8,5 milhões de habitantes, Israel tem 350 centros de pesquisa e desenvolvimento de multinacionais. São investidos 4% do Produto Interno Bruto em pesquisa e desenvolvimento. Isso significa dizer que Israel sabe que fora da educação e do conhecimento não há desenvolvimento. É o dobro da média dos países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico — OCDE, considerados os mais ricos do mundo. Aliás, na minha visita como Ministro de Estado, pedi o apoio do Estado de Israel à minha contraparte, ao então Ministro de Indústria de Israel, para que Israel apoiasse a adesão do Brasil, a aceitação do Brasil, pela OCDE. Além disso, existem cerca de 150 fundos de venture capital em operação em Israel.
Esse país desponta como o país com maior Índice de Desenvolvimento Humano e também como o país com maior expectativa de vida, alcançando 83 anos. Em uma região conflituosa, alcançar 83 anos de expectativa de vida é um marco, só explicável pelo espírito democrático da nação de Israel.
Com todos esses resultados, celebrar o aniversário de criação do Estado de Israel é também um farol, de onde podemos iluminar a premissa fundamental para o desenvolvimento, que é a representação legislativa. Reconhecer esse farol democrático e o trâmite dos processos para o convencimento político é também lembrar da sabedoria de Oswaldo Aranha.
Ele organizou os debates na Assembleia Geral das Nações Unidas para que fosse reconhecido Israel como Estado pelos países soberanos. Se este Estado aqui homenageado foi formalizado a partir do resultado da boa política feita na Assembleia da ONU, Israel já nasceu democrático, e essa boa inspiração se desenvolveu.
Foram os acordos frutificados pelo convencimento político que levaram Israel, desde a inauguração, a ser um líder em pesquisa científica. Sabemos que a democracia se vivifica com o debate. Na ágora do Knesset — o Parlamento israelense —, a elite política logo compreendeu ser o desenvolvimento tecnológico a chave para o progresso e para o respeito internacional.
Alguns países podem não manter relações com Israel, mas não deixam de reconhecer a capacidade tecnológica dessa nação. Foi esse foco que permitiu surgir nos israelenses uma mentalidade de ousadia e de audácia para correr riscos. Isso os fez superar a geografia adversa. Foi a motivação para se superar que os levou a conquistar tantos registros de patentes.
09:32
RF
E aqui cabe o registro de uma estatística extraordinária: Israel tem uma empresa tecnológica para pouco mais de mil habitantes, um oásis transformado em planeta de inovação tecnológica, como a Waze e a Elbit Systems, duas empresas conhecidas por nós brasileiros: a primeira, pela orientação no trânsito congestionado das cidades brasileiras, especialmente da minha querida São Paulo; a segunda, ajudando a desenvolver novas técnicas para a defesa do espaço aéreo brasileiro.
Mirando nesses exemplos, relembro que, ainda no mês de abril, pronunciei-me sobre o trabalho desenvolvido, quando ainda era Ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil, para agilizar a concessão de patentes. Imaginem a minha vontade de desburocratizar as regras brasileiras, sabendo que, em número de habitantes, Israel é o quinto País que mais registra patentes.
Temos muito a fazer, mas ter Israel como nação amiga é um estímulo para todos nós, brasileiros. É em nações como a israelense que devemos nos espelhar. É também muito importante, nesta sessão solene, reconhecer que este ano marcará o maior estreitamento de amizade entre as nossas nações. Isso foi visto pela recepção que o Primeiro-Ministro Sr. Benjamin Netanyahu recebeu do povo brasileiro, quando pela primeira vez um Chefe de Governo israelense vem ao Brasil, como também pela forma como o nosso Presidente Jair Bolsonaro foi recebido no Estado de Israel.
Como Vice-Presidente da Câmara dos Deputados, eu aproveito esta solenidade para formalmente agradecer o espírito de solidariedade despendido pela nação judaica, que ajudou o Brasil no resgate das vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais.
Foram gestos que não serão esquecidos. Tenho certeza de que os símbolos da visita do Primeiro-Ministro e do Batalhão de Resgate das Forças de Segurança Israelense incentivarão nossos povos a verem com satisfação a aproximação de nossas empresas, para benefício comum de nossos povos.
Este é o símbolo desta sessão solene organizada pelo Parlamento brasileiro para homenagear a fundação de um Estado amigo, um Estado para uma nação milenar, que nasceu democrático, plural e inovador.
Parabéns ao Estado de Israel!
Parabéns à nação judaica! Deus abençoe Jerusalém! Oremos por Jerusalém. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Roberto de Lucena. PODE - SP) - Devolvo a Presidência desta presente sessão ao Deputado Marcos Pereira, Vice-Presidente da Câmara dos Deputados.
(O Sr. Roberto de Lucena, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Marcos Pereira, 1º Vice-Presidente.)
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Convido o Deputado Roberto de Lucena para fazer o seu pronunciamento.
09:36
RF
O SR. ROBERTO DE LUCENA (PODE - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, ilustre Deputado Marcos Pereira, Presidente desta sessão solene e Vice-Presidente da Câmara dos Deputados, na pessoa de quem cumprimento todas as Sras. Deputadas e Srs. Deputados; Sr. Embaixador Yossi Shelley, na pessoa de quem cumprimento os demais integrantes da Mesa e todas as autoridades presentes; ilustre Deputado Silas Câmara, Presidente da Frente Parlamentar Evangélica; Sra. Regina Lacerda; pastores batistas do Distrito Federal e autoridades eclesiásticas; senhoras e senhores.
Em 14 de maio de 1948 foi criado o Estado de Israel, acontecimento que homenageamos nesta sessão solene, quando reafirmamos os laços de amizade que unem o Brasil a Israel.
Os dois países sempre mantiveram relações positivas. Mesmo não havendo proximidade geográfica, estamos conectados por valores comuns. A história também nos une, desde a Assembleia Geral das Nações Unidas que aprovou, em 1947, a resolução que propiciou, Pastor Everaldo, a criação do Estado israelense. Naquela ocasião, foi o brasileiro Oswaldo Aranha quem presidiu a Assembleia, numa atuação ainda hoje lembrada por ambos os países.
Mais de 7 décadas atrás, o Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer o Estado de Israel — um Estado que é símbolo da resistência do povo judeu. Foi longo o exílio desse povo, que, no entanto, jamais esqueceu sua conexão com aquela terra. Afinal, foi ali que se desenrolou parte importante de sua história, foi ali que se formou uma identidade nacional, religiosa e cultural que sofreu ataques diversos em muitos momentos desse percurso, mas não deixou de resistir e ainda hoje resiste.
Há 71 anos os judeus puderam, enfim, regressar a seu lar, a sua terra prometida. De um deserto árido fizeram um florido jardim, com a força da fé, da determinação, do esforço e do conhecimento — única democracia consolidada no Oriente Médio.
São motivo de admiração suas tecnologias, como a de irrigação, a de dessalinização da água e a de criação de sementes resistentes à seca. Por meio dessas técnicas, os cidadãos israelenses desfrutam de vida digna, mesmo com recursos hídricos escassos. Essas são inovações que devem servir de exemplo para o Brasil.
Felizmente, os dois países contam com uma série de acordos de cooperação firmados, por meio dos quais podemos trocar conhecimento e aprender muito sobre a superação das barreiras que se colocam no caminho da dignidade, da justiça e da paz.
Esperamos que essa cooperação se torne ainda mais forte, na medida em que o Brasil inicia um novo momento de sua história. O Presidente Jair Bolsonaro compreende a relevância de Israel e tem impulsionado uma nova era na relação entre os dois países, uma era de relações ainda mais firmes.
09:40
RF
A presença do Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na posse presidencial, em 1º de janeiro, assim como a visita do Presidente Bolsonaro a Israel nos primeiros meses do seu Governo são mostras importantes da intenção recíproca de aprofundar a aproximação entre os dois países.
Mas estou convencido de que essa união vai muito além das formalidades e dos documentos firmados. No início do ano, quando todo o Brasil sofreu junto com as famílias de Brumadinho, os israelenses prontamente se dispuseram a ajudar. Em menos de 3 dias após a tragédia, já estava em solo brasileiro uma tropa de mais de 130 soldados israelenses, ofertando apoio técnico e profissional à operação de resgate das vítimas. Por isso, aproveitamos esta ocasião para agradecer aos engenheiros, médicos e técnicos que atuaram em Brumadinho, num inestimável serviço ao Brasil. Nossa gratidão se estende a todo o povo israelense por essa demonstração de solidariedade entre os dois países.
Ao celebrar, Sr. Presidente, os 71 anos de criação do Estado de Israel, e em nome da comunidade judaica de São Paulo, homenageamos um país e um povo que são exemplo de resistência e de fé, uma nação que superou incontáveis desafios e se tornou símbolo de desenvolvimento e progresso. Ao Estado de Israel e ao povo israelense, desejamos um futuro de prosperidade e de paz.
"Que boas são as tuas tendas, ó Jacó! Que boas são as tuas moradas, ó Israel! Como vales que se estendem, como jardins à beira dos rios, como árvores de sândalo que o Senhor plantou, como cedros junto às águas" (Números 24:5 e 6).
Israel vive! Que o Deus de Israel abençoe o Brasil!
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Convido o Deputado Aroldo Martins para fazer o seu pronunciamento.
Antes, registro a presença do Senador Izalci Lucas, Vice-Presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel. S.Exa. daqui a pouco terá que se ausentar, porque é Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado e terá que abrir a reunião daquela Comissão.
Registro também a presença do Pastor João Gonçalves, da Igreja Memorial Batista.
Aproveito para registrar uma mensagem do nosso colega Deputado João Campos:
"Sirvo-me desta para comunicar que estou impossibilitado de atender o convite a mim formulado para participar da sessão solene em homenagem à criação do Estado de Israel, por estar afastado para tratamento médico.
Atenciosamente,
João Campos
Deputado Federal".
Com a palavra o Deputado Aroldo Martins.
09:44
RF
O SR. AROLDO MARTINS (PRB - PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Marcos Pereira; Exmo. Sr. Senador Izalci Lucas, é prazer tê-lo aqui conosco; Sras. Deputadas e Srs. Deputados, quero saudá-los em nome do Deputado Roberto de Lucena e em nome do Deputado Silas Câmara, Presidente da Frente Parlamentar Evangélica; Sr. Embaixador de Israel, Yossi Shelley; senhoras e senhores, shalom.
Ocupar a tribuna da Câmara representando o meu partido nesta sessão solene em homenagem aos 71 anos da criação do novo Estado de Israel é um misto de emoção e satisfação.
Sim, senhoras e senhores, já se passaram 71 anos desde a criação do novo Estado de Israel. Digo "novo" porque Israel está longe de ser apenas os 71 anos de sua criação como Estado.
E hoje daqui desta tribuna eu vos pergunto:
Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos.
Regozijai-vos com Jerusalém, e alegrai-vos por ela, vós todos os que a amais; enchei-vos por ela de alegria, todos os que por ela pranteastes (...) para que vos deleiteis com a abundância da sua glória.
Porque assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória dos gentios como um ribeiro que transborda (...). Como alguém a quem consola sua mãe, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis consolados.
Essas palavras repousam vívidas na Bíblica Sagrada, no livro do profeta Isaías, capítulo 66, versículos de 8 a 13. Escritas há cerca de 700 anos antes de Cristo, observamos nelas o cumprimento da profecia de que Israel seria a nação a nascer em um só dia.
De fato, no dia 29 de novembro de 1947, na histórica Assembleia Geral das Nações Unidas, em sessão presidida por um ilustre brasileiro, o Dr. Oswaldo Aranha, votou-se o plano da ONU para a partição da Palestina, que culminou na recriação do Estado de Israel.
09:48
RF
No ano seguinte, em 1948, às 16 horas do dia 14 de maio, foi assinada a Declaração de Independência do Novo Estado de Israel. Eis aí a Nação nascida em um só dia sobre a qual nos falou o profeta Isaías.
Israel é como a fênix, a nação milagre, a que renasce após os agouros, a que se reergue de muitas guerras, a que se recria das cinzas.
Apolônio, o filósofo neopitagórico, nascido no ano 15 depois de Cristo, em Tiana, na Turquia, conta-nos que a fênix, enquanto era consumida pelo fogo em seu ninho, cantava canções de funeral para si.
Assim é Israel, nação exemplo de superação, cuja força impressionante encontra amparo na determinação e na coragem de seu povo e na fé inabalável que nutre por Deus. Eu e minha esposa tivemos a oportunidade de in loco experimentar tudo isso, quando vivemos em Israel, entre os anos de 2014 e 2015.
Que povo esperaria, com fé incessante, exatos 1.878 anos por sua independência? Israel esperou. Que povo suportaria o massacre holocáustico que dizimou mais de 6 milhões dos seus? A Nação de Israel suportou. Que povo se manteria unido em seus costumes, crenças, fé e tradições, após seguidas dispersões, e ao fim se transformaria em uma das mais poderosas nações da Terra? Israel assim o fez, senhoras e senhores.
Em meio a inúmeras e dolorosas guerras, Israel coleciona três Prêmios Nobel da Paz, e, mesmo sendo uma nação nova, nossa fênix do deserto já fez nascer seis Prêmios Nobel em Química, dois em Economia e um em Literatura.
Israel transformou-se em uma potência mundial e vem se destacando em setores como a indústria aeroespacial, que, ao longo dos anos, desenvolveu e construiu satélites, aviões, tecnologia de ponta para caças, radares avançados e vários outros produtos.
Mesmo localizado em território com 85% de terras desérticas e com escassos recursos naturais, Israel desenvolveu intensamente sua agricultura e indústria, exportando tecnologia nessas áreas, inclusive para o Brasil. A indústria de software israelense tornou-se referência internacional, com inúmeras empresas listadas na NASDAQ, a bolsa de valores de tecnologia norte-americana.
Também na medicina, Israel tornou-se uma potência mundial, sempre à frente de pesquisas que são verdadeiras fontes de inspiração para os grandes cérebros do mundo. Só para dizer um pouco, Israel é hoje referência na área de fertilidade e ostenta o recorde mundial em tratamentos de fertilização in vitro. Em outra notícia, descobrimos que dois dos três remédios contra a esclerose múltipla foram descobertos em Israel, no Instituto Weizmann.
09:52
RF
Todo esse destaque demonstra o inequívoco cuidado divino para com o povo que, segundo a Bíblia, é escolhido de Deus.
Quero enaltecer aqui a majestosa nação de Israel: ela foi única no mundo a ter vivido, por tanto tempo, sem uma terra para chamar de sua. Mas, mesmo assim, tem conseguido manter a identidade nacional ao longo de séculos.
É assombroso — e motivo de grande júbilo — reconhecer a força hercúlea de um povo que foi capaz de se reagrupar tão majestosamente!
Impelido por fé e convicção inabaláveis, voltou à terra de seus pais, limpou sua ferida e fez reviver ali a sua língua e a sua herança.
Parabéns, Israel, por seus anos de merecida independência!
Que o Brasil possa seguir o exemplo que tem feito a nação de Israel um expoente mundial, usando como afirmação: Shema Israel. Adonai Eloheinu. Adonai echad!
Ouça, oh Israel! Só o Senhor é Deus.
Para encerrar, lembro-me aqui das palavras do Presidente da República, em sua última viagem a Israel, quando disse: "Ani ohev et Israel". Mas eu prefiro dizer: Anarnu oravim Israel — nós amamos Israel.
Shalom!
Muito obrigado! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Convido o Deputado Silas Câmara, Presidente da Frente Parlamentar Evangélica, para fazer o seu pronunciamento.
Registro na composição da Mesa o Senador Arolde de Oliveira.
Registro também a presença de Alfredo Menezes, Superintendente da Zona Franca de Manaus.
O SR. SILAS CÂMARA (PRB - AM. Sem revisão do orador.) - Queridos irmãos, irmãs, amigos, amigas, Deputadas e Deputados Federais aqui presentes, Senadores e Senadoras, povo brasileiro que nos acompanha através das mídias e dos meios de comunicação desta Casa, minhas saudações.
Registro a presença da minha esposa e ex-Deputada Federal, Antônia Lúcia, e da minha filha Milena, representando assim a minha família. Fiz questão absoluta de que elas estivessem comigo neste momento tão prazeroso, tão importante.
Saúdo o Presidente da sessão, o Deputado Marcos Pereira; o autor do requerimento para a realização desta sessão solene, o Deputado Roberto de Lucena; o Deputado Aroldo Martins; o nosso Embaixador Yossi Shelley; a Sra. Ruth Goldberg, Diretora da Federação Israelita do Brasil; e o Sr. Daniel Leon, Presidente da Hebraica.
09:56
RF
Eu estava ali sentado observando tudo o que foi dito. Não escrevi nada, não é um discurso pronto. Mas me chamou muito a atenção o fato de todas as pessoas que aqui utilizaram esta tribuna falarem do pequeno território que hoje Israel possui, do pequeno povo de mais ou menos 8 milhões e meio de habitantes e da quantidade, Deputado Aroldo, Deputado Alan Rick, de conquistas e de possibilidades criadas pelo povo de Israel, que chama a atenção do mundo.
A minha mente é a de um cristão de 56 anos de idade. Sou a quinta geração, Deputado Pr. Marco Feliciano, de pastores da minha família — meu bisavó já era pastor, meu avó já era pastor, meu pai era pastor. E uma coisa muito interessante, que na minha família acontecia, e agora eu vejo acontecendo aqui, é que todos eles tinham uma preocupação de nos ensinar o caminho que devíamos seguir para manter a esperança acesa e a certeza de que Jesus vai voltar e de que brevemente nós vamos morar com Ele na glória.
Durante esse meu período de formação cristã, as histórias bíblicas eram muito comuns, como as de que Israel era pequeno, o exército era pequeno, os homens eram gigantes, as outras nações eram grandes, que Israel, apesar de pequena, movimentava-se e conquistava aquilo que devia ser conquistado porque Deus estava com Israel.
Hoje, 71 anos celebrados da criação do Estado de Israel, não mudou muita coisa, ao contrário, só mudou a forma. Todos que se pronunciaram aqui destacaram a tecnologia, a pesquisa, a capacidade de se reinventar, a economia forte, a alimentação que produz um território pequeno e árido, praticamente área de deserto. E tudo que foi dito aqui chama a atenção do mundo para o fato de que Israel é uma nação pequena, de um povo pequeno, mas que Deus, o Deus de Israel, jamais abandonou o povo de Israel. Tanto que neste período de 71 anos, se nós pudéssemos dar um testemunho, o testemunho seria este: Israel continua sendo uma nação pequena, de um território pequeno, mas Deus visita o seu povo de uma forma tão tremenda que eles se reinventam. A tecnologia, as atenções, tudo se volta para a pequena terra e nação de Israel.
Portanto, em nome da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional e também como alguém que ama Israel, eu quero deixar o meu abraço a todo o povo de Israel, representado aqui pelo seu Embaixador, e dizer que nós amamos Israel.
Que Deus abençoe Israel e Jerusalém! Que Israel possa ser visto exatamente como sempre foi em todo o seu tempo, em toda a sua história, desde o início do mundo. Israel pode ser um território pequeno, de um povo, às vezes, menor até do que muitos povos, mas é um povo revigorado e potencializado por ter sido escolhido por Deus como um povo especial.
Quem ama Israel, ama Deus! Portanto, nós amamos Israel, amamos Deus!
Parabéns pelos 71 anos, Israel!
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Muito obrigado, Deputado Silas Câmara.
Convido para fazer o seu pronunciamento o Embaixador de Israel no Brasil, Sr. Yossi Shelley.
10:00
RF
O SR. YOSSI SHELLEY - Bom dia a todos. Primeiramente, quero cumprimentar o Vice-Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Marcos Pereira; o Deputado Roberto de Lucena; o Deputado Aroldo Martins, que está aqui — ele tem um nome judeu, Yossef; Yossef é da Bíblia; o Deputado Silas Câmara; a Sra. Ruth Goldberg; o Sr. Daniel Leon; a minha equipe que está aqui; o Deputado Júlio Cesar; a Deputada Carla Zambelli; o Deputado Carlos Gomes; os meus amigos Senadores Arolde de Oliveira, que está aqui, e Izalci.
Cumprimento alguns Deputados que indiquei, desculpem se algum deles eu não vi: Filipe Barros, Alan Rick e também o Deputado Hélio Bolsonaro — é como ele se chama, eu acho. Enfim, cumprimento todos os que estão aqui, os pastores das várias igrejas.
Estou muito emocionado nesta celebração da data nacional de 70 anos, e tenho duas razões. Na verdade, eu tenho um discurso bem escrito, mas vou usar as minhas palavras, porque muitas coisas que eu ia falar já foram ditas e eu não quero repeti-las.
Nossa história, como se sabe, foi muito difícil. O povo judeu foi perseguido. Até na Bíblia, se você tiver o cuidado de ler a história do povo judeu, como falou nosso querido pastor, os judeus sempre foram perseguidos — sempre, sempre.
Vocês sabem que todas as potências, como a Babilônia, todas quebraram, e os judeus ficaram. Sabem por quê? Por uma razão: porque Deus cuida de Israel. Se há pessoas que não acreditam nisso, olhem a história.
Às vezes, as pessoas me perguntam: "Yossi — deixem esse título de Embaixador —, é verdade que Deus ajuda Israel? Como termos prova disso?" Não precisamos de prova. Olhem o que está acontecendo, olhem a força de Israel, olhem a tecnologia. Nós estamos ajudando não só Israel, mas também o mundo. Está escrito na Bíblia que o povo judeu deve ser a luz de todas as nações. Isso foi escrito na Bíblia há 2 mil anos, 3 mil anos, eu não sei exatamente. Por isso, israelenses, judeus, ao redor do mundo, não somente em Israel, gostam e querem ajudar todos: na área de medicina, na área de tecnologia, de satélites. Quando você dirigir o carro amanhã, pode usar o Waze — o Waze é israelense — de graça. Baruch HaShem!
10:04
RF
É uma grande honra participar aqui hoje desta sessão com os senhores. Nós podemos lembrar de todos os 71 anos que nós passamos, mas acho que este ano é muito especial para nós que estamos aqui no Brasil. As relações estão muito estreitas. Tivemos relações com o Brasil sempre, desde a criação do Estado de Israel, quando o Chanceler Oswaldo Aranha bateu o martelo. Tudo ficou bom.
Algumas vezes houve atrasos, um tempinho de atraso. Mas agora a relação entre Israel e Brasil está mais forte que nunca: o Primeiro-Ministro veio para a posse do Presidente; o Presidente e uma equipe de Senadores e Ministros visitaram Israel; a troca de tecnologia. E nós fizemos lá um congresso de economia com a APEX, uma instituição de exportação. Essas coisas nunca houve.
Agora estes países são mais que aliados, têm acordos. Israel tem o Brasil como irmão do povo judeu. Quando houve o desastre em Brumadinho, em que pessoas morreram, após uma ligação entre os dois líderes — o Presidente Jair Bolsonaro e o Primeiro-Ministro "Bibi" Netanyahu —, uma ligação às 7 horas, depois, pela manhã, chegou aqui uma equipe.
Essas coisas são feitas por carinho. Faz-se isso por irmãos. Nós fazemos com grande prazer, nós ganhamos muito com isso. Nós queremos agradecer às autoridades da época, ao Governador de Minas Gerais.
E agora, quando o Brasil precisa de um pouco de ajuda nas organizações internacionais, por exemplo, na OCDE — Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, da qual ele quer participar, Israel vai levar a bandeira, vai ajudar e fazer tudo para que o Brasil seja um membro da OCDE. Isso não é fácil. O senhores sabem que há esta balança entre Estados, países; há alianças; há países que são a favor e há países contrários.
Vou dizer algumas palavras sobre a nossa situação no Oriente Médio. Não vamos deixar isso. Israel sempre está buscando a paz. Nós queremos fazer a paz com os vizinhos. Não gostamos que haja um em situação de guerra — não, se eles estão normais; se eles não são normais, é outra coisa. Por isso, fizemos acordos de paz com o Egito, com a Jordânia. Quando há pessoas, líderes que podem levantar a bandeira da paz, temos um acordo de paz.
Nós ainda buscamos estabelecer a paz com os nossos vizinhos palestinos. Infelizmente, não temos um parceiro para fazer esta mudança. Como dizem, no salão de danças, para dançar tango é preciso dois parceiros. Esperamos que o Brasil também nos ajude nessas parcerias. Esperamos que essas coisas sejam resolvidas já, para que os judeus, o povo inteiro, o Brasil, sejam focados mais só para a tecnologia, para a saúde, pois o povo está precisando disso.
10:08
RF
Quero agradecer a todos. Quero agradecer por esta participação. E quero deixar uma dica. No ano passado, estive na sessão solene de 70 anos. Não vou falar de quando estive aqui, não é isso. Mas este é um momento new age entre Brasil e Israel. Agradeço muito. Desejo que Deus os abençoe, abençoe as suas famílias, abençoe o Brasil e abençoe Israel.
Todah-rabah! Shalom! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Muito obrigado, Embaixador Yossi.
Convido a Sra. Ruth Goldberg, Diretora da Confederação Israelita do Brasil, para fazer o pronunciamento.
Registro aqui a presença, compondo a Mesa, do Deputado Abílio Santana, Vice-Presidente da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional, pois o Presidente teve que ir para a Comissão.
A SRA. RUTH GOLDBERG - Bom dia a todos.
Primeiramente, cumprimento o Sr. Presidente Marcos Pereira e o Sr. Presidente Roberto de Lucena. Na pessoa de S.Exas., eu saúdo as demais autoridades e lideranças políticas presentes a esta sessão.
Cumprimento o Sr. Embaixador de Israel, Yossi Shelley, o Sr. Daniel Bialski, a Sra. Tamara Socolik, Presidente da Associação Cultural Israelita de Brasília, os demais presentes à plenária e os representantes da sociedade civil.
Senhoras e senhores, estamos muito honrados com esta solenidade, que acontece pelo quinto ano consecutivo, por iniciativa do Deputado Federal e amigo Marcos Pereira. Hoje celebramos os 71 anos da existência do Estado de Israel e queremos destacar a boa relação existente entre esses dois países. Jamais esqueceremos o papel determinante na Assembleia Geral da ONU, presidida pelo Embaixador Oswaldo Aranha, por ocasião da aprovação do Plano de Partilha da Palestina, em 1947, que criou as bases fundantes do Estado de Israel. Nós brasileiros temos orgulho desse momento histórico. Oswaldo Aranha entrou de forma permanente para a memória do Estado de Israel e do povo judeu.
Ao longo desses 71 anos de existência do Estado de Israel, não foram poucos os desafios vividos por esse país. A população, que, em 1947, era composta por algo em torno de 800 mil pessoas, hoje é constituída por 9 milhões de habitantes. A terra, que era árida, transformou-se em fértil e produtiva. Muitos desafios continuam existindo, sendo o maior deles a relação com alguns de seus vizinhos.
10:12
RF
Como foram citadas aqui, foram também inúmeras as contribuições para o mundo e especialmente para o Brasil nos campos da saúde, da ciência, da educação, da tecnologia, da cultura, entre tantos outros. Como já declarou Bill Gates, fundador da Microsoft, as áreas tecnológicas de desenvolvimento israelense, como a de análise e segurança, estão melhorando o mundo.
Apesar de suas contradições e dificuldades, Israel consolidou-se como uma nação plural e democrática, um país moderno e inventivo. Todos os cidadãos israelenses, sem exceção, sejam eles judeus, árabes, drusos, sejam participantes de outras minorias, têm os mesmos direitos e os mesmos deveres.
Israel é uma democracia parlamentar consolidada, governada por um Gabinete e chefiada por um Primeiro-Ministro, com um sistema político pluripartidário. O sistema jurídico local baseia-se, em grandes linhas, no modelo britânico. Não há Constituição em Israel, mas existem as leis básicas, que cumprem esse papel.
A criação do Estado de Israel, meus senhores e minhas senhoras, foi um direito obtido de modo legal, de modo legítimo, e apoiado pelas mais expressivas lideranças políticas e nações. Israel, vamos lembrar, nasceu após um período trágico para o povo judeu, que foi a Shoá, o holocausto. Antes da Segunda Guerra, éramos 18 milhões de judeus no mundo. Até hoje, não recuperamos esse número. O holocausto dizimou um terço da população judaica mundial.
Parafraseando o jornalista brasileiro Zevi Ghivelder, querendo os historiadores, querendo os acadêmicos, querendo os cientistas políticos, os jornalistas, os analistas, os intelectuais, os antissemitas ou os antissionistas, querendo ou não, o ressurgimento de um Estado judeu em sua terra de origem foi um dos mais extraordinários acontecimentos históricos de todos os tempos. Mesmo tendo vivido, nesses 2 mil anos, de um exílio para outro, muitas vezes por consequência da intolerância e do preconceito, jamais o povo judeu esqueceu os tempos em que habitou a Terra Santa e lá se desenvolveu como civilização.
Senhoras e senhores, o Yom Haatzmaut, Dia da Independência de Israel, marca um momento histórico na trajetória da nossa civilização. Israel veio para ficar, veio para cumprir com a sua missão de acolher o seu povo e levar melhorias para o mundo em diferentes campos do conhecimento, e tem o direito legítimo de viver de forma soberana, em paz com todos os seus vizinhos. É claro que há muitos desafios pela frente. Nós da CONIB — Confederação Israelita do Brasil, órgão da representação política da comunidade judaica brasileira, temos desenvolvido significativos esforços para aproximar os dois países, Brasil e Israel. Já levamos a Israel, para conhecerem de perto a realidade daquele país, vários Parlamentares, jornalistas, Ministros, educadores, alguns dos quais presentes a esta solenidade.
10:16
RF
Para finalizar, eu gostaria de dizer que o nosso desejo é que possamos manter e incrementar as relações bilaterais e históricas entre os dois países, para que juntos possamos desfrutar de avanços e de um mundo melhor.
Que atos solenes como este sejam sempre motivo de orgulho para todos nós!
Shalom a todos os presentes! Todah-rabah! Muito obrigada!
O SR. PRESIDENTE (Roberto de Lucena. PODE - SP) - Cumprimento a Sra. Ruth Goldberg, Diretora da Confederação Israelita do Brasil, pela sua manifestação,
Convido a assumir a tribuna o Sr. Daniel Leon Bialski, Presidente da Hebraica.
Tem a palavra o Sr. Daniel Leon Bialski.
O SR. DANIEL LEON BIALSKI - Bom dia a todos!
Antes de mais nada, eu queria cumprimentar o Presidente desta sessão, o Deputado Marcos Pereira, Primeiro Vice-Presidente da Câmara dos Deputados, e agradecer-lhe o convite. Conjuntamente, eu queria cumprimentar o Deputado Roberto de Lucena, ambos patronos desta sessão, que homenageia o aniversário da independência de Israel.
Eu queria cumprimentar também os demais componentes da Mesa, o Deputado Aroldo Martins, o Deputado Silas Câmara, o Embaixador de Israel, Yossi Shelley, a Sra. Ruth Goldberg, minha amiga, que hoje representa o Presidente da CONIB, e o Dr. Fernando Lottenberg.
Quero cumprimentar um amigo que está presente, Fábio Wajngarten, Secretário de Comunicação do Presidente Bolsonaro. Em sua pessoa, cumprimento o Governo Federal.
Cumprimento os demais presentes na pessoa da Deputada Carla Zambelli e do meu amigo Deputado Cezinha de Madureira, que compõe a Mesa.
Srs. Deputados, senhores presentes, eu falo em nome do Clube Associação Brasileira Hebraica. Eu acho que os senhores não sabem, mas no Brasil o Clube Hebraica representa a coletividade judaica, e o Brasil possui o maior clube judaico do mundo. A Hebraica é, em extensão territorial e em número de sócios, o maior clube judaico do mundo. (Palmas.)
10:20
RF
Isso se deve muito a estes laços inegáveis, conforme disseram e repetiram os oradores que me antecederam, que mostraram que existe realmente um laço muito forte entre a coletividade judaica, entre Israel e o povo brasileiro, povo que é abençoado, que acolheu os imigrantes judaicos, os imigrantes que fugiram na época da perseguição da Segunda Guerra. A nossa comunidade de Israel faz parte também da comunidade brasileira.
E é com muita alegria, Srs. Deputados e Sr. Presidente, que, fazendo parte dessa comunidade, muito me alegra essa aproximação que vem acontecendo entre o Brasil e Israel, e Congressistas desta Casa. Muitos visitaram Israel por diversas vezes e puderam ali vivenciar um pouquinho do que realmente Israel vive, do que Israel se defende, do que luta e para que Israel tanto se desenvolve.
Já encerrando a minha fala, Sr. Presidente, eu gostaria de mencionar que no último domingo houve a celebração de uma festividade judaica que se chama Pessach Sheni. Pessach é a Páscoa judaica. Pessach Sheni, então, seria a Segunda Páscoa. A Segunda Páscoa judaica é momento em que aquele que não conseguiu fazer as suas preces e os seus desejos pode fazê-los, porque a grande lição que essa festividade traz ao povo judaico é que a esperança nunca deve ser abandonada. A esperança nunca deve ser perdida.
É justamente com este sentimento de esperança de que tudo é possível e de que a paz tem que ser buscada é que agradeço imensamente esta solenidade, esta amizade, este amor, esta cooperação que hoje estou vivenciando aqui entre os Deputados, entre todos os presentes, com o Estado de Israel, que é a minha pátria mãe, conjuntamente com o Brasil.
Finalizo mencionando uma frase hebraica que diz que Israel vive: Am Israel chai!
Obrigado a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Convido para fazer o seu pronunciamento o Deputado Pr. Marco Feliciano.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PODE - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, comunidade judaica aqui presente, amigos de Israel, aqueles que temem ao Deus de Israel, bom dia a todos! Shalom!
Eu pedi à minha assessoria, através do partido Podemos, que fizesse um pequeno discurso, e o discurso está feito, Deputado Roberto de Lucena. Todavia, eu vou espelhar-me em nosso Embaixador e falar com o coração aberto.
Aliás, inicio a minha fala, Sr. Embaixador Yossi, dizendo que sinto certo ciúmes e inveja de V.Exa., porque nas suas veias corre o sangue de profetas, o sangue de líderes, o sangue de homens e mulheres que modificaram a história do mundo, como nós conhecemos hoje.
10:24
RF
Eu estava fazendo um estudo há poucos dias e descobri que, até o ano de 2011, 850 pessoas do mundo foram contempladas com o Prêmio Nobel da Paz. Dessas 850 pessoas — pasmem, senhoras e senhores! —, 180 eram judeus, 180 eram filhos de Abraão, homens e mulheres que modificaram a história do mundo moderno, como nós conhecemos hoje.
E só não sinto mais inveja de V.Exa. porque nas minhas veias também corre o sangue de um outro judeu, chamado Jesus de Nazaré, a quem eu dou toda a honra e toda a glória aqui nesta manhã. (Palmas.)
Eu digo a toda a comunidade judaica e a todo o Parlamento que o nosso Presidente da República, Jair Bolsonaro, já se manifestou favoravelmente ao reconhecimento de Jerusalém como Capital de Israel. E o Chanceler Ernesto Araújo, por sua vez, foi o único Ministro de Relações Exteriores de toda a América Latina que participou da conferência sobre a paz e a segurança do Oriente Médio, realizada em fevereiro, em Varsóvia, Capital da Polônia. A atuação dessas autoridades demonstra inequivocamente que o atual Governo está comprometido com as reivindicações da comunidade judaica.
Por fim, a homenagem à criação do Estado de Israel é, sobretudo, o reconhecimento da relevância de Israel para o Brasil. Israel é a Terra Santa, de onde a palavra de Deus ecoou para o restante do mundo. E essa palavra de Deus, senhoras e senhores, modificou o coração deste menino que ora está falando, um menino de 46 anos que, quando tinha 12 anos de idade, conheceu a Bíblia. Ao conhecer a Bíblia, eu conheci o povo da Bíblia. Ao conhecer o povo da Bíblia, no Velho Testamento, Deputado Gilberto Nascimento, eu me apaixonei por eles.
O que seria da nossa cultura de fé neste mundo, se nós não conhecêssemos a história da queda de Jericó? O que seria do nosso conhecimento como cristãos, Pastor Abílio Santana, se nós não conhecêssemos a história de Davi e Golias? Ou seja, a cultura judaica está impregnada na nossa alma.
Eu fico extremamente feliz em saber que Israel tem se aproximado do Brasil, e o Brasil se aproximado de Israel. Fico sinceramente estupefato dentro deste Parlamento quando encontro Parlamentares brasileiros que tripudiam em cima da nação judaica. Só pode haver um motivo: ciúmes e inveja, inveja de uma nação que, com 71 anos de idade, simplesmente mostrou ao mundo o que é ser nação, uma nação que deu ao mundo mais de 200 inventos. Repito, foram mais de 200 inventos! Anotei alguns, porque muitas pessoas não sabem que foram dos judeus: aspirina, jeans da Levi's, sabão, cotonetes, aparelho de barbear, cinema com som, disco de vinil, tevê a cores, penicilina, controle remoto, pílula anticoncepcional, Internet, video game, Waze, cirurgia de catarata, cateterismo cardíaco, computador pessoal ou PC, vacina contra a hepatite B, cirurgia a laser para olhos, câmeras de telefone, pendrive, Google, tratamento para esclerose múltipla, que já foi aqui citado, câmera de vídeo dentro de uma cápsula, Facebook, drones, e até mesmo aquele tomatinho cereja que nós comemos quase todos os dias no Parlamento. Ou seja, Israel vive, e vivem também aqueles que amam Israel. (Palmas.)
Deixo aqui os meus parabéns à comunidade judaica!
Digo aos senhores, de coração aberto, que espero que o nosso Presidente da República cumpra o mais rápido possível a sua promessa de campanha de transferir a Embaixada para onde Israel quer. Israel é uma nação soberana e, como nação soberana, deve ser respeitada. Que o mundo todo reconheça que Israel vive!
Eu termino dizendo uma palavra que aprendi há poucos dias: Am Israel chai! Israel vive!
Muito obrigado a todos. (Palmas.)
10:28
RF
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Convido a Deputada Geovania de Sá para fazer uso da palavra, pelo PSDB.
A SRA. GEOVANIA DE SÁ (PSDB - SC. Sem revisão da oradora.) - Meu bom dia a todas e a todos os que se encontram nesta sessão solene.
Quero cumprimentar o 1º Vice-Presidente da Câmara e proponente desta sessão solene, o Deputado Marcos Pereira, meu colega, e o Deputado Roberto de Lucena, também proponente desta sessão. Parabenizo-os por proporem algo de tamanha importância para os judeus, para Israel, para o povo brasileiro!
Cumprimento também o Deputado Aroldo Martins, o Deputado Silas Câmara, que é o Presidente da Frente Parlamentar Evangélica, e o Sr. Yossi Shelley, Embaixador de Israel no Brasil, a quem digo que é um privilégio encontrar novamente.
Em todas as sessões solenes, aqui estou para dizer o quanto me sinto privilegiada por, hoje, fazer parte da Fundação Aliança de Israel, nos Estados Unidos. Todos os anos, vamos até Jerusalém, onde debatemos e buscamos entender toda a questão econômica e social e a relação entre Brasil e Israel. Hoje, eu subo a esta tribuna para falar a respeito dessa relação e da importância que tem para a Nação brasileira, representando, Deputado Abílio Santana, meu colega, o PSDB, aqui na Câmara, como componente dessa bancada. Eu falo em nome de todos os Deputados e Deputadas dessa bancada.
Mais de uma vez, ao longo da história, o povo judeu foi expulso de sua terra natal. O exílio forçado é uma marca tão forte de sua história que a própria palavra “diáspora”, ou seja, dispersão de uma população por outras nações, deriva do hebraico. Embora espalhados pelo mundo, os judeus conseguiram a extraordinária proeza de preservar sua identidade cultural, sua língua e seus rituais sagrados, sempre acreditando que um dia poderiam voltar a se reunir em um mesmo território.
Após a Segunda Guerra, quando o mundo ainda estava sob o impacto do terrível massacre de ao menos 6 milhões de judeus no holocausto, a demanda de lideranças políticas e religiosas judias por um território nacional ganhou força. E a promessa bíblica de retorno à terra prometida finalmente se concretizou em 1947, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou o plano de partilha da Palestina, propiciando a criação do Estado israelense, no dia 14 de maio de 1948.
O Brasil participou de forma muito relevante dessa decisão, pois foi um brasileiro, Oswaldo Aranha, que presidiu a sessão na qual a partilha da Palestina foi aprovada. Coube a ele, nessa condição, desempatar o placar em favor dos judeus, e, por essa razão, sua memória é até hoje reverenciada com muita gratidão em Israel.
Mas não são só laços históricos nos unem a Israel, hoje considerada a oitava potência do mundo em razão do seu poderio militar e econômico e de sua importância geopolítica. A comunidade judaica no nosso País é estimada em mais de 100 mil pessoas — a décima maior do mundo.
Brasil e Israel compartilham uma longa história de trocas nas áreas técnica, científica e tecnológica. É uma parceria muito valiosa para nós, pois a nação judaica é o terceiro país mais científico e tecnologicamente avançado do mundo, segundo o índice NASDAQ, que mede o valor das empresas de alta tecnologia.
10:32
RF
Não é por outra razão que eles conseguiram se tornar praticamente autossuficientes na produção de alimentos, mesmo tendo mais de 40% do território desértico e aguda escassez hídrica. A produtividade de sua agricultura é admirável: ela cresceu 26%, entre 1999 e 2009, com a utilização de 12% a menos de água, a despeito do uso intensivo e indispensável da irrigação.
Israel tornou-se paradigma mundial no uso econômico de água na agricultura, o que torna a sua expertise importantíssima neste momento em que a produção agroalimentar mundial enfrenta um agudo déficit hídrico e o mundo enfrenta o desafio da mudança climática.
Sr. Presidente, nobres colegas, toda a comunidade judaica aqui presente, mesmo sendo um país jovem e pequeno, com mais de 8 milhões de habitantes oriundos do mundo inteiro, Israel hoje brilha no cenário internacional e se tornou um exemplo entre as nações.
Quero, pois, saudar e manifestar minha profunda admiração a todo o povo israelense, em nome do PSDB, em nome desta Casa, com os votos de que os laços que unem nossos países se fortaleçam cada vez mais.
Viva Israel!
O Brasil, com certeza, orgulha-se de estar aqui defendendo essa nação, como disse o Deputado Pr. Marco Feliciano. E queremos, sim, a transferência da nossa Embaixada para Jerusalém.
Que Deus nos abençoe! Shalom! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Tem a palavra o Deputado Cezinha de Madureira, pelo PSD.
O SR. CEZINHA DE MADUREIRA (PSD - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, amigos queridos, funcionários, telespectadores, muito bom dia. Que Deus vos abençoe!
Cumprimento o Presidente desta sessão solene, o 1º Vice-Presidente da Casa, Deputado Marcos Pereira; o Deputado Abílio Santana, que compõe a Mesa; o Embaixador de Israel, Yossi Shelley; o Dr. Daniel Bialski; e o Deputado Helio Lopes, o nosso Helio Bolsonaro, na pessoa de quem cumprimento todos os outros Parlamentares que estão presentes aqui nesta manhã tão importante para o Brasil.
Embaixador, falo aqui porque este é um dia muito especial. Hoje, dia 21, quando fazemos a comemoração dos 71 anos de criação do Estado de Israel, é também aniversário, Deputado Pr. Marco Feliciano, do meu líder eclesiástico, o líder maior da Assembleia de Deus — Ministério de Madureira, no Brasil, o Bispo Samuel Ferreira. Aproveito para parabenizá-lo pelo seu aniversário.
A minha fala nesta manhã é apenas de gratidão a Deus pela oportunidade que nós, brasileiros, temos de ter paz e dar apoio a uma nação tão importante, nação essa, Sr. Embaixador, de que faço parte, porque na minha veia corre o sangue do povo de Israel, porque eu sigo a Jesus, que era judeu. Então, quero, nesta manhã, agradecer a Deus pela sua vida, pelo povo de Israel e por deixar que o Brasil possa ser aliado dessa nação.
10:36
RF
Quero dizer a todos que não existe nada que não aconteça no tempo de Deus. Eu vejo muitos falarem que o Presidente Bolsonaro tem que transferir logo a embaixada. Está acontecendo no tempo de Deus. No momento certo, tudo vai acontecer.
Eu tenho certeza de que Brasil e Israel já são uma única nação. Com uma ajudando à outra, com certeza, o final será bem feliz.
Deus abençoe a todos! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Muito obrigado, Deputado Cezinha de Madureira.
Tem a palavra o Deputado Dr. Jaziel, pelo PR.
O SR. DR. JAZIEL (PR - CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Marcos Pereira, meu querido Deputado Roberto de Lucena e toda a Mesa, eu queria cumprimentar o Embaixador de Israel.
Para mim é uma alegria indescritível estar aqui neste momento, participando desta solenidade em que se comemoram os 71 anos da criação do Estado de Israel, 71 anos da data em que Israel se tornou um país reconhecido pelo mundo.
Israel é uma promessa de Deus, que tirou Abraão de onde estava, da Mesopotâmia, de Ur dos Caldeus, e lhe fez uma promessa. E, quando Deus promete, Ele cumpre. O homem pode falhar, tergiversar, mas o nosso Deus é fiel em si mesmo.
Este é um momento em que esta Casa recebe e abraça Israel. Nós brasileiros temos, sim, essa relação tão importante com Israel, porque foi um brasileiro participante daquela sessão tão importante, Oswaldo Aranha, deu o voto decisivo para que Israel se tornasse a nação que é hoje, um país que é exemplo para o mundo. É um país que não tem água, mas tem fartura. E é um país que busca a sabedoria, a ciência, porque a ciência vem de Deus, o conhecimento vem de Deus. Basta se ter a humildade de reconhecer Deus, porque o princípio da sabedoria está no temor ao Senhor.
Então, meu ilustre Embaixador, eu já lhe comunico que desejo fazer uma visita à Embaixada de Israel para lá também abraçá-lo, porque nós somos Israel, nós somos parte de Israel e temos uma promessa que também irá se cumprir, a de que o nosso Senhor Jesus, filho de Deus, há de congregar uma nação de toda a Terra, porque está escrito que Ele comprou para si povos de todas as línguas, raças, tribos e nações. E esse dia, quando esse povo se reunirá, vai acontecer, porque o Senhor vai apresentar a sua igreja. E Ele não vai entregar a sua igreja a nenhum anjo.
10:40
RF
Mas Ele mesmo vai dizer para todos aqueles que estarão presentes: "Vinde, benditos do meu Pai. E o Senhor vai dizer para o nosso Deus: "Eis, aqui, ó, Pai, os filhos que tu me destes".
Israel faz parte dessa promessa da salvação mundial. Israel é alimento espiritual para este mundo e também conhecimento, desenvolvimento e exemplo de cidadania civilizada, exemplo de Estado que respeita as pessoas, que honra os seus cidadãos.
Eu, que já tive oportunidade de visitar Israel, digo que vale a pena conhecer aquele país. Israel é um país que respeita os seus compatriotas; Então, é modelo para nós. E nós estamos aqui também para dizer que, semelhante ao que disseram os nossos antecessores, estamos pedindo a Deus o momento em que a Embaixada do Brasil saia de Tel Aviv e vá para Jerusalém, porque Jerusalém é a Capital de Israel, Jerusalém é a capital da promessa, Jerusalém é, sim, a cidade não escolhida por homens, mas escolhida por Deus.
Deixo aqui a minha saudação e a minha alegria em dizer que nós amamos Israel, que o Brasil ama Israel e que, acima de tudo, nós amamos o nosso Deus.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Tem a palavra o Deputado Alan Rick, do Democratas do Acre.
O SR. ALAN RICK (DEM - AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Marcos Pereira; meu amigo Embaixador Yossi Shelley, em nome de quem cumprimento toda a comunidade judaica aqui presente, os irmãos e amigos de Israel; Deputado Roberto de Lucena; Deputado Aroldo Martins; Sra. Ruth Goldberg, Diretora da Confederação Israelita do Brasil; Sr. Daniel Leon Bialski, Presidente da Hebraica; demais Deputados presentes; senhoras e senhores, ocupo honrosamente esta tribuna, Embaixador, para participar desta homenagem tão justa aos 71 anos da criação do Estado de Israel.
O escritor israelense Amós Oz escreveu, em seu emocionante volume de memórias De Amor e Trevas, uma passagem de sua infância vivida em Jerusalém, em 1947, cujo teor gostaria de ler rapidamente, diz assim:
Só se ouvia, vinda do rádio no último volume, a voz profunda e áspera do locutor americano que eletrizava o ar frio da noite, ou poderia ser a voz do presidente da Assembleia, Oswaldo Aranha, do Brasil. Um depois do outro, ele lia os nomes dos últimos países da lista, pela ordem alfabética inglesa, e repetia imediatamente a resposta do representante ao microfone. Nisso a voz se calou de repente. E outro silêncio planetário desceu e congelou a cena, um silêncio aterrador, de mau agouro, trágico, um silêncio de multidões de pessoas de respiração presa, que nunca vi igual em toda a minha vida, nem antes, nem depois daquela noite. Então, a voz profunda, um tanto rouca, para estremecer o ar por meio do som do rádio, e anunciar o resultado da contagem num tom seco e áspero, mas com indisfarçável regozijo: "Trinta e três a favor. Treze contra. Dez abstenções e um país ausente da votação. A proposta foi aceita."
10:44
RF
Sua voz foi engolida pelo rugido que explodiu no rádio, transbordou, se alastrou em avalanche, vindo das galerias, das pessoas enlouquecidas de felicidade no salão de Lake Success e, passados 2 ou 3 segundos de pasmo, de bocas entreabertas como se sentissem sede, de olhos bem abertos, de repente, nessa remota ruazinha também urrou e rugiu, dos limites de Kerem Avraham, no extremo norte de Jerusalém, num estrondo primal, num grito glorioso, cortando a noite, uma manifestação de multidões arrebatadas.
Dessa forma absolutamente pressurosa, senhoras e senhores, é que foi comemorada a notícia de que Israel se tornaria uma nação, hoje uma realidade incontrastável. Na época, os festejos duraram 7 dias e 7 noites.
A abençoada nação irmã que hoje homenageamos aqui possui um território exíguo e desértico, Embaixador Yossi, cujo tamanho se assemelha ao nosso Estado de Sergipe, e a população preciosa de 8 milhões de habitantes, número esse que, se comparado ao de outras nações, coloca Israel na infância de sua maturidade, aos 71 anos de existência.
Entretanto, ainda na tenra idade, Israel já possui uma política educacional de excelência tal que o coloca entre os países com o maior número de autores publicados nos campos das ciências naturais, engenharia, agricultura e medicina.
Senhoras e senhores, os números são maravilhosos, e alguns já foram apresentados aqui pelos Parlamentares que me antecederam. Eles nos mostram que cerca de 48% dos israelenses com mais de 15 anos já possuem, pelo menos, 12 anos de estudos.
Louvamos a você, ó, Israel, um país tão pequeno, mas detentor de um gigantesco nível educacional e de um amor venerando por conhecimento e às ciências!
Sr. Embaixador, Israel se assemelha ao Estado do Acre. O Acre lutou para ser brasileiro. Na guerra com a Bolívia, onde seringueiros, liderados por um caudilho gaúcho chamado Plácido de Castro, batalharam para que aquela terra fosse anexada ao Brasil. Nessa história tão bonita de bravos seringueiros que lutaram pela sua terra e pela sua existência, eu vejo a história da nação de Israel. Lembro-me da guerra dos 6 dias, de 1967, quando Israel lutou contra a Síria, o Egito, a Jordânia e outros países árabes, e mesmo assim venceu.
Sr. Embaixador, a quem posso chamar de meu amigo, quero lhe dizer: o Brasil ama Israel. Sonhamos com essa aproximação há tantos anos, lutamos nesta Casa por esta amizade. Hoje nosso coração se regozija. Eu o espero no meu Estado do Acre, para que juntos façamos um grande evento de parceria, de amizade e de amor por Israel.
Que Deus abençoe a nação que nos trouxe o nosso redentor Baruch Habab B'Shem Adonai, o nosso Senhor e Salvador! Que Deus abençoe Israel! Que Deus abençoe o Brasil! Juntos estaremos de mãos dadas até a vinda do nosso Senhor.
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
DISCURSO NA ÍNTEGRA ENCAMINHADO PELO SR. DEPUTADO ALAN RICK.
10:48
RF
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Tem a palavra o Deputado Eli Borges. Na sequência, falarão os Deputados Gilberto Nascimento e Major Vitor Hugo.
O SR. ELI BORGES (SOLIDARIEDADE - TO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, cumprimento V.Exa., autor desta bonita proposição; meu querido Embaixador, é uma alegria tê-lo nesta Casa; saúdo meu querido pastor e amigo Abílio Santana, que representa a Frente Parlamentar Evangélica; e meu querido Pastor Aroldo, que já residiu no abençoado território de Israel.
Ao pedir esta fala, eu me lembrava de algumas expressões bíblicas, inclusive uma aqui já citada, de Isaías 60:8: "Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa semelhante?" Israel esteve de parto e já deu à luz seus filhos.
Eu me recordava da batalha travada por Theodor Herzl, aquele que dá o grito do movimento sionista por volta, salvo maior juízo, de 1890, reiniciando um processo de restauração de uma nação dispersa desde o ano 70 depois de Cristo, por uma guerra comandada pelo General Allenby. Ainda dentro de outra expressão bíblica, também de Isaías 60:8, destaco: "Quem são estes que vêm voando como pombas ao seu pombal?" Percebam aqui que nosso eterno criador, o Deus de Israel, o Deus de milhões de brasileiros apaixonados, cuidou desta nação mesmo em período de dispersão.
A expressão que eu queria trazer aqui como máxima, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é esta: "Quem jamais ouviu tal coisa?" Porventura poderia sobreviver uma nação que, com menos de 1 milhão de habitantes, já enfrenta uma guerra 1 ano depois? Poderia sobreviver uma nação em que países vizinhos e aliados fazem a famosa Guerra dos Seis Dias? Poderia sobreviver uma nação em que, diante dos dados que eu tenho, 85% do seu território era deserto e se transformava num revolucionário projeto de produzir no deserto e distribuir flores para o mundo?
"Quem jamais ouviu tal coisa?"
Esta nação tão pequena, do tamanho do Estado de Sergipe, tem-se cravado na história mundial como referência em desenvolvimento tecnológico, bélico, com alto índice de desenvolvimento humano, de tal maneira que surpreendem meus 59 anos as admiráveis histórias desse abençoado povo. Eu me rendo ao seu jeito de adorador, me rendo ainda mais porque para nós, cristãos, eles são os guardiões dos oráculos de Deus.
10:52
RF
Meu querido Ministro, ainda não fui a Israel, mas pretendo fazê-lo. Se eu não puder estar lá nesta existência, em um milênio o farei, Pastor Abílio Santana, com certeza.
Em Isaías 60, nós podemos descrever o momento de restauração triunfal e definitiva.
Todavia, quero externar aqui o prazer de me pronunciar nesta Casa de Leis e dizer da alegria que tenho pelo meu querido patriota brasileiro Osvaldo Aranha, por ter a honra e a graça de, em um só dia, em cumprimento à profecia bíblica, trazer a existência de uma nação tão abençoada.
Para terminar, um detalhe à parte. Há pouco tempo, visitei um cidadão, um amigo meu que estava com câncer num hospital. Fazendo pesquisas, percebi que já se tratava de um estágio bem desenvolvido da doença, para que se descobrisse a cura deste mal. Eu disse a ele: a nação guardiã dos oráculos de Deus — quem sabe, o Eterno — dará ao mundo a resposta para um dos males que mais maltrata o ser humano.
Parabéns, Israel! Parabéns, povo judeu! Que Deus abençoe Jerusalém!
Sr. Presidente, atendendo ao pedido do meu querido Pastor Laurindo Shalom, gostaria de convidá-lo, quebrando o protocolo, se V.Exa. me permite, para entregar a ele um livro do Parlamento de Israel, que completa 70 anos, que vai para a Biblioteca da Câmara Federal.
Como Moisés disse: "Que Deus nos abençoe!
Que ele faça resplandecer o rosto dele sobre nós e nos dê a paz!
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Muito obrigado, Deputado Eli Borges.
Tem a palavra o Deputado Gilberto Nascimento. Em seguida, falarão a Deputada Carla Zambelli e o Deputado Major Vitor Hugo.
O SR. GILBERTO NASCIMENTO (PSC - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Marcos Pereira, 1º Vice-Presidente da Câmara dos Deputados; Deputados Roberto de Lucena, Aroldo Martins, Silas Câmara, que neste momento aqui se faz representado pelo nosso Pastor Yossi Shelley; Sra. Ruth Goldberg; Sr. Daniel Leon Bialski; Sras. e Srs. Deputados; é um momento de alegria estarmos aqui falando dos 71 anos de Israel.
Eu falo em nome do nosso PSC — Partido Social Cristão. Quero cumprimentar o Pastor Everaldo Dias Pereira, que teve a oportunidade de estar em Jerusalém, quando nosso hoje Presidente Bolsonaro desceu às águas do Rio Jordão, e ele estava ali fazendo este rito. Portanto, Pastor Everaldo, Deus abençoe sua vida!
Eu sei que foi a primeira vez que o Presidente Bolsonaro foi a Israel. A partir daí, passou a cultivar esse amor e esse carinho, porque quem vai a Israel ama aquele lugar. Quem, de longe, conhece Israel já ama o país, mas, quando chega ao país, o amor aumenta.
10:56
RF
Embaixador, quero neste momento dizer que nós amamos o povo de Israel e entendemos a Bíblia quando diz bem-aventurados os que abençoam Israel. Nós louvamos a Deus por estarmos nesta homenagem e entendermos, Pastor, a pujança de um Estado tão pequeno.
Eu tive a felicidade de ir oito vezes a Israel. Na primeira vez, lembro-me de que comecei a fazer um paralelo: Israel tem 22 mil e 74 quilômetros quadrados; Sergipe, 27 mil e 400 quilômetros quadrados; o Brasil tem 8 milhões e 574 mil quilômetros quadrados. Numa terra tão pequena, como disse o Pastor Marcos, quantas invenções, quantas criações, quanta inteligência, quanta benção de Deus sobre a cabeça de cada um dos que amam Israel, lá vivem e são israelitas!
Portanto, Embaixador, estamos felizes, e nossa felicidade se transforma em alegria ao podermos dizer que gostaríamos muito que Brasil e Israel fossem cada dia mais próximos.
Nós temos a figura do Presidente Bolsonaro, que acabou indo a Israel, conheceu o país e já voltou lá uma segunda vez. S.Exa. é o primeiro Presidente da República do Brasil que vai a Israel e traz tanto ânimo, para que possamos construir uma relação cada dia maior. É dentro desta relação, dentro desse intercâmbio, que temos a certeza de que o Brasil também será abençoado.
O Brasil é um país que tem tudo para acontecer, um país, repito, com 8 milhões e 547 mil quilômetros quadrados, em que 9% são ocupados pela agricultura e, mesmo só com 9%, alimenta 210 milhões de brasileiros, sendo o terceiro maior exportador de grãos no mundo. Nós também temos alguma tecnologia.
Vou pedir ao meu Pastor que fique a meu lado. Ele, que é meu incentivador nesta hora, também tem sido para nós neste Congresso uma grande benção. Portanto, Pastor, muito obrigado. Que Deus abençoe sua vida! Eu sei que o senhor não pode falar o tempo todo, mas transmito aqui um abraço a todos em seu nome. Muito obrigado.
Sr. Embaixador, tenho certeza de que esta relação com Israel só vai enriquecer o povo brasileiro, só vai enriquecer nossas relações, só vai melhorar nossa condição no dia a dia. Que Deus nos abençoe!
Em Israel, tive a oportunidade de conhecer Benjamin Netanyahu, a quem parabenizo pela promoção da paz, por realizações em favor do fortalecimento das relações entre o Brasil e Israel.
Aproveito para dizer que a Câmara Legislativa do Distrito Federal, mediante proposição do Deputado Iolando Almeida, conferiu a Moção de Louvor aos 71 anos do Renascimento de Israel, em 14 de maio de 2019.
Vou fazer ao senhor um último pedido. Quando Israel completou 35 anos, eu lá estava. Hoje, quando completa 71 anos, estou aqui, usando o tempo em nome do meu partido, o PSC, mas quero lhe pedir que, quando Israel completar 140 anos, o senhor me convide para uma sessão como esta.
Eu passo às mãos do senhor este diploma.
Que Deus abençoe Israel!
Muito obrigado.
DISCURSO NA ÍNTEGRA ENCAMINHADO PELO SR. DEPUTADO GILBERTO NASCIMENTO.
11:00
RF
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Tem a palavra a Deputada Carla Zambelli e, em seguida, os Deputados Major Vitor Hugo e Hugo Leal.
A SRA. CARLA ZAMBELLI (PSL - SP. Sem revisão da oradora.) - Bom dia a todos.
É um grande prazer estar aqui. Quero agradecer ao nosso Presidente Marcos Pereira a iniciativa de realizar este evento. Na pessoa do meu amigo Daniel Leon Bialski, Presidente do clube A Hebraica, e de Ruth Goldberg, Diretora da Confederação Israelita do Brasil — CONIB, cumprimento toda a nação judia, não só aqui no Congresso, mas em todo o Brasil. (Palmas.)
Com carinho, quero cumprimentar nosso querido Embaixador, a quem considero um amigo. Eu o considero brasileiro, Embaixador. Por mais que o senhor seja Embaixador de Israel, eu acho que o senhor tem um coração mais brasileiro do que muitos brasileiros aqui.
Eu tenho parentes que moram em Israel: meus tios, minhas primas. Eles constituíram família, que têm filhos em Israel. Eu sou metade judia. Eu só não sou judia, infelizmente, porque não nasci de um ventre judeu, mas me considero judia, com o aval do Daniel. Com seu aval, eu sou praticamente judia. Mantenho no meu gabinete a bandeira de Israel, e o faço não pela religião, mas sim porque considero, de verdade, que essa é a nação protegida por Deus. Independentemente de qualquer religião, as pessoas que acreditam em Deus sabem que ali está o coração do mundo, o coração religioso, que representa Deus em todo o mundo.
Não poderia ser diferente, pois a Nação que tem a bênção de Deus não poderia agir de forma diferente.
Quando as pessoas têm a teimosia de criticar Israel é porque não conhecem a história. Eu tenho família lá, já estive lá algumas vezes, já tive a oportunidade de escutar a sirene que orienta todas as pessoas a se dirigirem a um local seguro. Meus primos, minhas primas e meus tios moram em locais onde há bunker dentro das próprias casas. Eu acho que só quem vive isso no dia a dia pode entender o significado de viver em paz, estar em paz e de contribuir para que seus vizinhos antidemocráticos e ditadores possam viver com saúde, com comida, com água, com energia elétrica.
Eu não sei se os senhores sabem, mas Israel é o único país democrático da região. Israel doa água, energia elétrica, medicina e comida para os países que o atacam. Este é o ápice que podemos imaginar em se tratando de um país que vive com ética, com amor no coração e que trata seus inimigos como Jesus pregou: trata seus inimigos com amor.
Israel é um país-modelo. Todos nós, como Nação, como servidores de Deus, como cidadãos de um país que vive problemas, podemos nos inspirar em Israel para nossa tomada de decisão.
Israel nunca ataca primeiro. Israel sempre é atacado e contra-ataca. É muito interessante a forma como eles contra-atacam, porque eles avisam: "Nós vamos contra-atacar em tal lugar, a tal hora, por favor retirem os civis daquele local, porque foi identificado ali um arsenal de armas". E o mais interessante é que muitos, no momento do ataque, colocam ali pessoas mais velhas e crianças, para que sejam mortas para depois tentarem culpar o governo de Israel.
11:04
RF
Então, que a verdade seja dita. E que os senhores saibam: cada míssil enviado contra Israel custa pelo menos mil vezes menos do que Israel gasta para tentar fazer com que esse míssil não atinja seus civis em Israel. Pelo menos 1 milhão de dólares é quanto cada antimíssil custa, enquanto um míssil pode custar até mil dólares, porque é fácil fazer, é fácil enviar, mas o antimíssil é bem diferente.
Israel é um país que inspira todos nós. Que Deus salve Israel! E que o Brasil possa estar cada vez mais próximo desse país maravilhoso.
Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Com a palavra o Deputado Major Vitor Hugo. Depois, Senador Zequinha Marinho, que já está aqui compondo a Mesa, Deputado Hugo Leal e Deputada Rosangela Gomes, para encerrar.
As inscrições estão encerradas. O Deputado Lucas Gonzalez será o último orador.
O SR. MAJOR VITOR HUGO (PSL - GO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Marcos Pereira, na pessoa de quem cumprimento todos os Deputados e Deputadas aqui presentes; Sr. Embaixador Yossi Shelley, é um prazer rever o senhor aqui neste momento — tenho encontrado o senhor diversas vezes na sala do Presidente da República —, é uma satisfação encontrá-lo aqui, neste dia tão feliz.
Inicio as minhas breves palavras com uma constatação um tanto óbvia, mas esquecida por muitos: o povo judeu ajudou a construir o Brasil que conhecemos. A presença judaica no Brasil começou no século XVI, quando os navios portugueses trouxeram os então chamados “cristãos novos”.
Durante o século XIX, judeus marroquinos se instalaram em Belém do Pará, em Manaus e em outras cidades localizadas em afluentes às margens do Rio Amazonas. Naquele mesmo período, os judeus asquenazes da Alsácia-Lorena, bem como alguns judeus sefarditas, estabeleceram-se no Rio de Janeiro.
Mais tarde, durante o século XX, judeus asquenazes da Europa Oriental fundaram comunidades nas cidades de Recife e Salvador, e, no sul, nas colônias agrícolas de Porto Alegre e Curitiba, bem como em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
Nesse contexto, fica claro que a história quis adensar os laços de nosso País com o povo judeu. Quis, ainda, que um brasileiro fosse um dos símbolos precursores da criação do Estado judeu, do Estado de Israel.
O brasileiro Oswaldo Aranha presidiu a Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1947, quando se tomou a histórica decisão da partilha da região da Palestina. Em 29 de novembro de 1947, por 33 votos a favor, 13 contrários e 10 abstenções, a Assembleia Geral da ONU aprovou a Resolução 181, oficializando a repartição do território da Palestina, o primeiro passo concreto para a criação do Estado judaico.
Na melhor tradição da diplomacia pátria, Oswaldo Aranha mediou o debate entre grupos com aspirações aparentemente irreconciliáveis: de um lado, os países árabes, favoráveis à criação de um Estado único; de outro, nações favoráveis à repartição do território entre árabes e judeus em duas unidades políticas separadas.
11:08
RF
Em 14 de maio de 1948, seis horas antes do término oficial do mandato britânico, David Ben Gurion, que seria o primeiro governante israelense, leu a Declaração de Independência de Israel. Os Estados Unidos e a União Soviética, as potências do pós-guerra, reconheceram rapidamente o novo Estado.
O Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer o Estado de Israel. Em 1951, foi criada a Legação do Brasil em Tel Aviv, elevada, em 1958, à categoria de Embaixada. Também em 1951, Israel inaugurou sua Embaixada no Brasil, no Rio de Janeiro, sendo, posteriormente, transferida para Brasília.
Não é demais mencionar que Brasil e Israel compartilham uma longa história de intercâmbio nas áreas técnica, científica e tecnológica. Desde os anos 1960, Israel contribui para o desenvolvimento da agricultura do Semiárido, por meio da difusão de técnicas de irrigação em regiões do nordeste brasileiro.
Na atualidade, segundo o Presidente Bolsonaro, Israel e Brasil se aproximam não apenas pela tradição judaico-cristã — abre aspas —, “aproximam-se por esse sentimento forte de democracia e liberdade”.
Como já destacou o próprio Presidente Bolsonaro, o Brasil retomou o tratamento equilibrado às questões relacionadas ao Oriente Médio. Tal equilíbrio reside no seguinte: Israel pode e deve ter um papel especial em nossa política exterior, em nossas relações comerciais e em nossas parcerias tecnológicas e educacionais.
Para o Embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley — abre aspas —, “o nome de Oswaldo Aranha foi significante para a criação do Estado de Israel. Agora, Jair Bolsonaro é um segundo Oswaldo Aranha, porque ele faz uma coisa incrível: mudar a história”.
De fato, durante a recente visita do Presidente Bolsonaro a Israel, constatou-se que a parceria entre nossos países está alicerçada sobre valores comuns da liberdade, da democracia, da economia de mercado, da justiça e da paz, e em sua determinação comum de buscar a prosperidade para seus povos.
Durante a visita, Israel reiterou seu forte apoio à adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico — OCDE, o que será de grande importância para o desenvolvimento econômico brasileiro. Além disso, foram assinados acordos nas áreas de defesa, serviços aéreos, prevenção e combate ao crime organizado, ciência e tecnologia e um memorando de entendimento em segurança cibernética.
Muito ainda pode ser feito. Sabemos do potencial das relações Brasil-Israel. Sabemos da importância do Estado judeu para o nosso Brasil, e vice-versa. Sabemos do significado do povo judeu para a nossa história e para a construção do Brasil que conhecemos.
Elohim ivarech et medinat Israel (Deus abençoe o Estado de Israel!)
Elohim ivarech et Brazil (Deus abençoe o Brasil!)
Todah-rabah! (Muito obrigado!) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Com a palavra o Senador Zequinha Marinho. Depois falarão os Deputados Hugo Leal, Rosangela Gomes e Lucas Gonzalez, para encerrarmos a sessão.
O SR. ZEQUINHA MARINHO (PSC - PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sras. e Srs. Senadores, Sr. Embaixador de Israel, é uma alegria muito grande vir aqui participar desta festa. Quem ama Deus, quem ama a Bíblia, também ama Israel. Não há como não amar. Sabemos do compromisso de Deus com o seu povo e com aqueles que amam e bendizem Israel. A promessa a Abraão foi não só para ele, mas também para aqueles que adorassem o Deus de Abraão e fossem amigos de Abraão. Aí está a razão de ser da bênção de Deus.
11:12
RF
Fico muito feliz neste momento também em lembrar aqui que o Presidente Bolsonaro reatou com Israel relações que estavam um pouco desorganizadas e estremecidas. Diante disso, tenho a certeza de que a bênção de Deus vai estar sobre o Brasil também em função dessa amizade, desse carinho, desse respeito e desse amor pelo povo da promessa divina.
Há 71 anos, Israel foi reconstituída como nação. Recebeu um pedaço de terra árido, deserto, que não tinha absolutamente nenhuma condição de produzir, de prosperar. Nisso nós vemos a mão de Deus. Nisso também nós podemos sentir como Deus é fiel com a sua palavra e as suas promessas, ali fazendo Israel ser, hoje, uma grande nação, em pé de igualdade com qualquer outra na ciência, na tecnologia, no desenvolvimento; ser uma inteligência sobrenatural, no que diz respeito a criar oportunidades; ter um exército forte, ter um exército equipado, vitória nas suas guerras.
Nós não podemos, em momento algum, deixar de ressaltar como Deus tem feito Israel prosperar. Israel é a figueira que nós temos de observar para o futuro em função do tratamento, do pacto, das promessas de Deus com os senhores ali.
Tenho certeza de que o mundo celebra este momento em que Israel completa 71 anos, porque o povo judeu foi espalhado por todas as nações, por todos os lugares. Deus abençoa o lugar onde eles estão em função da presença do seu povo. O Brasil tem sido abençoado por essa razão. O Brasil tem abraçado aqueles que vieram para cá, desde os mais remotos tempos.
Que Deus possa continuar abençoando o Brasil através de Israel.
Parabéns! E que Deus abençoe Israel para continuar crescendo e abençoando este mundo.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Tem a palavra o Deputado Hugo Leal. (Pausa.)
Não está presente.
Tem a palavra a Deputada Rosangela Gomes. (Pausa.)
Também não está presente.
Tem a palavra o Deputado Lucas Gonzalez.
O SR. LUCAS GONZALEZ (NOVO - MG. Sem revisão do orador.) - Bom dia a todos.
Sr. Presidente, bom dia. Sr. Embaixador Yossi, bom dia.
Nesta data tão especial, celebramos aqui, na Câmara dos Deputados, os 71 anos do Estado de Israel. Para mim é uma honra muito grande representar o meu Estado, Minas Gerais, representar o meu partido, o Partido Novo, e poder falar também como cidadão brasileiro jovem, no meu primeiro mandato, nesta cerimônia tão especial aqui, na Câmara dos Deputados, homenageando os 71 anos da criação do Estado de Israel. (Pausa.)
11:16
RF
Sr. Embaixador, neste momento, nesta celebração, acredito serem importantes pelo menos três coisas: relembrar a história, celebrar o presente e planejar o futuro.
Quando falamos de história, nós sabemos que a Nação de Israel, o Estado de Israel, completa 71 anos, mas a minha memória vai a muito antes disso. Minha memória vai àqueles do livro dos cristãos, chamado Bíblia Sagrada, vai até Abraão, pai da fé, aquele que foi chamado para ser o empreendedor, pois dele viria a ser chamada a Nação de Israel. Abraão foi um homem de coragem. Abraão foi um homem de visão. Abraão foi um homem atento ao momento que ele estava vivendo. É isso o que nós temos que valorizar na Nação de Israel. Temos que aprender com o povo de Israel e com o Estado de Israel a valorizarmos homens corajosos, atentos aos sinais dos tempos. É isso que a minha memória sempre celebra, quando eu me lembro da história de Israel.
Quando nós falamos de presente, Sr. Embaixador, celebrar o presente não pode ser diferente. Lembramos que Israel hoje é um polo tecnológico, é uma referência mundial em vários assuntos, dentre eles, segurança pública. Não podemos esquecer, para celebrar o presente, daquilo que a nação passou na sua história, pelo que lutou, trabalhou, perseverou, para que hoje fosse uma referência mundial de Estado Democrático de Direito. Por isso, celebramos o presente e celebramos os 71 anos da história de Israel.
Por último, planejar o futuro. Relembrar a história, celebrar o presente, planejar o futuro. Abraão, em toda a sua história, em todo o seu tempo, sempre olhou para a frente, sempre olhou para o futuro, sempre olhou com os olhos sobrenaturais da fé. E é com isso que nós precisamos sonhar, não apenas Israel, mas também o nosso país, o Brasil. Quero aqui deixar claro, aliás, que, mais do que pautas técnicas e políticas, do nosso coração jamais devem se apartar a fé e a esperança por dias melhores. Desejo que Israel nos guie para esses dias melhores, não só para Israel, mas também para todo o mundo e toda a humanidade.
Muito obrigado a todos! Parabéns para o Estado de Israel. Shalom! Que a paz de Deus esteja com todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Concedo a palavra à Deputada Rosangela Gomes.
A SRA. ROSANGELA GOMES (PRB - RJ. Sem revisão da oradora.) - Bom dia a todos e a todas.
Quero cumprimentar a Mesa na pessoa do Presidente, o Vice-Presidente do Congresso Nacional, Deputado Marcos Pereira. Quero cumprimentar o Embaixador Yossi Shelley. Na pessoa dos dois, eu cumprimento toda esta assentada.
Também quero cumprimentar este Plenário, todas as mulheres, na pessoa da Dra. Cristiane Britto, e todos os homens, na pessoa do Desembargador Flavio Britto e, ainda, o Presidente do Partido Republicano no Rio de Janeiro, Sr. Luiz Carlos.
11:20
RF
Sr. Presidente Marcos Pereira, eu não poderia deixar de vir a esta plenária tão extraordinária, nesta manhã, para dar minha contribuição sobre esse tema que nos une em dois pontos.
Primeiro, pela nossa fé. Eu já tive a oportunidade de estar em Israel diversas vezes, e em muitas delas tendo V.Exa., Presidente Marcos, como guia da nossa caravana. Ser batizado no Rio Jordão, passar pelo monte das bem-aventuranças ou fazer orações no Muro das Lamentações é viver um pouco, é andar um pouco por dentro da Bíblia, Dona Rose. Isso é algo extraordinário. Quem é da fé sabe que, quando colocamos os pés na Cidade Santa, em Jerusalém, ao voltarmos de lá temos a nossa fé renovada, avivada e oxigenada.
Segundo, Embaixador, já estive em Israel diversas vezes e fui bem acolhida. Agradeço a V.Exa. por isso. Recentemente, lá estive com uma bancada de sete Deputados Federais, quando recebemos o título de representantes da paz, junto com o Ministério das Relações Exteriores — Brasil e Israel, países coirmãos. E também visitei um projeto de altíssima qualidade sobre a questão da sustentabilidade: a maneira como Israel recolhe uma tonelada de lixo diariamente e como distribui todos os seus resíduos e faz a sua política de sustentabilidade.
Quero agradecer também, Sr. Embaixador, pela tecnologia que Israel exporta. Nós temos um exemplo vivo disso: a Fazenda Nova Canaã, na Bahia, onde podemos plantar e levar alimento às famílias que têm fome. Esse exemplo de projeto mostra que é possível fazer reforma agrária.
Por último, Sr. Embaixador, o que mais me chamou a atenção nessa visita foi a questão da dessalinização da água do mar. É possível, em 30 minutos, tirar a água salgada do fundo do mar, Sr. Luiz Carlos, e transformá-la em água potável. Nós que moramos no Estado do Rio de Janeiro, Deputado Hélio Bolsonaro, sabemos que boa parte das nossas cidades não tem água potável. Nós que somos da Baixada Fluminense sabemos da luta que é termos água de qualidade para abastecer e servir ao nosso povo — e sua falta causa doenças em nossa população e é um grande problema de saúde pública. Nós queríamos levar esse programa de abastecimento de água potável para o Estado do Rio de Janeiro e, quem sabe, para o Brasil inteiro.
Então, eu não poderia deixar de vir aqui dar a minha contribuição, o meu testemunho, não só pela parte espiritual que nos une — nós todos que estamos aqui amamos, com certeza, Israel —, mas também pelo que esse país, essa grande nação, pode e deverá trazer de desenvolvimento para a nossa Nação brasileira.
Parabéns ao Presidente Marcos Pereira, parabéns à Frente, parabéns a todos que amam Israel e o Brasil!
Shalom!
11:24
RF
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Muito obrigado, Deputada Rosangela.
Agora, eu convido a todos para assistirem a apresentação de músicas em hebraico que será feita pelo cantor litúrgico Claudio Goldman.
O SR. CLAUDIO GOLDMAN - Obrigado, Pastor Marcos Pereira, Deputado Jony, Embaixador Yossi Shelley, meus queridos amigos Daniel Bialski e Ruth Goldberg, da Confederação Israelita.
O nosso povo judeu passou por muitos problemas, muitas tristezas, mas também é um povo muito alegre. Acho que vocês sabem como é um casamento judaico: o noivo quebra o copo com o pé e nós fazemos aquela tenda para lembrar Abraão. Tudo isso se reflete na nossa música, essas tristezas, essas alegrias e todas as culturas que temos, aqueles judeus mais branquinhos, como nós, que viemos da Polônia e da Rússia, e aqueles que lembram mais os árabes que vieram do norte da África ou da Península Ibérica.
Nós temos, por exemplo, uma música que se refere ao começo do Estado de Israel, aos kibutzim: "Nossa terra de céu azul claro sem nuvens, o sol é como leite e mel, terra onde nascemos, terra onde viveremos, onde continuaremos não importa o que aconteça". Temos também músicas que os meus avós cantavam em ídiche, que é uma variante do alemão: "Puxa vida, eu queria só um pouquinho de sorte".
E vou cantar, para encerrar, uma música para lembrar Jerusalém: Yerushalayim Shel Zahav, Jerusalém de Ouro.
(Apresentação artística.) (Palmas.)
11:28
RF
O SR. CLAUDIO GOLDMAN - Obrigado.
Shalom!
ENCERRAMENTO
O SR. PRESIDENTE (Marcos Pereira. PRB - SP) - Agradeço ao cantor litúrgico Claudio Goldman pela apresentação de música. Agradeço a todos pela presença. Agradeço aos oradores e ao Embaixador Yossi Shelley pela presença nesta manhã.
Gostaria também, a pedido do Deputado Eli Borges, de convidá-los para a Sessão Solene para Comemorar o Ato de Clamor pelo Brasil, que ocorrerá amanhã, dia 22 de maio de 2019, às 9 horas da manhã, neste Plenário Ulysses Guimarães da Câmara dos Deputados, com a presença do Pr. Ângelo.
Para concluir, quero conclamar toda a Nação brasileira que nos assiste pela TV Câmara a orar por Jerusalém. Quem ora pela paz de Jerusalém tem prosperidade, consoante o que está escrito no Salmo 122.
Está encerrada a sessão. (Palmas.)
(Encerra-se a sessão às 11 horas e 30 minutos.)
Voltar ao topo